Local da Morte de Sepé Tiarajú |
Em 1750 com a assinatura do tratado de Madri, a região denominada de “Sete Povos das Missões” (noroeste do atual estado do Rio Grande do Sul) passou a fazer parte das terras portuguesas no continente.
Imediatamente, por iniciativa do Marques do Pombal, os Jesuítas de língua espanhola que, vindos da região do Paraguai em 1680, haviam fincados raízes por aqui, construindo às sete missões (São Borja, São Miguel, Santo Ângelo, São João, São Lourenço, São Nicolau e São Luis) foram expulsos para o outro lado do Rio Uruguai.
O fato foi recebido com inevitável resignação pelos padres mas com extrema pavor por seus aliados, os índios Guaranis.
Para os guaranis havia apenas dois tipos de brancos, os Jesuítas que lhes protegiam em troca de sua submissão religiosa e os bandeirantes que os atacavam com armas de fogo e, sempre que possível, os escravizavam, levando para terras distantes.
Para eles, a saída dos Jesuítas significava abandono e escravidão.
Em fevereiro de 1753 uma comissão de demarcadores ao chegar em São Miguel foi impedida pelos índios de seguirem adiante no trabalho de demarcar oficialmente o novo território.
Segundo os relatos, eles eram liderados por um jovem índio chamado Sepé Tiaraju.
Um ano depois, soldados portugueses estacionados no forte de Rio Pardo (atual cidade de Rio Pardo) convidaram, gentilmente, um grupo de guaranis a entrar no forte e ao penetrarem na guarnição foram imediatamente presos.
O oficial em comando acusou o grupo de ter roubado cavalos durante a noite. O líder do grupo de guaranis, Sepé Tiaraju disse saber onde estavam e prometeu ir busca-los. Mesmo escoltado por doze portugueses conseguiu fugir sem deixar rastro, muito menos, os cavalos.
Fatos como esses somado a insistência dos Guaranis de não abandonar a região enfureceram o governo português.
Era inadmissível aceitar a liderança de um selvagem que ousara dizer “Essa terra tem dono” numa afronta intolerável aos novos “senhores” do Continente de Rio Grande.
As “Guerras Guaraníticas” iriam se desenrolar entre os anos de 1754 a 1756.
A primeira expedição, foi organizada em parceria por forças portuguesas e espanholas e chegaram ao Continente no início do mês de setembro de 1754, mas, devido as péssimas condições climáticas de frio e chuvas intensas, tiveram que recuar.
Novas tropas portuguesas vindas do Rio de Janeiro unem-se a tropas espanholas vindas de Buenos Aires e Montevideo no início de 1756.
Algumas escaramuças menores, vencidas pelos índios fariam crescer a lenda do guerreiro invencível.
O desenrolar dos fatos acabaria levando a uma batalha que ambos os lados perceberam ser decisiva, a Batalha de Caiboaté, localidade próxima do atual município de São Gabriel.
Antes, porém, um grupo especial comandado por oficial português, e composto de renegados e desertores, que faziam guerra por dinheiro, recebeu a missão de matar Tiarajú. Não se conhece muitos detalhes, mas, conseguiram atraí-lo para uma emboscada.
O heroico índio foi morto em 7 de fevereiro de 1756, atingido por arma de fogo.
Três dias depois, a 10 de fevereiro, os índios foram forçados a enfrentar as tropas luso-espanholas em Caiboaté.
A morte de seu líder e maior estrategista seria fatal para os nativos.
O chefe dos Guaranis colocou suas forças postadas na forma de uma meia lua, o que enfraqueceu os flancos e fez com que seus homens fossem presas fáceis para o ataque de artilharia (armada até de canhões), além da cavalaria pelos lados.
A batalha de Caiboaté foi tão desigual que durou apenas uma hora e quinze minutos e o sangue indígena derramado foi tanto que formou uma grande pasta de lodo. Os sobreviventes capturados, feridos ou não, eram sumariamente executados.
O exército espanhol perdeu três homens e teve dez feridos. O português, um morto e 30 feridos. Os mortos entre os guaranis foram de 1500 a 1750 guerreiros.
Um militar português o coronel José Custódio de Sá e Faria chegou a escrever em seu diário, no dia 10 de fevereiro de 1756, que “fazia grande compaixão a multidão de mortos”.
A morte de Sepé e a chacina final representaram a derrota definitiva dos índios guaranis, os verdadeiros donos dessas terras.
Em maio de 1756, as tropas coloniais ocuparam os Sete Povos das Missões.
Em 1762 a Espanha voltou atrás e anulou o Tratado de Madri reiniciando a guerra contra os portugueses.
As Missões tornaram-se ruínas.
E Sepé tornou-se lenda e um dos mais fortes mitos na formação do povo rio-grandense.
Até hoje ainda dizem que o Minuano quando percorre as terras do Rio Grande sussurra o seu nome... Tiarajúúúúúúúúúúúúúúúúúú.
Prof. Péricles
O fato foi recebido com inevitável resignação pelos padres mas com extrema pavor por seus aliados, os índios Guaranis.
Para os guaranis havia apenas dois tipos de brancos, os Jesuítas que lhes protegiam em troca de sua submissão religiosa e os bandeirantes que os atacavam com armas de fogo e, sempre que possível, os escravizavam, levando para terras distantes.
Para eles, a saída dos Jesuítas significava abandono e escravidão.
Em fevereiro de 1753 uma comissão de demarcadores ao chegar em São Miguel foi impedida pelos índios de seguirem adiante no trabalho de demarcar oficialmente o novo território.
Segundo os relatos, eles eram liderados por um jovem índio chamado Sepé Tiaraju.
Um ano depois, soldados portugueses estacionados no forte de Rio Pardo (atual cidade de Rio Pardo) convidaram, gentilmente, um grupo de guaranis a entrar no forte e ao penetrarem na guarnição foram imediatamente presos.
O oficial em comando acusou o grupo de ter roubado cavalos durante a noite. O líder do grupo de guaranis, Sepé Tiaraju disse saber onde estavam e prometeu ir busca-los. Mesmo escoltado por doze portugueses conseguiu fugir sem deixar rastro, muito menos, os cavalos.
Fatos como esses somado a insistência dos Guaranis de não abandonar a região enfureceram o governo português.
Era inadmissível aceitar a liderança de um selvagem que ousara dizer “Essa terra tem dono” numa afronta intolerável aos novos “senhores” do Continente de Rio Grande.
As “Guerras Guaraníticas” iriam se desenrolar entre os anos de 1754 a 1756.
A primeira expedição, foi organizada em parceria por forças portuguesas e espanholas e chegaram ao Continente no início do mês de setembro de 1754, mas, devido as péssimas condições climáticas de frio e chuvas intensas, tiveram que recuar.
Novas tropas portuguesas vindas do Rio de Janeiro unem-se a tropas espanholas vindas de Buenos Aires e Montevideo no início de 1756.
Algumas escaramuças menores, vencidas pelos índios fariam crescer a lenda do guerreiro invencível.
O desenrolar dos fatos acabaria levando a uma batalha que ambos os lados perceberam ser decisiva, a Batalha de Caiboaté, localidade próxima do atual município de São Gabriel.
Antes, porém, um grupo especial comandado por oficial português, e composto de renegados e desertores, que faziam guerra por dinheiro, recebeu a missão de matar Tiarajú. Não se conhece muitos detalhes, mas, conseguiram atraí-lo para uma emboscada.
O heroico índio foi morto em 7 de fevereiro de 1756, atingido por arma de fogo.
Três dias depois, a 10 de fevereiro, os índios foram forçados a enfrentar as tropas luso-espanholas em Caiboaté.
A morte de seu líder e maior estrategista seria fatal para os nativos.
O chefe dos Guaranis colocou suas forças postadas na forma de uma meia lua, o que enfraqueceu os flancos e fez com que seus homens fossem presas fáceis para o ataque de artilharia (armada até de canhões), além da cavalaria pelos lados.
A batalha de Caiboaté foi tão desigual que durou apenas uma hora e quinze minutos e o sangue indígena derramado foi tanto que formou uma grande pasta de lodo. Os sobreviventes capturados, feridos ou não, eram sumariamente executados.
O exército espanhol perdeu três homens e teve dez feridos. O português, um morto e 30 feridos. Os mortos entre os guaranis foram de 1500 a 1750 guerreiros.
Um militar português o coronel José Custódio de Sá e Faria chegou a escrever em seu diário, no dia 10 de fevereiro de 1756, que “fazia grande compaixão a multidão de mortos”.
A morte de Sepé e a chacina final representaram a derrota definitiva dos índios guaranis, os verdadeiros donos dessas terras.
Em maio de 1756, as tropas coloniais ocuparam os Sete Povos das Missões.
Em 1762 a Espanha voltou atrás e anulou o Tratado de Madri reiniciando a guerra contra os portugueses.
As Missões tornaram-se ruínas.
E Sepé tornou-se lenda e um dos mais fortes mitos na formação do povo rio-grandense.
Até hoje ainda dizem que o Minuano quando percorre as terras do Rio Grande sussurra o seu nome... Tiarajúúúúúúúúúúúúúúúúúú.
Prof. Péricles