quinta-feira, 20 de junho de 2013

REVOLTA NAS RUAS BRASILEIRAS


Os movimentos de rua dos últimos dias começaram ao que parece, de forma espontânea e contra o aumento das passagens de ônibus.

Quase de forma natural diversificaram-se para outras reinvidicações, sendo atualmente movimentos de questionamentos múltiplos e mesmo, contraditórios.

São muitas as insatisfações: preço elevado das passagens, gastos públicos com obras para a Copa do Mundo, corrupção, pouco investimentos em áreas básicas, etc.

Ao que se saiba, não há, ou ainda não apareceu de forma nítida um comando estratégico, lideranças e partidos políticos assumindo a paternidade.

Essa é a grande expectativa.

Quando se solta uma folha das alturas jamais poderemos saber onde exatamente ela cairá. Depende do vento.

Se os movimentos são espontâneos e sem raiz partidária, para onde eles tenderão, nunca esquecendo que, ano que vem é ano eleitoral.

Se unificarão num só movimento? Esse movimento será de esquerda voltado às questões sociais ou um movimento anti-Dilma e anti-PT, cristalizando-se como um movimento de oposição ao governo atual? Será canalizado pela direita agonizante do Brasil que busca desesperadamente achar uma bandeira para contrapor ao governo, aparentemente invencível em 2014?

Pode ser ainda que, continue navegando em águas turvas sem uma definição maior até esmorecer e fenecer na praia por falta de combustível político.

A legitimidade e o direito de protestar parecem, felizmente, inquestionáveis. O protesto é livre e democrático.

O maior de todos os populares, ao menos, o mais famoso, começou na França em 14 de julho de 1789 quando o povo francês saiu para as ruas, para enfrentar a guarda real.

Terminou com a deposição do Rei que além de perder o poder, perdeu também a cabeça, na guilhotina.

Lutando para se apropriar da força popular, a burguesia, dividida em Girondinos e Jacobinos provocou a morte de mais de 30 mil pessoas.

No Brasil, um dos mais conhecidos foi o povo na rua após a divulgação fraudulenta de um plano dos comunistas para tomar o poder à força, em outubro de 1937, o famoso Plano Cohen.

Getúlio Vargas, dono da idéia da fraude usou a comoção das ruas para fechar todas as vias democráticas e dar início a uma das mais terríveis ditaduras que se tem notícia, o “Estado Novo”.

Conhecidíssimas também são as “Marchas da Família com Deus pela Liberdade” movimento de rua iniciado em Minas Gerais que foi um verdadeiro toque de clarim para o golpe de março de 1964, que deu início aos 20 anos de ditadura militar.

Os movimentos de rua são assim. Podem ser o oxigênio fundamental na luta pela liberdade, assim como, podem ser argumentos para o autoritarismo.

Que os ventos que empurram os atuais movimentos no Brasil sejam jovens e democráticos. Que ninguém perca a cabeça nas guilhotinas modernas e que não abram as portas para uma ditadura canalha. Tomara que a folha lançada ao vento caia no terreno fértil dos avanços sociais e não na fogueira das vaidades de lideranças oportunistas que a tudo corrompem.

Prof. Péricles

2 comentários:

Anônimo disse...

Excelente texto !!!
Adorei!!! Abraço ao grande professor e amigo!
Cris.

Anônimo disse...

Pois saiba Prof. Péricles, que estou experimentando um sentimento estranho, uma imensa preocupação, exatamente por entender ser uma folha de papel, largada do alto de um edifício. Oxalá o vento seja inteligente, e faça com que caia no lugar certo... Paz é tudo o que queremos. Maria