domingo, 16 de abril de 2017

ENTRE GOLPES E VOTOS

A última semana foi turbulenta para a política sul-americana. Num curto espaço de três dias assistimos manifestantes atearem fogo contra o Congresso paraguaio, o Congresso ser fechado na Venezuela e a oposição, derrotada no Equador, exigir recontagem de votos com a abertura de um terceiro turno eleitoral. 

Infelizmente, esses não são casos isolados na América Latina, não são raios em dia de céu azul.

A mais recente onda de intervenções contra a soberania eleitoral na América Latina teve seu início em Honduras em 2009. Na ocasião, setores militares aliados ao poder judiciário não apenas destituíram o presidente legitimamente eleito do país, Manuel Zelaya. Como também o expulsaram do país. A Assembléia Geral das Nações Unidas, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Organização dos Estados Americanos foram algumas das organizações internacionais que condenaram o golpe no país.

Em 2012 foi a vez do Paraguai passar por adversidades contra sua soberania eleitoral. Em um processo de impeachment que durou pouco mais de 24 horas. O presidente legítimo do país, Fernando Lugo, foi destituído.

O golpe foi considerado uma manobra de seu vice-presidente, Federico Franco, do Partido Liberal, que assumiu o país após a queda de Lugo, com apoio do conservador Partido Colorado. No caso paraguaio, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, o Mercosul e a Unasul condenaram a destituição de Lugo como ato arbitrário que não seguiu o devido processo legal e o amplo direito de defesa.

No Brasil, foi em 2016 que a soberania eleitoral foi desrespeitada com o impeachment considerado ilegal de Dilma Rousseff. 

Assim como no Paraguai, também no Brasil a conspiração contra a presidenta legitimamente eleita partiu de uma aliança entre o principal partido de oposição, o PSDB, e o vice-presidente da república, Michel Temer.

A queda de Dilma teve início em 2014 quando o candidato presidencial do PSDB que foi derrotado, Aécio Neves, deu início a um terceiro turno eleitoral ao não reconhecer o resultado da eleição. No ano seguinte, o PSDB conseguiu o apoio do PMDB, partido do vice-presidente da república, para pedir a saída de Dilma. Em 2016 alcançaram seu objetivo, que foi considerado ilegal pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos.

Na Venezuela, país que há algum tempo vive uma instabilidade política e institucional, os três poderes não se entendem. 

O Judiciário exige que o Congresso não dê posse a alguns deputados. Mas o Congresso não respeita a decisão do Judiciário. Na queda de braço entre poderes, na última quarta-feira, falou mais alto o Judiciário, aliado ao poder Executivo de Nicolas Maduro. Como consequência, o Congresso foi fechado. Independentemente de quem esteja certo, o fato é que, na briga entre os poderes, quem perdeu foi a soberania eleitoral.

No Paraguai, a confusão foi tão séria quanto na Venezuela. O Partido Colorado, do atual presidente Horacio Cartes, costurou uma aliança com a Frente Guasu, do ex-presidente Fernando Lugo, para aprovar uma emenda constitucional que permita a reeleição no país. Por óbvio, a medida interessa tanto para Lugo quanto para Cartes. Quem não gostou foi o Partido Liberal do candidato de centro-direita, Efraín Alegre.

Mas a insatisfação não ficou apenas nos debates do parlamento. Militantes de seu partido simplesmente invadiram e atearam fogo ao Congresso em um completo desrespeito ao poder legislativo. Para piorar a situação, durante a confusão a polícia assassinou a principal liderança da juventude do Partido Liberal. O clima, portanto, não está nada tranquilo no país.

Já no Equador, o candidato do atual presidente Rafael Correa, Lenin Moreno, da Aliança País, venceu a eleição presidencial no último domingo contra o banqueiro Guillermo Lasso. Mas, assim como ocorreu no Brasil em 2014, o candidato derrotado exigiu a recontagem dos votos, dando início a um terceiro turno eleitoral no país.

Ainda que a recontagem mantenha Moreno como presidente do país, o fato é que há um clima pesado de polarização política no Equador, não apenas por Moreno ter vencido por uma margem apertada de 51% dos votos, mas também por sua base de apoio legislativo ter sido reduzida consideravelmente. Se Corrêa contava com 100 votos no Congresso contra 37 da oposição, agora Moreno terá somente 74 deputados contra 63 da oposição.

A próxima batalha eleitoral na América Latina será em Honduras, em novembro, onde Xiomara Castro, esposa do ex-presidente Manuel Zelaya, será candidata contra aqueles que lhe usurparam o poder.

Que o eleitorado tenha liberdade para eleger seus representantes e que estes permaneçam no cargo até que novas eleições ocorram é o mínimo que se espera de uma democracia liberal. Infelizmente, grandes interesses econômicos parecem não concordar com esse princípio na América Latina. Uma pena.



Por Theófilo Rodrigues, professor substituto do Departamento de Ciência Política da UFRJ, Mestre em ciência política pela UFF e doutor em ciências sociais pela PUC-Rio.

sábado, 15 de abril de 2017

A LÓGICA DOS PREDADORES


O modo de vida capitalista trouxe ao mundo a idéia de que a competição entre as pessoas é tão natural como a competição entre animais irracionais que lutam pela sobrevivência no espaço natural.

Na natureza existem predadores e presas e é extremamente justo que o mais fraco sucumba diante da força do mais e forte e, por isso, prolifere em muito maior quantidade para fornecer alimento (sua prole) aos predadores mantendo-se o equilíbrio entre as espécies.

Já nas sociedades humanas, para o capitalismo, também existem a caça e o caçador, onde a competição também é necessária para manter o equilíbrio da própria existência da ordem econômica.

Mais ou menos como se a burguesia fosse leões (predadores) e a classe trabalhadora fossem zebras ou búfalos (presas), e a classe média as hienas que ficam com os restos dos alimentos dos leões e se julgam grandes caçadores como os próprios.

O governo é o órgão central que mantém o funcionamento dessa lógica entre os mais capazes e ricos e os menos capazes e pobres, que, aliás, devem proliferar numa quantidade maior para consumir e fornecer mão-de-obra barata necessária.

Toda espécie de reivindicação e movimento social das massas de presas, na ótica dos predadores e de seus governos, é uma ameaça ao controle social sobre o qual toda a sociedade se equilibra.

Quando uma “caça” atinge o órgão central de controle (o governo) é visto como uma agressão, um inconveniente à lógica que deve ser superado.

Como diria Maquiavel, as classes dominantes podem usar todos os recursos, morais e imorais, legais ou ilegais, pacíficos ou de força, para manter o poder pois, manter o poder entre os poderosos predadores é a única forma de manter a ordem social e sem ela haveria o caos e o fim do próprio Estado.

Lula e o PT são odiados por representarem essa inversão dessa lógica perversa onde o governo deve ser exercido pelos poderosos e para os poderosos.

Respeitando-se as diferenças históricas do tempo, é a mesma lógica que manteve os privilégios das sociedades escravagistas e feudais.

O grande problema é que, enquanto a lei da selva não é questionada pelas presas, as Leis humanas quando confrontadas com a justiça real, torna-se uma arma contra a manutenção do esquema de opressão.

E quando a ordem democracia permite partidos de esquerda chegarem ao poder, é necessário inverter a Lei, burla-la ou modifica-la. Ou seja, praticar golpes e exercer o golpismo.

Foi assim com Getúlio Vargas em 1954, João Goulart em 1964 e Dilma Roussef em 2016.

Perder o poder é também perder dinheiro e isso justifica todo o ódio ao pensamento da esquerda e seus militantes. É que esse grupo da fauna com os avanços de um governo de caçados traz à floresta a ideia de que, unidos, é possível viver sem ser destruído pelos predadores, como mostra a foto.

E isso, para a ordem burguesa, é o pecado supremo que não pode ser admitido.





Prof. Péricles

quarta-feira, 12 de abril de 2017

CONFIRMADO, HITLER REENCARNOU NO RIO


Está confirmado : Hitler rencarnou no Rio. Como os kardecistas sabem e nisso estão na mesma linha dos budistas, as reencarnações ocorrem para melhorar os indivíduos. Renascendo aqui, renascendo lá, as almas vão se purificando.

Mas nem sempre. Existem almas empedernidas difíceis de serem purificadas na lavagem das reencarnações sucessivas.

De acordo com os mais entendidos em reencarnações, o nosso mundo está vivendo um clima parecido com o clima dos anos 30 do século passado, porque – vejam só! – a maioria dos nazistas e fascistas mortos na Segunda Guerra já reencarnaram e são hoje pessoas adultas, muitas delas ocupando cargos políticos em diversos países. Um reencarnado geralmente não retorna ao mesmo país onde viveu.

Vocês que acompanham o noticiário brasileiros e internacional já pensaram muitas vezes que fulano e sicrano agem e falam como se fossem nazistas ou fascistas. Pois é isso mesmo. Alguns trabalhavam diretamente com Hitler outros foram condenados por crimes contra a humanidade no Tribunal de Nuremberg.

Peguem uma folha de papel e coloquem numa coluna os nomes mais notórios de criminosos nazistas e fascistas, pode juntar também figuras como o Stalin. Faça um risco vertical e na outra coluna coloque os nomes de pessoas da nossa atualidade, que imagina serem a reencarnação. Pode ser bastante instrutivo e esclarecedor esse jogo, que poderíamos chamar de Jogo das Reencarnações, para a família jogar reunida num dia de chuva.

Mas atenção, vejam primeiro com o copo – aquele copo que em torno da mesa empurramos com o dedo indicador e que dispara respondendo perguntas e às vezes até a mesa levita – se no grupo familiar não existe um desses reencarnados. Pode ser mesmo um antigo SS disfarçado.

Felizmente, a maioria desses nazisfascistas reencarnados são fáceis de se identificar porque continuam dizendo as mesmas coisas da época do Hitler e Mussolini, dentro do contexto atual. Revelam o mesmo ódio e o mesmo racismo. Pode ser no balcão de um bar, num encontro no metrô mas pode ser numa festa familiar. Depois de umas e outras, o reencarnado começa a falar mal de árabes, se for na Europa, ou de índios e negros, mesmo se para disfarçar utiliza a palavra afrodescendentes.

A mais recente suspeita é a da reencarnação do próprio Hitler sem bigodinho mas com ligeira semelhança, no Rio de Janeiro. E o disfarce usado é quase perfeito – Hitler reencarnado se faz amigo de judeus, a ponto de lhe emprestarem até uma de suas associações para fazer suas pregações. O tom da voz, se prestarem atenção nas gravações ou vídeos, é a mesma que empregava quando subia nas mesas de bares em Berlim para acusar os judeus como responsáveis pela crise da época na Alemanha. Para conquistar a simpatia da casa, o reencarnado sem querer se revelou, ao fazer comparações de pessoas com porcos.

Como vive agora no Brasil, os bodes expiatórios dos males brasileiros, alvos do seu desejo mórbido e incontido de perseguir e exterminar, são os índios e os negros. Não se sabe como fará no Brasil para isso, mas um nazista reencarnado na África do Sul, na época do apartheid, era cientista e fazia pesquisas para encontrar um vírus racista, ou seja, um vírus capaz de atacar só negros e não os brancos. Parece que foi preso ou internado, porque maldade exagerada se confunde com loucura.

Como vocês sabem, revelações de possíveis reencarnações são extremamente raras e por isso sujeitas ao mais absoluto segredo. Porém, correndo o risco de ser castigado e reencarnado em mosquito Aedes Egypti, acho que esta é a única melhor maneira de alertá-los quanto ao perigo de vocês serem enganados e fazerem parte de uma multidão parecida com a dos nazistas em Berlim, dizendo Heil Hitler.

Não posso dar o nome e sobrenome dessa perigosa figura, mas deixei umas indicações e com seus amigos vocês poderão logo colocar na coluna, diante do nome de Hitler, o nome desse reencarnado.

E como se costuma fazer numa boa rede social e correntes, não deixe de compartilhar, não é fake!


Rui Martins, jornalista, escritor, escreveu Dinheiro Sujo da Corrupção, sobre as contas suíças de Maluf, e o primeiro livro sobre Roberto Carlos, A Rebelião Romântica da Jovem Guarda, em 1966. 

domingo, 9 de abril de 2017

RAUL E ANA LÚCIA

Ela era uma menina simples, de família pobre, se chamava Ana Lúcia (Analú, para os íntimos), trabalhava como balconista numa loja no centro da cidade e ganhava um salário pequeno, que mal dava para ajudar a família.

Ele era advogado, recém-formado, se chamava Raul e militava num partido de esquerda.

Ela não entendia nada de política e costumava ficar ouvindo ele se definir como um lutador pelos interesses dos mais pobres e suas definições sobre utopia, classes sociais e mais valia, coisas que ela não sabia do que se tratava, mas que ouvia com entusiasmo, já que ele falava bonito.

Ele dizia que sua luta era por ela e por outras como ela, gente simples do povo que ele tanto amava.

Certa vez Analú foi com o namorado numa reunião sindical. Sentados lado a lado ele tão educado, tão meigo provocava suspiros enquanto imaginava que jamais encontraria outro homem tão gentil e doce como ele. Um homem que a entendesse tão bem.

Então Raul foi chamado para falar no palco.

Pobre Ana Lúcia, nunca se recuperaria do trauma...

Diante da plateia seu namorado abandonou completamente os modos gentis e delicados assumindo uma postura extremamente agressiva. Gritou até ficar rouco, gesticulava como se manuseasse uma clava invisível e ofendeu um monte de gente que igualmente reagiram xingando e gesticulando.

Ao voltar ao seu lugar, ao lado dela, Raul voltou a ser o bondoso namorado de modos meigos que ela conhecia.

Naquela noite, ela não dormiu de tantos pensamentos conflitantes em sua cabeça. Qual deles afinal era seu namorado?

No outro dia, ela até questionou o porquê da transformação e ele respondeu que agia assim porque defendia suas posições políticas e o povo, que o seu sindicato deveria sempre defender o povo e impedir quaisquer distorções desse objetivo que é o que aconteceria se o grupo rival dominasse o sindicato.

Ela era povo, pensava Analú, mas preferia o Raul educado e afetuoso e não aquele estranho que ficava vermelho de tanto gritar e ofender.

Com o tempo Raul foi parecendo mais estranho à Ana Lúcia.

Buscava convencê-la do que era interessante e o que não valia nada. Do que ela deveria fazer ou menosprezar. Queria dirigir suas escolhas e quando ela não demonstrava entusiasmo a chamava de alienada e direcionada pela sociedade e pela propaganda burguesa.

Ana Lúcia cada vez mais se percebia sem vontade e não entendia como alguém que dizia amá-la era tão surdo para seus pequenos desejos a ponto de cada vez mais esconder dele as suas próprias opiniões.

Um certo dia ela percebeu que entre ela e Raul a distância só fazia aumentar.

E o namoro terminou.

A esquerda brasileira sempre teve mais intelecto do que povo e sobre o povo mais teorias do que prática.

No Brasil depois de 14 anos no poder e pós golpe talvez fosse interessante um repensar sobre suas estratégias e seu destino, mas, sem esquecer o que mesmo quer o povo que ela jura representar.

Ou Raul e Ana Lúcia continuarão distantes.




Prof. Péricles

sexta-feira, 7 de abril de 2017

SÓ PODE SER DEBOCHE


Rede Globo...



Presença de Anitta - a garota que foi abusada na infância e depois virou uma "ninfeta safada" de 18 anos que seduz e destrói a vida um pai de família (interpretado por José Mayer).

Laços de Família - esse mesmo ator interpreta Pedro, que se envolve com várias mulheres, fazendo todas se odiarem. Uma delas é uma menor de idade, interpretada por Debora Secco, com quem ele tem relacionamentos sexuais agressivos como forma de "corretivo". Na mesma novela mãe e filha disputam o mesmo homem.

Avenida Brasil - o empresário Cadinho se envolve com três mulheres lindas, ricas e poderosas, que abrem mão do conforto e, sobretudo, da dignidade para viver com ele na pobreza mesmo depois de se descobrirem enganadas.

Ligações Perigosas - o personagem Augusto, vivido por Selton Mello, entra no quarto de Cecília, estupra a personagem, que depois se apaixona por ele;

Verdades Secretas - o milionário empresário Alex se apaixona pela personagem Angel de 16 anos, com quem vive um tórrido romance, a ponto de se casar com a mãe dela para ficar perto da moça. A trama termina com o suicídio de uma mulher e com outra se tornando homicida;

Império - O charmoso e sedutor Comendador, vivido por Alexandre Nero, casado com Marta, mantém uma mulher mais jovem que sua filha como amante. O galante morre no final, deixando as duas com nítido sentimento de viuvez;

Da cor do pecado - O título da novela faz referência à cor de sua protagonista, Taís Araújo, cujos "dotes" de sedução são associados à sua negritude.

BBB - participante Laercio confessa embebedar adolescentes para fazer sexo com elas e, em sua saída, Pedro Bial diz "venha para fora com suas Anittas e Lolitas".

Escolinha do professor Raimundo - a personagem Marina da Glória sempre responde errado às perguntas, porém com sua voz sexy e seu "jeito insinuante", acaba tirando 10.

Angélica e Xuxa - as duas apresentadoras eram, ainda menores de idade, hipersexualizadas em programas para crianças, a ponto do jornal o Estado de São Paulo dizer que Xuxa povoava os mais secretos pensamentos infantis. O mesmo jornal anunciou que a TV manchete agora poderia fazer frente à audiência de Xuxa, pois havia contratado a estonteante ninfeta Angélica, à época com 13 anos.

Somando-se a esses exemplos as incontáveis passadas de mão, beijos roubados, assédio moral e sexual em ambiente de trabalho que depois viram romance, etc, etc.

Quando a Rede Globo diz, em nota, que "repudia qualquer forma de desrespeito, violência ou preconceito"... Só pode ser deboche, não é?

A Rede Globo sempre hipersexualizou nossos corpos, ridicularizou e desprezou nossas potencialidades, romantizou abusos, violências e humilhações contra todas as mulheres, ricas e pobres, e mais violentamente ainda contra mulheres negras e atuou fortemente na naturalização da cultura do estupro, da pedofilia e da exploração sexual.

Não vamos cair nessa!



Texto de Francine Albernaz Pickersgill

quinta-feira, 6 de abril de 2017

O BRASIL E A GRANDE TRAGÉDIA

Planeta Terra, em algum momento do futuro.


Há muito o planeta já não tem vida, porém, nesse exato momento recebe a visita de uma equipe de arqueólogos espaciais, ets em busca de respostas.


Por que a vaca, ou melhor, a Terra foi pro brejo?


Quem apertou o botão? Ou o teclado?


Teria sido o lendário Trump, citado em cds primitivos como um presidente demoníaco do norte?


Livros antigos apontam que a respostas devem estar no hemisfério sul do orbe, mais precisamente num lugar outrora chamado de Brazil ou Brasil, algo assim...


As escavações começaram onde muitos acreditavam ser o local de fundação da terceira polis capital, Brasília, mas, as surpresas mesmo vieram de outro sítio arqueológico: uma tal São Paulo.


Os primeiros trabalhos revelaram restos de um grande pato. Um pato de borracha, aparentemente um deus pagão adorado por uma estranha tribo de idiotas.


Depois foram descobertas amontoados de tecidos que se revelarem camisas amarelas com um curioso símbolo esotérico com as letras “CBF”.


Qual seria a ligação? O que aquele pato de borracha e aqueles vestígios de camisetas tinham a ver com o fim da vida inteligente naquela parte do planeta?


Outras expedições continuaram incansáveis, escavando e amontoando descobertas.


Comprovou-se a existência de uma seita secreta denominada PMDB que tinha o poder das mutações, pois era encontrada em praticamente todas as formas de poder estabelecidas.


Em estranhas pinturas rupestres, conhecidas por pichações, haviam citações fascistas e adorações a lideres homofóbicos e racistas.


Antigos instrumentos, aparentemente panelas inox amassadas, também foram encontrados nos entulhos dessa civilização.


Então era isso? Mas como seria possível?


O tal Brazil, depois de um período de combate à miséria registrado em seus pergaminhos quando até as águas sagradas do São Francisco trouxeram vida ao árido nordeste havia entrado em tamanha decadência levado apenas por lideranças fascistas que usaram pato de borracha, camisetas amarelas e usando panelas como instrumentos de guerra?


Buscando datar os acontecimentos os historiadores ets admiraram-se ao descobrir que tudo havia sido contemporâneo.


O pato, as águas do rio, o combate à miséria, as marchas fascistas, as panelas, as camisetas, os idiotas, tudo junto e misturado...


Como era possível tamanha confusão?


Teria esse povo ingerido veneno tóxico? Maconha estragada? Lavagem cerebral?


E qual o papel em tudo aquilo daquele aparelhinho primitivo de transmissão de imagens que eles chamavam de televisão?


Mistérios.


Fato é que a vida inteligente havia desaparecido mas... 

Será que alguém, racionalmente, conseguirá, um dia, entender o que aconteceu no Brasil?


(Continua)



Prof. Péricles