ESTADOS UNIDOS
Na política externa as eleições de novembro serão decisivas.
Segundo alguns analistas, existe um “Projeto Republicano” inaugurado pelo presidente Bush (pai) e continuado pelo Bush filho, de dominação militar da área do petróleo. Por esse projeto, os Estados Unidos praticamente forçaram as duas guerras contra o Iraque (até, finalmente dominar o país) e invadiram o Afeganistão. Mas, a eleição de Obama (Partido Democrata) fez com que o projeto se mantivesse em suspenso, devendo ser a questão da Líbia vista em outro contexto que não do projeto original. Caso algum candidato republicano vença em novembro, e, se realmente esse projeto existir, o Irã e a Síria deverão ser atacados em breve. Se Obama for reeleito haverá um jogo de forças entre os que defendem e se opõem à esse projeto militarista considerando que ele realmente exista. A balança penderá para as forças que forem decisivas para a vitória da reeleição do presidente.
De qualquer forma esse ano de 2012 exigirá definições norte-americanas no Oriente Médio. O apoio irrestrito a Israel está cada vez mais difícil, principalmente após o reconhecimento da ONU ao governo palestino da ANP. Ou esse apoio se cristaliza, por exemplo, com um ataque à usina nuclear do Irã, ou o governo de Washington terá que forçar uma reaproximação de Israel com o Hamas. Como está é que não pode ficar.
Dentro de casa, se Obama vencer ganhará muito mais força política para impor algumas questões sociais que lhe são caras, como o atendimento médico público. Questões como essa, foram eleitas por Obama como o marco histórico que pretende deixar na passagem do primeiro negro pelo governo dos EUA. Caso algum candidato republicano vença, o projeto de saúde vai direto para o ralo e poderemos esperar medidas econômicas ortodoxas, como cortes profundos no chamado déficit público (que é como chamam os investimentos em ações sociais).
Parece que 2012 não promete ser um ano ameno para os americanos. E essa eleição, por tudo isso, deverá ser cheia de golpes sujos e dedo nos olhos.
BRASIL
O Brasil está diante de mais um desafio: é necessário crescer menos. Tudo na vida em excesso faz mal, até desenvolvimento, e aprendemos isso com os Estados Unidos na crise de 1929 representada pela quebra da Bolsa de Nova York. Os índices de desenvolvimento deverão ser menores até para acompanhar os passos da crise internacional e não se “isolar” dela, mas, deverão existir. Ou seja, como dizia Pinheiro Machado quando percebeu seu carro cercado de olhares hostis em 1917 “devemos andar, nem tão devagar que pareça provocação, nem tão rápido que pareça covardia”.
Como fazer isso? Esse é o desafio da área econômica. Sem nunca esquecer que alguns países, hoje com economia dependente da nossa, como a Argentina, precisam andar no mesmo compasso para que não ocorra um desequilíbrio regional.
Devemos nos livrar da dependência das exportações de comodites, restringir o crédito interno, investir num confronto com a China pelos mercados Europeus setoriais, como o de calçados? Perguntas que aguardam respostas esse ano.
Teremos em 2012 a Rio +20, Conferência organizada pela ONU na seqüência iniciada com a ECO-92, também no Rio de Janeiro. A atenção do mundo estará voltada para cá, pois não é mais possível adiar decisões sobre a questão climática do planeta. O fracasso da Conferência de Durban, no final de 2011, não permite mais protelações.
Haverá em outubro, eleições para prefeituras municipais. Mais do que um embate político regional, essas eleições terão enorme significado para as próximas eleições presidenciais.
Pela primeira vez depois de muitos anos, o PT ameaça o feudo tucano que é São Paulo. A candidatura Fernando Haddad, ex-ministro da educação, que deverá ter apoio direto de Lula, somada à crise nas hostes tucanas, onde José Serra e Fernando Henrique Cardoso parecem um casal à beira de um ataque de nervos, possui reais possibilidades de vitória. Se essa vitória se consolidar e o PT vencer no coração do PSDB no mapa eleitoral brasileiro, o caminho para uma reeleição de Dilma Roussef parece, desde já, livre e sem ameaças reais.
Veremos.
Prof. Péricles
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