quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
O CONFLITO É A SOLUÇÃO?
Por Max Diniz Cruzeiro
Seres humanos são por natureza complexos e quando planejam realizar uma necessidade e este desejo é satisfeito, logo procuram outra ocupação mental para ajustar a mente a uma insaciedade em ocupar o intelecto pela busca de algo que ainda não detém.
Portanto a natureza egoísta do homem é geradora de problemas. Os problemas por sua vez desencadeiam conflitos. Os conflitos são a principal forma de entretenimento que a grande maioria dos seres humanos ocupa seu espaço interior na formação do pensamento cotidiano.
A questão é saber por que a orientação da ocupação da reflexão mental deve estar embasada dentro desta métrica que distancia o homem da realidade que o cerca para fazer com que ele se detenha mais vezes sobre a construção de um projeto de vida idealizado?
Será mesmo que a semântica na elaboração do conflito induz a uma solução para algo que o indivíduo dependa para sua sobrevivência?
Não existiria outro molde de conduta mais célere e inteligente que a indução de estados cada vez mais alterados geradores de estresse e tensão para aproximar os pensamentos vitais e mais importantes que extraímos da mente pelos processos de alocação mnemônica?
A busca incessante por algo exterior toma parte de nosso tempo indefinidamente enquanto vivemos e os alicerces de uma vida acabam por se confundirem com a apropriação do que agregamos em termos de elementos da natureza que conseguimos aproximar de nós na projeção de nossas vidas.
A oportunidade de um estado psíquico de mudança que um objeto ou ação possa promover dentro de nós geralmente é observada como uma metalinguagem que ao acessar nosso inconsciente vasculha as entranhas de nossa psique para encontrar aquelas informações que poderiam ser mais bem desenvolvidas. Como resultado canalizamos para dentro do intelecto, tais dados, de forma a gerar uma retenção de nossa habilidade em satisfazer um anseio de que tais informações possam migrar nosso consciente para zonas de conforto mais prolixas em que o ganho de escala interior é percebido quando a sensação despertada prolifera um bem-estar capaz de provocar um relaxamento corpóreo, em que um estado alterado nobre de consciência gera estímulos de prazer que são distribuídos na forma de um orgasmo neural.
Quando um indivíduo gera um problema, ele está dizendo ao cérebro que aqueles elementos despertos em seu consciente encapsulados na mente necessitam ser satisfeitos para que as informações vitais que eles coordenam sejam encaixadas para que possam compor estruturas cognitivas na forma de circuitos que permitam o desenvolvimento deste ser humano.
É uma forma inteligente do organismo de se condicionar a desencadear reações que venha a necessitar quando satisfeitas algumas estruturas de comandos que fazem parte de um processo volitivo em que coordenamos como nosso corpo deverá reagir diante das transformações do ambiente sobre nós mesmos.
Uma vez que o “problema” é formado no intelecto. Então surge o paradoxo do conflito. Em que o indivíduo se condiciona a tentar juntar as peças do grande quebra-cabeça que conseguiu colocar em sua fronte para fazer dele um instrumento para perseguir como um “objetivo hipotético” de satisfazer uma “equação” que permita encaixar todas as peças até encontrar a solução desejada.
Enquanto a solução para um problema não é encontrada, a situação que surge é de formação de um caos sistêmico em que o pensamento semântico é gerado concomitantemente e continuamente, a fim de buscar aquelas informações necessárias para que a zona de conflito fique cada vez mais diluída para que as peças possam ser fusionadas.
E o que seria a solução para o conflito já que este é a solução para o problema?
A solução para o conflito é a satisfação de uma métrica, que se baseia em uma implementação para a realização de uma manifestação de uma vontade definida e própria de um indivíduo. Nós condicionamos a desencadear reações apenas quando um conflito nos faz mover dentro de uma escala de motivação que nos unem a um evento neural que gere um circuito biológico como consequência vital para nossos atos e ações cotidianas.
A internalização do que conseguimos transmutar de energia para nossos corpos na forma de aprendizado que se incorpora a nossa estrutura de DNA na forma de encapsulamento de dados dentro do código genético é a grande resultante deste mecanismo de acoplamento de informações.
O problema uma vez gerado não pode ser fonte de sofrimento do indivíduo quando ele se utiliza deste recurso cognitivo para transmutar elementos para a formação de uma estrutura “espiritual” que quiçá venha a se perpetuar após a morte.
Nem sempre o conflito é uma fonte geradora de sofrimento. Convém lembrar que a condução não refletida de forma correta de nossa vontade sobre os aspectos que coordenamos internamente são responsáveis pela absorção equivocada dos sinais que não são convertidos em elementos essenciais que fusionem as partes ou peças do grande quebra-cabeça esboçado acima.
O sofrimento na forma de externalizar algo árduo, punitivo, taxativo, proibitivo,... além de causar males para o organismo por produzir abortos da natureza, são excitatórios de estados alterados de consciência que nos afastam cada vez mais de nossos reais desejos e expectativas de realizações.
Então, seria mesmo o conflito a solução para o problema? Ou a forma de bem gerir a necessidade do problema, o elemento iniciador da volição de nossos estados mentais, para a geração de soluções-circuitos que integrem e fusionem nossa essência as verdadeiras coisas que nos movimentam?
Neurocientista Clínico
Psicopedagogo Clínico
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