Quando a direção do PC do B escolheu a região do Araguaia para implantar a guerrilha rural como forma de luta contra a Ditadura Militar, o fez por questões estratégicas, evidentemente. Além de possuir uma geografia onde predominava a selva, cenário ideal para uma guerrilha, também contava o fato de ser uma das regiões mais pobres do Brasil e onde os habitantes eram terrivelmente explorados, sendo expulsos de suas terras por grileiros e capangas.
Além da revolta a Guerrilha levou a politização.
Por isso, depois que o movimento foi definitivamente vencido e extirpado pela força das baionetas (entre 1972 e 1973) um fenômeno aconteceu.
Primeiro se abateu sobre a região e as pessoas um silêncio de pavor. As forças militares e paramilitares implantaram tamanho medo entre os caboclos que ninguém, por um bom tempo, ousava falar na guerrilha e nos guerrilheiros mortos.
Depois, com o passar do tempo, o pavor foi dando lugar a uma enorme revolta. Uma revolta diferente, esquematizada e consolidada pela luta e pela derrota, que serviu como mestra.
Como consequência, formou-se no Araguaia um bolsão de lutas e e revindicações sociais que fazem da região um dos focos de maior resistência à exploração em nosso país.
Lá surgiram sindicatos e organizações como a dos presos e torturados pelo exército durante a guerrilha (uma das táticas dos militares foi prender as pessoas em quantidades e tortura-las para não ajudar a guerrilha). Também se criaram instrumentos de resistência e estruturação do MST.
Isso parece indicar que o povo marginalizado e explorado, quando aprende coisas participação e resistência, nunca mais aceita a exploração anterior.
A vitória dos militares, teve um alto custo e se revelou uma vitória de Pirro.
O rei Pirro, do Épiro, obteve uma vitória militar sobre os romanos na Batalha de Heracleia, em 280 a.C. Ao receber as notícias da batalha e perceber o grande número de perdas humanas teria dito que "outra vitória como esta e estaremos perdidos".
Os golpistas de hoje acreditam que, depondo Dilma e fabricando fatos contra a pessoa de Lula através de casuísmos jurídicos apagarão da memória do país os feitos sociais positivos dos governos de ambos.
Pensam eles que será possível retornar ao patamar anterior em que o povo elegia presidentes em cima de planos falaciosos e enganadores.
Acreditam que nosso povo mais humilde esquecerá os benefícios de programas sociais como o “Bolsa Família” ou “Mais Médicos”, mas estão enganados.
Nossa gente mais distante da educação formal, mas formado na educação da vida não tardará a perceber a diferença entre um governo nacionalista e social de um governo supra nacionalista, privatista e neoliberal.
Por isso, embora aparentemente estejam hoje ganhando, o tempo mostrará que uma coisa é conquistar o poder com o apoio das forças mais poderosas do país, outra é manter esse poder e que algumas vitórias trazem amarguras maiores do que as derrotas.
Mostrará também que nosso povo mudou, e nunca mais será o mesmo.
Quanto a Dilma, sugere-se frase de Fidel Castro diante do tribunal que o julgou após o atentado ao Quartel de Moncada em 1953: “não me importo com seus juízos, a história me julgará”.
Prof. Péricles
Quanto a Dilma, sugere-se frase de Fidel Castro diante do tribunal que o julgou após o atentado ao Quartel de Moncada em 1953: “não me importo com seus juízos, a história me julgará”.
Prof. Péricles
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