Ela era uma menina simples, de família pobre, se chamava Ana Lúcia (Analú, para os íntimos), trabalhava como balconista numa loja no centro da cidade e ganhava um salário pequeno, que mal dava para ajudar a família.
Ele era advogado, recém-formado, se chamava Raul e militava num partido de esquerda.
Ela não entendia nada de política e costumava ficar ouvindo ele se definir como um lutador pelos interesses dos mais pobres e suas definições sobre utopia, classes sociais e mais valia, coisas que ela não sabia do que se tratava, mas que ouvia com entusiasmo, já que ele falava bonito.
Ele dizia que sua luta era por ela e por outras como ela, gente simples do povo que ele tanto amava.
Certa vez Analú foi com o namorado numa reunião sindical. Sentados lado a lado ele tão educado, tão meigo provocava suspiros enquanto imaginava que jamais encontraria outro homem tão gentil e doce como ele. Um homem que a entendesse tão bem.
Então Raul foi chamado para falar no palco.
Pobre Ana Lúcia, nunca se recuperaria do trauma...
Diante da plateia seu namorado abandonou completamente os modos gentis e delicados assumindo uma postura extremamente agressiva. Gritou até ficar rouco, gesticulava como se manuseasse uma clava invisível e ofendeu um monte de gente que igualmente reagiram xingando e gesticulando.
Ao voltar ao seu lugar, ao lado dela, Raul voltou a ser o bondoso namorado de modos meigos que ela conhecia.
Naquela noite, ela não dormiu de tantos pensamentos conflitantes em sua cabeça. Qual deles afinal era seu namorado?
No outro dia, ela até questionou o porquê da transformação e ele respondeu que agia assim porque defendia suas posições políticas e o povo, que o seu sindicato deveria sempre defender o povo e impedir quaisquer distorções desse objetivo que é o que aconteceria se o grupo rival dominasse o sindicato.
Ela era povo, pensava Analú, mas preferia o Raul educado e afetuoso e não aquele estranho que ficava vermelho de tanto gritar e ofender.
Com o tempo Raul foi parecendo mais estranho à Ana Lúcia.
Buscava convencê-la do que era interessante e o que não valia nada. Do que ela deveria fazer ou menosprezar. Queria dirigir suas escolhas e quando ela não demonstrava entusiasmo a chamava de alienada e direcionada pela sociedade e pela propaganda burguesa.
Ana Lúcia cada vez mais se percebia sem vontade e não entendia como alguém que dizia amá-la era tão surdo para seus pequenos desejos a ponto de cada vez mais esconder dele as suas próprias opiniões.
Um certo dia ela percebeu que entre ela e Raul a distância só fazia aumentar.
E o namoro terminou.
A esquerda brasileira sempre teve mais intelecto do que povo e sobre o povo mais teorias do que prática.
No Brasil depois de 14 anos no poder e pós golpe talvez fosse interessante um repensar sobre suas estratégias e seu destino, mas, sem esquecer o que mesmo quer o povo que ela jura representar.
Ou Raul e Ana Lúcia continuarão distantes.
Prof. Péricles
domingo, 9 de abril de 2017
sexta-feira, 7 de abril de 2017
SÓ PODE SER DEBOCHE
Rede Globo...
Presença de Anitta - a garota que foi abusada na infância e depois virou uma "ninfeta safada" de 18 anos que seduz e destrói a vida um pai de família (interpretado por José Mayer).
Laços de Família - esse mesmo ator interpreta Pedro, que se envolve com várias mulheres, fazendo todas se odiarem. Uma delas é uma menor de idade, interpretada por Debora Secco, com quem ele tem relacionamentos sexuais agressivos como forma de "corretivo". Na mesma novela mãe e filha disputam o mesmo homem.
Avenida Brasil - o empresário Cadinho se envolve com três mulheres lindas, ricas e poderosas, que abrem mão do conforto e, sobretudo, da dignidade para viver com ele na pobreza mesmo depois de se descobrirem enganadas.
Ligações Perigosas - o personagem Augusto, vivido por Selton Mello, entra no quarto de Cecília, estupra a personagem, que depois se apaixona por ele;
Verdades Secretas - o milionário empresário Alex se apaixona pela personagem Angel de 16 anos, com quem vive um tórrido romance, a ponto de se casar com a mãe dela para ficar perto da moça. A trama termina com o suicídio de uma mulher e com outra se tornando homicida;
Império - O charmoso e sedutor Comendador, vivido por Alexandre Nero, casado com Marta, mantém uma mulher mais jovem que sua filha como amante. O galante morre no final, deixando as duas com nítido sentimento de viuvez;
Da cor do pecado - O título da novela faz referência à cor de sua protagonista, Taís Araújo, cujos "dotes" de sedução são associados à sua negritude.
BBB - participante Laercio confessa embebedar adolescentes para fazer sexo com elas e, em sua saída, Pedro Bial diz "venha para fora com suas Anittas e Lolitas".
Escolinha do professor Raimundo - a personagem Marina da Glória sempre responde errado às perguntas, porém com sua voz sexy e seu "jeito insinuante", acaba tirando 10.
Angélica e Xuxa - as duas apresentadoras eram, ainda menores de idade, hipersexualizadas em programas para crianças, a ponto do jornal o Estado de São Paulo dizer que Xuxa povoava os mais secretos pensamentos infantis. O mesmo jornal anunciou que a TV manchete agora poderia fazer frente à audiência de Xuxa, pois havia contratado a estonteante ninfeta Angélica, à época com 13 anos.
Somando-se a esses exemplos as incontáveis passadas de mão, beijos roubados, assédio moral e sexual em ambiente de trabalho que depois viram romance, etc, etc.
Quando a Rede Globo diz, em nota, que "repudia qualquer forma de desrespeito, violência ou preconceito"... Só pode ser deboche, não é?
A Rede Globo sempre hipersexualizou nossos corpos, ridicularizou e desprezou nossas potencialidades, romantizou abusos, violências e humilhações contra todas as mulheres, ricas e pobres, e mais violentamente ainda contra mulheres negras e atuou fortemente na naturalização da cultura do estupro, da pedofilia e da exploração sexual.
Não vamos cair nessa!
Texto de Francine Albernaz Pickersgill
quinta-feira, 6 de abril de 2017
O BRASIL E A GRANDE TRAGÉDIA
Planeta Terra, em algum momento do futuro.
Há muito o planeta já não tem vida, porém, nesse exato momento recebe a visita de uma equipe de arqueólogos espaciais, ets em busca de respostas.
Por que a vaca, ou melhor, a Terra foi pro brejo?
Quem apertou o botão? Ou o teclado?
Teria sido o lendário Trump, citado em cds primitivos como um presidente demoníaco do norte?
Livros antigos apontam que a respostas devem estar no hemisfério sul do orbe, mais precisamente num lugar outrora chamado de Brazil ou Brasil, algo assim...
As escavações começaram onde muitos acreditavam ser o local de fundação da terceira polis capital, Brasília, mas, as surpresas mesmo vieram de outro sítio arqueológico: uma tal São Paulo.
Os primeiros trabalhos revelaram restos de um grande pato. Um pato de borracha, aparentemente um deus pagão adorado por uma estranha tribo de idiotas.
Depois foram descobertas amontoados de tecidos que se revelarem camisas amarelas com um curioso símbolo esotérico com as letras “CBF”.
Qual seria a ligação? O que aquele pato de borracha e aqueles vestígios de camisetas tinham a ver com o fim da vida inteligente naquela parte do planeta?
Outras expedições continuaram incansáveis, escavando e amontoando descobertas.
Comprovou-se a existência de uma seita secreta denominada PMDB que tinha o poder das mutações, pois era encontrada em praticamente todas as formas de poder estabelecidas.
Em estranhas pinturas rupestres, conhecidas por pichações, haviam citações fascistas e adorações a lideres homofóbicos e racistas.
Antigos instrumentos, aparentemente panelas inox amassadas, também foram encontrados nos entulhos dessa civilização.
Então era isso? Mas como seria possível?
O tal Brazil, depois de um período de combate à miséria registrado em seus pergaminhos quando até as águas sagradas do São Francisco trouxeram vida ao árido nordeste havia entrado em tamanha decadência levado apenas por lideranças fascistas que usaram pato de borracha, camisetas amarelas e usando panelas como instrumentos de guerra?
Buscando datar os acontecimentos os historiadores ets admiraram-se ao descobrir que tudo havia sido contemporâneo.
O pato, as águas do rio, o combate à miséria, as marchas fascistas, as panelas, as camisetas, os idiotas, tudo junto e misturado...
Como era possível tamanha confusão?
Teria esse povo ingerido veneno tóxico? Maconha estragada? Lavagem cerebral?
E qual o papel em tudo aquilo daquele aparelhinho primitivo de transmissão de imagens que eles chamavam de televisão?
Há muito o planeta já não tem vida, porém, nesse exato momento recebe a visita de uma equipe de arqueólogos espaciais, ets em busca de respostas.
Por que a vaca, ou melhor, a Terra foi pro brejo?
Quem apertou o botão? Ou o teclado?
Teria sido o lendário Trump, citado em cds primitivos como um presidente demoníaco do norte?
Livros antigos apontam que a respostas devem estar no hemisfério sul do orbe, mais precisamente num lugar outrora chamado de Brazil ou Brasil, algo assim...
As escavações começaram onde muitos acreditavam ser o local de fundação da terceira polis capital, Brasília, mas, as surpresas mesmo vieram de outro sítio arqueológico: uma tal São Paulo.
Os primeiros trabalhos revelaram restos de um grande pato. Um pato de borracha, aparentemente um deus pagão adorado por uma estranha tribo de idiotas.
Depois foram descobertas amontoados de tecidos que se revelarem camisas amarelas com um curioso símbolo esotérico com as letras “CBF”.
Qual seria a ligação? O que aquele pato de borracha e aqueles vestígios de camisetas tinham a ver com o fim da vida inteligente naquela parte do planeta?
Outras expedições continuaram incansáveis, escavando e amontoando descobertas.
Comprovou-se a existência de uma seita secreta denominada PMDB que tinha o poder das mutações, pois era encontrada em praticamente todas as formas de poder estabelecidas.
Em estranhas pinturas rupestres, conhecidas por pichações, haviam citações fascistas e adorações a lideres homofóbicos e racistas.
Antigos instrumentos, aparentemente panelas inox amassadas, também foram encontrados nos entulhos dessa civilização.
Então era isso? Mas como seria possível?
O tal Brazil, depois de um período de combate à miséria registrado em seus pergaminhos quando até as águas sagradas do São Francisco trouxeram vida ao árido nordeste havia entrado em tamanha decadência levado apenas por lideranças fascistas que usaram pato de borracha, camisetas amarelas e usando panelas como instrumentos de guerra?
Buscando datar os acontecimentos os historiadores ets admiraram-se ao descobrir que tudo havia sido contemporâneo.
O pato, as águas do rio, o combate à miséria, as marchas fascistas, as panelas, as camisetas, os idiotas, tudo junto e misturado...
Como era possível tamanha confusão?
Teria esse povo ingerido veneno tóxico? Maconha estragada? Lavagem cerebral?
E qual o papel em tudo aquilo daquele aparelhinho primitivo de transmissão de imagens que eles chamavam de televisão?
Mistérios.
Fato é que a vida inteligente havia desaparecido mas...
Fato é que a vida inteligente havia desaparecido mas...
Será que alguém, racionalmente, conseguirá, um dia, entender o que aconteceu no Brasil?
(Continua)
Prof. Péricles
(Continua)
Prof. Péricles
terça-feira, 4 de abril de 2017
QUAL O SEU NOME?
Por Apóllo Natali
Havia expectativa quanto ao primeiro brasileirinho ou brasileirinha a nascer no terceiro milênio, e também com relação ao nome que receberia.
Seria o de algum revolucionário, como os muitos rebentos da geração 68 batizados de Ernesto em homenagem a Chê Guevara? O de um herói dos esportes, como o Romário que nos deu o tetracampeonato de futebol? Daniela, para lembrar a Mercury que canta e nos encanta?
Nada disto. A inspiração do nome da menina que nasceu à meia-noite em ponto do primeiro dia de janeiro de 2001, na cidade paulista de Sorocaba, veio do anseio dos pais de que ela alcançasse muitos triunfos na vida: Natália Vitória.
O nome é um modo de designar as pessoas. É como uma etiqueta colocada sobre nós. E é uma instituição jurídica. Muitos pais e mães, alguns irresponsáveis, outros visionários, andaram colocando nomes desmoralizantes em seus filhos.
Nada disto. A inspiração do nome da menina que nasceu à meia-noite em ponto do primeiro dia de janeiro de 2001, na cidade paulista de Sorocaba, veio do anseio dos pais de que ela alcançasse muitos triunfos na vida: Natália Vitória.
O nome é um modo de designar as pessoas. É como uma etiqueta colocada sobre nós. E é uma instituição jurídica. Muitos pais e mães, alguns irresponsáveis, outros visionários, andaram colocando nomes desmoralizantes em seus filhos.
Isto não existe mais, porque agora os nossos oficiais de registro não aceitam nomes bizarros, evitando também os homônimos (quase sempre de famosos); se os pais insistem, entregam a decisão ao juiz.
Ninguém pode impedir que os pais escolham nomes de personalidades para seus filhos, como Lincoln, Washington, Jefferson, Margareth, Edson (o da lâmpada), Roosevelt e outros.
Embora tenham se complicado os que, vivendo em países onde a esquerda não tem colher de chá, escolheram nomes incomuns como Lênin, Stalin, Trotsky, Fidel (o já citado Ernesto escapava, por já ser muito utilizado antes de certa foto correr mundo).
No tempo da segunda guerra mundial, o povo do nordeste do Brasil lia a placa da base da marinha dos Estados unidos – US Nave – e seus filhos passaram a se chamar Usnave.
Tamanha foi a pílula de westerns enfiados garganta abaixo aos cidadãos do mundo pelos Estados Unidos, que houve crianças batizadas com os nomes de Durango Kid, Jamesvest, Marlon Brando e quem procurar vai achar mais.
Eu sou Apóllo, que a partir do lançamento das naves à Lua, passou a designar tudo, desde funilarias e teatros até calcinhas. Meu pai é Cezar. Meu avô, Aníbal. Minha avó, Kzarina. Um primo, Homero. Um tio, Américo. Tias e primas têm nomes de flores: Margarida, Flora, Valquiria, Florisa, Rosa, Violeta, Jasmin. Minha irmã se chama Primavera.
No meu serviço tinha Ulysses, Narciso, Adonis, Hércules.
Quando me dizem que meu nome é o de um deus grego, o da beleza, modéstia à parte retruco que é também o nome de um inseto, apenas para ressaltar a transitoriedade das nossas vidas.
Mas há nomes que ultrapassam a imaginação.
O dono de um carro que comprei uma vez, se chamava Universo Trincado. Excelente pessoa que, certamente, não pode concordar com os juristas que dizem que o nome dá a chave da pessoa quase inteira.
No Nordeste era conhecido, há algumas décadas, o nome lança Perfume Rodo Metálico. Conhecidos foram também os nomes de Maria Tiburcina Prostituta Cataerva e Maria da Graciosa Rodela. Uma mulher morreu de parto e a criança se chamou Restos Mortais de Catarina.
Existem até colecionadores de nomes esquisitos, que falam em Cafiaspirina da Silva, Um Dois Três de Oliveira Quatro, Olindo Barba de Jesus, José Casou de Calças Curtas, Decênio Feverêncio de Oitenta e Cinco, Antonio Dodói.
Os jornais divulgaram certa vez nomes de artistas de ópera. A família era formada pela menina Traviata, os meninos Trovador e Rigoleto. E também Crepúscula dos Deuses, Produto do Amor Conjugal de Maria América e Mariano Chaves.
O ex-presidente Getúlio Vargas, católico declarado, colocou nome de protestante num de seus filhos: Lutero.
O povo já ouviu falar de gente chamada Oceano Pacífico e dos nomes literários dados aos filhos pelo então deputado Epílogo de Campos: se chamaram Prólogo, Soneto e Ementa. O que esperou fosse o último se chamou Epílogo Júnior. Mas veio mais um, menina, de nome Errata.
Jerônimo Rosado teve muitos filhos e os chamou de Um, Dois, Três, e por aí vai, só que em francês. Um deles, o vigésimo, foi o deputado Vingt Rosado. O décimo oitavo, Dix-Huit Rosado.
Um nome sempre citado pelos catedráticos de Direito em sala de aula é Himeneu Casamentício das Dores Conjugais.
E você, quem é?
Apóllo Natali foi o primeiro redator da antiga Agência Estado. Escreve atualmente para diversos sites e blogs de notícia, como o Observatório da Imprensa.
Ninguém pode impedir que os pais escolham nomes de personalidades para seus filhos, como Lincoln, Washington, Jefferson, Margareth, Edson (o da lâmpada), Roosevelt e outros.
Embora tenham se complicado os que, vivendo em países onde a esquerda não tem colher de chá, escolheram nomes incomuns como Lênin, Stalin, Trotsky, Fidel (o já citado Ernesto escapava, por já ser muito utilizado antes de certa foto correr mundo).
No tempo da segunda guerra mundial, o povo do nordeste do Brasil lia a placa da base da marinha dos Estados unidos – US Nave – e seus filhos passaram a se chamar Usnave.
Tamanha foi a pílula de westerns enfiados garganta abaixo aos cidadãos do mundo pelos Estados Unidos, que houve crianças batizadas com os nomes de Durango Kid, Jamesvest, Marlon Brando e quem procurar vai achar mais.
Eu sou Apóllo, que a partir do lançamento das naves à Lua, passou a designar tudo, desde funilarias e teatros até calcinhas. Meu pai é Cezar. Meu avô, Aníbal. Minha avó, Kzarina. Um primo, Homero. Um tio, Américo. Tias e primas têm nomes de flores: Margarida, Flora, Valquiria, Florisa, Rosa, Violeta, Jasmin. Minha irmã se chama Primavera.
No meu serviço tinha Ulysses, Narciso, Adonis, Hércules.
Quando me dizem que meu nome é o de um deus grego, o da beleza, modéstia à parte retruco que é também o nome de um inseto, apenas para ressaltar a transitoriedade das nossas vidas.
Mas há nomes que ultrapassam a imaginação.
O dono de um carro que comprei uma vez, se chamava Universo Trincado. Excelente pessoa que, certamente, não pode concordar com os juristas que dizem que o nome dá a chave da pessoa quase inteira.
No Nordeste era conhecido, há algumas décadas, o nome lança Perfume Rodo Metálico. Conhecidos foram também os nomes de Maria Tiburcina Prostituta Cataerva e Maria da Graciosa Rodela. Uma mulher morreu de parto e a criança se chamou Restos Mortais de Catarina.
Existem até colecionadores de nomes esquisitos, que falam em Cafiaspirina da Silva, Um Dois Três de Oliveira Quatro, Olindo Barba de Jesus, José Casou de Calças Curtas, Decênio Feverêncio de Oitenta e Cinco, Antonio Dodói.
Os jornais divulgaram certa vez nomes de artistas de ópera. A família era formada pela menina Traviata, os meninos Trovador e Rigoleto. E também Crepúscula dos Deuses, Produto do Amor Conjugal de Maria América e Mariano Chaves.
O ex-presidente Getúlio Vargas, católico declarado, colocou nome de protestante num de seus filhos: Lutero.
O povo já ouviu falar de gente chamada Oceano Pacífico e dos nomes literários dados aos filhos pelo então deputado Epílogo de Campos: se chamaram Prólogo, Soneto e Ementa. O que esperou fosse o último se chamou Epílogo Júnior. Mas veio mais um, menina, de nome Errata.
Jerônimo Rosado teve muitos filhos e os chamou de Um, Dois, Três, e por aí vai, só que em francês. Um deles, o vigésimo, foi o deputado Vingt Rosado. O décimo oitavo, Dix-Huit Rosado.
Um nome sempre citado pelos catedráticos de Direito em sala de aula é Himeneu Casamentício das Dores Conjugais.
E você, quem é?
Apóllo Natali foi o primeiro redator da antiga Agência Estado. Escreve atualmente para diversos sites e blogs de notícia, como o Observatório da Imprensa.
domingo, 2 de abril de 2017
COMO IDENTIFICAR UM COXINHA
ESTUDO REVELA COMO INDENTIFICAR UM PERFIL DE COXINHA NO FACE:
1) -"Não sou nem de esquerda, nem de direita, sou pelo Brasil!" - (é de direita).
2) -"Não tenho partido, meu partido é o Brasil!" - (vota no PSDB).
3) -"Quero que a corrupção seja combatida no PT, PSDB ou PQP!" - (quer que a corrupção seja combatida apenas no PT. No perfil pessoal, só tem publicações contra o PT. Contra o PSDB ou PQP, nada).
4) -"Não sou coxinha nem petralha, sou brasileiro!" - (é coxinha).
5) -"Quero meu país livre da corrupção!" - (vota em Alckmin há 15 anos).
6) -"PT gosta de sustentar vagabundo!" - (perdeu a escrava doméstica e está tendo que lavar os pratos).
7) -"Não sou PSDB, mas também não concordo com o Bolsa-Esmola do PT!" - (é fascista).
8) -"PT dá casa pra vagabundo!" - (é proprietário de várias casas para alugar).
9) -"Estou indignado com tanta corrupção!" - (segurou o cartaz 'Somos milhões de Cunhas').
10) -"Nenhum político presta!" - (é analfabeto político).
11) -"Tempos bons eram os de FHC!" - (é patrão e não paga direitos trabalhistas nem tira nota fiscal ).
12) -"Não sou de direita, mas tem que tirar essa vagabunda do poder!" - (votou em Aécio e está com o avatar de Bolsonaro na foto do perfil).
13) -"O PT não ensina a pescar e ainda rouba os rios e o anzol!" - (é fã de Lobão, assina a Veja, assiste e ri com Danilo Gentili, e publica 'pensamentos' de Arnaldo Jabor).
14) -"O PT quer parar com as investigações!" - (é burro).
15) -"Não sou de direita, mas o PT é uma quadrilha!" - (vota no PSDB desde que tirou o título).
16) -"Não bato panelas contra partido A ou B, mas contra a corrupção!" - (tem que bater uma panela de pressão na própria cabeça).
17) -"Não pude trocar meu carro, um absurdo o preço!" - (nunca passou necessidade ou se importou com quem já passou).
18) -"Não sou de direita, mas minha bandeira não vai ser vermelha! Fora Dilma, fora Lula, fora PT, fora petralhas, fora comunistas, vão embora para Cuba e deixem nosso país em paz!" - (é caso perdido, tem que ser internado).
19) -"Encher o Peito e chamar alguém de Pão com Mortadela" (Pobre SOBERBA que passava fome e melhorou de vida no governo Lula/Dilma e hoje se acha rico por que vota em Aécio que é candidato de rico).
Texto: Samantha Costa
sábado, 1 de abril de 2017
TRAUMAS, TRAUMINHAS E TRAUMÕES
Trauma é uma palavra de origem grega. Os gregos chamavam assim uma “ferida” produzida por uma ação violenta.
Freud explicou que todos nós temos muitos traumas psicológicos, ou seja, feridas psicológicas, a maioria delas produzidas quando ainda éramos crianças, e que vivemos todos por aí, dodói, tentando se libertar das dores de nossos traumas.
Existem traumas, trauminhas e traumões.
Alguns carregam sacolas deles, outros se acham libertos, mas sempre carregam algum nos bolsos.
Como todos, eu já me libertei de vários, mas adquiri outros e, com o passar do tempo, até já me acostumei com alguns.
Quer saber, não troco alguns dos meus mais antigos traumas por felicidades virtuais que pululam por aí.
Curto minha solidão que antes me massacrava. Consigo despertar com ela ao lado e até consigo rir lembrando o quanto já me foi pavorosa e hoje mais parece uma corriqueira dor de cabeça.
Entretanto, superar essas meninas exige experiência, tempo e vontade, e infelizmente, a maioria acha que nunca tem tempo para nada.
Mas, as vezes elas ganham.
As penitenciárias, por exemplo, estão lotadas de traumas.
Os hospitais também, os manicômios em especial, enquanto os cemitérios servem de depósitos silenciosos de traumas que só se foram quando os hospedeiros foram também.
Ultimamente, para minha surpresa, descobri um trauma novo.
Algo assim, totalmente inesperado.
Descobri isso casualmente, caminhando pela rua, quando cruzei com uma moça usando a camiseta da seleção brasileira.
Camiseta da seleção brasileira... aquela mesma, canarinho, de tantas e tantas alegrias no passado.
De súbito me lembrou marchas fascistas, pato amarelo, panelas inox batidas.
Descobri que estou traumatizado por um símbolo que era de alegria.
Camisa amarelinha da seleção agora, na minha mente, está associada com fim de direitos e de aposentadoria.
Um novo trauma, um trauminha, mas como dói.
Talvez doa para sempre.
Ou até a seleção passar a jogar de azul.
Prof. Péricles
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