quarta-feira, 4 de setembro de 2013

SEGREDO DE SADDAM NA SERRA DO CACHIMBO



O Brasil tem uma longa e misteriosa história envolvendo a produção de energia nucler e a tecnologia de armas, incluíndo a bomba atômica.

Na década de 50 o Brasil já era capaz de produzir urânio metálico e não escondia de ninguém seu desejo de investir nessa área.

Depois de tentativas frustadas de negociações com a França, o Brasil assinou um acordo com a norte-americana Westinghouse Company, em 1965, para a compra de seu primeiro reator.

Na dolorosa década de 70, o governo militar estava agitado devido aos testes de bomba atômica realizados pela Índia, e com um forte receio que a Argentina também desenvolvesse algo parecido.

Essa preocupação tirava o sono de General-presidente Ernesto Geisel, que em 10 de junho de 1974 manifestou sua apreenção perante o alto comando das Forças Armadas. É então, criada uma rede de espionagem encarregada de recolher toda e qualquer informação sobre qualquer investida no setor nuclear, não só dos países vizinhos como de toda a América Latina.

Dois anos depois, em 1976, ainda no governo de Geisel, é assinado um acordo com a Alemanha para a construção de 10 reatores nucleares. Essa informação agitou os gabinetes de Washington e deixou os americanos com a pulga atrás da orelha.

Teoricamente o Programa Nuclear Brasileiro, em parceria com a Alemanha objetivava pesquisa de caráter pacífico, entretanto, documentos secretos recentemente revelados demonstram que, nas entrelinhas o programa previa o desenvolvimento de uma tecnologia para a utilização da explosão nuclear, o que permitiria caminhar em direção da construção da bomba atômica brasileira.

Foi nessa época que se consolida uma aliança secreta com o Iraque de Saddam Hussein que bancou a construção de um poço de 320 m na serra do Cachimbo, no Pará, para testes nucleares. Nesse local se desenvolveriam testes do programa nuclear Iraquiano que, obrigatoriamente, repassaria ao Brasil todos os dados obtidos.

Juntamente com o poço, um série de operações clandestinas objetivando a construção de bombas e mísseis nucleares, foram desenvolvidas no governo de Geisel.

Sabe-se que a parceria com o Iraque permaneceu sólida, mesmo após o fim da Ditadura Militar, pois entre 1979 e 1990 o Brasil exportou toneladas de urânio para Saddam Hussein.

O plano secreto brasileiro resistiria passou a sofrer enorme pressão norte-americana, cada vez mais desconfiada e cada vez mais ciente das segundas intenções dos brasileiros.

Oficialmente, em 1986 entra em operação nossa primeira usina nuclear, Angra I (com aquele reator da Westinghouse e apenas em 2002 a segunda usina, essa com tecnologia alemã (Angra III está prevista apenas para 2016). Essas usinas localizadas na cidade de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, são a parte visível do Programa para produção nuclear no Brasil.

Antes disso, a Constituição de 1988 proibiu a difusão de tecnologia para fins que não sejam pacíficos, no país e dez anos depois, em 1998 o Brasil aderiu ao Tratado de Não-Proliferação de armas nucleares, sepultando definitivamente o sonho da Bomba Atômica Brasileira.

Em 1990, o presidente fernando Collor de Melo jogou uma simbólica pá de cal no misterioso poço da serra do Cachimbo.

Poucos, bem poucos sabiam o real alcance daquele gesto e o quanto o Brasil esteve próximo de ser mais uma peça no quebra-cabeça nuclear mundial.

Segue, entretanto, os esforços do atual governo do Brasil de criar dois submarinos atômicos, que devem ser lançados ao mar até o ano de 2023.


Prof. Péricles

Fontes de Consulta:
- http://portuguese.ruvr.ru
- José Carlos Santana, ex-presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear no governo Collor.
- jornalista Roberto Godoy, especialista em assuntos de defesa.




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