domingo, 22 de maio de 2011

MENTIRINHAS QUE “TORNARAM-SE” HISTÓRIA - 01

A história é uma ciência, e como toda ciência, possui seus métodos. História não é “achômetro”.

Porém, ao logo do tempo, alguns fatos, não comprovados historicamente, acabam se consolidando como verdades.

Isso acontece por vários motivos, entre os quais se destacam: a necessidade da Igreja de criar mitos adequados a seus dogmas; os interesses dos grupos hegemônicos de justificar suas ações; tradições culturais na criação de heróis, obras cinematográficas e de literatura tomadas como verdades, etc.

Essas mentirinhas e mentironas se cristalizam no coletivo, e para o historiador, as vezes, discernir sobre os fatos históricos em oposição à crença geral é uma dura empreitada.

A seguir citaremos apenas alguns, dos muitos e muitos casos dessa espécie.
Em outro momento traremos novas curiosidades.

O EGÍPCIO ERA UM POVO MÓRBIDO, VOLTADO PARA A MORTE A VIDA INTEIRA.
- Não é verdade. Segundo vários pensadores gregos que conheceram o Egito e relataram o que viram, os egípcios eram alegres e festeiros. Inventaram a cerveja (que bebiam gelada) e vários instrumentos musicais, como o avô do trombone (não dá pra dizer que inventaram o pagode, mas quase). Fandango, era com eles mesmo.

APÓS A DERROTA NA BATALHA DO ACTIUM, CLEÓPATRA SE MATOU SE DEIXANDO PICAR POR UMA SERPENTE.
- Coisa de Hollywood. O general Otávio, temeroso do poder de sedução de uma mulher que já envolvera dois grandes políticos (Júlio Cesar e Marco Antônio) em suas artimanhas, ordenou o assassinato da moça, antes que ele próprio chegasse em terra. Sabe como é, né? Seguro morreu de velho.

NERO PÔS FOGO EM ROMA, PESSOALMENTE, E ESCREVEU UM POEMA ENQUANTO A CIDADE ARDIA EM CHAMAS.
- Segundo relatos de historiadores da época, o maluco imperador romano (que, aliás, só ficou maluco depois de uma febre que durou dias e quase o matou no início do reinado) estava há mais de 130 km de Roma no dia do grande incêndio.

JOANA D’ARC HEROINA FRANCESA DA GUERRA DOS CEM ANOS FOI QUEIMADA NA FOGUEIRA COMO HEREGE.
- O julgamento de Joana D’Arc foi prodigamente documentado desde o início até o final. Em nenhum momento aparece qualquer sentença de condenação à morte, muito menos por fogueira. Aliás, documentos descobertos a não muito tempo, indicam que Joana D’Arc teria morrido anos depois no interior da Inglaterra, ao lado do marido, um oficial inglês. Por falar nisso, a Guerra dos Cem anos (1337-1453) durou mesmo foi 116 anos.

O BRASIL FOI DESCOBERTO SEM QUERER, QUANDO CABRAL MANOBRAVA PARA EVITAR AS CALMARIAS A OESTE DA ÁFRICA.
- Essa é clássica, mas é persistente já que ainda é encontrada em alguns livrinhos didáticos. A chegada oficial dos portugueses na nova terra foi totalmente planejada. As impossibilidades do “sem querer” são amplamente rejeitadas, por exemplo, no diário de bordo do capitão, uma espécie de “caixa-preta da época.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adoreiii o blog, muito interessante e esclarecedor.
Parabéns Prof.Péricles