Dava ratinhos fresquinhos para ela devorar e toda atenção fofinha do mundo... um dia a cobra a mordeu e ela morreu. Culpa da cobra? Claro que não, cobra é cobra, é de sua natureza.
Igual a estória do escorpião que tanto insiste que acaba convencendo o sapo a lhe atravessar na lagoa carregando-o às costas. No meio da lagoa o escorpião picou o sapo que antes de morrer ainda perguntou “por que fez isso, iremos morrer nós dois” ao qual o escorpião respondeu “sinto muito, mas é da minha natureza”.
Ninguém foge de sua natureza assim como ninguém foge de sua biografia.
O fascismo é um conjunto político de natureza perversa.
O fascismo estava na essência do Franquismo que provocou milhares de mortes na Guerra Civil Espanhola, entre 1936 e 1939.
Estava nos genes dos regimes de Mussolini e de Hitler que atearam fogo ao mundo e mataram milhões antes, durante e depois da segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Estava na alma de todas as ditaduras do século XX como em Portugal de Salazar, no Chile de Pinochet, na Ditadura Militar Brasileira e todas as outras ditaduras.
O fascismo é mal não importa com que cara santa se apresente, seja nas embaixadinhas com uma bola de futebol de Médici, no sorriso de Pinochet ou nos afagos de Hitler às crianças arianas.
O fascismo é mal porque é de sua natureza a exclusão, o autoritarismo, o racismo, a xenofobia e a homofobia.
Podemos mudar os perseguidos de acordo com o momento histórico e a geografia, mas o fascismo é sempre perseguidor.
A natureza do fascismo é o radicalismo, o ultra, sem concessões.
Por isso provoca tanta inconformidade a forma mansa como os defensores da democracia brasileira trataram e tratam os fascistas de hoje.
Não se dá leitinho às cobras.
Ao evitar combater o monopólio de uma rede de telecomunicações sabidamente envolvida com golpismo no passado, os governistas brasileiros não foram democráticos como imaginavam... foram tolos.
Tratar com democracia quem odeia a democracia não é nobreza, é burrice.
Hoje apenas começam a aparecer os elementos que formataram o golpe parlamentar-midiático-jurídico no Brasil, que tirou do poder uma presidente legitimamente eleita sem cometimento de ilícito e já se sente o cheiro de enxofre, assim como se percebe pistas de interesses estrangeiros por trás de toda a trama.
Muito mais ainda será descoberto, espera-se que não só daqui a vinte anos.
Se considerarmos que a primeira função de um governo democrático é a defesa e a manutenção da democracia, esse foi o maior erro e o maior fracasso do governo que caiu apesar de eleito por mais de 54 milhões de votos.
O fascismo é mal, é coisa ruim, é criminoso, não importa o tom da gravata e o estilo elegante do paletó de seus defensores.
Porque é de sua natureza a intolerância e o autoritarismo.
E os fascistas não deveriam jamais ser tratados a pão-de-ló, mas extirpados como erva-daninha, como dizia o saudoso Leonel Brizola, esse sim, um campeão defensor da democracia.
Prof. Péricles