Brasil, em algum momento do futuro.
Olhos perdidos no nada buscam entender seu tempo.
Nosso herói sobreviveu a ultima epidemia provocada por mosquitos, que matou toda sua família.
Milhões de outras pessoas morreram já que não tinham dinheiro para pagar hospitais nem planos privados de saúde.
O SUS existiu mesmo um dia ou era uma lenda?
Esgotado, na saída do hospital privado e pago, procura lembrar como tudo começou.
Sim, pensa nosso heróis, foi na grande vitória dos coxinhas.
Agora lembrava bem...
Depois de uma enorme farsa montada pela mídia em parceria com a ala asiática da Polícia federal e membros do judiciário, a presidenta foi afastada.
Seu vice ficou de mau e nada fez para ajuda-la.
Pobre Presidenta, tão tolinha, acreditava em democracia.
Seu substituto natural e ex-presidente, foi atado a uma teia de acusações que inviabilizaram sua candidatura.
Não importava se acusações tivessem fundamento. Podiam ser míseros pedalinhos, tudo era usado para desvirtuar a candidatura dele.
Ao mesmo tempo desviava-se a atenção de milhões e milhões roubados pelos amigos da mídia e das companhias americanas.
Oh God! Como fomos tão cegos!
No poder, o tirânico ex-presidente do congresso deu o golpe final na democracia, e se declarou imperador, Coxinha I enquanto a primeira dama recebia o título de sobrecoxa.
O pré-sal foi entregue por alguns pilas (a moeda gaúcha foi adotada como moeda nacional) e a Petrobras trocada por um posto de gasolina da Shell em Caxias.
Os bancos da Suíça receberam dupla cidadania.
Numa festa apresentada por Fábio Júnior e Regina Duarte com músicas de Lobão, transmitida ao vivo pela maior rede de televisão e de audiência obrigatória pela nova ditadura, um ex-sociólogo recebeu o título de príncipe de acordo com sua insaciável vaidade.
O tucano virou a ave nacional e por determinação do Coxinha Supremo todos tiveram que colocar um globo na manga de suas camisas.
As saudações “Eil” usada pelos nazistas ou “anauê” pelos integralistas foram substituídas por “plim-plim” quando coxinhas se encontravam ou saudavam seus líderes
Sim, nosso herói lembrava bem...
Lembrava das festas do 4 de julho que substituíram o 7 de setembro e eram comemoradas com marcha dos estudantes pelas ruas do Brasil.
Lembrava dos campos de reeducação no interior do Araguaia onde a juventude aprendia inglês e era forçada a frequentar cursos intitulados de “revoltados on line” e “vem pra rua” onde sofriam lavagem cerebral e viravam umas bestas.
Shits! Quanto horror!
Ele nem sabia o que era pior...
Seria, talvez, os mandamentos da NIB (Nova Igreja Brasileira) que pregava que lésbicas, gays, índios e negros iriam para o inferno e o estado deveria dar um empurrãozinho?
Ou os discursos dos Bolssonaristas, membros de uma poderosa organização que pretendia enviar para campos de concentração e extermínio todos aqueles que fossem de esquerda ou tivessem um petista em sua árvore genealógica?
Nosso herói não sabia, mas uma coisa ele tinha certeza... aquilo tudo havia sido apenas o começo da grande tragédia que se abateu sobre os brasileiros, mas agora, chegara a hora de virar o jogo.
(continua)
Prof. Péricles
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