quarta-feira, 12 de outubro de 2011

OPERAÇÃO RADAR

No Brasil dos negros tempos da Ditadura Militar, nem todas as organizações de resistência optaram pela luta armada. Uma dessas organizações, com largo histórico de lutas, mas que preferia a resistência política, apostando nas organizações populares acelerando o desgaste e fim natural da ditadura foi o PCB (Partido Comunista Brasileiro) carinhosamente apelidado de “Partidão”.

Na metade da década de 70, organismos que escolheram a luta armada estavam, praticamente, extintos, massacrados pelo aparato assassino da repressão. Como não participara da luta armada, o PCB estava praticamente inteiro em sua estrutura dirigente, e articulado em praticamente todo o território nacional.

Disso tinham consciência as aves de rapina do sistema, como comprova o, hoje conhecido, relatório do general Ednardo D’Avila Mello que afirma a necessidade de “passar a operar para desmantelar o PCB, conhecido também como Partidão, que pôde se fortalecer, pois, além de não se ver fustigado, conseguiu provar perante toda a esquerda do país, que a tomada do poder deveria ser feita por via pacífica’’.

A essa criminosa operação, planejada para matar os dirigentes e membros do PCB, foram dados vários nomes, sendo o mais conhecido “Operação Radar”.

Para militares como o general Ednardo, os tempos de abertura política e de retorno à normalidade democrática, se aproximavam, sendo importante, antes disso, aniquilar aquela organização de esquerda capaz de se articular e liderar as classes trabalhadoras pós ditadura.

Dirigentes do Partidão foram espionados, seqüestrados e mortos antes das prisões em massa em todo o país. Só em São Paulo foram presos no Doi-Codi 2.408 militantes da legenda até então clandestina.

A morte de Vladimir Herzog, em 25 de outubro de 1975, foi o auge de operação de ‘‘cerco e aniquilamento’’ do Partido Comunista Brasileiro (PCB), concentrada em São Paulo, mas que se estendeu a todo o país. Além do jornalista, foram mortos no Doi-Codi em São Paulo o professor Jean Leszek Dulemba, da Universidade de Campinas (Unicamp), o tenente reformado José Ferreira de Almeida, o Piracaia, em 8 de agosto, e o operário Manoel Fiel Filho, em 18 de janeiro de 1976.

No final de outubro, o general Ednardo D’Ávila Mello, que liderou a operação, em seu relatório, contabilizava resultados: 2.409 prisões efetuadas pelo Doi-Codi; 908 ,prisioneiros detidos em outros estados e encaminhados para sua jurisdição, em São Paulo. Segundo o general, a crise política provocada pela morte de Herzog, ‘‘que parecia tomar rumos imprevisíveis, de repente esvaziou’’.

A repressão ao PCB resultou na prisão de 14 membros efetivos e 16 suplentes da direção nacional, dos quais foram seqüestrados e mortos Luiz Maranhão Filho (jornalista), Walter Ribeiro (militar), Davi Capistrano (militar), Elson Costa (funcionário público), Orlando Bonfim (jornalista), João Massena Melo (metalúrgico), Jaime Miranda de Amorim (comerciário), Hiram Pereira de Lima (estivador), Itair José Veloso (carpinteiro), Nestor Veras (jornalista) e José Montenegro de Lima (estudante), encarregado da juventude comunista.

Seus corpos jamais foram encontrados.

sábado, 8 de outubro de 2011

CATEGORIA DE IMBECIL POLÍTICO

A seguir temos uma interessante classificação de Imbecis políticos.
Eu ousaria somar um item ao texto abaixo:

4 - O “Simpatizante Fictício”. É aquele cara conservador que nunca votou nem jamais votará em qualquer partido de esquerda, mas que, para dar tom de veracidades aos seus desgastados argumentos, adora começar seus discursos com “eu já votei no PT”. Como o voto é secreto e nunca se poderá contestar sua afirmação e ainda, por educação, ninguém irá chama-lo de mentirosos, sente-se à vontade para vestir a capa de um “esquerdista decepcionado” e defender sua visão direitista, conservadora, preconceituosa e radical.

Leiam abaixo as definições da jornalista Cynara Menezes.

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Em 1996, três jornalistas, entre eles o filho do Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa, Álvaro, lançaram com estardalhaço o “Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano”. Com suas críticas às idéias de esquerda, o livro se tornaria uma espécie de bíblia do pensamento conservador no continente. Vivia-se o auge do deus mercado e a obra tinha como alvo o pensamento de esquerda, o protecionismo econômico e a crença no Estado como agente da justiça social. Quinze anos e duas crises econômicas mundiais depois, vemos quem de fato era o perfeito idiota.

Mas, quem diria, apesar de derrotado pela história, o Manual continua sendo não só a única referência intelectual do conservadorismo latino-americano, como gerou filhos.

No Brasil, é aquele sujeito que se sente no direito de ir contra as idéias mais progressistas e civilizadas possíveis em nome de uma pretensa independência de opinião que, no fundo, disfarça sua real ideologia e as lacunas em sua formação.

Como de fato a obra de Álvaro e companhia marcou época, até como homenagem vamos chamá-los de “perfeitos imbecis politicamente incorretos”. Eles se dividem em três grupos:

1. O pensador imbecil politicamente incorreto: ataca líderes LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trânsgeneros) e defende homofóbicos sob o pretexto de salvaguardar a liberdade de expressão. Ataca a política de cotas baseado na idéia que propaga de que não existe racismo no Brasil. Além disso, ações afirmativas seriam “privilégios” que não condizem com uma sociedade em que há “oportunidades iguais para todos”. Defende as posições da Igreja Católica contra a legalização do aborto e ignora as denúncias de pedofilia entre o clero. Adora chamar socialistas de “anacrônicos” e os guerrilheiros que lutaram contra a ditadura de “terroristas”, mas apóia golpes de Estado “constitucionais”. Um torturado? “Apenas um idiota que se deixou apanhar.” Foge do debate de idéias como o diabo da cruz, optando por ridicularizar os adversários com apelidos tolos. Seu mote favorito é o combate à corrupção, mas os corruptos sempre estão do lado oposto ao seu.
Prega o voto nulo para ocultar seu direitismo atávico. Em vez de se ocupar em escrever livros elogiando os próprios ídolos, prefere a fórmula dos guias que detonam os ídolos alheios –os de esquerda, claro. Sua principal característica é confundir inteligência com escrever e falar corretamente o português.

2. O comediante imbecil politicamente incorreto: sua visão de humor é a do bullying. Para ele não existe o humor físico de um Charles Chaplin ou Buster Keaton, ou o humor nonsense do Monty Python: o único humor possível é o que ri do próximo. Por “próximo”, leia-se pobres, negros, feios, gays, desdentados, gordos, deficientes mentais, tudo em nome da “liberdade de fazer rir.” Prega que não há limites para o humor, mas é uma falácia. O limite para este tipo de comediante é o bolso: só é admoestado pelos empregadores quando incomoda quem tem dinheiro e pode processá-los. Não é à toa que seus personagens sempre estão no ônibus ou no metrô, nunca num 4X4. Ri do office-boy e da doméstica, jamais do patrão. Iguala a classe política por baixo e não tem nenhum respeito pelas instituições: o Congresso? “Melhor seria atear fogo”. Diz-se defensor da democracia, mas adora repetir a “piada” de que sente saudades da ditadura. Sua principal característica é não ser engraçado.

3. O cidadão imbecil politicamente incorreto: não se sabe se é a causa ou o resultados dos dois anteriores, mas é, sem dúvida, o que dá mais tristeza entre os três. Sua visão de mundo pode ser resumida na frase “primeiro eu”. Não lhe importa a desigualdade social desde que ele esteja bem. O pobre para o cidadão imbecil é, antes de tudo, um incompetente. Portanto, que mal haveria em rir dele? Com a mulher e o negro é a mesma coisa: quem ganha menos é porque não fez por merecer. Gordos e feios, então, era melhor que nem existissem. Considera normal contar piadas racistas, principalmente diante de “amigos” negros, e fazer gozação com os subordinados, porque, afinal, é tudo brincadeira. É radicalmente contra o bolsa-família porque estimula uma “preguiça” que, segundo ele, todo pobre (sobretudo se for nordestino) possui correndo em seu sangue. Também é contrário a qualquer tipo de ação afirmativa: se a pessoa não conseguiu chegar lá, problema dela, não é ele que tem de “pagar o prejuízo”. Sua principal característica é não possuir idéias além das que propagam os “pensadores” e os comediantes imbecis politicamente incorretos.


Cynara Menezes é jornalista. Atuou no extinto "Jornal da Bahia", em Salvador, onde morava. Em 1989, de Brasília, atuava para diversos órgãos da imprensa. Morou dois anos na Espanha e outros dez em São Paulo, quando colaborou para a "Folha de S. Paulo", "Estadão", "Veja" e para a revista
"VIP". Está de volta a Brasília há dois anos e meio, de onde escreve para a CartaCapital.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

DROGAS SINTÉTICAS E MERCADOS

Cudidado com o consumo de inibidores de apetite, rebites e pílulas para tudo (dormir,manter-se acordado, etc). Você pode estar alimentando, sem saber, uma dolorosa disputa de mercado.

As drogas sintéticas superaram a cocaína e a heroína e passaram a ocupar o segundo lugar na lista de droga mais consumidas no mundo, atrás apenas da maconha, anuncia a Organização as Nações Unidas contra as Drogas e o Crime (ONUDC) em seu relatório anual.

"O mercado das ATS evoluiu de uma indústria de fabricação doméstica em pequena escala para um mercado do tipo cocaína e heroína, com um nível mais forte de integração e com grupos do crime organizado envolvidos ao longo da cadeia de produção e de distribuição", explicou o diretor executivo da ONUDC, Yuri Fedotov.

O relatório ressalta que as ATS são fáceis de produzir e precisam de um investimento relativamente pequeno, com um grande rendimento, ao contrário das drogas a base de plantas, como a cocaína e os opiáceos.

Na Ásia sul-oriental, a região mais afetada pelas anfetaminas, o número de pílulas de ATS confiscadas passou de 32 milhões em 2008 a 93 milhões em 2009 e alcançou 133 milhões ano passado.

Na América Latina e África Ocidental foram registrados recentemente as primeiras descobertas de laboratórios de ATS.

O relatório também aponta a emergência de novos componentes sintéticos não regulados, imitando os efeitos das substâncias ilícitas e que escapam do controle das leis internacionais.

"Muito perigosas e, no entanto, ainda consideradas legais em muitos países, estas drogas são facilmente encontradas pela internet", afirma ONUDC.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

PERGUNTAS DE MAHMOUD AHMADINEJAD

"...Quem arrancou à força dezenas de milhões de pessoas de seus lares na África e em outras regiões do mundo, durante o sombrio período da escravidão, fazendo daquelas pessoas vítimas da mais cega ganância materialista?



Quem ocupou terras e massivamente assaltou recursos naturais que eram patrimônio de outros povos, quem destruiu talentos e empurrou para a destruição os idiomas, as culturas e as identidades de tantos povos?


Quem deflagrou a primeira e a segunda guerras mundiais, que fizeram 70 milhões de mortos e centenas de milhões de feridos, de mutilados e de sem-tetos?



Quem criou a guerra na península da Coréia e no Vietnã?



Quem impôs e apoiou durante décadas ditaduras militares e regimes totalitários em países da Ásia, da África e da América Latina?



Quem atacou com armas atômicas população indefesa e desarmada e guarda milhares de ogivas nucleares em seus arsenais?



Quais são as economias que dependem, para crescer, de criar guerras e vender armas?


Quem provocou e estimulou Saddam Hussein a invadir e impor guerra de oito anos contra o Irã?

Quem usou os misteriosos incidentes de 11 de setembro como pretexto para atacar o Afeganistão e o Iraque – matando, ferindo, deslocando milhões de seres humanos de seus locais tradicionais de vida nos dois países –, exclusivamente para alcançar a ambição de controlar o Oriente Médio e seus recursos de petróleo?



Qual o país cujos gastos militares superam anualmente uma centena de bilhões de dólares, mais que todos os orçamentos militares de todos os povos do mundo, somados?



Quem domina o Conselho de Segurança da ONU, ao qual caberia zelar pela segurança internacional?

Se os EUA e seus aliados da OTAN cortassem pela metade seus gastos militares e usassem esses valores para ajudar a resolver os problemas econômicos em seus próprios países, estariam aqueles povos padecendo os sofrimentos da atual crise econômica mundial?



Que mundo teríamos, se a mesma quantidade de recursos fossem alocados nas nações mais pobres?...”





Trechos do discurso do Presidente do Irã na Assembléia Geral das Nações Unidas

VÍTIMAS DA DITADURA 2: SOLANGE GOMES E A DOR QUE PERSEGUE

Paulista de Campinas, Solange Lourenço Gomes vivia no Rio de Janeiro e fez o curso clássico no Colégio Andrews e começou a estudar Psicologia na UFRJ em 1966.

Manteve por algum tempo ligações com o PCBR. Em 1968 vinculou-se à Dissidência da Guanabara, que posteriormente adotaria o nome MR-8, tendo de passar à clandestinidade por volta de setembro ou outubro de 1969.

Morava com Daniel Aarão Reis Filho, dirigente daquela organização, e após o seqüestro do embaixador norte-americano, foi identificada pelos órgãos de segurança a fiadora do imóvel em que o casal residia. Documentos policiais informam que Solange participou de várias ações armadas entre 1969 e 1970. No final de 1970 foi deslocada para a Bahia.

Nos primeiros dias de março de 1971, depois de participar de uma panfletagem no jogo de reinauguração do estádio da Fonte Nova, em Salvador, quando ocorreu uma perigosa correria entre a multidão, Solange parece ter sofrido um grave surto psicótico e teria se apresentado a uma dependência policial afirmando ser subversiva e fornecendo informações sobre o MR-8. Há documentos comprovando que ela foi interrogada pelo DOI-CODI do Rio e também em Salvador, sendo barbaramente torturada.

Em julho, a grande imprensa divulgou amplas matérias preparadas pelo aparelho de repressão do regime, apresentando-a como arrependida. Adotando a postura de cumplicidade com o regime militar que pautou boa parte da imprensa naquele período, um grande diário carioca de circulação nacional, em 28/07/1971, estampou com estardalhaço a manchete: Sexo é arma para atrair jovens à subversão.

Um ano depois, em 06/07/1972 foi julgada pela Justiça Militar, na 2ª Auditoria do Exército, no Rio, que determinou sua internação no manicômio judiciário pelo prazo mínimo de dois anos.

Depois de solta, em 1973, cursou Medicina e se casou em 1980 com Celso Pohlmann Livi. O marido informou que ela se manteve em tratamento psiquiátrico desde que saiu da prisão.

O Psiquiatra, Dr. Alberto Quielli Ambrósio, CRM 52 1830-3, relata: Durante anos pude testemunhar seu enorme esforço para recuperar-se do grave quadro psiquiátrico, psicótico, conseqüência de sua prisão em 1971. As torturas físicas e mentais a que foi submetida enquanto presa fizeram-na revelar nomes de companheiros de movimentos políticos, bem como esse depoimento no qual se dizia arrependida e renegava sua militância, foi amplamente divulgado em jornais, denegrindo sua moral enquanto mulher. Estes fatos fizeram-na sentir-se sempre culpada pela desgraça e morte das pessoas. Ajudada por nossos esforços, de sua família e marido, Solange obteve muitas e significativas melhoras, mas não conseguiu conviver com tantas marcas – insuperáveis.

Em 1o de agosto de 1982, Solange atirou-se da janela de seu apartamento, no terceiro andar da rua Barão da Torre, no Rio, vindo a falecer no hospital Miguel Couto. Tinha 34 anos.

Embora a data de sua morte seja muito posterior ao episódio da prisão e dos maus-tratos sofridos nos órgãos de segurança do regime militar, considera-se comprovado que o suicídio decorreu dos traumas irreversíveis sofridos em 1971.

Livremente adaptado do Jornal "O BERRO"

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

TORTURADORES E CONSCIÊNCIAS

O advogado João Lucena Leal, radicado em Rondônia há trinta anos, chocou o Brasil, em rede nacional de televisão, com um depoimento frio sobre mortes e torturas durante o regime militar.

Lucena, que é considerado um dos maiores torturadores ainda vivos, falou ao jornalista Roberto Cabrini, do programa Conexão Repórter, do SBT.

Agente da repressão a serviço dos militares que tomaram o poder no País com o golpe de março de 1964, João Lucena Leal foi descrito como o típico homem dos porões da ditadura. Na entrevista, Lucena descreveu, com tranqüilidade e frieza, o que viu e o que fez com os adversários políticos do regime. "O sujetio amarrado, algemado e o executor puxava o gatilho e matava", disse ele ao narrar uma das cenas entre as inúmeras das quais presenciou e participou.

Para Lucena, a tortura se justifica "para extrair uma informação ardente".

Fazia parte de seu trabalho extrair tais informações dos ativistas políticos. "Eu executava com nobreza", acrescentou. Ex-delegado da Polícia Federal, mesmo acusado de cometer atrocidades, Lucena disse estar orgulhoso de tudo o que fez.

Com a saúde severamente abalada após um ataque cardíaco e acusado de ser um torturador impiedoso, mesmo assim o homem da repressão diz ter a consciência e um sono tranqüilos.

Na entrevista, informou ter apenas um remorso. Foi quando viu o corpo de uma moça de 17 anos morta pelos militares. "Peguei no corpo dela e ainda estava quente. A moça não tinha ideologia nenhuma".

Em Rondônia, Lucena ficou rico como advogado de traficantes e de notórios assassinos, como o fazendeiro Darli Alves, que matou a tiros, no Acre, o líder seringueiro Chico Mendes.

Mostrando profundo conhecimento no assunto, o advogado disse que, na sua época, o método mais utilizado era o pau de arara, nas suas palavras , "um instrumento cruel, devastador, que deixa seqüelas. Tem muita gente que não resiste meia hora e conta tudo. Às vezes, é só mostrar o instrumento e ele (a vítima) abre".

O hoje professor José Auri Pinheiro, professor na época, foi torturado barbaramente por dois dias. Ele reconheceu Lucena durante a entrevista a Roberto Cabrini, que lhe mostrou uma foto do advogado quando ainda era mais novo. "O Lucena é um torturador conhecido aqui no Ceará. Em 1973 fui torturado por ele, que é um sujetio explosivo, impulsivo e malvado, que só falava em matar, em destruir as pessoas", contou Auri. Segundo ele, Lucena torturava as vítimas ” com sadismo, com convicção”.

Lucena afirmou ter visto de dez a 15 execuções de guerrilheiros do PC do B no Araguaia, entre elas, a morte de uma jovem identificada por ele como Sônia, que foi assassinada pelo hoje major reformado do Exército Sebastião Curió.

No meio da entrevista, João Lucena disse que, no Araguaia, foi preso o então estudante José Genoíno, que viria a ser presidente do Partido dos Trabalhadores e atualmente é assessor do Ministério da Defesa.

Segundo Lucena, Genoíno não foi torturado e fez um acordo para delatar os companheiros de guerrilha. O major Sebastião Curió confirma a afirmação de Lucena sobre o ex-dirigente petista. "O Genoíno não foi torturado e entregou todo mundo".

Tanto Curió quanto Lucena participaram das investigações e prisão da hoje presidente Dilma Rousseff, então militante política. "Ela (Dilma) era uma menina de 17 ou 18 anos de idade que foi presa e levada para a Operação Bandeirantes e entregue ao delegado Fleury (Sérgio Paranhos Fleury, notório torturador".


Por Nilva de Souza
Do Pragmatismo Político