Era uma vez um país
chamado Coxilândia.
Seus habitantes eram
chamados de coxinhas.
O símbolo Nacional de
Coxilândia era um cachorro vira-lata.
Na verdade, os coxinhas preferiam
o tucano, mas por serem muito complexados se identificavam mais com os vira-latas.
Achavam que nada em seu
país prestava e sonhavam viver nos Estados Unidos.
A moeda nacional de
Coxilândia era o dólar, muito usada nas férias em Miami, Las Vegas ou nas
viagens para Disneylândia.
Em Coxilândia havia muita
e muita terra agriculturável que não produzia nada útil, mas a posse dessas
terras era de poucas pessoas.
Havia também muita e
muita gente sem terra para plantar, a quem era oferecido trabalho semiescravo
nas terras que já tinham dono.
O uso coletivo da terra,
também chamado de Reforma Agrária, faria bem para todos os habitantes de
Coxilândia. A comida seria mais barata, haveria menos gente em situação de
miséria, diminuiria a violência do campo. Mas, os coxinhas, principalmente
aqueles que não tinham terra nenhuma, eram contra a Reforma Agrária.
Existia liberdade
religiosa, mas predominavam os católicos que nunca iam nas Igrejas.
Tinha samba, carnaval e
futebol, festas populares, porém controladas por contraventores e corruptos que
realmente se divertiam.
Muitas outras forças e energias
eram adoradas pelos coxinhas.
A imprensa, por exemplo
estava num patamar de divindade. Tudo o que era dito na mídia, imediatamente
virava dogma.
As novelas televisivas
criavam moda, mitos e alienados.
Liam a Revista “Óia” e
se achavam bem informados.
Os coxinhas formavam uma
sociedade estratificada, dividida oficialmente em: doutores (aquém o coxinha
adorava beijar a mão), a classe média, por sua vez subdividida em: os que
achavam que um dia seriam doutores e os que desconfiavam que jamais seriam
doutores, mas, adoravam puxar o saco deles.
E tinha milhões de outras
pessoas que não se enquadravam nesses grupos e eram denominados pelos coxinhas
de comunistas, pobres e vagabundos.
Os coxinhas odiavam ver pobre de carro, adquirindo bens, viajando de avião e ver filhos de pobres estudando nos mesmos colégios que os coxinhazinhas estudavam.
Adotavam rótulos onde os pobres, comunistas e vagabundos falavam errado e eram ignorantes sem perceber que era a sua a maior ignorância.
Os coxinhas odiavam ver pobre de carro, adquirindo bens, viajando de avião e ver filhos de pobres estudando nos mesmos colégios que os coxinhazinhas estudavam.
Adotavam rótulos onde os pobres, comunistas e vagabundos falavam errado e eram ignorantes sem perceber que era a sua a maior ignorância.
Havia eleições em três
turnos em Coxilândia.
No primeiro turno e
segundo turnos deviam ser eleitos os candidatos dos doutores e seus amigos. O
terceiro turno era para derrubar os candidatos dos comunistas, pobres e
vagabundos que ousassem ser eleitos.
A culinária do país era
riquíssima.
Além da comida nacional,
a coxinha, também eram muito apreciadas as comidas finas, pelos doutores que as
comiam e pelos puxa sacos que não comiam, mas, sentiam prazer em saber que os
doutores comiam.
O governo era uma
república que os coxinhas definiam como “republiqueta”, quando perdiam.
Entretanto, a ditadura era um ideal dos que não tinham ideais.
Em Coxilândia 70% dos
presos eram negros, menos de 20% dos estudantes nas faculdades eram negros, mas
não havia racismo.
Mulheres recebiam
salários menores que os homens, eram violentadas e agredidas na proporção de
uma a cada 20 minutos, mas não existia machismo.
Homossexuais era
agredidos e assassinados nas ruas e na saída de espetáculos, demitidos de seus
empregos e não aceitos em certas igrejas, mas não havia homofobia.
Fascista se
autodenominava intervencionista.
9% da população
concentrava 55% da riqueza, mas se dizia que o país era de absoluta igualdade
social e econômica.
Ricos e filhos de ricos
que roubavam, violentavam e dirigiam bêbados ou drogados, não iam para a
cadeia, mas se dizia que todos eram iguais perante a Lei.
Professores ganhavam uma
miséria e eram agredidos pela polícia quando reclamavam enquanto os juízes
recebiam até auxílio moradia.
Diziam que Deus era
Coxinha e que povo que elegia candidato da mídia era o mais politizado do país.
No próximo texto vamos
falar do folclore de Coxilândia.
Prof. Péricles