Ademar de Barros, governador cassado pela Ditadura Militar brasileira, exilado em Paris, foi operado, em janeiro de 1969, de hérnia e litíase. Tentou ainda uma cura milagrosa no Santuário de Lurdes, que não se concretizou. Morreu, em Paris, em 12 de março de 1969, aos 68 anos de idade. Seu corpo foi transladado para o Brasil e enterrado no Cemitério da Consolação, na região central da capital paulista, em 16 de março daquele ano.
A morte do político causou constrangimentos à família durante o enterro, envolvendo sua amante Ana Gimol Capriglione.
A amante, na época que o falecido era governador, era conhecida pelos amigos e funcionários do Palácio do Governo, pelo codinome de "Doutor Rui". Quando o "Doutor Rui" telefonava, era preciso passar imediatamente ao governador, pois todos sabiam da importância da amante.
Durante a cerimônia fúnebre, Ana Capriglione, que fora quem cuidara do translado do corpo de Paris para o Brasil, fez questão de velar o morto até o fim, causando desconforto à viúva, Leonor Mendes de Barros, e aos filhos. O impasse foi resolvido quando se chegou ao acordo inusitado de que as duas mulheres dividiriam o tempo no velório. Ana Capriglione permaneceria até o início da madrugada e, em seguida, cederia à família. O trajeto final até o cemitério foi feito pela família do morto.
Quatro meses depois da morte de Adhemar de Barros, um novo e definitivo escândalo histórico envolveria o seu nome. Escândalo que ficaria conhecido como “o Caso do Cofre do Adhemar”.
Por detrás da lenda da caixinha do Adhemar, havia a certeza das suas negociatas obscuras e do hábito do velho político guardar o resultado delas em dinheiro vivo. Mas onde estaria o dinheiro? Comentava-se que estava espalhado por vários cofres.
No dia 18 de julho de 1969, numa ação promovida pelo Grupo Guerrilheiro VAR-Palmares (fruto da fusão da VPR com o Colina), o cofre da casa do Dr. Rui, ou, Ana Capriglione, que vivia em uma luxuosa mansão do bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, foi tomado pela guerilha e levado inteiro numa Veraneio C-14.
Num movimento espetacular de apenas 28 minutos, e supostamente planejado pela guerilheira Estela (Dilma Roussef), os guerrilheiros puseram as mãos em 2,5 milhões de dólares, que iria financiar outros atos de guerrilha, em sua Guerra Urbana contra o estado fascista.
Ana Capriglione, para safar-se de um inquérito aberto e ter que explicar a origem do dinheiro, assim como revelar seu montante, manteve a versão de que o cofre levado da sua casa estava vazio, que tudo não passara de um grande equívoco dos guerrilheiros.
Não podemos saber qual foi a última lembrança do velho lobo Ademar de Barros, em seu último sopro de vida, em Paris.
Mas, com certeza, ele, um fanático anticomunista jamais poderia imaginar, antes de cerrar os olhos, pela última vez, que seu dinheiro acabaria financiando a resistência comunista e as guerrilhas contra a ditadura militar no Brasil.
Você pode ler mais e saber mais detalhes lendo
"Memórias tortuosas da luta contra a ditadura", copyright Jornal do Brasil, 20/03/04
"Uma tempestade como a sua memória, Martha Vianna, Record, 182 páginas, R$ 25,00
Um comentário:
dessa vez ñ deu professor fica p outra vez
DALE INTERNACIONAL 40 VEZES CAMPEÃO ESTADUAL!!!!!!!!!!!!!!!!
por favor professor troca essa apresentação de slides. brincadeira shuashuashuashuashua.* grêmio e inter são a nata do futebol brasileiro*!!!!!!!
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