Na manhã da sexta-feira (29/04), O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (órgão criado por Getúlio Vargas) divulgou os dados do Censo Demográfico de 2010.
Algumas coisas que, de acordo com os números, podemos concluir (ou encasquetar):
Somos 190.755.799 brasileiros.
Nosso país não é super povoado, pois sua densidade demográfica (povoamento em relação à área) é de 22,4 habitantes por km². Dessa maneira podemos dizer que o pesadelo de épocas recentes de um Brasil super povoado e inabitável está bem distante (leiam "Não Verás País Nenhum" uma das obras que assustou minha geração).
Agora o crescimento se dá principalmente nas cidades médias (tipo Ribeirão Preto, Caxias do Sul), diferentemente das décadas passadas onde o crescimento maior era nas grandes metrópoles nacionais (São Paulo e Rio de Janeiro) e nas metrópoles regionais (Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, etc.). O crescimento dessas 38 cidades com mais de 500.00 habitantes é de 2,05% ao ano enquanto que o número de residentes nas duas maiores cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro, ficou praticamente estável: 0,76% ao ano, em ambas.
O Censo 2010 também registrou que os municípios menos populosos, com menos de 2 mil habitantes, se tornaram menores ainda ao longo dos 10 anos, apresentando taxa negativa de crescimento.
A proporção entre os sexos é de 96 homens para cada 100 mulheres. A população feminina tem 3.941.819 a mais do que a masculina. (Que Maravilha!)
Apesar disso, nascem mais meninos que meninas, pois a natureza é sábia e percebe que morrem mais homens que mulheres ao longo da vida (também, do jeito que nos deixam malucos...).
Proporcionalmente a população mais velha cresceu mais do que a população mais jovem. Mais respeito com os tios.
A média de moradores por domicílio no Brasil caiu de 3,8 em 2000 para 3,3 no ano passado.
No momento em que se combate a homofobia e o Judiciário considera a união estável entre indivíduos do mesmo sexo, dados divulgados pelo IBGE apontam que o Brasil tem mais de 60 mil casais homossexuais, enquanto 37.487.115 pessoas residem com cônjuges do sexo oposto.
O Censo Demográfico foi realizado em 5.565 municípios de todo o país. Mais de 67 milhões de domicílios foram visitados durante o período de 1º de agosto a 31 de outubro/2010.
AGORA O DADO MAIS PREOCUPANTES
Há 16,3 milhões de brasileiros que não ganham sequer 70 reais por mês; são 8,5% da nossa população vegetando em condições subumanas.
Enquanto isto, o ranking da revista Forbes, divulgado no último mês de março, revela que as fortunas dos 30 brasileiros mais ricos totalizam US$ 131,3 bilhões, ou seja, mais de R$ 210 bilhões, os dados do IBGE indicam que a renda mensal de todos os brasileiros miseráveis não chega nem a R$ 1,2 bilhão, ou seja, cada um de nossos bilionários possui bens e valores equivalentes à renda mensal de 16,3 milhões de nossos concidadãos.
Se é verdade que o desenvolvimento é nosso maior desafio, também é verdade que a diferença social é nossa maior doença.
Talvez, seja a hora das mentes mais conservadoras e exclusivistas desse país, aquelas que rejeitam qualquer conquista social e que acha um absurdo “pobre” querer ter carro e viajar de avião, se abram através da solidariedade e fraternidade e tenham coragem para rever suas posturas egoístas e posicionamentos políticos reacionários.
Ainda há tempo... sempre há.
Um comentário:
Adorei a leitura. Concordo com todos os apontamentos, ora criticos, ora cômicos. Estamos no país dos contrastes. Somos miseravelmente conformados com a realidade. Parsbéns pela exposição e contraponto das idéias.
Att Vinícius Vanir Venturini
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