terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

PARA QUEM TORCER?


Final de ano tem eleições nos Estados Unidos, ou, no Império como diria o coxinha mais ardente.

É bem verdade que desde o governo Lula, quando o Brasil buscou novas parcerias, a influência direta dessa nação sobre nós tem diminuído. Ainda assim, não tem como negar o impacto que a escolha do presidente do país que possuí 22% do PIB mundial tem sobre o Brasil e sobre todos os países do mundo.

Assim, uma pergunta que se destaca é: nós que não participamos, só assistimos, devemos torcer pra quem?

Vejamos.

O sistema eleitoral americano é curioso e diferente de tudo que conhecemos aqui no Brasil.

É presidencialista, mas, por ser uma confederação, a eleição não é direta, uma vez que é decidida por um colégio eleitoral, onde cada estado, de acordo com a extensão e população tem direito a um número determinado de votos.

Os eleitores de cada estado votam diretamente (em 08 de novembro) e, a maioria dos votos desses eleitores determina para quem vão os votos do estado.

É a soma dos votos de todos os estados que decide o novo presidente.

Confuso? Você ainda não viu nada.

O sistema eleitoral, urna, cédulas, etc. de cada estado é próprio e pode ser bastante diverso um dos outros.

Uma zona.

Dois partidos políticos disputam a presidência, embora existam mais de 20 partidos legalmente inscritos, alguns com importância apenas regional.

Portanto, em teoria, o sistema eleitoral é pluripartidário, mas, na prática, bipartidário.

Os dois partidos que realmente decidem são, o Partido Republicano (o elefante) e o Partido Democrata (o jumento).

Os dois partidos são conservadores, tipo Partido Liberal e Partido Conservador no Brasil Império ou PMDB e PSDB nos tempos atuais, mas, algumas sutis diferenças existem.

O Partido Republicano é o mais conservador. Suas propostas estão sempre de acordo com os valores mais tradicionais desse país ligados à religiosidade protestante, predominância de elementos brancos e sionistas e total oposição às ideias mais liberais como legalização do aborto ou universalização da saúde.

O Partido Democrata, também conservador, adquiriu ao longo do tempo ares mais democráticos, principalmente devido à necessidade de ser um contraponto ao conservadorismo do Partido Republicano.

Antes das eleições presidenciais, ocorre uma eleição talvez mais espetacular ainda, as chamada prévias, quando diferentes candidatos dos dois partidos, disputam a indicação para ser o nome do partido na eleição “quente”.

Esse ano o Partido Republicano apresenta como nome mais forte o milionário e polêmico Donald Trump. Um dos homens mais ricos dos Estados Unidos, Trump tem se destacado por atrair obre si um ar demagogo e populista de uma personagem que não teme a polêmica nem tem papas na língua.

Não fosse tão nocivo aos nossos interesses e aos interesses da paz mundial seria o candidato mais “engraçado” que faria que muitos torcessem por sua vitória.

O Partido Democrata apresenta duas candidaturas realmente interessantes.

De um lado Hilary Clinton, esposa do ex-presidente Bill Clinton e que, em caso de vitória será a primeira mulher presidente dos EUA (substituindo o primeiro presidente negro).

Mas a candidatura mais espetacular, sem dúvida é a de seu adversário, Bernie Sanders.

Sanders sempre se destacou pela crítica ao capitalismo selvagem tendo sempre, como prefeito e senador, feito de seu discurso uma prática. Ele representa uma visão chamada por lá de “socialista” (não confundir com marxista).

Bernie Sanders tem recebido inflamado apoio dos imigrantes, das mulheres e, surpreendentemente dos jovens (Sanders já tem mais de 70 anos).

Parece ser a coisa nova, a proposta real de mudanças numa potência que não consegue mais esconder sua decadência e o empobrecimento de boa parte de sua população.

Bernie Sanders do Partido Democrata, o candidato dos mais pobres e de Michel Moorer, talvez mereça também a nossa torcida.



Prof. Péricles







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