domingo, 2 de novembro de 2014

SEMELHANÇAS PERIGOSAS




Em 1964 a presidência era exercida por João Goulart, democraticamente eleito para o cargo de vice-presidente, em 1960 e legalmente empossado com a renúncia do presidente em agosto de 1961.

Hoje o cargo de presidente é exercido por Dilma Roussef, democraticamente eleita em 2010 e reeleita em 2014.

Em 1964 as forças conservadoras e golpistas eram lideradas no Brasil, por partidos travestidos de democratas, como a UDN, mas que, na verdade conspiravam contra a democracia. Suas lideranças populistas contavam com políticos como Carlos Lacerda, vulgo, o Corvo, um notório conspirador e alimentador de golpes, além de Ademar de Barros, governador de São Paulo, Magalhães Pinto, governador de Minas Gerais e outros.

Hoje, as forças conservadoras e reacionárias não encontram em nenhum partido ou liderança pessoal, capacidade de vitória nas urnas, e são lideradas pela própria mídia que no uso de concessões públicas assumiram o papel de oposição ao governo instituído.

Em 1964 os interesses externos e seus aliados internos temiam perder privilégios a partir do reconhecido nacionalismo de Jango que, havia conseguido um grande triunfo ao aprovar no Congresso a Lei que criava embaraços ao envio dos lucros das multinacionais ao exterior, exigindo que esse capital ficasse no Brasil por um tempo mínimo estabelecido.

Atualmente, o capital supranacional sofre com os limites impostos à exploração do pré-sal brasileiro e sonha com os astronômicos lucros que poderiam angariar sem esses limites.

Em 1965 haveria eleição para presidente e os golpistas temiam que João Gourlart fosse lançado candidato o que seria fatal para a candidatura de Lacerda.

Atualmente o país saiu de um disputado processo em que as forças conservadoras, mais uma vez foram derrotadas e temem a volta de Lula em 2018 o que, praticamente decretaria nova derrota desses grupos.

Em 1964, os reacionários organizaram as “Marchas da Família Com Deus pela Pátria”, movimentos de forte apelo a valores tradicionais que pretendiam contrastar com o suposto “comunismo” do presidente da república, exemplificado por esses movimentos, com as Reformas de Base, defendidas por Jango.

Atualmente essas mesmas forças buscam criar movimentos que defendam os mesmo valores “patrióticos” contra uma esquerdização do governo, exemplificado em seus programas sociais, como o Bolsa Família.

Em 1964, o presidente não agiu de forma firme contra esses grupos acreditando na fidelidade do governo, garantida pelo Ministro da Guerra Assis Brasil, e foi derrubado em 31 de março daquele ano. Não resistiu ao golpe, e preferiu o exílio. O país mergulhou num movimento militar que se anunciava “democrático”, mas que se tornou ditadura e se radicalizou em 1968, mergulhando o país em 20 anos de trevas onde prisões ilegais, torturas, mortes e todo tipo de violência do estado foi permitida.

Hoje, não se percebe do governo, disposição para radicalizar a democracia e ir fundo no desmascaramento de golpistas que seguem impunes formulando suas teorias de conspiração.

As semelhanças são muitas. O final será o mesmo?

Para que serve a história se não para impedir que se recorra aos mesmos erros?

Fique atento. A história, somos nós.


Prof. Péricles
















Um comentário:

Anônimo disse...

Muito parecido estes dois momentos. Quem assistiu ao documentário "JANGO", sabe bem o perigo que estamos correndo.