sábado, 28 de fevereiro de 2015

OS BONITOS E O FIM DA HUMANIDADE


Thomas Malthus, economista e demógrafo britânico preocupava-se com o crescimento populacional humano em relação as condições naturais do planeta para abastecer os novos membros. Em 1797 publicou uma série de ideias alertando para a importância do controle da natalidade, afirmando que o bem estar populacional está intimamente relacionado com o crescimento demográfico do planeta. Segundo essas ideias, enquanto a população cresce numa progressão algébrica (exponencial) os recursos alimentares crescem numa progressão aritmética e, um dia, não haveria alimentos para todo mundo.

Malthus concluía alertando sobre a necessidade do controle da natalidade e isso o tornou um dos mais odiados inimigos da igreja.

O tempo amainou o alarme da Malthus. Guerras, doenças e novas condições econômicas trataram de diminuir o ritmo alucinante do crescimento populacional, enquanto que, novas descobertas e tecnologias aumentaram a produção de alimentos.

O problema maior, entretanto, parece ser a incapacidade humana de distribuir de forma justa o que é produzido.

As elites sociais e as elites geopolíticas continuam sendo a maior ameaça quando se debruça sobre a questão demográfica e se relaciona essas questões a sobrevivência humana.

Vejam, por exemplo, a interessante pesquisa feita pelo pesquisador John Calhoun.

Em 1972, ele decidiu construir um paraíso para ratos, com belos edifícios e alimento ilimitado (foto). Ele introduziu oito ratos a essa população.
“Universo 25” era o nome da caixa gigante, projetada para ser uma “utopia roedora”.

Dividido em “praças principais” por sua vez subdivididas em níveis, com rampas indo até os “apartamentos”, o Universo 25 era um lugar maravilhoso, sempre abastecido com comida, mas que logo começou a ficar apertado demais.

Tendo iniciado com oito ratos, quatro machos e quatro fêmeas, o Universo 25 chegou ao dia 560 com uma população de 2.200 animais. Em seguida, diminuiu de forma constante até a extinção irrecuperável.

Durante os terríveis dias dessa população de pico, a maioria dos ratos gastava cada segundo que vivia na companhia de centenas de outros ratos. Eles se reuniam nas principais praças à espera de ser alimentados e, ocasionalmente, atacavam uns aos outros. Poucas fêmeas levavam suas gestações a termo, e as que faziam pareciam simplesmente esquecer seus bebês. Às vezes, abandonavam um filhote enquanto o estavam carregando, deixando que caísse.

Os poucos espaços isolados da enorme caixa abrigavam uma população que Calhoun nomeou de “Os Bonitos”. Geralmente guardada por um macho, as fêmeas e os poucos machos no interior do espaço não se reproduziam, lutavam ou faziam qualquer coisa a não ser comer e dormir. Quando a população geral começou a diminuir, os bonitos foram poupados da violência e da morte, mas tinham perdido completamente o contato com os comportamentos sociais, incluindo ter relações sexuais ou cuidar de seus filhotes.

Os “apartamentos” no final de cada corredor tinham apenas uma entrada e saída, tornando-os fáceis de guardar. Isso permitiu que os machos mais territoriais e agressivos limitassem o número de animais em cada aposento, superlotando o resto da caixa, enquanto isolava os poucos “bonitos” que viviam em uma sociedade “normal”.

Em vez de um problema de população, pode-se argumentar que o Universo 25 tinha um problema de distribuição justa. O que também poderia muito bem acontecer conosco, uma vez que os humanos são mestres em desigualdade.

O experimento de fato parece um sinal assustador. Se a fome não matar todo mundo, as pessoas vão destruir a si mesmas, de acordo com os nossos ratos modelos.

Da mesma forma que os ratos, as elites nas sociedades humanas, longe de se preocupar com o todo, parecem ligadas apenas em aumentar seus privilégios às custas da crescente exclusão.

Os criados dos bonitos, em nosso mundo-rato, são os membros de uma pretenciosa classe média que, embora jamais vá ocupar os apartamentos exclusivos, e jamais vá fazer parte de seu mundo, serve aos propósitos dos “bonitos”, combatendo os pobres, os “feios”, para manter a falsa impressão de superioridade.

Assusta aos bonitos e causa ódio em seus lacaios ver filhos de pobres cursando ensino superior, viajando de avião, dirigindo seu próprio carro e vencendo eleições.

Seja como for, esse experimento bizarro e temeroso pode ser uma prévia do que vai acontecer com a humanidade se permitirmos a morte dos nossos sonhos de igualdade e de construção de uma sociedade mais justa.

O resultado é a extinção, de mil maneiras possíveis.

Divirta-se, enquanto pode no nosso "universo 25".


Prof. Péricles
Fonte de consulta: HypeScience.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

DE BRAÇOS ABERTOS


É mais confortável pensar que apenas a repressão pode ter algum efeito de contenção ao tráfico de drogas e que, apenas com punição se é capaz de coibir o consumo que já virou, autêntico flagelo mundial.

Mas essa visão embasada apenas nos rigores da Lei e da força da repressão, é simplista, na medida em que reduz todo o problema ao seus aspecto de crime e ilegalidade, e é superada pelos números que nos indicam que, o consumo de drogas no mundo não se reduziu nem mesmo com ameaças radicais como a pena de morte.

Outras ideias, porém, tem mostrado avanços que nos permitem um otimismo renovador.

Uma dessas ideias é o enfrentamento da questão a partir da diminuição dos danos, da não exigência da suspensão do consumo e da atenção social e emocional ao dependente.

Exemplo disso é o Programa “De Braços Abertos” criado pela prefeitura de São Paulo com o objetivo específico de combater o patético drama conhecido por todos como “Cracolândia”.

Leia as informações abaixo sobre os resultados apresentados nesse primeiro ano de programa (2014).

Ah... não se pergunte porque nunca leu ou ouviu nada sobre isso... a notícia é muito boa e o prefeito de São Paulo é Fernando Haddad (PT). Entendeu agora?

“Há um ano, a equipe do prefeito Fernando Haddad (PT) colocava em prática uma ação na Cracolândia que acendeu o sinal vermelho de críticos Brasil afora. O “De Braços Abertos” rendeu discussões fervorosas sobre a legitimidade de um programa que, numa análise simplória, dá comida e renda a usuários de drogas que não necessariamente se comprometem a suspender o vício.

Pela primeira vez, no entanto, a cidade de São Paulo assistiu ao governo local trabalhar o “resgate social dos usuários de crack por meio de trabalho remunerado, alimentação e moradia digna”, não com “intervenções violentas”.



Um ano depois, eis o resultado: a chamada Cracolândia perdeu território no Centro de São Paulo, e o fluxo de usuários que consomem crack a céu aberto no local foi reduzido em 80%.

Além disso, presença mais ostensiva do poder público na região tem impactado também nos números relativos à segurança pública. A Polícia Militar registrou diminuição de 80% nos roubos de veículos e de 33% no furto a pessoas em relação ao ano anterior, antes da implantação do programa, e efetuou número 83% maior de prisões por tráfico de entorpecentes.

Dos 453 cadastrados hoje no programa, 63% são homens (286) e 37% mulheres (167). Desse total, há seis adolescentes e 30 crianças. Elas são encaminhadas para creches e escolas da rede municipal e para os Centros para Crianças e Adolescentes (CCA) para atividades no contra turno.

Entre os beneficiários, 290 são do município de São Paulo, 63 de outras cidades do estado, 99 de outros estados e um estrangeiro.

As equipes de assistência social estimam que cerca de 70% chegaram a passar pelo sistema prisional. Cinco têm ensino superior completo e outros nove, incompleto; 70 completaram o ensino médio, e outros 13 não foram alfabetizados. Do total de cadastrados, 18 ingressaram em cursos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

Os participantes hoje residem em sete hotéis da cidade. Segundo a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, há 50 pessoas que, apesar de não morarem nos hotéis, continuam no programa – há pessoas que voltaram para as famílias, mas continuam nas atividades no programa e outras que optaram por viver em Centros de Acolhida fora da região.

Atualmente 21 beneficiários estão em processo de autonomia e trabalhando fora do programa. Dezesseis deles foram contratados em agosto de 2014 pela empresa Guima Conseco para prestar serviços em equipamentos públicos municipais. Eles recebem R$ 820 por mês, vale refeição de R$ 9,10 por dia, cesta básica no valor de R$ 81,33 e vale transporte.

Outros 321 trabalham no serviço de varrição de ruas e limpeza de praças e, destes, 100 participam de cursos de capacitação, como cursos de estética e beleza, jardinagem e inclusão digital. A remuneração é de R$ 15 por dia, mais três refeições.

Há ainda um grupo de 75 participantes em processo de inserção nas frentes de trabalho, que por ora residem nos hotéis e recebem assistência social, psicológica e em saúde, mas não recebem remuneração.

Os números da Polícia Militar apontam para queda na criminalidade entre 2013, quando ainda não existia o programa, e 2014. Em 2014 a PM registrou 17 furtos de veículos e 392 furtos a pessoas, enquanto em 2013 os números foram 34 e 582, respectivamente – uma queda de 50% e 33%. As prisões por tráfico de entorpecentes realizadas pela PM saltou de 96, em 2013, para 176 em 2014, um acréscimo de 83% no número de registros.

Ao longo do último ano foram realizadas 6.344 abordagens pela Guarda Civil Metropolitana na região, em apoio ao trabalho da Polícia Militar, e 319 prisões, das quais 91 com crack. No total, a GCM apreendeu 2.486 pedras de crack. Somente em três das maiores apreensões ocorridas em julho, por exemplo, foram apreendidas 513 pedras e, junto aos traficantes, mais de R$ 10 mil.

Segundo as equipes de assistência social, desde o início das ações, 113 pessoas deixaram o programa por motivos diversos.



Fonte: Jornal GGN
Com informações da Prefeitura de São Paulo

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

LÍBIA? QUE LÍBIA?


Há males que veem para o bem, dizia minha vó. Mas, nem sempre.

Em 2011 a Líbia era o mais próspero país do norte da África. Ao contrário dos seus vizinhos, a população jovem não fugia para a Europa em busca de emprego. Encontrava colocação no próprio país. A nenhum líbio era permitido viver sem ter um teto e o próprio governo se encarregava disso, fruto do grande trauma do período colonial em que as propriedades eram garantidas através de desapropriações, apenas aos estrangeiros, enquanto o líbio comum morava em cabanas. Todos os jovens ao casarem recebiam uma quantia, em dinheiro, bem interessante, para iniciarem a vida.

A Líbia não era um paraíso, possuía problemas ancestrais e modernos, mas era um modelo de dar inveja a qualquer de seus vizinhos.

Sim, claro, a situação política não primava pela democracia.

Muamar Kadhafi, que um dia foi chamado de "cachorro louco" por Ronald Reagan, tamanha era a aversão que provocava no ocidente, estava no poder desde 1969, governando como ditador.

Nem todo ditador é Médici ou Pinochet cuja a simples lembrança provoca repugnância. Há Solano Lopes e Getúlio Vargas, ditadores que foram amados por seus povos. Kadhafi era mais do segundo grupo do que do primeiro.

No calor da “Primavera Árabe” em fevereiro de 2011, surgiram protestos de rua contra Kadhafi e por mais democracia. O movimento insurgente que se originou não era forte o suficiente para derrubar o ditador já que, a maior parcela da população manteve-se neutra ou em apoio a ele. A maior parte das forças armadas, por exemplo, continuou fiel ao presidente.

Entretanto, os Estados Unidos, que já alguns anos queria fritar Kadhafi em pouca banha, viu nisso a sua grande oportunidade. Convocou sua gangue, a OTAN e acionou seu departamento de marketing, a ONU, para, primeiro, armar os insurgentes (que não deu certo porque as forças oficiais continuaram no controle da situação) e depois, invadiram diretamente o país através de uma coligação formada pelas forças militares dos Estados Unidos, sua fiel Inglaterra e a França.

Aqui no Blog, denunciamos em alguns textos essa farsa montada pelos norte-americanos. Recebemos críticas contundentes, principalmente do público fiel ao noticiário oficial.

Entre os meses de fevereiro e agosto de 2011, cerca de 60 mil pessoas morreram numa autêntica guerra civil. No final desse mês, os “rebeldes” tomaram Trípoli em outubro Kadhafi foi morto, como um “cachorro louco”.

A bela Líbia passou a ser governada pelo CNT (Conselho Nacional de Transição) que nada decidia sem o ok dos países da coligação. O petróleo, ah! O petróleo líbio! tornou-se o mais barato comprado pelo ocidente.

Hoje, a Líbia é um trapo se comparada a ela mesma nos tempos de Kadhafi.

O governo fantoche obedece o grande pai branco de Washington com devoção.

Milhares de pessoas se matam todos os dias num conflito tribal que parecia ter sido superado mas que voltou com ódios antigos.

O Estado Islâmico possui campos de treinamento, estoque e inteligência ao norte do país.

A Al Quaeda do falecido Osama, domina o centro e o sul. O governo não domina nada.

Uma guerra fratricida se aproxima e os Estados Unidos, a OTAN e a ONU não estão nem aí pois não serão seus cidadãos que morrerão e porque o petróleo (ah! O petróleo) continua barato.

Nenhum chefe de estado do ocidente deixa de dormir com problema de consciência.

E eu, aqui atrás do teclado me pergunto, aquela galera que apoiava o noticiário global, se dizia defensores da democracia e me xingava, lembra disso?

Não. Não são seus filhos, maridos, amigos ou parentes que estão nessa situação.

Líbia? Que Líbia?

Agora é férias, carnaval, BBB...


Prof. Péricles

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

PIT STOP


Estamos de volta.

Depois de um pit stop importante para a saúde mental de quem navega pelo face e pelos obscuros mares da educação brasileira, estamos reabrindo o Blog.

Muito mais pelos amigos, alunos e incentivadores, do que propriamente por vontade própria, a gente vai mantendo no ar.

Despretensioso e objetivando apenas ser útil, o Blog mais uma vez estará com a atenção voltada aos assuntos de atualidades, obrigatório em muitos concursos públicos, e para a reflexão sobre temas da história.

Mais uma vez pedimos o apoio de nossos amigos.

Todos que quiserem colaborar escrevendo textos, remetam para o mail periko09@gmail.com. Serão todos muito bem vindos.
Perguntas, críticas e sugestões de assuntos, podem ser registrados no espaço do próprio blog ou enviadas para o mesmo mail.

O Blog é de quem o lê, não é meu.

Desde já agradecemos pelo apoio e pela companhia.

E que venha 2015, estaremos por aqui.

Abraços,

Péricles

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

FÉRIAS 2015


Caros amigos,

Estamos dando um tempo para o Blog.

Depois de um ano eleitoral de intensos debates, visitas amistosas e outras nem tanto, Copa do Mundo e 365 dias de atuação, o Blog está saindo de férias.

Agradecemos a todos por cada clic que tanto nos prestigiaram, e foram 19.775.

Estaremos de volta depois do carnaval, dia 22 de fevereiro.

Aproveitem os textos em arquivo.

Temos muitos de história do Brasil, história Geral, Atualidades, Mitologia e diversos outros assuntos que podem ser úteis.

Curtam à vontade. Basta digitar o assunto no campo de pesquisa que os textos referentes ao assunto são listados.

Muito obrigado a todos, e que possamos estar juntos por todo o ano de 2015.

Tchau,

Prof. Péricles

sábado, 24 de janeiro de 2015

ENTULHOS RACISTAS



Por Jacques Gruman

Antigamente, a gente ia ao cinema para ver mais do que o filme. Dentro dos cinejornais, aguardávamos com ansiedade a hora do Canal 100. Numa época em que as televisões engatinhavam, com tecnologias a lenha, as imagens do Carlinhos Niemeyer nos permitiam quase entrar nos estádios, com closes espetaculares, detalhes impossíveis de captar com as paquidérmicas câmeras de TV.

E não se diga que a paixão rubro-negra do Carlinhos privilegiava o Mais Querido. Tudo ao som viciante do Na cadência do samba (Que bonito é/as bandeiras tremulando/a torcida delirando/vendo a rede balançar...). Na era romântica do futebol, o Canal 100 foi um banquete. Tudo devagar, sem essa incontinência digital, que está fazendo o planeta nadar em informação e patinar em ignorância.

Dizem que, até 2020, a produção de dados no mundo dobrará a cada dois anos. A criançada está cada vez mais conectada em máquinas e mais carente de contatos e conversas. Um psicólogo que escreveu sobre o assunto disse que já tinha visto um garoto escrevendo uma mensagem enquanto andava de bicicleta. Não é por nada não, mas isso é uma definição precisa de filme de terror, que as novas gerações já estão protagonizando.

(...) Desde moleque ouço dizer que o Brasil não é racista, que os casos detectados são isolados, que aqui a discriminação racial não sentou praça. Como se já não existissem provas fartas de que isso não passa de uma perigosa bobagem, agora vem o futebol para confeitar o bolo venenoso. Em poucos dias, um juiz e um jogador foram insultados por idiotas racistas. Não faz muito, um jogador do Cruzeiro foi vítima de racismo no Peru. Será uma escalada? O ódio racial nos estádios brasileiros terá saído do armário ?

Difícil dizer. Como o futebol tem raízes fundas no imaginário brasileiro e, bem ou mal, reflete o que somos, cabe dar um trato na matéria.

A exclusão social, que, não raro, se confunde com vários preconceitos, está na origem do futebol no Brasil.

Em São Paulo, os primeiros times foram todos compostos pela elite branca, especialmente os oriundos das colônias inglesa e alemã.

Quando o povo começou a organizar suas peladas em várzeas e pensou em aderir a uma proposta liga metropolitana, os clubes dos abonados se recusaram a misturar-se com os “canelas negras”, como desdenhosamente chamavam os varzeanos.

No Rio de Janeiro, há o caso da torcida do Fluminense. Em 1914, um século pois, chegou ao clube um jogador do América. Negro. Temeroso da reação dos torcedores, gente de nariz empinado, cobriu-se com pó de arroz para disfarçar a cor de sua pele. Foi só com muita luta que essas barreiras foram rompidas. Como, aliás, acontece com todas as causas populares.

Dos episódios recentes, sobram muitas constatações e perguntas. Os técnicos, mal chamados de “professores”, se omitem. A exceção é Muricy Ramalho. Felipão prefere distância indecente dos acontecimentos, achando que melhor é ignorar o racismo. Os cartolas fingem indignação, mas a revolta fica na retórica vazia de sempre. Os jogadores, sem lideranças reconhecidas e totalmente despolitizados (onde está o Bom Senso F. C.?), vão a reboque dos acontecimentos.

Se tivessem um pouco de organização, não esperariam pelas nunca tomadas providências e se recusariam a continuar os torneios enquanto não se punissem as ofensas. Yaya Touré, da seleção de Costa do Marfim, propôs que os jogadores negros boicotem a Copa do Mundo da Rússia, em 2018, por conta do racismo de torcidas locais. Será que isso não devia valer para qualquer país?

Não se combate a intolerância racial com bons modos. No país da Copa das Copas (sic), este não é um assunto menor.

Texto original em: CARTA MAIOR