Sábado, 26 de julho de 1930, o Presidente da Paraiba, João Pessoa, é alvejado por vários tiros no interior de uma Confeitaria na cidade de Recife vindo a falecer no mesmo dia. João Pessoa havia sido candidato a vice na chapa da Aliança Liberal encabeçada por Getúlio Vargas, nas eleições presidenciais de fevereiro daquele ano.
A notícia de sua morte por motivos políticos, põem mais lenha na fogueira em que tinha se transformado a política nacional já que a Aliança, derrotada naquelas eleições alegava fraude nos resultados.
O assassinato acabou sendo um dos elementos de revolta presentes na Revolução de outubro daquele mesmo ano de 1930 e que poria fim à República Velha dando início a Era Vargas.
Mas tudo não passou de uma pequena mentirinha. Na verdade, João Pessoa foi assassinado por um homem chamado João Dantas, não por motivos políticos, mas por ser, Dantas, um inconformado marido traído.
Quinta-feira, 30 de setembro de 1937, é divulgado no programa radiofônico oficial “A Hora do Brasil” (mais tarde Voz do Brasil) trechos de um diabólico plano revolucionário tramado pelos comunistas, e capturado por agentes da inteligência, chamado “Plano Cohen”. Os comunistas pretendiam tomar o poder em algumas capitais, inclusive, no Rio de janeiro. O Presidente Vargas seria preso e provavelmente morto assim como alguns ministros e autoridades religiosas. A nação brasileira, ainda abalada com uma insurreição comunista em 1935, estremeceu de pavor.
Duas semanas depois, em 15 de outubro a união assume o controle de vários órgãos públicos estaduais e menos de um mês, em 10 de novembro, Vargas dá o Golpe do Estado Novo, assumindo poderes de ditador. O Plano Cohen foi uma das justificativas de uma “ação forte” do governo para manter a paz no país (dando o golpe).
O Plano Cohen, entretanto, foi uma enorme mentira. Anos mais tarde o General Góes Monteiro afirmaria que o Plano havia sido redigido no gabinete de Vargas pelo então capitão Olímpio Mourão Filho (aquele mesmo que daria início a movimentação militar em 31 de março de 1964).
São muitas as mentiras forjadas na história do Brasil e seus relatos exigiriam o espaço de uma enciclopédia.
O assassinato de João Pessoa e o Plano Cohen são apenas dois dos mais, digamos, originais.
Não somos os únicos nessa “especialidade”.
Os nazistas de Hitler utilizavam muito esse recurso.
Não somos os únicos nessa “especialidade”.
Os nazistas de Hitler utilizavam muito esse recurso.
Em 31 de agosto de 1939, por exemplo, capturaram, drogaram, enfiaram uma farda militar polonesa e depois mataram um pobre homem na fronteira com a Alemanha para acusar a Polônia de uma suposta “tentativa de invasão”. A indignação dos alemães foi canalizada no dia seguinte quando a Alemanha invadiu a Polônia.
Atualmente assistimos o desenrolar de outra dessas pilhérias que um dia causarão sorrisos nos historiadores.
A farsa de um Golpe que busca desesperadamente um motivo ou uma boa mentira e vai se desdobrando assim mesmo, enquanto não acha motivo nenhum.
A lorota de uma presidente ameaçada de impeachment sem cometer nenhum ato de improbidade ou ilícito que justifique a ação.
Um judiciário que se partidarizou juntamente com a Polícia Federal num “samba do crioulo doido” cuja sinfonia é interpretada pela maior rede de televisão do país.
Como no Brasil costumamos rir de nossa própria desgraça, resta o consolo de nos candidatarmos como o país mais experiente em mentiras e mentirinhas que viram verdades.
Um país do nunca onde nem sempre o “era uma vez” termina num final feliz.
Prof. Péricles
Atualmente assistimos o desenrolar de outra dessas pilhérias que um dia causarão sorrisos nos historiadores.
A farsa de um Golpe que busca desesperadamente um motivo ou uma boa mentira e vai se desdobrando assim mesmo, enquanto não acha motivo nenhum.
A lorota de uma presidente ameaçada de impeachment sem cometer nenhum ato de improbidade ou ilícito que justifique a ação.
Um judiciário que se partidarizou juntamente com a Polícia Federal num “samba do crioulo doido” cuja sinfonia é interpretada pela maior rede de televisão do país.
Como no Brasil costumamos rir de nossa própria desgraça, resta o consolo de nos candidatarmos como o país mais experiente em mentiras e mentirinhas que viram verdades.
Um país do nunca onde nem sempre o “era uma vez” termina num final feliz.
Prof. Péricles