sexta-feira, 17 de outubro de 2014

HISTÓRIA NÃO MENTE, QUEM MENTE É VOCÊ



É claro que cada um têm o direito a opinião e fazer sua opção de acordo com seus valores. A princípio, ninguém tem nada com isso.

O que perturba é o fato de que, para justificar sua opção, as pessoas desprezem ou, pior ainda, desvirtuem a história do país.

Pode-se defender determinadas políticas do nazismo, se assim o quiser. Mas não se pode negar os crimes do nazismo e o envolvimento de Hitler com o holocausto judeu, porque isso, não é opinião, é história.

Alguém pode defender que a seleção brasileira de 1982 jogava muito melhor futebol que a seleção de 1994. Pode. Mas não pode, para justificar seus argumentos, "esquecer" que, a seleção de 1982 perdeu e a de 1994 foi campeã. Porque isso já não é opinião, é história.

Assim é que, para justificar sua escolha por Aécio Neves em detrimento de Dilma Rousseff no segundo turno das eleições presidenciais, pessoas espezinham os fatos como se suas simpatias tivessem o direito e o poder de esquecer, alterar ou confundir o conhecimento histórico.

Um desses fatos é o neoliberalismo, o poder e o PSDB, no Brasil.

O PSDB não é novidade. O eleitor de Aécio não pode se recusar saber que esse partido esteve no poder entre 1995 e 2002 e nem pode querer alterar os resultados, positivos ou negativos, de suas políticas.

Tratar as propostas neoliberais do PSDB como uma novidade, como se essas propostas estivessem aparecendo agora no Brasil é desprezar o passado.

O neoliberalismo, aliás, tem eixos muito bem definidos como, privatização de estatais, a defesa do estado mínimo que é o enxugamento da máquina administrativa com demissões de servidores (os pequenos e de carreira, bem entendido), achatamento salaria, o enfraquecimento das garantias do trabalho a partir de uma justificativa denominada "custo Brasil", engajamento ao que se convencionou chamar de globalização da economia, etc. Negar isso é negar o óbvio.

A história é uma ciência. Possuí métodos e exige o rigor de provas. Essas provas não são empíricas por isso não podem ser mensuradas como algo físico, mas são provas válidas, testemunhais e documentais, de onde o historiador se debruça e lança luz através das teorias que daí nascem, sobre os fatos históricos, suas causas e consequências.

Não é uma arte onde a pessoa tem o direito de gostar ou não daquele quadro ou daquela escultura.

Nem é fato aberto às paixões e preferências. História é ciência.

A história, não mente, quem mente é quem a pretende esconder.

E eu não sei se as pessoas atualmente carecem mais de humildade para entenderem que não podem “reescrever a história” ou um bom livro didático acompanhado de um professor da área.

Prof. Péricles

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