terça-feira, 4 de abril de 2017

QUAL O SEU NOME?


Por Apóllo Natali



Havia expectativa quanto ao primeiro brasileirinho ou brasileirinha a nascer no terceiro milênio, e também com relação ao nome que receberia. 

Seria o de algum revolucionário, como os muitos rebentos da geração 68 batizados de Ernesto em homenagem a Chê Guevara? O de um herói dos esportes, como o Romário que nos deu o tetracampeonato de futebol? Daniela, para lembrar a Mercury que canta e nos encanta?

Nada disto. A inspiração do nome da menina que nasceu à meia-noite em ponto do primeiro dia de janeiro de 2001, na cidade paulista de Sorocaba, veio do anseio dos pais de que ela alcançasse muitos triunfos na vida: Natália Vitória.

O nome é um modo de designar as pessoas. É como uma etiqueta colocada sobre nós. E é uma instituição jurídica. Muitos pais e mães, alguns irresponsáveis, outros visionários, andaram colocando nomes desmoralizantes em seus filhos. 

Isto não existe mais, porque agora os nossos oficiais de registro não aceitam nomes bizarros, evitando também os homônimos (quase sempre de famosos); se os pais insistem, entregam a decisão ao juiz.

Ninguém pode impedir que os pais escolham nomes de personalidades para seus filhos, como Lincoln, Washington, Jefferson, Margareth, Edson (o da lâmpada), Roosevelt e outros.

Embora tenham se complicado os que, vivendo em países onde a esquerda não tem colher de chá, escolheram nomes incomuns como Lênin, Stalin, Trotsky, Fidel (o já citado Ernesto escapava, por já ser muito utilizado antes de certa foto correr mundo).

No tempo da segunda guerra mundial, o povo do nordeste do Brasil lia a placa da base da marinha dos Estados unidos – US Nave – e seus filhos passaram a se chamar Usnave.

Tamanha foi a pílula de westerns enfiados garganta abaixo aos cidadãos do mundo pelos Estados Unidos, que houve crianças batizadas com os nomes de Durango Kid, Jamesvest, Marlon Brando e quem procurar vai achar mais.

Eu sou Apóllo, que a partir do lançamento das naves à Lua, passou a designar tudo, desde funilarias e teatros até calcinhas. Meu pai é Cezar. Meu avô, Aníbal. Minha avó, Kzarina. Um primo, Homero. Um tio, Américo. Tias e primas têm nomes de flores: Margarida, Flora, Valquiria, Florisa, Rosa, Violeta, Jasmin. Minha irmã se chama Primavera.

No meu serviço tinha Ulysses, Narciso, Adonis, Hércules.

Quando me dizem que meu nome é o de um deus grego, o da beleza, modéstia à parte retruco que é também o nome de um inseto, apenas para ressaltar a transitoriedade das nossas vidas.

Mas há nomes que ultrapassam a imaginação.

O dono de um carro que comprei uma vez, se chamava Universo Trincado. Excelente pessoa que, certamente, não pode concordar com os juristas que dizem que o nome dá a chave da pessoa quase inteira.

No Nordeste era conhecido, há algumas décadas, o nome lança Perfume Rodo Metálico. Conhecidos foram também os nomes de Maria Tiburcina Prostituta Cataerva e Maria da Graciosa Rodela. Uma mulher morreu de parto e a criança se chamou Restos Mortais de Catarina.

Existem até colecionadores de nomes esquisitos, que falam em Cafiaspirina da Silva, Um Dois Três de Oliveira Quatro, Olindo Barba de Jesus, José Casou de Calças Curtas, Decênio Feverêncio de Oitenta e Cinco, Antonio Dodói.

Os jornais divulgaram certa vez nomes de artistas de ópera. A família era formada pela menina Traviata, os meninos Trovador e Rigoleto. E também Crepúscula dos Deuses, Produto do Amor Conjugal de Maria América e Mariano Chaves.

O ex-presidente Getúlio Vargas, católico declarado, colocou nome de protestante num de seus filhos: Lutero.

O povo já ouviu falar de gente chamada Oceano Pacífico e dos nomes literários dados aos filhos pelo então deputado Epílogo de Campos: se chamaram Prólogo, Soneto e Ementa. O que esperou fosse o último se chamou Epílogo Júnior. Mas veio mais um, menina, de nome Errata.

Jerônimo Rosado teve muitos filhos e os chamou de Um, Dois, Três, e por aí vai, só que em francês. Um deles, o vigésimo, foi o deputado Vingt Rosado. O décimo oitavo, Dix-Huit Rosado.

Um nome sempre citado pelos catedráticos de Direito em sala de aula é Himeneu Casamentício das Dores Conjugais.

E você, quem é?




Apóllo Natali foi o primeiro redator da antiga Agência Estado. Escreve atualmente para diversos sites e blogs de notícia, como o Observatório da Imprensa.

domingo, 2 de abril de 2017

COMO IDENTIFICAR UM COXINHA



ESTUDO REVELA COMO INDENTIFICAR UM PERFIL DE COXINHA NO FACE:



1) -"Não sou nem de esquerda, nem de direita, sou pelo Brasil!" - (é de direita).



2) -"Não tenho partido, meu partido é o Brasil!" - (vota no PSDB).



3) -"Quero que a corrupção seja combatida no PT, PSDB ou PQP!" - (quer que a corrupção seja combatida apenas no PT. No perfil pessoal, só tem publicações contra o PT. Contra o PSDB ou PQP, nada).



4) -"Não sou coxinha nem petralha, sou brasileiro!" - (é coxinha).



5) -"Quero meu país livre da corrupção!" - (vota em Alckmin há 15 anos).



6) -"PT gosta de sustentar vagabundo!" - (perdeu a escrava doméstica e está tendo que lavar os pratos).



7) -"Não sou PSDB, mas também não concordo com o Bolsa-Esmola do PT!" - (é fascista).



​8) -"PT dá casa pra vagabundo!" - (é proprietário de várias casas para alugar).



9) -"Estou indignado com tanta corrupção!" - (segurou o cartaz 'Somos milhões de Cunhas').



10) -"Nenhum político presta!" - (é analfabeto político).



11) -"Tempos bons eram os de FHC!" - (é patrão e não paga direitos trabalhistas nem tira nota fiscal ).



12) -"Não sou de direita, mas tem que tirar essa vagabunda do poder!" - (votou em Aécio e está com o avatar de Bolsonaro na foto do perfil).



13) -"O PT não ensina a pescar e ainda rouba os rios e o anzol!" - (é fã de Lobão, assina a Veja, assiste e ri com Danilo Gentili, e publica 'pensamentos' de Arnaldo Jabor).



14) -"O PT quer parar com as investigações!" - (é burro).



15) -"Não sou de direita, mas o PT é uma quadrilha!" - (vota no PSDB desde que tirou o título).



16) -"Não bato panelas contra partido A ou B, mas contra a corrupção!" - (tem que bater uma panela de pressão na própria cabeça).



17) -"Não pude trocar meu carro, um absurdo o preço!" - (nunca passou necessidade ou se importou com quem já passou).



18) -"Não sou de direita, mas minha bandeira não vai ser vermelha! Fora Dilma, fora Lula, fora PT, fora petralhas, fora comunistas, vão embora para Cuba e deixem nosso país em paz!" - (é caso perdido, tem que ser internado).



19) -"Encher o Peito e chamar alguém de Pão com Mortadela" (Pobre SOBERBA que passava fome e melhorou de vida no governo Lula/Dilma e hoje se acha rico por que vota em Aécio que é candidato de rico).





Texto: Samantha Costa​

sábado, 1 de abril de 2017

TRAUMAS, TRAUMINHAS E TRAUMÕES


Trauma é uma palavra de origem grega. Os gregos chamavam assim uma “ferida” produzida por uma ação violenta.



Freud explicou que todos nós temos muitos traumas psicológicos, ou seja, feridas psicológicas, a maioria delas produzidas quando ainda éramos crianças, e que vivemos todos por aí, dodói, tentando se libertar das dores de nossos traumas.



Existem traumas, trauminhas e traumões.



Alguns carregam sacolas deles, outros se acham libertos, mas sempre carregam algum nos bolsos.



Como todos, eu já me libertei de vários, mas adquiri outros e, com o passar do tempo, até já me acostumei com alguns.



Quer saber, não troco alguns dos meus mais antigos traumas por felicidades virtuais que pululam por aí.



Curto minha solidão que antes me massacrava. Consigo despertar com ela ao lado e até consigo rir lembrando o quanto já me foi pavorosa e hoje mais parece uma corriqueira dor de cabeça.



Entretanto, superar essas meninas exige experiência, tempo e vontade, e infelizmente, a maioria acha que nunca tem tempo para nada.



Mas, as vezes elas ganham.



As penitenciárias, por exemplo, estão lotadas de traumas.



Os hospitais também, os manicômios em especial, enquanto os cemitérios servem de depósitos silenciosos de traumas que só se foram quando os hospedeiros foram também.



Ultimamente, para minha surpresa, descobri um trauma novo.



Algo assim, totalmente inesperado.



Descobri isso casualmente, caminhando pela rua, quando cruzei com uma moça usando a camiseta da seleção brasileira.



Camiseta da seleção brasileira... aquela mesma, canarinho, de tantas e tantas alegrias no passado.



De súbito me lembrou marchas fascistas, pato amarelo, panelas inox batidas.



Descobri que estou traumatizado por um símbolo que era de alegria.



Camisa amarelinha da seleção agora, na minha mente, está associada com fim de direitos e de aposentadoria.



Um novo trauma, um trauminha, mas como dói.



Talvez doa para sempre.



Ou até a seleção passar a jogar de azul.




Prof. Péricles

quinta-feira, 30 de março de 2017

CASAMENTO INFANTIL, VOCÊ SABIA?



Levantamento do Banco Mundial revela que o Brasil tem o maior número de casos de casamento infantil da América Latina e o quarto no mundo. No país, 36% da população feminina se casa antes dos 18 anos. As informações são da ONU News.


O estudo "Fechando a Brecha: Melhorando as Leis de Proteção à Mulher contra a Violência" lembra que a lei do Brasil estipula 18 anos como a idade legal para a união matrimonial e permite a anulação do casamento infantil. 



O problema é que há muitas brechas na legislação.



Se houver consentimento dos pais, por exemplo, as meninas podem se casar a partir dos 16 anos. 



A autora do estudo, Paula Tavares, fala sobre outras brechas na lei. “Um dispositivo ainda comum em todo o mundo é a permissão do casamento infantil – e em geral sem limite de idade – se a menina estiver grávida. Esse é o caso do Brasil”.



Segundo ela, o país também não prevê punição para quem permite que uma menina se case fora dos casos previstos em lei, nem para os maridos nesses casos. “Na América Latina, 24 países preveem pena a quem autorize o casamento precoce, mas o Brasil não está entre eles” observou.



Segundo o documento do Banco Mundial, a cada ano, 15 milhões de meninas em todo o mundo se casam antes dos 18 anos. 



Em muitas culturas, o casamento precoce muitas vezes é visto como uma solução para a pobreza, por famílias que acreditam que assim terão uma boca a menos para alimentar. No Brasil, os principais motivos incluem gravidez na adolescência e desejo de segurança financeira.



No entanto, o estudo destaca que o casamento infantil responde por 30% da evasão escolar feminina no ensino secundário a nível mundial e faz com que as meninas estejam sujeitas a ter menor renda quando adultas. Também as coloca em maior risco de sofrer violência doméstica, estupro marital e mortalidade materna e infantil.



O documento ressalta, ainda, que eliminar o matrimônio infantil traz ganhos econômicos. Por isso, as recomendações para o Brasil e a América Latina são eliminar as brechas na legislação e adotar punições para a união não prevista em lei.



Por Marcello Casal Jr. 

terça-feira, 28 de março de 2017

TRAGÉDIA BRANCA


Por: Monica de Bolle


A primavera costuma ser época de renascimento e esperança.

É primavera no Hemisfério Norte. Contudo, estudo de Anne Case e Angus Deaton (foi vencedor do Nobel de Economia em 2015 por suas contribuições na área de desigualdade de renda) mostra que, nesta primavera em particular, há muito desespero e tragédia.

Apresentado na prestigiosa reunião anual denominada Brookings Papers on Economic Activity, da centenária Brookings Institution aqui em Washington, o trabalho mostra que a expectativa de vida média de homens e mulheres brancos de meia-idade nos EUA está caindo vertiginosamente.

Indivíduos brancos com idade entre 45 e 54 anos morrem cada vez mais cedo, enquanto pessoas de outras raças e faixas etárias não estão desaparecendo no mesmo ritmo.

Não é só. Os que mais morrem cedo são aqueles com menos anos de estudo — homens e mulheres brancos sem educação superior padecem cerca de três a quatro vezes mais do que homens e mulheres brancos com grau universitário.

O fenômeno desvelado pelos autores é único entre os países desenvolvidos: apenas nos EUA se veem tantas mortes nessa faixa etária para esse grupo de pessoas com tal nível educacional, todos pertencentes à suposta "elite" branca.

As taxas de mortalidade em países desenvolvidos comparáveis continuaram a cair tal qual ocorria nos EUA antes dos anos 2000.

A revelação trágica de Case e Deaton, portanto, é também muito recente.

As causas apontadas para essas mortes precoces vão desde uma incidência maior de diabetes e outras doenças nessa faixa da população, ao suicídio, e ao abuso de álcool e drogas, sobretudo a epidemia de opioides que hoje tanto aflige diversos Estados e cidades americanos.

Os autores chamam essas mortes de "mortes do desespero", mortes causadas por uma profunda desesperança, pelo reconhecimento de que essas pessoas não terão jamais como alcançar a qualidade de vida que tinham seus pais e avós.

Hoje, a taxa de desemprego de quem tem apenas o Ensino Médio nos EUA está acima de 9%, enquanto a taxa de desemprego média do país inteiro está em 4,7%, ou a metade da que vale para os que têm baixos níveis de educação.

Ao que tudo indica, as políticas de Donald Trump não irão atenuar o sofrimento desses indivíduos desesperançados, muitos deles parte relevante do corte demográfico que elegeu o presidente americano.

Nas últimas semanas, Washington está paralisada pelas discussões em torno do American Health Care Act (AHCA), a proposta de reforma da saúde dos republicanos que visa alterar por completo aquela aprovada por Obama em 2010, conhecida como Obamacare.

De acordo com o Congressional Budget Office, órgão apartidário para a avaliação das políticas públicas que funciona no Congresso americano, serão 14 milhões os destituídos de seguro-saúde no primeiro ano de vigência da nova lei, caso seja aprovada. Até 2026, serão 24 milhões os indivíduos que não terão acesso a um plano de saúde.

O sistema de saúde nos EUA é inteiramente privado, o que revela o tamanho do problema para todos, mas sobretudo para essa população marcada pelo desespero.

Há mais. A proposta orçamentária recém desvelada por Trump prevê substancial aumento para os gastos militares e cortes profundos em programas sociais, muitos dos quais atendem a essa população que morre cada vez mais cedo. Portanto, a combinação do AHCA com o orçamento trumpista é muito mais do que aquilo que no Brasil conhecemos como "estelionato eleitoral".

As políticas propaladas pelo presidente são literalmente um golpe de morte na população que o elegeu em novembro de 2016.

Há solução? Case e Deaton argumentam que sim, que é possível reverter o quadro de mortes exageradas antes que seja tarde demais. Para isso, entretanto, é preciso fazer o oposto do que Trump propõe.

Donald Trump, em seu discurso de posse, fez questão de bradar que acabaria com o que chamou de "carnificina americana". Ao que tudo indica, o caminho que escolheu o levará a criar algo pior do que a carnificina sobre a qual discursou.



Monica de Bolle, Economista, pesquisadora do Peterson Institute for International Economics, professora da SAIS, Johns Hopkins University

sábado, 25 de março de 2017

BARCO A DERIVA

Quando o golpe fascista começou a demonstrar que teria êxito, os que defendem a ordem democrática passaram a apontar os perigos que esse êxito traria ao país.

Passados 7 meses de derrubada da presidente eleita e a posse espúria de um novo presidente as piores previsões não apenas se consolidam reais, como outras, não mencionadas, também tomam forma.

O pior desse escândalo da carne talvez nem seja o prejuízo financeiro ao país, uma tragédia nacional, ou a quebradeira de pequenos frigoríficos, uma tragédia pessoal. Pode ser que nem mesmo a fritura da imagem do Brasil lá fora seja o mais lamentável. Talvez o pior mesmo, seja a constatação de que o governo ilegítimo, é tão ilegítimo que não seja respeitado nem pelas esferas subalternas.

Sabe quando a tripulação de um navio perde a confiança no seu capitão? Ou quando a perícia do maestro é questionada pelo restante da orquestra?

É pouco céu para tanta pretensa estrela.

Para muitos, o que a polícia Federal fez, ou melhor, a forma como fez, jogando suspeitas no ventilador sem serem acompanhadas de provas, denuncia que há um motim no barco.

Como escreveu o Procurador de Justiça aposentado, Roberto Tardelli, “ninguém apontou para um lote de carnes e dali retirou papelão prensado; em matéria processual penal, a convicção vale apenas até a página dois, transformando-se em mera antipatia pessoal se dessa convicção não surgirem provas válidas e objetivamente consideradas”.

Certa vez, durante os tristes dias do golpe parlamentar, quando a presidenta Dilma nomeou um novo Ministro da Justiça, um superintendente da Polícia Federal afirmou, publicamente, que o órgão policial era técnico e que isso impedia que o Ministro da justiça interferisse em suas ações. Em outras palavras “o Ministro não manda na gente”.

É de se perguntar o que aconteceria com o superintendente do FBI, polícia federal dos Estados Unidos (modelo de país para a direita golpista) se manifestasse algo parecido.

Para derrubar um governo legitimamente eleito, as forças da elite do país forjaram servidores públicos que chamavam a presidente de tu e um ex-presidente de bandido.

Às vezes, a história nos mostra, cria-se um monstro que se volta contra si mesmo.

A democracia é baseada na liberdade, mas a liberdade se alicerça na responsabilidade. Como dizia minha professora de ensino fundamental, liberdade sem responsabilidade é libertinagem.

Um órgão investigativo federal que não dá explicação ao Ministro da Justiça e recusa outras análises antes de tomar atitudes “arrasa quarteirão” está trabalhando com liberdade ou com libertinagem?

Nessa terra de tanto amor ao Positivismo de Auguste Comte a ponto de ter em sua bandeira nacional um dístico que alerta para o respeito à hierarquia, deveriam, os que carregam consigo alguma responsabilidade sobre a coisa pública, questionar, onde chegará um país em que, cada um faz o que quer.

Como numa ópera em que cada um se acha a prima-dona.



Prof. Péricles