quinta-feira, 24 de novembro de 2011

BAKUNIN: O PODER CEGA

Mikhail Alexandrovich Bakunin foi um político pela própria natureza.

Apesar de brilhante teórico, não foi apenas na teoria que sustentou suas convicções. Por sua participação direta em movimentos de contestação à política de sua época, foi preso e condenado à morte na Alemanha. Só não foi executado porque a pena máxima foi trocada pela extradição à sua terra mãe, a Rússia.

Em 1868, depois de fugir da prisão na Sibéria, Bakunin fundou a Aliança Internacional da Democracia Social que sonhou unir à Associação Internacional de Trabalhadores, liderada por Karl Marx. Mas os dois geniais pensadores não conseguiram aparar suas arestas e Bakunin acabou isolado.

Mikhail Bakunin acreditava que a origem dos problemas sociais estava na centralização do poder no Estado e no conceito de autoridade.

É considerado um dos pais do anarquismo, movimento no qual tentou algum tipo de unificação, através da criação de várias associações que acabaram fracassadas.

Para ele, o desenvolvimento pleno da criatura humana e o caminho para a felicidade estavam na descentralização das organizações que detinham o poder em todas as suas diferentes esferas.

Extremamente descrente do ser humano como altruísta e democrático, escreveu: "Pegue o mais ardente dos revolucionários, dê-lhe o poder absoluto. Dentro de um ano ele poderá se tornar pior do que o próprio Czar."

Segundo ele, os partidos de esquerda que se apresentam como messias, salvadores dos oprimidos e representantes dos mais fracos, quando chegam ao poder deixam de liderar os mesmos oprimidos e mais fracos passando a cultivar o poder e a oprimir as massas, tal e qual os governos burgueses que ajudaram a derrubar.

Seus interesses se alteram e acabam reproduzindo quase à perfeição a dominação exercida pelos agentes do capital, inclusive com a repressão, a perseguição e o terror.

É da natureza humana, dizia Bakunin, e quem duvida disso, não conhece a natureza humana.

O poder cega!

Essas afirmações foram feitas pelo anarquista russo no século XIX.

Qualquer semelhança com governos pretensamente humanitários e de esquerda que chegaram ao poder nos século XX e XXI, prometendo igualdade, reforma agrária e revolução social, mas que, para se manter no poder se aliaram com as coisas mais retrógradas da política, seja das estepes ou do Maranhão, negociando seus sonhos e esquecendo suas promessas, não é mera coincidência.

Salve Mikhail Alexandrovich Bakunin!

Bem que ele nos avisou!

Prof. Péricles

2 comentários:

Julia Rocha disse...

Um dos melhores textos na minha opinião do blog. Parabéns pelo blog e pela pessoa que você é pai . Te amo ! Julia.

Felipe disse...

Aí prof°, muito bom o texto, e já dizia meu falecido pai, "quer conhecer um homem, dá poder a ele'.
Parabéns pelo blog.