sexta-feira, 25 de março de 2016

PÁTRIA AMADA


Lei 5.700 de 1º de setembro de 1971 estabeleceu quais são os símbolos nacionais.

São eles: a Bandeira Nacional, o Hino Nacional, as Armas (ou Brasão Nacional) e o Selo Nacional.

Além de definir quais são os símbolos nacionais, essa Lei também estabeleceu normas e padrões para o uso desses símbolos.

É a chamada Lei dos Símbolos Nacionais e dela brotaram algumas curiosidades e costumes como, por exemplo, Bandeira Nacional quando rasgada ou sem condição de uso deve ser respeitosamente queimada, não se aplaude o hino nacional nem se faz arranjo alterando sua harmonia, etc.

Nossos símbolos, são símbolos e nos representam diante do cenário internacional, isso é, nos diferencia entre todas as outras nações.

Entretanto, tem gente que troca a forma pelo conteúdo.

Alguns, mais conservadores enxergam nos símbolos o próprio país, ou seja, na forma entendem como se conteúdo fosse, algo parecido com a veneração religiosa aos símbolos como se estátuas de santos e anjos fossem as próprias criaturas representadas.

Mas não são. Não passam de símbolos, que devem ser respeitados por todo o significado oficial, mas ainda assim, são apenas simbólicos.

Então, como definir o estado nacional, a pátria enfim?

Bem, costuma-se dizer que os elementos básicos do Estado sejam a existência de um território (não existe estado nas nuvens), um povo unido de alguma forma por uma cultura (não existe Estado onde não tem gente) e um governo central que represente esse Estado.

Qual deles é a pátria?

Com certeza os três são fundamentais para a existência do Estado, mas o que compõem a pátria amada tão decantada em verso e prosa?

O território? São nossas serras e vales, montanhas e litoral extenso que formam nossa pátria?

Serão os símbolos nacionais? A Bandeira, o Hino é minha pátria?

Talvez a melhor definição de pátria seja povo.

Por isso os curdos não possuem um estado nacional, mas se identificam como pátria.

Todo aquele que luta por sua pátria não luta basicamente pelo território ou governo, luta por seu povo.

Se o povo está faminto a pátria está faminta. Se o povo sofre e é humilhado, a pátria sofre e é humilhada.

Quando elevamos o Brasil de patamar diante dos outros povos elevamos também a dignidade de nosso povo.

Por isso, não deixa de surpreender a acusação da turma conservadora de que, nas manifestações do PT não havia Bandeira Brasileira.

Mas, afinal, é tao importante assim, as bandeiras, se a manifestação se deu pelo povo? 

Estava ali a pátria, nos olhos de senhoras idosas que fizeram questão de participar, no gesto dos jovens unidos pela mesma emoção, não em mastros, mapas ou frios brasões impessoais.

A pátria brasileira estava nos calos de homens rudes, mas apaixonados por essa nação. Estava no clamor de homens e mulheres negros que estavam ali por amor a democracia.

Talvez houvessem poucas bandeiras, realmente, mas, certamente a necessidade da presença desses símbolos foi maior na manifestação da turma do golpe, uma semana antes, quando, por exemplo, não foram localizados negros em suas fileiras.

Nas manifestações de apoio à presidenta Dilma e ao ex-presidente Lula, a pátria estava ali, sobre os asfalto, de vcabeça erguida.

Estava ali a nossa pátria amada.




Prof. Péricles

Nenhum comentário: