quarta-feira, 6 de abril de 2016

COISAS QUE O BRASIL PRECISA SABER SOBRE O GOLPE



Por Igor Fuser


É preciso avisar a todos os brasileiros, informar de um modo tão claro e objetivo que até as carrancas do Rio São Francisco tenham conhecimento de que:

O pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff não tem nada a ver com a Operação Lava Jato, nem com qualquer outra iniciativa de combate à corrupção.

Dilma não é acusada de roubar um único centavo. O pretexto usado pelos políticos da oposição para tentar afastá-la do governo, a chamada “pedalada fiscal”, é um procedimento de gestão do orçamento público de rotina em todos os níveis de governo, federal, estadual e municipal, e foi adotado nos mandatos de Fernando Henrique e de Lula sem qualquer problema. 

Ela, simplesmente, colocou dinheiro da Caixa Econômica Federal em programas sociais, para conseguir fechar as contas e, no ano seguinte, devolveu esse dinheiro à Caixa. Não obteve nenhum benefício pessoal e nem os seus piores inimigos conseguem acusá-la de qualquer ato de corrupção.

O impeachment é um golpe justamente por isso, porque a presidente só pode ser afastada se estiver comprovado que ela cometeu um crime – e esse crime não aconteceu, tanto que, até agora, o nome de Dilma tem ficado de fora de todas as investigações de corrupção, pois não existe, contra ela, nem mesmo a mínima suspeita.

Ao contrário da presidenta Dilma, os políticos que pedem o afastamento estão mais sujos que pau de galinheiro. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que como presidente da Câmara é o responsável pelo processo do impeachment, recebeu mais de R$ 52 milhões só da corrupção na Petrobrás e é dono de depósitos milionários em contas secretas na Suíça e em outros paraísos fiscais.

Quem lidera a campanha pelo impeachment é o PSDB, partido oposicionista derrotado nas eleições presidenciais de 2014. Seu candidato, Aecio Neves, alcançar no tapetão o mesmo resultado político que não foi capaz de obter nas urnas, desrespeitando o voto de 54.499.901 brasileiros e brasileiras que votaram em Dilma (3,4% mais do que os eleitores de Aecio no segundo turno).

Se o golpe se consumar, a oposição colocará em prática todas as propostas elitistas e autoritárias que Aecio planejava implementar se tivesse ganho a eleição. O presidente golpista irá, com toda certeza, mudar as leis trabalhistas, em prejuízo dos assalariados; revogar a política de valorização do salário mínimo; implantar a terceirização irrestrita da mão-de-obra; entregar as reservas de petróleo do pré-sal às empresas transnacionais (como defende o senador José Serra); privatizar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal; introduzir o ensino pago nas universidades federais, como primeiro passo para a sua privatização; reprimir os movimentos sociais e a liberdade de expressão na Internet; expulsar os cubanos que trabalham no Programa Mais Médicos; dar sinal verde ao agronegócio para se apropriar das terras indígenas; eliminar a política externa independente, rebaixando o Brasil ao papel de serviçal dos Estados Unidos. 

É isso, muito mais do que o mandato da presidenta Dilma ou o futuro político de Lula, o que está em jogo na batalha do impeachment.

É um engano supor que a economia irá melhorar depois de uma eventual mudança na presidência da república. Todos os fatores que conduziram o país à atual crise continuarão presentes, com vários agravantes. A instabilidade política será a regra. 

Os líderes da atual campanha golpista passarão a se digladiar pelo poder, como piranhas ao redor de um pedaço de carne. E Dilma será substituída por um sujeito fraco, Michel Temer, mais interessado em garantir seu futuro (certamente uma cadeira no Supremo Tribunal Federal) e em se proteger das denúncias de corrupção do que em governar efetivamente. 

A inflação continuará aumentando, e o desemprego também.


No plano político, o Brasil mergulhará num período caótico, de forte instabilidade. A derrubada de uma presidenta eleita, sacramentada pelo voto, levará o país em que, pela primeira vez desde o fim do regime militar, estará à frente do Executivo um mandatário ilegítimo, contestado por uma enorme parcela da sociedade.


O conflito dará a tônica da vida social. As tendências fascistas, assanhadas com o golpe, vão se sentir liberadas para pôr em prática seus impulsos violentos, expressos, simbolicamente, nas imagens de bonecos enforcados exibindo o boné do MST ou a estrela do PT e, de uma forma mais concreta, nas invasões e atentados contra sindicatos e partidos políticos, nos ataques selvagens a pessoas cujo único crime é o de vestir uma camisa vermelha. 

O líder dessa corrente de extrema-direita, o deputado Jair Bolsonaro, já defendeu abertamente, num dos comícios pró-impeachment, que cada fazendeiro carregue consigo um fuzil para matar militantes do MST.

Mas isso não acontecerá. A mobilização da cidadania em defesa da legalidade e da democracia está crescendo, com a adesão de mais e mais pessoas e movimentos, independentemente de filiação partidária, de crença religiosa e de apoiar ou não as políticas oficiais. 

A opinião de cada um de nós a respeito do PT ou do governo Dilma já não é o que importa. Está em jogo a democracia, o respeito ao resultado das urnas e à norma constitucional que proíbe a aplicação de impeachment sem a existência de um crime que justifique essa medida extrema. 

Mais e mais brasileiros estão percebendo isso e saindo às ruas contra os golpistas. Neste dia 31 de março, a resistência democrática travará mais uma batalha decisiva.

É essencial a participação de todos, em cada canto do Brasil, Todos precisamos sair às ruas, em defesa da legalidade, da Constituição e dos direitos sociais. Todos juntos! O fascismo não passará! Não vai ter golpe!



Igor Fuser, é professor de relações internacionais na Universidade Federal do ABC (UFABC).

segunda-feira, 4 de abril de 2016

UM GOLPE EM BUSCA DE UM MOTIVO


Sábado, 26 de julho de 1930, o Presidente da Paraiba, João Pessoa, é alvejado por vários tiros no interior de uma Confeitaria na cidade de Recife vindo a falecer no mesmo dia. João Pessoa havia sido candidato a vice na chapa da Aliança Liberal encabeçada por Getúlio Vargas, nas eleições presidenciais de fevereiro daquele ano. 

A notícia de sua morte por motivos políticos, põem mais lenha na fogueira em que tinha se transformado a política nacional já que a Aliança, derrotada naquelas eleições alegava fraude nos resultados.

O assassinato acabou sendo um dos elementos de revolta presentes na Revolução de outubro daquele mesmo ano de 1930 e que poria fim à República Velha dando início a Era Vargas.

Mas tudo não passou de uma pequena mentirinha. Na verdade, João Pessoa foi assassinado por um homem chamado João Dantas, não por motivos políticos, mas por ser, Dantas, um inconformado marido traído.

Quinta-feira, 30 de setembro de 1937, é divulgado no programa radiofônico oficial “A Hora do Brasil” (mais tarde Voz do Brasil) trechos de um diabólico plano revolucionário tramado pelos comunistas, e capturado por agentes da inteligência, chamado “Plano Cohen”. Os comunistas pretendiam tomar o poder em algumas capitais, inclusive, no Rio de janeiro. O Presidente Vargas seria preso e provavelmente morto assim como alguns ministros e autoridades religiosas. A nação brasileira, ainda abalada com uma insurreição comunista em 1935, estremeceu de pavor.

Duas semanas depois, em 15 de outubro a união assume o controle de vários órgãos públicos estaduais e menos de um mês, em 10 de novembro, Vargas dá o Golpe do Estado Novo, assumindo poderes de ditador. O Plano Cohen foi uma das justificativas de uma “ação forte” do governo para manter a paz no país (dando o golpe).

O Plano Cohen, entretanto, foi uma enorme mentira. Anos mais tarde o General Góes Monteiro afirmaria que o Plano havia sido redigido no gabinete de Vargas pelo então capitão Olímpio Mourão Filho (aquele mesmo que daria início a movimentação militar em 31 de março de 1964).

São muitas as mentiras forjadas na história do Brasil e seus relatos exigiriam o espaço de uma enciclopédia. 

O assassinato de João Pessoa e o Plano Cohen são apenas dois dos mais, digamos, originais.

Não somos os únicos nessa “especialidade”.

Os nazistas de Hitler utilizavam muito esse recurso. 

Em 31 de agosto de 1939, por exemplo, capturaram, drogaram, enfiaram uma farda militar polonesa e depois mataram um pobre homem na fronteira com a Alemanha para acusar a Polônia de uma suposta “tentativa de invasão”. A indignação dos alemães foi canalizada no dia seguinte quando a Alemanha invadiu a Polônia.

Atualmente assistimos o desenrolar de outra dessas pilhérias que um dia causarão sorrisos nos historiadores.

A farsa de um Golpe que busca desesperadamente um motivo ou uma boa mentira e vai se desdobrando assim mesmo, enquanto não acha motivo nenhum.

A lorota de uma presidente ameaçada de impeachment sem cometer nenhum ato de improbidade ou ilícito que justifique a ação.

Um judiciário que se partidarizou juntamente com a Polícia Federal num “samba do crioulo doido” cuja sinfonia é interpretada pela maior rede de televisão do país.

Como no Brasil costumamos rir de nossa própria desgraça, resta o consolo de nos candidatarmos como o país mais experiente em mentiras e mentirinhas que viram verdades.

Um país do nunca onde nem sempre o “era uma vez” termina num final feliz.



Prof. Péricles

sábado, 2 de abril de 2016

JIHADISTAS, SALVE-SE QUEM PUDER


Por José Inácio Werneck


Como derrotar um inimigo que, para começo de conversa, já entra em cena para morrer?


Os americanos derrotaram os kamikazes japoneses.


Mas para tanto tiveram que soltar duas bomba atômicas.


Donald Trump e Ted Cruz soltariam bombas atômicas sobre o ISIS?


Onde?


É um alvo difuso e misturado a uma população civil que é também vítima deles, como a população na Europa e nos Estados Unidos.


O Ocidente está numa guerra que não terá fim ou ao menos não terá fim tão cedo.


É também uma guerra que não se iniciou ontem. Iniciou-se há muitos séculos.


É possível dizer que se iniciou ao tempo das Cruzadas.


Para não irmos tão longe, fiquemos no Sykes-Picot Agreement, de 1915, quando o Reino Unido e a França prometeram independência às nações árabes que eram ocupadas pelo Império Otomano, em troca do apoio deles na Primeira Guerra Mundial.


Basta assistir ao filme Lawrence of Arabia.


As promessas não foram cumpridas, regimes títeres foram instalados, fronteiras arbitrariamente estabelecidas, o petróleo em que a região era e é rica passou a fluir em benefício das grandes corporações ocidentais.


O problema foi agravado com a Questão Palestina, cuja solução parece cada vez mais distante. Seguiram-se a Guerra do Canal de Suez, a Guerra dos Seis Dias, a Guerra do Yom Kippur.


Israel é vista como uma ponta-de-lança ocidental a ocupar uma extensão cada vez maior de território muçulmano.


O Ocidente encontra-se também emaranhado entre os xiitas, liderados pelo Irã, e os sunitas, liderados pela Arábia Saudita.


A invasão do Iraque, país dividido entre xiitas e sunitas, por George W. Bush só fez piorar – e muito – as coisas.


Donald Trump e Ted Cruz acham que vão resolver este assunto na marra, com bombas atômicas?


Com jihadistas espalhados pelo Ocidente, dispostos a se explodirem?


Salve-se quem puder.



José Inácio Werneck, jornalista e escritor. É intérprete judicial em Bristol, no Connecticut, EUA, onde vive.

quarta-feira, 30 de março de 2016

FALAR DE AMOR E DE ABUTRES




“Tu tem é que falar de amor” me disseram num dos meus momentos de estresse.

Falar de amor? Perguntei incrédulo... como falar de amor numa época dessas em que o golpismo nos surpreende e nos deixa perplexos quase todos os dias?

“Mesmo assim, tu tens que falar de amor”.

Estive pronto para dizer que não tinha tempo para perder com amenidades ou com romantismos, num momento em que o país se aproxima mais e mais do precipício.

Queres que eu fale de amor antes ou depois do Willian Boner me convencer que não existe vida sem o impeatchmen, nem corrupção antes do PT?

Mas... não disse porque sempre dói deixar de falar de amor e porque, pensando bem, existe alguma razão nesse pedido.

Melhor falar de amor do que de ódio.

União em vez de barreiras, inclusão no lugar de exclusão, procura em vez de distância, de coração em vez de coxinha.

Falar de amor, ou, também de amor.

Afinal, talvez só o amor possa explicar porque ainda não nos perdemos numa guerra civil que deveria ter começado em 1964.

Amor, sim, amor por nosso povo, por exemplo.

Um povo submetido a séculos no mais nefasto complexo de inferioridade. Que produziu com os calos de suas mãos a 6ª economia do mundo e ainda assim é chamado de malandro.

Amor por nossos velhos que produziram toda essa riqueza e que, apesar de não serem reconhecidos e recompensados foram chamados de vagabundos por um presidente.

Por nossa gente humilde acostumada a entrar nos postos de saúde olhando para o chão envergonhada de estar doente e precisar de atendimento.

Que de tanto ouvir acabou convencido de que não tem o direito de ser feliz, que não vale nada e que ainda se queixa do que tem de graça... mal agradecido.

Ou amor às nossas crianças.

Principalmente aquelas que não brincam pois precisam trabalhar e o trabalho, definitivamente, não é brinquedo.

Sim, talvez seja melhor falar de amor. De humanidade e humanização.

Mas, suspeito que a referência fosse o amor mais próximo da universal equação de dois. Na paixão que transforma pedra em poesias e que acha rima para continuar existindo... pode ser.

Mas, nesse caso nos falta a inspiração necessária nas coisas mágicas da vida, e enquanto isso, mais um golpe jurídico-midiático é revelado... e fica cada vez mais difícil não falar de abutres





Prof. Péricles

segunda-feira, 28 de março de 2016

CRISES E CRISES


O que vem primeiro, a crise econômica ou a crise política?

Parece que o mais comum é que crises econômicas gerem crises políticas.

O dinheiro falta em casa, bate o desespero e quando perceber o casal que tanto se ama está mutuamente se acusando e agredindo. Foi a crise econômica que levou a crise política.

Exemplo muito apropriado é a crise econômica do café na década de 20 que levou à crise política e a Revolução de 30.

Ou a crise de mercado que levou à Primeira Guerra Mundial.

No Brasil também ocorrem crises econômicas criadas a partir de crises políticas, ou simultaneamente, esta para justificar aquela.

Por exemplo, a alegada crise inflacionária no governo Jango era perfeitamente contornável sem a necessidade de pirotecnias, mas, foi alimentada para ser uma das justificativas para deposição do presidente no golpe de março de 1964.

E o que assistimos hoje é mais uma crise econômica ou política?

Bem, existe sim uma crise econômica e é internacional desde 2008, mas, parece não restar dúvidas de que a crise econômica no Brasil está sendo utilizada como combustível para a crise política.

O pior é que essa crise política não teve origem na renúncia inesperada de alguém ou na modificação radical do panorama político devido a fatores externos. Essa crise política tem origem no mais democrático dos processos, uma eleição presidencial, em 2014 com a vitória do governo PT e a terceira derrota consecutiva do neoliberalismo representado pelo PSDB.

É comum se ouvir dizer que “se a Dilma não tivesse vencido nada disso estaria acontecendo” e realmente, ao que parece quem assim fala tem razão.

Mas a causa mais exata não é a vitória da Dilma e do modelo PT.

A causa mais profunda está na derrota do neoliberalismo e na sua premência de abocanhar os lucros de vários setores da economia que prosperaram nos últimos anos, e não é apenas o pré-sal.

Todos os indicadores econômicos de 2003 até 2014 melhoraram, mesmo com a crise econômica internacional de 2008 e 2010.

O Brasil liquidou sua dívida com o FMI, cresceu o PIB, empregou mais gente e investiu muito mais em infraestrutura do que em qualquer outro momento.

Então, o que aconteceu em 2014 para tudo andar para trás num violento retrocesso?

A resposta – o resultado daquelas eleições.

Definitivamente essa é uma enorme crise politica, plantada no cenário nacional para impactar a economia e forçar as mudanças à direita, como tão ansiosamente deseja a elite brasileira.

Por isso, não se iluda acreditando que estamos diante de uma cruzada contra a corrupção.

A corrupção está sendo usada como carro chefe de um movimento muito maior, mais amplo e definitivo do que a própria corrupção.




Prof. Péricles



sábado, 26 de março de 2016

O ESCRAVO FUJÃO


A atual crise política nos remete à memória histórica de fatos passados no Brasil.

Não me refiro às óbvias semelhanças com a crise no governo João Goulart e ao Golpe de 64, mas outras, não menos dolorosas.

Por exemplo, ao escravo fujão.

Os donos de escravos, de nossa aristocracia rural, costumavam ficar furiosos quando um escravo, no legítimo direito de preservação, fugia de sua fazenda.

O escravo era perseguido por todos os cantos.

Pagava-se espaço nos jornais para descrever o fugitivo e prometer recompensa por qualquer informação.

Liderados pelo feitor, grupos procuravam nas vizinhanças e em todos os lugares possíveis, qualquer pista que levasse à captura.

Se não encontrado não era deletado da memória dos feitores e uma futura vingança sempre era possível.

Se encontrado era tremendamente torturado, alguns até a morte.

Não era pelo dinheiro investido que o latifundiário se enfurecia, porque, se fosse, teria todo o cuidado para não matar o escravo quando capturado. Era por ódio, por se sentir desafiado.

A elite brasileira é assim, usa as maiores barbaridades para se perpetuar no poder, mas não aceita reclamação, que costuma tratar como insurgência.

Afinal o brasileiro é um povo pacífico, não é mesmo?

Na crise atual a elite atua como no caso do escravo fujão.

Só que dessa vez não é o escravo, mas um partido e um metalúrgico que ousou contrariar sua vontade e vencê-la 3 vezes nas urnas.

São também os eleitores "dessa gente" que ousa derrota-la ha mais de 14 anos.

Elementos da senzala que agora exigem direitos trabalhistas, respeito e ganhos reais em suas vidas, irritam os eternos senhores da Casa Grande.

Onde já se viu filho de pobre em colégio particular? Na faculdade? Comprando carro e viajando de avião?

Os novos feitores não podem mais usar a chibata e o tronco, mas bem que gostariam.

Então, movidos pelo mesmo ódio usam a infâmia, as acusações levianas forjadas e disseminadas pela mídia como verdades absolutas, para agredir.

Sua fúria por ser desafiada é tão grande que ameaça botar fogo na senzala se os subordinados não baixarem o topete.

Devido ao ódio em sua perseguição não restava ao escravo fujão outra saída que não fosse procurar um quilombo e lutar pela vida.

Da mesma forma, talvez não reste outra saída ao povo brasileiro que não seja criar seus próprios quilombos.

Que comunidades, associações de bairro e profissionais, tornem-se os quilombos modernos na luta pela liberdade.

A elite precisa entender que depois de conhecer a liberdade o escravo fujão jamais aceitará os grilhões do passado.

Assim como, em nome da paz e da justiça "não haverá golpe, haverá luta”.





Prof. Péricles