A geopolítica
internacional frequentemente é comparada a uma partida de xadrez, onde as
nações buscam a melhor posição no complexo cenário das relações internacionais.
E o tabuleiro atual nos
mostra um quadro de forte tensão.
Os principais
movimentos que levaram ao quadro atual foram:
01. Crise econômica
atinge a China, e a china, hoje, é um gigantesco elefante que tentamos guardar
dentro de casa. É incompreensível, toma todos os espaços, mas gostamos de
pensar que a entendemos. O ano de 2015 apresentou a menor taxa de crescimento
desse país em muitos anos seguidos de aceleração.
02. A entrada da Rússia
de forma direta no conflito da Síria: as ações de um exército poderoso na
região, uma espécie de estranho no ninho, ameaça diretamente os interesses dos
Estados Unidos e Israel que sempre apostaram na queda de Bashar AL-Assad e na
posse de um governo fantoche, ou, pelo menos, amigo.
03. Aos planos
prejudicados no Oriente Médio por Putin, acrescente-se a insatisfação em Israel
com a assinatura de um acordo entre Irã e Estados Unidos que reabilita o
governo de Teerã e permite que esse país cresça substancialmente de importância
na região que, normalmente, Israel considera seu quintal.
04. A decisão da Arábia
Saudita de atingir diretamente a economia de seu arqui-inimigo, o Irã,
produzindo petróleo em uma quantidade acima do consumo e dessa forma, força a
queda do produto. Além do seu alvo, o Irã, essa política da Arábia Saudita
provoca instabilidade e desconforto no mundo inteiro.
05. A intenção de
Vladimir Putin de negociar o petróleo que vende, aceitando como pagamento ouro
em vez do petrodólar ameaça jogar os Estados Unidos numa crise inimaginável,
que certamente, puxará junto a Europa. Se a Duma (Parlamento Soviético)
autorizar Putin a seguir em frente, estaremos diante de uma situação que transformar
dramaticamente toda a “cara” do mundo moderno, pois é com o petrodólar que os
Estados Unidos têm mantido sua hegemonia apesar de todas as crises políticas e
econômicas recentes..
Quais serão os próximos
movimentos no tabuleiro?
O melhor de todos os
caminhos, sem dúvida, seria uma tentativa séria e global para a solução do
problema da Síria, organizada pela ONU. Apertando Bashar AL-Assad e os grupos
rebeldes, é possível isolar o EI, reconciliar o país e afastar Estados Unidos,
Israel e OEA. . A pacificação da Síria é hoje o caminho mais seguro para a
manutenção da paz internacional.
Mas, infelizmente o
caminho da retaliação não está descartado.
É provável uma
intervenção militar de Israel no oriente Médio. Seria uma tentativa de criar
constrangimento à presença da Rússia. Os efeitos colaterais é que são
imprevisíveis.
Mas, talvez o que mais
deva nos preocupar é que, em ano eleitoral, os estados Unidos podem tentar uma
jogada de mestre para escapar do cheque mate russo e, como sabemos, estratégias
arriscadas trazem os riscos de consequências inesperadas.
Prof. Péricles
Um comentário:
Espetacular análise e conhecimento do assunto. Vamos torcer, é o que nos resta.
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