domingo, 18 de janeiro de 2015

PENA DE MORTE E O PRESIDENTE METALEIRO


A pena de morte, além de fascista é burra.

Podemos pegar como exemplo o caso da execução, ontem, do brasileiro Marco Archer.

Ele era apenas uma de 64 pessoas condenadas à morte por tráfico de drogas na Indonésia.

Apesar de toda a pressão de organismo como a “Anistia Internacional” e do governo Brasileiro, um governo de país aliado em vários negócios de interesse da Indonésia, ainda assim, o presidente do país Joko Widodo, não concedeu clemência.

De certa forma, já era de se esperar.

Joko Widodo foi eleito com pouco mais de 50% dos votos, presidente da Indonésia, ano passado. O endurecimento ao combate do tráfico de drogas era uma de suas plataformas preferidas de campanha.

Não dava mesmo pra esperar clemência de um presidente eleito em cima desse tipo de proposta, e conhecido fã do Sepultura, Iron Maiden, Black Sabbath e Napalm Death.

Há pouco tempo, aliás, o presidente pagou um mico danado já que a Comissão de Erradicação da Corrupção do país confiscou um baixo dado ao presidente pelo baixista do Metallica.

Por outro lado, antes que os defensores da pena de morte sorriam satisfeitos, permitam lembrar que, mesmo com todo esse terror legalizado, as drogas não deixam de ser um flagelo, igualzinho a qualquer outro país em que não há pena de morte.

No país de Joko Widodo é comum encontrar uma gurizada em cima do teto dos trens fumando o “putaw”, um derivado menor da heroína (mais ou menos como o crak é da cocaína). Como o crak, o “putaw” é muito barato (menos de R$ 15,00 a dose) e é potencializada quando injetada. Como conseqüência, a Indonésia é um dos campeões de AIDS na Ásia, sendo que 59% da contaminação se dá por seringa compartilhada.

Especialistas estão chegando à conclusão que, o combate inclemente ao tráfico não está impedindo a circulação das drogas e inibindo o consumo.

Dependente é dependente e irá buscar um jeito de consumir de qualquer maneira.

Pelas leis de mercado capitalista, quanto menor a oferta (e a oferta diminui pela dureza da Lei), maior o valor, e, por isso, está ficando cada vez mais caro usar drogas menos fatais, como a cocaína que Marco Archer trazia. Por isso, os consumidores indonésios estão ficando cada vez mais violentos, praticando crimes que vão desde pequenos furtos até atos mais desatinados, para fazer frente ao aumento dos preços da droga.

Ou usam “putaw” e aceitam o risco de contrair AIDS.

É lamentável que, apesar de todos os avanços da ciência e da tecnologia. Apesar de tanta riqueza de informações, ainda existam países e pessoas que defendam a pena de morte como algo capaz de diminuir o índice de crimes.

Oremos pelos outros 63 condenados no país do presidente metaleiro. Inclusive pelos 47 estrangeiros (e mais um brasileiro) no corredor da morte.

Prof. Péricles

Nenhum comentário: