Está confirmado : Hitler rencarnou no Rio. Como os kardecistas sabem e nisso estão na mesma linha dos budistas, as reencarnações ocorrem para melhorar os indivíduos. Renascendo aqui, renascendo lá, as almas vão se purificando.
Mas nem sempre. Existem almas empedernidas difíceis de serem purificadas na lavagem das reencarnações sucessivas.
De acordo com os mais entendidos em reencarnações, o nosso mundo está vivendo um clima parecido com o clima dos anos 30 do século passado, porque – vejam só! – a maioria dos nazistas e fascistas mortos na Segunda Guerra já reencarnaram e são hoje pessoas adultas, muitas delas ocupando cargos políticos em diversos países. Um reencarnado geralmente não retorna ao mesmo país onde viveu.
Vocês que acompanham o noticiário brasileiros e internacional já pensaram muitas vezes que fulano e sicrano agem e falam como se fossem nazistas ou fascistas. Pois é isso mesmo. Alguns trabalhavam diretamente com Hitler outros foram condenados por crimes contra a humanidade no Tribunal de Nuremberg.
Peguem uma folha de papel e coloquem numa coluna os nomes mais notórios de criminosos nazistas e fascistas, pode juntar também figuras como o Stalin. Faça um risco vertical e na outra coluna coloque os nomes de pessoas da nossa atualidade, que imagina serem a reencarnação. Pode ser bastante instrutivo e esclarecedor esse jogo, que poderíamos chamar de Jogo das Reencarnações, para a família jogar reunida num dia de chuva.
Mas atenção, vejam primeiro com o copo – aquele copo que em torno da mesa empurramos com o dedo indicador e que dispara respondendo perguntas e às vezes até a mesa levita – se no grupo familiar não existe um desses reencarnados. Pode ser mesmo um antigo SS disfarçado.
Felizmente, a maioria desses nazisfascistas reencarnados são fáceis de se identificar porque continuam dizendo as mesmas coisas da época do Hitler e Mussolini, dentro do contexto atual. Revelam o mesmo ódio e o mesmo racismo. Pode ser no balcão de um bar, num encontro no metrô mas pode ser numa festa familiar. Depois de umas e outras, o reencarnado começa a falar mal de árabes, se for na Europa, ou de índios e negros, mesmo se para disfarçar utiliza a palavra afrodescendentes.
A mais recente suspeita é a da reencarnação do próprio Hitler sem bigodinho mas com ligeira semelhança, no Rio de Janeiro. E o disfarce usado é quase perfeito – Hitler reencarnado se faz amigo de judeus, a ponto de lhe emprestarem até uma de suas associações para fazer suas pregações. O tom da voz, se prestarem atenção nas gravações ou vídeos, é a mesma que empregava quando subia nas mesas de bares em Berlim para acusar os judeus como responsáveis pela crise da época na Alemanha. Para conquistar a simpatia da casa, o reencarnado sem querer se revelou, ao fazer comparações de pessoas com porcos.
Como vive agora no Brasil, os bodes expiatórios dos males brasileiros, alvos do seu desejo mórbido e incontido de perseguir e exterminar, são os índios e os negros. Não se sabe como fará no Brasil para isso, mas um nazista reencarnado na África do Sul, na época do apartheid, era cientista e fazia pesquisas para encontrar um vírus racista, ou seja, um vírus capaz de atacar só negros e não os brancos. Parece que foi preso ou internado, porque maldade exagerada se confunde com loucura.
Como vocês sabem, revelações de possíveis reencarnações são extremamente raras e por isso sujeitas ao mais absoluto segredo. Porém, correndo o risco de ser castigado e reencarnado em mosquito Aedes Egypti, acho que esta é a única melhor maneira de alertá-los quanto ao perigo de vocês serem enganados e fazerem parte de uma multidão parecida com a dos nazistas em Berlim, dizendo Heil Hitler.
Não posso dar o nome e sobrenome dessa perigosa figura, mas deixei umas indicações e com seus amigos vocês poderão logo colocar na coluna, diante do nome de Hitler, o nome desse reencarnado.
E como se costuma fazer numa boa rede social e correntes, não deixe de compartilhar, não é fake!
Rui Martins, jornalista, escritor, escreveu Dinheiro Sujo da Corrupção, sobre as contas suíças de Maluf, e o primeiro livro sobre Roberto Carlos, A Rebelião Romântica da Jovem Guarda, em 1966.