sábado, 11 de junho de 2016
CHAMA PELA MÃE
Toda criança sabe que quando a coisa estiver preta, não houver mais esperanças, estiver perdido... resta a opção mágica que é gritar com toda a força dos pulmões pela mãe.
Funciona.
Mãe é super-heroína e, mesmo sem a gente saber como, aparece em qualquer lugar naquele pior momento de aflição.
O brasileiro sempre teve uma mãezona que aprendeu a confiar e esperar nos piores momento e, talvez, o mais triste dessa crise que nos tirou tantas coisas, foi perder essa última esperança.
Os tribunais de justiça, seus rituais sempre alimentaram o mito da justiça cega e do juiz imparcial, que não olha a quem dar razão e a concede aquele que verdadeiramente merece.
O mito de que todos somos iguais perante a Lei faz parte da inocência de acreditar num país igual para todos.
Numa cadeia de esperanças dá para dizer que o supremo do supremo, isso é o STF sempre foi a verdadeira mãe pela qual se grita e confia na intervenção segura quando em perigo.
As atitudes parciais e partidárias do supremo trazem um peso muito maior para nossa história já que a justiça deixou de ser cega para se tornar vesga.
De certa forma o brasileiro perdeu a mãe pela qual sempre gritava quando tinha medo. O medo agora é da própria mãe, ou seja, da própria Lei.
Por isso, o pior do pior, em toda essa crise moral que o país passa, foi perder a fé na justiça.
Mesmo não conhecendo os meandros processuais o povo se pergunta como pode um ministro ficar mais de cinco meses de posse de um processo contra alguém que era chave na aceitação do impeachment da presidente, sem se pronunciar.
Obviamente responde de si para si ele queria o afastamento da presidente e por isso não fez seu trabalho.
No popular, Dilma gritou pela mãe quando se sentiu cercada de criminosos... mas a mãe não ouviu.
O que aconteceu para que um juiz federal estadual abandonasse a discrição e o anonimato que eles fazem questão de criar sobre si e sua vida privada para virar protagonista, aparecer na televisão, ganhar prêmio, ver a esposa postar vídeo enaltecendo suas qualidades?
Como acreditar novamente?
Tem coisas que ninguém deveria ter o direito de tirar das pessoas.
Uma delas é a ingênua idéia de que a justiça é soberana e está acima de qualquer outro interesse.
Outra e acreditar que mãe nunca falha.
MÃEEEEE....
Prof. Péricles
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário