quarta-feira, 24 de maio de 2017

BRASIL PROJAC


Há 21 anos, no dia 2 de outubro de 1995 a Rede Globo, depois de 15 anos entre projetos e construção, inaugurava o Projac (Projeto Jacarepaguá), hoje em dia conhecido como “Estúdios Globo”.

Lembrando os grandes estúdios norte-americanos dos anos 40/50, quando inaugurado, o Projac era o maior núcleo televisivo da América Latina, o Maior Estúdio, ou múltiplo estúdio de produções de sua área (atualmente perde apenas para os estúdios da TV Azteca, do México, inaugurados em 2012).

Os mais antigos, que assistiram novelas globais de décadas anteriores, devem lembrar que as tramas se passavam em cenários acanhados, reduzidos, a tal ponto que pouco se diferenciava a mansão da casa humilde, pelo menos, em tamanho.

Hoje em dia a Globo lembra produções hollywoodyanas, com espaços generosos de gravação.

A TV Globo que faz parte das organizações Globo (rádio, jornal e outros veículos) nasceu, cresceu, floresceu, ficou rica e monopolizou o mercado sob os auspícios da ditadura militar.

Seu passado, portanto, está intimamente ligado com o período mais negro de arbítrio de nossa história, e nem ela esconde isso, tendo até pedido desculpas a seus espectadores.

Mas o problema da Globo não é seu passado. O passado pode e deve ser resgatado, mas não alterado.

O problema, maior do Brasil, é seu presente e seu futuro real em contraste com o imaginado pela Globo.

Acostumada a criar personagens inesquecíveis e grandes obras de ficção, como um cientista louco que se confunde com sua própria criação, algumas pessoas dessa organização talvez misture a realidade nacional com algum tipo de roteiro escrito em seus bastidores.

De certa forma, é como se imaginasse o Brasil inteiro um grande projac que pode ser adaptado aos seus interesses, e a história só vale se contada de seu jeito.

Assim um ex-presidente tem que ser corrupto mesmo que não exista prova nenhuma contra ele. A presidenta eleita deve ser apeada do poder e as reformas que desagradam a imensa maioria dos brasileiros devem ser aprovadas.

Como se o Brasil inteiro trabalhasse nesse projac, a Globo pensa que pode demitir presidentes, procuradores, ministros e a todos em geral, como se seus trabalhadores fossem.

Só que não.

O Brasil precisa reagir e o povo brasileiro escrever seu próprio roteiro onde os meios de comunicação, necessários à democracia, não ameacem a própria democracia.

Uma das poucas coisas muito claras em todo esse drama que o país vive é que, do jeito que a Globo funciona e com seu imenso poder de criar realidades, a democracia brasileira jamais sobreviverá há alguns capítulos entre um golpe e outro.

A Globo é uma concessão do governo brasileiro e não o contrário, o governo uma concessão da Globo.

O Brasil não cabe no Projac, ele é muito maior.




Prof. Péricles

terça-feira, 23 de maio de 2017

O DESESPERO DA GLOBO



O editorial de O Globo pedindo a renúncia de Temer, é demonstração de fraqueza e desespero.


A Globo nunca precisou manifestar por escrito suas posições para mover os cordões do poder. Dessa vez, deixou o roteiro – por escrito!


Está claro que família Marinho, alinhada ao Partido da Justiça, deseja a rápida substituição de Temer por um governo “técnico” – que conclua as “reformas” e dê sustentação para a Lava-Jato concluir sua tarefa principal: impedir Lula de ser candidato.


A Globo deseja “limpar” o golpe. Temer no poder cria uma dissonância: se Dilma foi afastada em nome da moralidade (grande mentira, sabemos), como se explica que uma gangue esteja hoje no controle do país?


A Globo nunca quis moralidade. O grande projeto é desregulamentar o mercado de trabalho, tirar direitos sociais e abrir o Brasil para investimento estrangeiro. De quebra, a família Marinho poderia passar a empresa nos cobres, desde que a Lei de Telecomunicações seja alterada e a TV possa assim ser vendida a algum investidor estrangeiro.


Temer servia como operador dessa agenda – que foi rejeitada nas urnas. E por isso trata-se de um golpe! A vontade majoritária foi desprezada, e o programa derrotado 4 vezes no voto estava sendo implantado na marra.


Mas o timing da PF e da JBS acelerou as contradições, expondo de forma dramática a desagregação do bloco que deu o golpe. Numa linguagem mais “sociológica”, poderíamos dizer que desde 2013 o Brasil vive uma ampla “crise de hegemonia”. O bloco sob o qual Lula e Dilma governavam rachou, mas um novo bloco não conseguiu ainda impor sua hegemonia de forma desorganizada. É como se a disputa seguisse indefinida, agravando a crise e abrindo possibilidades para todo tipo de saída.


E aí entramos no segundo eixo desse texto: o desespero. O tempo corre agora contra a Globo.


A Globo tem pressa. E se desespera. Porque as reformas já pararam. Se o único caminho para tirar Temer for o TSE, isso pode levar dois a três meses! Até lá, o clima nas ruas vai ferver. E a possibilidade de aprovar as reformas se evapora se tudo não estiver resolvido até agosto ou setembro…


Fora isso, a crise expõe mais e mais contradições. Agora Gilmar Mendes também aparece nas delações e pode ser submetido a impeachment, já que tramava com Aécio formas de influenciar votos no Senado.


Temer decidiu ficar, e expõe assim as contradições dos dois grupos golpistas: de um lado, a direita política, de outro o Partido da Justiça. O que unia os dois era derrubar Dilma e aplicar a agenda ultra-liberal.


Acontece que Temer, mais do que qualquer agenda, defende a sobrevivência dele mesmo e da gangue que o cerca.


A Globo ajudou a instalar no poder um grupo que vai permanecer ali o quanto puder, para garantir o foro privilegiado.


Seria fundamental, para a gangue midiática, instalar rapidamente um governo eleito indiretamente, para completar a destruição de direitos e acabar de abrir o país – inclusive parta investimentos estrangeiros nas comunicações. Mas no poder há outra gangue. Que vai usar todas as armas para resistir.


É curioso ver o editorial da Família Marinho invocar os interesses “dos cidadãos de bem”. Onde estavam esses “cidadãos de bem” quando a ditadura matava e torturava com apoio da Globo? Ou quando Collor arruinava o país com beneplácito da família Marinho? E quando FHC comprava a reeleição? Ou quando as empreiteiras e conglomerados privados enchiam as burras dos tucanos?


A Globo descobriu os cidadãos de bem recentemente?


Por isso, tenho aqui invocado a velha fórmula de Brizola: se a Globo está de um lado, fiquemos do outro!


Claro, não estou dizendo que devemos defender a gangue temerária. Mas apontando para duas questões: a esquerda e os movimentos populares vão servir de massa de manobra para derrubar Temer, e na sequência ver a Globo instalar Carmen Lúcia/Meireles/Armínio Fraga no poder?


Para o campo popular, o melhor que pode acontecer é Temer ficar, expondo as contradições da direita liberal, esgarçando o tecido golpista. Que seja longa a agonia do governo golpista, expondo as vísceras do falso moralismo e dos tais “cidadãos de bem”.


Deixemos o “Fora, Temer” para os editoriais da Globo. Quem pariu mateus que o embale. A palavra de ordem do lado de cá já não é “Fora, Temer”. Mas “Diretas-Já” e “Parem as Reformas”.


Vamos para rua pedir que o povo decida qual programa será implantado no Brasil. Ou seja, lutamos pela Democracia e contra o desmonte do Estado Nacional.


Enquanto isso, podemos até nos divertir um pouco com o desespero da Globo. E dizer: “Temer, resista!”



Por Rodrigo Vianna

domingo, 21 de maio de 2017

AO CONTRÁRIO


Luciano Huck e João Dória correram pra retirar fotos e postagens com Aécio.


Quem votou em Aécio está quieto, não assume o voto e a coxalhada covarde só diz que " é tudo farinha do mesmo saco". Um clichêzinho decorado e oportunista que os isenta de responsabilidade, tentando tirar o corpo fora.

Não se encontra um só post de apoio ao Aécio, o candidato a quem os coxas queriam entregar a presidência de seu país.


Tucanos congressistas já cogitam abandonar o Temer, negociam o apoio ao governo a peso de ouro 24k e não se rebelaram contra as acusações ao Aécio.


Quanta diferença...


Ao primeiro sinal de perigo de tirarem Dilma, a esquerda e, principalmente os Petralhas, postaram fotos, textos, rechitegs de apoio à Presidenta Legítima, e uma tsunami de lealdade, indignação e revolta invadiu o Face por mais de 1 ano assim como o Twitter, blogs e sites.


Depois do golpe, Petralhas NÃO RETIRARAM FOTOS, ao contrário, postaram mais e mais e mais. Chegaram a ponto de trocarem suas fotos de perfil para a foto da presidenta eleita.


Quando, como Aécio, Lula foi acusado, nenhum Petralha se calou, ao contrário, um clamor de revolta se levantou do Face e invadiu o Brasil. PETRALHAS não fugiram, não se esconderam, ao contrário, encararam juízes, MP, PF, e, no ápice da lealdade, trouxeram a briga para si, compraram a briga como SUA briga , todos foram "os acusados" com o "#MexeuComLulaMexeuComigo".


Deputados e senadores de esquerda não abandonaram Dilma na hora do perigo, muito menos ao ver que o Golpe ia ser inevitavelmente consumado, ao contrário, seus discursos emocionados e emocionantes repetiam o irrestrito apoio à Presidenta.


Quanta diferença....


Leais, combativos, lúcidos, coerentes, corajosos, assim são os petistas - que não recebem um só tostão pra lutar pelo PT, o fazem por ideologia, o fazem por firmeza de caráter, por serem de uma essência nobre, impossível de apagar.


Caráter é coisa que não dá pra negar. Petralhas têm caráter.


Ao contrário dos coxas, fascistas e da direitalha covarde, petralhas não temem o confronto e nunca abandonam o barco que está afundando, ao contrário, permanecem no barco tentando salvar as pessoas, lutando e se arriscando, não por si, mas pelo próximo.


Para um Petralha , é IMPOSSÍVEL não ser e agir assim. É Caráter, é Amor, é Convicção, é ser adulto em suas escolhas. É saber o que se é, se diz, se faz...


Quanta diferença....


Quanta diferença, e vejo mais claramente agora, dos tucanos e da coxalhada brasileira...


A exata diferença que existe entre ratos &


Entendo agora o ódio, a PTfobia insana dos coxas: é INVEJA dos ratos que nem sabem que são ratos. Mas não têm como negar sua essência desprezível de ratos. Coxas e Tucanos, vergonha alheia por vocês.



#OrgulhoDosMeusPetralhas #AmoVcs



(Por Denise Rohloff aos amigos)

sábado, 20 de maio de 2017

GLOBO QUER CARMEN LÚCIA

Não existem coincidências na Lava-Jato. Ainda mais quando a Globo está envolvida. Foi um jornalista do jornal da família Marinho o escolhido para vazar a delação bombástica da JBS – que deveria fazer Temer sair algemado do Palácio, levando também à cadeia o homem que iniciou o processo golpista: Aécio Neves.


Temer e Aécio aparecem nas gravações usando linguagem de gângster para obstruir investigação. Se a Globo queria prender a Dilma por causa de um e-mail falso, o Aécio merece o quê? Cadeira elétrica?


O vazamento veio do STF; ao ser noticiado pela pena amiga da Globo, emitiu-se um claro sinal ao Palácio: o principal sustentáculo do governo Temer decidiu retirar seu apoio. A família Marinho e seus colunistas/capatazes já movem as peças em outra direção.


Semana passada, eu escrevi que havia sinais claros de que o governo golpista se esgotava, e que a presidenta do STF, Carmen Lúcia, realizava reuniões reservadas com banqueiros, grandes empresários e o diretor-geral da Globo.


Retomo agora o que escrevi naquele dia:


- em 1964, deu-se o golpe em nome da moralidade; e o poder ficou com um general “limpo” – Castelo Branco;

- em 2016, deu-se o golpe também em nome da moralidade; e o poder ficou com Michel Temer e seu garotos podres.


A figura nefasta de Temer cria dissonância; o golpe precisa urgentemente limpar sua imagem.


Por isso, a Globo abandonou o campo da direita política (Aécio, Temer, Serra et caterva). E apostou todas suas fichas na anti-política capitaneada por Moro e Janot.


Chama muita atenção que o diretor-geral da Globo e outros 12 empresários peso-pesados (do Itaú às Lojas Marisa) tenham se reunido em caráter “reservado” com a presidenta do STF, Carmen Lúcia (clique aqui para saber mais).


Quando a reunião com Carmen Lúcia ocorreu, a delação da JBS já havia sido concluída (mas ainda não revelada). Já se sabia que Temer e Aécio estavam mortos. A Globo já costurava uma alternativa.


A saída Carmen Lúcia depende de alguns fatores… Temer caindo, segundo a Constituição, deveriam assumir (pela ordem): Rodrigo Maia (presidente da Câmara), Eunicio de Oliveira (presidente do Senado) ou Carmen Lúcia (presidente do STF).


Os dois primeiros são investigados pela Lava-Jato. O Supremo já construiu entendimento de que réus em processos criminais não podem assumir o poder. Ou seja: se o STF transformar Eunicio e Maia em réus, estaria aberto o caminho para um governo sob o comando de Carmen Lúcia.


De toda forma, qualquer dos 3 que assuma deveria convocar eleições (indiretas, diz a Constituição). Nesse caso, Carmen Lúcia passaria a ser um nome que, já na presidência interina e com apoio da burguesia e da Globo, poderia ser escolhido pelo Congresso para governar até 2018.


Seria o nome dos sonhos da Globo para comandar um governo “técnico”, sob a chancela de Meirelles, sem “políticos”. Um governo “limpo”, que desse apoio pra Lava-Jato concluir sua tarefa: impedir Lula de concorrer na eleição de 2018.


Percebam a força disso: se os tempos são de “limpeza” e de excomungar a política, cairia perfeitamente o nome de uma juíza discreta para comandar o país e terminar de aprovar as reformas ultra-liberais que pretendem destruir direitos trabalhistas e aposentadorias.


Só que falta combinar com os russos.


A bomba da JBS (e cá entre nós: Lula deve estar rindo à toa ao ver os dois “malandros” – Temer e Aécio – gravados e delatados) abre uma avenida pro campo popular virar o jogo.


Nas ruas, os setores organizados têm tudo agora para encurralar a direita, exigir que as “reformas” sejam paralisadas, e que o país vá às urnas ainda em 2017 escolher o novo mandatário.


Contra o projeto Carmen Lúcia, puxado pela Globo, vamos exigir Diretas-Já, obrigando a Globo a tirar o véu e se mostrar inteirinha como golpista e anti-popular.


O argumento dos comentaristas globais é de que as Diretas “não estão na Constituição”. Isso não engana nem uma criança, Merval. Os seus amigos da embaixada americana vão lhe dizer que esse caminho não vai dar certo, Merval…


Afinal, se o Congresso pode votar PEC pra mudar aposentadoria, também pode (e deve) aprovar em regime de urgência uma PEC para Diretas-já.


É hora, portanto, de enfrentar a Globo (operadora do golpismo) nas ruas, nas redes e na tribuna do Congresso.


Diretas-Já!


Fora Temer!


Fora Globo!



Por Rodrigo Vianna

sexta-feira, 19 de maio de 2017

MOSCAS MORTAS


Para tirar o PT do governo, derrubando Dilma, e, principalmente, alvejando de morte a figura política de Lula, os golpistas foram obrigados a entrar em terreno movediço e pouco seguro.


Chutar o balde acarretaria perigos imensos contra eles mesmos já que, nevegam nas águas da corrupção desde que chegaram ao poder, isso é, sempre.


Poderia haver fogo amigo, eles sabiam, mas, jamais poderiam imaginar que seria tão difícil encontrar algo que possibilitasse a queda de Lula e que, por isso, a viagem pelos pântanos demorasse tanto. Nunca poderiam supor que quebrando sigilo bancário e telefônico de Lula e toda sua família até a décima geração, não fossem encontrar alguma coisa mais palpável para acabar com o desafeto barbudo.


Assim, tiveram que penetrar em terreno minado cada vez mais.


Por óbvio isso seria fatal pra muita gente amiga. E foi. Caíram o Presidente da Câmara, ministros, políticos tradicionais e empresários e empresas.


Na busca de destruir o inimigo os golpistas já fizeram mais baixas entre gente aliada do que qualquer um poderia supor.


O problema maior é que, para executar o assassinato político do ex-presidente, foram obrigados a usar armas que, com facilidade pode se voltar contra si mesmos: a mídia e a Lei, não que as armas sejam tão corretas que possam surpreender os que as usam, mas porque são de outra origem, não são do ramo “negociatas políticas tradicionais” e a pouca experiência virou tragédia.


O fogo que consome a alma política do atual presidente não foi fruto da imparcialidade, mas, consequência das múltiplas variáveis de se mexer com o imponderável.


Embora a mídia use expressões que tentam continuar atingindo Lula (repetir ao público que o que atingiu Temer foi uma delação é uma forma de tonificar as delações contra Lula, esquecendo que contra Temer as delações são acompanhadas de sólidas provas e contra Lula não) o estrago já está feito.


Nelson Rodrigues dizia que toda unanimidade é burra e poderíamos acrescentar que, toda generalização também.


No desespero de atingir a esquerda, se generalizou a ideia de que todo aquele que chega ao poder é corrupto, e isso, além de injusto é uma burrice, pois os golpistas perderam o poder de restringir o território de ação da Polícia e o salve-se quem puder assumiu a agenda dos que investigam.


Não fosse o Brasil composto por um dos povos mais passivos do mundo e todo o plano já estaria irremediavelmente perdido.


Fosse em algum lugar onde o povo assume o protagonismo, o presidente já teria sido escurraçado como junto com seus pelegos.


A sorte dos golpistas, é que governam moscas mortas.





Prof. Péricles

quarta-feira, 17 de maio de 2017

BAIONETAS



A baioneta era uma arma letal. Espécie de punhal ou sabre que se encaixava no bocal do fuzil tornando-se uma espécie de lança.


Foi muito usada na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e também, muito temida, pois produzia ferimentos capazes de provocar uma morte lenta e dolorosa, tão dolorosa que, um acordo extraoficial entre as partes envolvidas na guerra baniu seu uso nos campos de batalha.


Mesmo envolvidos no mais sangrento conflito militar, a angustiosa imagem de soldados agarrados às vísceras totalmente expostas, com dores lacinantes (anestésicos eram raros) e morrendo aos poucos de hemorragia forçou um acordo não assinado.


Normalmente até nas guerras há espaço para algum tipo de ética e é possível valorizar o que seja moral mesmo no terror.


No Brasil, faz algum tempo que se assiste a uma verdadeira guerra. Não uma guerra no sentido bélico da palavra. Não há tiros nem batalhas, mas é uma guerra igualmente sórdida decretada por forças políticas e econômicas cujo objetivo é recuperar o poder do qual foram afastados em 2003.


Como em toda guerra a primeira vítima é a verdade, só que, essa guerra em especial, tem demonstrando uma sanha assassina de verdades que assusta a qualquer um que a examine de forma um pouco mais atenta.


Verdadeiros bombardeiros acusatórios estão sendo usadas e produzindo vítimas que sucumbem após violentas dores, não exatamente físicas, de vísceras expostas, mas da honra e da credibilidade.


Não existem convenções, nem ética, nem moral. Vale tudo, até mesmo vilipendiar a memória de pessoas recentemente falecidas.


A exposição do nome da esposa do ex-presidente é um golpe de baioneta dos mais pérfidos e rasteiros.


Acreditando ter o apoio da massa fácil de ser manipulada pela propaganda e ainda, ter o controle dos meios judiciais, um exército de fazer inveja a Átila, exercita sem o menor pudor sua capacidade de criar fatos e “verdades”.


Não são o flagelo de Deus como se dizia do líder dos Hunos, mas o flagelo do que se entende por ética.


Nessa guerra cuja maior vítima é o próprio país, humilhado lá fora e mergulhado numa crise cada vez maior, literalmente, vale tudo para atingir o líder maior “do inimigo”, independente do que seja ou não verdadeiro.


Ninguém poderia imaginar que as baionetas da perversidade, dos tipos e dos teclados, dos meios lícitos, ilícitos e eletrônicos pudessem produzir dores tão atrozes quanto as baionetas de metal.


Alguém deveria ceder ao bom senso e estipular limites à loucura, ou vamos todos marchar para a nossa batalha final, que, talvez, já tenha até mesmo sido perdida.



Prof. Péricles