sábado, 19 de abril de 2014

MORFEU



MORFEU

Hipnos era um dos deuses capazes de interferir no espírito dos mortais. Filho de Nix, a deusa da noite, Hipnos era deus do sono e irmão de Tânato ou Thanatos, o deus da morte.

Os romanos o chamavam de Somnus, de onde vem o nosso vocábulo, sono.

Hipnos tinha os cabelos dourados, e, principalmente em Esparta, era sempre representado ao lado de seu irmão, Thanatos, que tinha os cabelos cor de prata.

Vivia num palácio, num mundo muito distante e dormia muito, sendo nisso auxiliado pelo murmúrio do rio Lete, o rio do esquecimento.

Teve muitos filhos que eram chamados de Onírios, personificações do estado profundo de letargia (estado onírico). Entre eles, Icelos, Forberto, Morfeu e apenas uma filha, Fantasia.

Antes de ser amada, Fantasia era temida, pois podia simbolizar o devaneio e a morte.

Mas, um filho extremamente popular de Hipnos, era Morfeu, o deus dos sonhos, especialmente dos sonhos eróticos.

Segundo a mitologia, ele tinha a propriedade de assumir qualquer forma humana (no grego a palavra Morfeu vinha de moldar a formar), penetrar na mente dos mortais e conduzir seus sonhos.

Morfeu era descrito por Ovídio como um homem de forma jovem, de roupas escuras (geralmente apenas uma peça enrolada ao corpo), que dormia numa cama feita de ébano numa escura caverna decorada com flores. Seus olhos eram negros como a noite “pontilhada por estrelas brilhantes”. Morfeu era bajulado pelos outros deuses pois, conhecendo seus sonhos, conhecia todas as fraquezas, erros e desejos mais secretos de seus espíritos.

Certa vez, perambulando pelos sonhos de Zeus, descobriu que o “deus dos deuses” não sonhava com a esposa Hera, e sim, com outras mulheres. Consta que foi a partir daí que Zeus passou a adula-lo como um de seus mais importantes conselheiros em assuntos complicados.

Já Homero dizia que ele vivia em Lemmos, era representado como um jovem de asas e que tocava uma flauta na frente dos homens para fazê-los dormir.

Ao pesquisar uma droga que aliviasse a dor dos ferimentos de guerra, cientistas do século XX denominaram de Morfina (em homenagem a Morfeu) uma substância que, se não curava, ao menos fazia relaxar, dormir e sonhar, as vítimas de ferimentos fatais.

Certa vez, Venus perguntou por que as pessoas sonham tanto, ao que o deus dos sonhos respondeu que são os sonhos que nos fazem vivos e, os que não sonham, na verdade, já morreram.

Para viver, sonhar é preciso.

Bons sonhos, e durmam, nos braços de Morfeu.

Prof. Péricles

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