terça-feira, 29 de dezembro de 2015

RELEMBRANDO 2015, NACIONAIS

O ódio nas ruas

De certa forma, 2015 foi um ano perdido na economia nacional também como consequência de uma crise política que não permitiu medidas mais objetivas no enfrentamento das dificuldades econômicas.

A frágil e exígua democracia brasileira (dizem que ela existe) esteve por um tênue fio.

O fascismo representado em outros tempos com os integralistas de Carlos Lacerda retorna lépido e faceiro, vestido de CBF pedindo o fim da corrupção e o impeachment de uma presidente eleita por mais de 54 milhões de votos.

Mas se a “democracia” sobreviveu a ingenuidade dos que acreditavam num presidente do congresso ou num senador derrotado como paladinos da justiça, morreu.

A seguir as manchetes nacionais com jeito de conteúdo de prova de atualidades.

Sempre lembrando que processos ainda em andamento, como a questão do impeachment, não costumam cair em prova.

Ao começar 2015 o Brasil descobriu que em alguns lugares do mundo a pena de morte ainda existe. O carioca Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos foi fuzilado por tráfico de drogas na Indonésia, já que o presidente daquele país, Joko Widodo não tomou conhecimento dos insistentes pedidos do governo brasileiro de conceder clemência e alterar a pena para prisão.

Em fevereiro uma greve de estranhas origens sindicais promoveu bloqueios em estradas federais, sendo o estado do Rio Grande do Sul, o mais afetado, com 91 bloqueios.

Em março a Operação Lava a Jato passa a fazer parte do cotidiano do brasileiro, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavaski, deferiu 21 pedidos de abertura de inquéritos.

O Judiciário brasileiro levou uma pancada no seu ego quando em abril o juiz Flávio Roberto de Souza confessa que desviou cerca de R$ 1,14 milhão sob sua tutela, além de utilizar o veículo de luxo do empresário Eike Batista. Mas, o juiz foi exemplarmente punido com.. a aposentadoria.

O vergonhoso futebol brasileiro atingiu seu clímax de vexame internacional com a prisão do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, em maio, na Suíça.

A cota de fiascos nacionais cresceu em junho quando uma inexplicável missão diplomática, tendo o senador Aécio Neves (PSDB) à frente terminou de forma vexatória algumas horas depois de pousar no aeroporto da Venezuela, com as vaias de populares. Nossos heróis tentaram o papel de vítimas, mas, restou mesmo o papel de intrometidos e desajeitados.

O que não teve graça nenhuma foi um atentado a bomba contra o Instituto Lula, em julho, na Zona Sul da capital paulista. A bomba atirada de um carro em movimento causou apenas danos materiais, mas, serviu de alerta. A extrema direita em ascensão no país deve ser vista com seriedade e atenção.

O horror das chacinas voltou a assustar o Brasil em agosto quando 18 pessoas foram mortas nos municípios de Osasco e Barueri. O paulista sente-se cada vez mais desprotegido e acuado.

Uma anotação que não tem as características de de prova, mas que me obrigo a fazer por uma questão pessoal.

Morreu em setembro um dos meus ídolos dos tempos de formação no curso de história, o grande historiador, escrito e professor Joel Rufino dos Santos. Autor de mais de 50 livros de ficção e não-ficção, Rufino escrevia para adultos, jovens e crianças, ganhou alguns prêmios por sua literatura. Foi uma das cabeças iluminadas na área do ensino de história no período da ditadura militar, quando foi preso e torturado. Foi-se o professor, mas ficou sua obra e sua mensagem de coragem na forma de reinterpretar a história do Brasil.

O Brasil manteve sua tradição de atenção aos refugiados políticos. Em outubro o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Refugiados (ACNUR) considerou o Brasil um dos mais importantes países para o acolhimento de imigrantes e refugiados. Existem atualmente, 8,4 mil refugiados legalizados no país.

Em novembro (dia 5) ocorreu o maior incidente ambiental da história do Brasil. O rompimento de barragens da mineradora Samarco. O mar de lama desapareceu com a cidade de Mariana (MG) e seguiu num rastro de destruição até desembocar no mar, no estado do Espírito Santo. Os efeitos nocivos ao meio-ambiente ainda são desconhecidos em sua total profundidade.

O ano termina com um alarme sanitário. Com o aumento de casos de microcefalia no país, relacionados ao vírus zika, a coordenadora do ambulatório de microcefalia do Hospital Oswaldo Cruz, Regina Coeli, recomendou que grávidas usem repelentes para evitar que sejam picadas pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus. O país redobra sua guerra contra o mosquito.


Prof. Péricles

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