E não é que Donald Trump venceu as eleições...
Apesar das projeções de todas as pesquisas, o bilionário ganhou. Provavelmente a vitória veio dos votos dos “envergonhados”, aquele pessoal que não confessa que votará numa figura como Trump, mas no silêncio das urnas, vota.
Claro, nós sabemos que presidente não governa sozinho, nem manda tanto quanto a maioria imagina, mas... não é muito confortável saber que os botões das armas nucleares estarão ao alcance de um homem como Donald Trump.
É como saber que uma criança de sete anos está brincando com seu revólver.
Aliás, alguns biógrafos dizem que Donald é um menino de sete anos que envelheceu só por fora.
Tenho um amigo que diz que ficou satisfeito já que deseja ver o circo pegar fogo. Tudo bem, mas não esqueça que você está dentro do circo.
Mas, o fato é que o homem ganhou e isso confirma a tendência de vitória da extrema-direita no mundo (e no Brasil, como vimos nas eleições municipais).
Do que mais nos atinge diretamente, a política externa, algumas coisas mencionadas por ele durante a campanha eleitoral, não podem deixar de preocupar, agora que é presidente. Por exemplo:
01. O Irã, terra dos Aiatolás e do Hesbollah, mais poderoso exército árabe na Região do Oriente Médio, tinha um programa nuclear que incomodava as demais nações e ameaçava a paz mundial. Com muito esforço foi assinado um acordo entre Irã, Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, União Europeia, China e França que assegurou a continuidade do programa apenas para fins não militares. Trump defende que esse acordo seja rediscutido e isso, é grave em sua potencialidade de crise internacional.
02. Ele garantiu que fechará a fronteira entre México e Estados Unidos com um muro (e que faria os mexicanos pagarem por sua construção) nos moldes do muro de Israel na Palestina. Isso agradou muito os coxinhas dos Estados Unidos em sua xenofobia (os coxinhas daqui se pudessem ergueriam muros deixando os mais pobres do lado de lá). Claro que qualquer tipo de política de exclusão preocupa nos frágeis tempos atuais.
Ainda referente ao México, esse país deve estar muito preocupado com os adjetivos pesados usados pelo candidato, agora presidente, contra o livre-comércio entre os dois países.
03. Nunca, desde a crise de 1962, Estados Unidos e Cuba se aproximaram tanto de forma que o governo Obama marchava para o fim do embargo contra a ilha, e isso foi saldado pelo mundo todo. O presidente eleito, em discurso de campanha criticou essa reaproximação e o sinal de alerta agora soa novamente.
04. Estados Unidos e China, finalmente avançaram em direção à uma colaboração com os propósitos da ONU para um acordo de defesa do meio-ambiente em busca da redução do aquecimento global. De acordo com seu discurso pré-eleitoral vencedor, o acordo climático da COP21 deverá ser questionado e desconsiderado por seu governo. O mundo que se vire.
Esses, entre outros são pontos que preocupam em relação a geopolítica e a eleição de Donald Trump.
Lembremos ainda que, tradicionalmente, os republicanos defendem políticas protecionistas e Trump chega a mencionar barreiras não tarifárias, ou seja,aquelas baseadas em critérios técnicos que eles podem manejar à vontade para nosso desespero.
O governo golpista, uma espécie de sucursal norte-americana no Brasil, deve estar preocupado, pois, a troca de patrão atinge diretamente alguns objetivos previamente traçados. A Globo, que assumiu uma defesa atuante da candidatura de Hillary Clinton, parece atordoada.
A extrema-direita ganhou novamente. As análises sobre o que está acontecendo ainda precisarão de tempo, mas, com certeza vivemos anos amargos que prometem ser barra pesada.
Prof. Péricles
Estejamos preparados, fortalecidos em nossos valores de igualdade e fraternidade e prontos para a luta.
Prof. Péricles