domingo, 7 de agosto de 2016

PRESIDENTES, VICES E A DANÇA DAS CADEIRAS


Na história brasileira já tivemos roteiros surpreendentes no que se refere aos mandatos de presidentes e atuações de seus vices.

Com relação aos presidentes a dança das cadeiras teve de tudo.

Duas Renúncias: Deodoro da Fonseca, em 1891 e Jânio Quadros em 1961.

Dois presidentes, um eleito, Afonso Pena (1909) e outro imposto pela Ditadura Militar, Artur da Costa e Silva (1969) morreram no exercício do cargo.

Outro se suicidou em pleno exercício do mandato: Getúlio Vargas em 1954.

Dois eleitos morreram antes de assumir: Rodrigues Alves, 1918 e Tancredo Neves em 1985.

Um presidente que assumiu o cargo após uma revolução vitoriosa por ele liderada: Getúlio Vargas e outro que, apesar de eleito, foi impedido de assumir pela mesma revolução vitoriosa: Júlio Prestes, em 1930.

Incrivelmente, tivemos um presidente não eleito, mas designado nominalmente pela Constituição: ele de novo, Vargas, em 1934.

E até um presidente que deu golpe no próprio regime em que era presidente para se tornar ditador: adivinha... Getúlio Vargas, em 1937. Ufa.

Um presidente foi derrubado do poder por golpe militar: João Goulart em 1964.

Já Fernando Color de Melo foi retirado do poder por força de um impeachment: em 1992.

Três presidentes foram reeleitos depois de alterada a Constituição: Fernando Henrique Cardoso em 1998, Luiz Inácio “Lula” da Silva em 2006 e Dilma Rousseff em 2014.

Nossa história dos vices também já teve muita emoção.

Um Vice-presidente provisório assumiu no lugar do presidente que renunciou, mas, em vez de apenas completar o mandato ampliou seu próprio período de governo: Floriano Peixoto 1891 a 1894.

Dois vices que assumiram devido a morte do titular: Nilo Peçanha, em 1909 e José Sarney em 1985.

Um vice que não quis assumir de jeito nenhum após a morte do titular e não assumiu mesmo: Delfim Moreira, em 1918.

Mas já teve outro que enfrentou um golpe armado para assumir: Jango, em 1961.

Um vice em exercício do cargo vago pela morte do titular que simulou estar doente para não assumir, Café Filho em 1955 e o outro que foi derrubado mesmo sendo interino: Carlos Luz, também em 1955.

Um vice que deveria assumir com o licenciamento do “presidente” apenas para manter as aparências, mas, que, mesmo assim, foi impedido por força da ditadura: Pedro Aleixo, em 1968.

E um vice que assumiu no lugar do presidente pós-impeachment: Itamar Franco, em 1992.

Apesar de tantos fatos surpreendentes, ainda conseguimos ineditismos em nossa história.

Atualmente, por exemplo.

Pela primeira vez somos governados por um vice descaradamente conspirador e golpista que por trás de um silêncio mentirosamente humilde planejou junto com as forças mais reacionárias do país um golpe contra a titular.

Somos ricos em surpreender o mundo e a nós mesmos.

Nossa história as vezes confunde humor com terror e drama com dramalhão e nesses argumentos sempre quem perde é o povo, particularmente, suaa parte mais pobre e abandonada.

Lamentavelmente a surpresa, às vezes, é perversa e fascista e a gente não sabe se chora ou se ri.



Prof. Péricles





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