sábado, 14 de junho de 2014

A IGNORÂNCIA DA ELITE É UM ESPANTO, UM ESPANTO!


José Eugênio Soares, ou, simplesmente, Jô Soares, foi um humorista que criou personagens inesquecíveis para os de minha geração.

Com um humor inteligente e geralmente satírico, esses personagens pronunciavam bordões, aquelas frases que enfatizam a piada, que entraram para a história de todos nós, daquela época.

Um desses personagens era um professor cínico, que aparecia, geralmente num encontro social, em que muitas pessoas conversavam animadamente. Um pequeno grupo de gente mais velha, logo identificados como seus ex-alunos, aproximava-se do professor e estabelecia um diálogo, sempre criticando a juventude e sua propalada ignorância.

O professor demonstrava concordar que a juventude era ignorante e relatava um caso em que seus alunos afirmavam determinada coisa, supostamente errada. Os mais, ao redor, velhos davam risada e lamentavam tanta burrice, mas logo ficavam sem graça quando o professor parava de rir e dizia que aquilo era verdade e os alunos tinham razão.

Todos ficavam sem jeito por rir de algo que estava certo e o quadro terminava com o professor pronunciando o bordão “realmente, a ignorância da juventude é um espanto, um espanto!”

Lembrei desse quadro do Jô Soares ao assistir as vaias para a presidenta Dilma Roussef na abertura da Copa do Mundo.

Um dos momentos de maior deleite da classe média brasileira, supostamente esclarecida e bem informada, é curtir os erros de expressão dos mais pobres que, de acordo com seus critérios de hierarquia, demonstram inferioridade.

Esquecendo-se que nem todos nesse país governado pelas elites puderam estudar, apontam erros gramaticais e erros de concordância como atestado de ignorância e de incapacidade.

O próprio presidente Lula, um ex-metalúrgico, vindo do nordeste identificado como terra do atraso é personagem central de piadas grotescas nesse sentido.

São preconceitos típicos de mentalidades conservadoras que preferem um presidente sociólogo, ou filho da burguesia, que fale bonito e escreva bem.

Na quinta-feira, dia 12, na abertura da Copa do Mundo, na Arena do Corinthians, o estádio estava repleto desses luminares esclarecidos.

Filhos das elites e da classe média, identificados de alguma forma com a Coca-cola, Liberty Seguros, Adidas, Hyndai, Kia, Emirates, Sony, Visa, Budweiser, Castrol, Johnson e Johnson, McDonalds e outros patrocinadores do evento que distribuíram cerca de 70% dos ingressos, ocupavam os espaços, generosamente oferecidos.

Pela dificuldade de aquisição e pelo preço, as classes de menor poder aquisitivo estavam impedidas de comparecer.

Pois, eis que, dessa massa de boa gente, branca, católica e bem alimentada. Bons filhos, bons profissionais, esclarecidos, que falam bonito e conjugam bem os verbos, ergueram-se apupos tão intensos dirigidos à presidente da República que, longe de ser qualquer tipo de protesto civilizado tornaram-se ofensas pessoais, grosseiras e de tão baixo nível que nem podem ser reproduzidas aqui.

Com certeza gente que fala bonito. Sem grandes erros de concordância. Alguns até escrevem em colunas sociais proferindo palavrões típicos de suas piadas mais sórdidas quando se referem aos menos cultos.

Comovente exemplo a não ser seguido pelos que falam errado.

Com certeza o professor do Jô Soares não estava no estádio, inacessível ao trabalhador.

Mas, junto a 1 bilhão e meio de pessoas de todo o mundo que acompanhavam a cerimônia pela televisão, deve ter feito aquela cara tão conhecida por nós quando ironizava a suposta ilustração e dito “realmente, a ignorância dos bem nascidos brasileiros é um espanto, um espanto!”.

Resta-nos recordar o presidente Juscelino Kubitschek, que um dia, vítima de uma armação de Ademar de Barros, após ser terrivelmente vaiado em uma universidade, disse, na saída “Feliz do país que tem estudantes que podem vaiar seu presidente”.


Prof. Péricles




quarta-feira, 11 de junho de 2014

EGITO E TURISTAS DO PASSADO



No tempo dos romanos, no início da nossa era, o Vale dos Reis já era um sítio antigo, que atraía turistas.

Naquele vale, foram sendo construídos pelos faraós, túmulos e sepultados de suas mulheres e filhos. Mas também muitos túmulos de outras famílias da nobreza egípcia.

Agora, uma equipe da Universidade da Basileia, na Suíça, escavou um dos túmulos e descobriu os restos de 50 múmias egípcias, incluindo múmias de crianças.

Os túmulos, construídos em profundidade, têm vários tamanhos. O mais impressionante, foi erigido em grande parte por Ramsés II para sepultar os seus filhos. A sepultura, que tem mais de 120 corredores e câmaras, começou a ser escavada por arqueólogos sistematicamente na década de 1990 mas ainda hoje não se encontraram os seus limites.

O túmulo escavado agora é bem menor, tem apenas cinco câmaras subterrâneas.

Os especialistas pensavam que o túmulo descoberto (batizado de KV 40) não fosse um túmulo da realeza. "Cerca de dois terços dos túmulos do Vale dos Reis não pertencem à realeza", explica Susanne Bickel, egiptóloga da Universidade de Basileia e responsável pela operação.

Mas, dentro do KV 40, os investigadores encontraram na câmara central e em três câmaras laterais os restos de 50 múmias. A partir das inscrições encontradas em vasos canópicos - onde eram guardadas as vísceras das pessoas mumificadas – foi possível identificar o nome de 30 pessoas. E, afinal, havia muito sangue real naquele espaço.

Entre as múmias estavam príncipes e princesas das famílias de dois faraós da XVIII dinastia, Tutmés IV e Amenófis III, que reinaram no século XIV a.C. Destes, oito princesas e quatro príncipes não eram conhecidos até agora pelos historiadores.

Chama a atenção a descoberta de várias múmias de recém-nascidos e crianças. "Descobrimos um número notável de recém-nascidos e crianças cuidadosamente mumificados, que normalmente teriam sido enterrados de uma forma muito mais simples", diz Susanne Bickel.

Espera-se agora que uma análise mais aprofundada dos achados arqueológicos revele a composição da corte faraônica durante a XVIII dinastia, assim como as condições de vida e as tradições do enterro na época.

Nas paredes de muitos túmulos do Vale dos Reis existem mais de 2000 mensagens, assinaturas e desenhos, uma espécie de graffiti, que são testemunhos dos muitos turistas que visitaram aquele local sagrado entre o século III a.C. e o século VI d.C.

Nas fotografias do agora escavado KV 40 nota-se a ferrugem negra de um incêndio que o túmulo sofreu. "Os restos [arqueológicos] e as paredes foram afectados por um incêndio que terá sido iniciado, muito provavelmente, pelas tochas de salteadores de túmulos".

Além disso, já muito tempo depois de o Vale dos Reis ter deixado de ser uma necrópole real, restos de caixões feitos de madeira e de material composto por fibras vegetais ou papiros encontrados no lugar indicam que houve uma utilização posterior da sepultura para enterrar outros mortos: no século IX a.C. as famílias de sacerdotes terão usado aquele túmulo como cemitério.


domingo, 8 de junho de 2014

FERNANDÃO


A história não se restringe ao seu contexto oficial. Existem muitas histórias e muito jeito de contá-las.

Toda história é importante e todas estão interligadas.

A história do futebol, e de seus times, é das mais significativas para milhões de brasileiros que fazem do futebol o palco maior de sua liturgia, e não é por se tratar de um segmento esportivo que deve ser menosprezada.

A história de seu clube é também a história de sua paixão, de seus mais intensos sentimentos que variam da euforia indescritível à frustração imensa e dolorosa.

Existem vitórias e derrotas tão marcantes que quando mencionadas nos “levam” imediatamente ao que fazíamos e onde estávamos quando aconteceu, e isso, muito mais do que outras referências, reconta a nossa própria história individual.

Por isso, a morte de um ídolo como Fernandão, mexe com todos os que gostam de futebol, sejam eles torcedores do seu clube, no caso, o Internacional, ou de seus adversários.

Nunca conversei com Fernandão. Não o conhecia pessoalmente. Mas ele, muitas vezes entrou na minha casa, me entristeceu com suas habilidades a serviço do rival, e foi embora depois dos 90 minutos, para voltar no jogo seguinte.

Jamais tomamos um cafezinho e conversamos sobre política, mundo, ou sobre mulher, mas, de certa forma, éramos íntimos.

Não me venham dizer que não posso me emocionar pela morte de um desconhecido. Eu o conhecia. Nos víamos em todas as rodadas. Fazia parte da família.

Lembro de sua intensa e comovedora liderança entre seus companheiros. Aprendi que nenhum time, por mais qualificado tecnicamente é campeão sem líderes como ele era, dentro do gramado e, especialmente, fora dele.

Foi numa entrevista de Fernandão que, muito antes de Yokohama, temi que o Inter conseguisse o sonhado campeonato.

Admirei quando após abandonar o futebol foi, humildemente, ocupar um banco escolar de treinador de futebol.

Ao contrário de muitos que por terem jogado já se consideravam conhecedores de tudo, foi estudar. Tem como não admirar uma pessoa assim?

O mundo do futebol perde prematuramente um de seus personagens mais encantadores. O Rio Grande do Sul, em especial, e a torcida colorada, em especial.

Mas perdem, sobretudo, todos aqueles que admiram as pequenas ações, os gestos mais simples e a humildade de saber ganhar.

Como gremista jamais me senti desmerecido por esse atleta, pois nunca ouvi de sua boca, uma frase menor de soberba ou de deboche.

Apesar de vocacionado à grandeza, como ser um dos símbolos da conquista do mundial, essa mesma conquista começou, com certeza, com um pequeno gesto de apoio, um olhar, uma crítica fraterna e furtiva, uma mão estendida pelo seu capitão.

Bola pra frente. A vida é assim e Fernandão agora é uma estrela do mundo do futebol, que brilhará para sempre para todos aqueles apaixonados colorados, de todas as gerações.

E para os jovens, muito jovens de hoje, ou os futuros colorados que ainda não nasceram, haverá sempre a história, a testemunha mais importante para cada um de nós, para resgatar sua lembrança.

Prof. Péricles

quarta-feira, 4 de junho de 2014

SEM-VERGONHA


Por Marcelo Zero

Ao contrário de alguns, não sinto nenhuma vergonha do meu país.

Não sinto vergonha dos 36 milhões de brasileiros que conseguiram sair da pobreza extrema, graças a programas sociais como o Bolsa Família. Na realidade, me alegro muito disso. Sei que eles se libertaram daquilo que Gandhi chamava de a “pior forma de violência”, a miséria. Agora, eles podem sonhar mais e fazer mais. Tornaram-se cidadãos mais livres e críticos. Isso é muito bom para eles e muito melhor para o Brasil, que fica mais justo e fortalecido. E isso é também muito bom para mim, embora eu não me beneficie diretamente desses programas. Me agrada viver em um país que hoje é um pouco mais justo do que era no passado.

Também não sinto vergonha dos 42 milhões de brasileiros que, nos últimos 10 anos, ascenderam à classe média, ou à nova classe trabalhadora, como queiram. Eles dinamizaram o mercado de consumo de massa brasileiro e fortaleceram bastante a nossa economia. Graças a eles, o Brasil enfrenta, em condições bem melhores que no passado, a pior crise mundial desde 1929. Graças a eles, o Brasil está mais próspero, mais sólido e menos desigual. Ao contrário de alguns, não me ressinto dessa extraordinária ascensão social. Sinto-me feliz em tê-los ao meu lado nos aeroportos e em outros lugares antes reservados a uma pequena minoria. Sei que, com eles, o Brasil pode voar mais alto.

Não tenho vergonha nenhuma das obras da Copa, mesmo que algumas tenham atrasado. Em sua maioria, são obras que apenas foram aceleradas pela Copa. São, na realidade, obras de mobilidade urbana e de aperfeiçoamento geral da infraestrutura que melhorarão a vida de milhões de brasileiros. Estive no aeroporto de Brasília e fiquei muito bem impressionado com os novos terminais e com a nova facilidade de acesso ao local. Mesmo os novos estádios, que não consumiram um centavo sequer do orçamento, impressionam.

Lembro-me de velhos estádios imundos, inseguros, desconfortáveis e caindo aos pedaços. Me agrada saber que, agora, os torcedores vão ter a sua disposição estádios decentes. Acho que eles merecem. Me agrada ainda mais saber que tudo isso vem sendo construído com um gasto efetivo que representa somente uma pequena fração do que é investido em Saúde e Educação. Gostaria, é claro, que todas as obras do Brasil fossem muito bem planejadas e executadas. Que não houvesse aditivos, atrasos, superfaturamentos e goteiras. Prefiro, no entanto, ver o Brasil em obras que voltar ao passado do país que não tinha obras estruturantes, e tampouco perspectivas de melhorar.

Tranquiliza-me saber que o Brasil tem um sistema de saúde público, ainda que falho e com grandes limitações. Já usei hospitais públicos e, mesmo com todas as deficiências do atendimento, sai de lá curado e sem ter gasto um centavo. Centenas de milhares de brasileiros fazem a mesma coisa todos os anos. Cerca de 50 milhões de norte-americanos, habitantes da maior economia do planeta e que não têm plano de saúde, não podem fazer a mesma coisa, pois lá não há saúde pública. Obama, a muito custo, está encontrando uma solução para essa vergonha. Gostaria, é óbvio, que o SUS fosse igual ao sistema de saúde pública da França ou de Cuba. Porém, sinto muito orgulho do Mais Médicos, um programa que vem levando atendimento básico à saúde a milhões de brasileiros que vivem em regiões pobres e muito isoladas. Sinto alívio em saber que, na hora da dor e da doença, agora eles vão ter a quem recorrer. Sinto orgulho, mas muito orgulho mesmo, desses médicos que colocam a solidariedade acima da mercantilização da medicina.

Estou também muito orgulhoso de programas como o Prouni, o Reuni, o Fies, o Enem e os das cotas, que estão abrindo as portas das universidades para os mais pobres, os afrodescendentes e os egressos da escola pública. Tenho uma sobrinha extremamente talentosa que mora no EUA e que conseguiu a façanha de ser aceita, com facilidade, nas três melhores universidades daquele país. Mas ela vai ter de estudar numa universidade de segunda linha, pois a família, muito afetada pela recessão, não tem condição de pagar os custos escorchantes de uma universidade de ponta. Acho isso uma vergonha. Não quero isso para o meu país. Alfabetizei-me e fiz minha graduação e meu mestrado em instituições públicas brasileiras.

Quero que todos os brasileiros possam ter as oportunidades que eu tive. Por isso, aplaudo a duplicação das vagas nas universidades federais, a triplicação do número de institutos e escolas técnicas, o Pronatec, o maior programa de ensino profissionalizante do país, o programa de creches e pré-escolas e o Ciência Sem Fronteiras. Gostaria, é claro, que a nossa educação pública já fosse igual à da Finlândia, mas reconheço que esses programas estão, aos poucos, construindo um sistema de educação universal e de qualidade.

Tenho imenso orgulho da Petrobras, a maior e mais bem-sucedida empresa brasileira, que agora é vergonhosamente atacada por motivos eleitoreiros e pelos interesses daqueles que querem botar a mão no pré-sal. Nos últimos 10 anos, a Petrobras, que fora muito fragilizada e ameaçada de privatização, se fortaleceu bastante, passando de um valor de cerca de R$ 30 bilhões para R$ 184 bilhões. Não bastasse, descobriu o pré-sal, nosso passaporte para o futuro. Isso seria motivo de orgulho para qualquer empresa e para qualquer país. Orgulha ainda mais, porém, o fato de que agora, ao contrário do que acontecia no passado, a Petrobras dinamiza a indústria naval e toda a cadeia de petróleo, demandando bens e serviços no Brasil e gerando emprego e renda aqui; não em Cingapura. Vergonha era a Petrobrax. Pasadena pode ter sido um erro de cálculo, mas a Petrobrax era um crime premeditado.

Vejo, com satisfação, que hoje a Polícia Federal, o Ministério Público, a CGU e outros órgãos de controle estão bastante fortalecidos e atuam com muita desenvoltura contra a corrupção e outros desmandos administrativos. Sei que hoje posso, com base na Lei da Transparência, demandar qualquer informação a todo órgão público. Isso me faz sentir mais cidadão. Estamos já muito longe da vergonha dos tempos do “engavetador-geral”. Um tempo constrangedor e opaco em que se engavetavam milhares processos e não se investigava nada de significativo.

Também já se foram os idos vergonhosos em que tínhamos que mendigar dinheiro ao FMI, o qual nos impunha um receituário indigesto que aumentava o desemprego e diminuía salários. Hoje, somos credores do FMI e um país muito respeitado e cortejado em nível mundial. E nenhum representante nosso se submete mais à humilhação de ficar tirando sapatos em aeroportos. Sinto orgulho desse país mais forte e soberano.

Um país que, mesmo em meio à pior recessão mundial desde 1929, consegue alcançar as suas menores taxas de desemprego, aumentar o salário mínimo em 72% e prosseguir firme na redução de suas desigualdades e na eliminação da pobreza extrema. Sinto alegria com esse Brasil que não mais sacrifica seus trabalhadores para combater as crises econômicas.

Acho que não dá para deixar de se orgulhar desse novo país mais justo igualitário e forte que está surgindo. Não é ainda o país dos meus sonhos, nem o país dos sonhos de ninguém. Mas já é um país que já nos permite sonhar com dias bem melhores para todos os brasileiros. Um país que está no rumo correto do desenvolvimento com distribuição de renda e eliminação da pobreza. Um país que não quer mais a volta dos pesadelos do passado.

Esse novo país mal começou. Sei bem que ainda há muito porque se indignar no Brasil. E é bom manter essa chama da indignação acessa. Foi ela que nos trouxe até aqui e é ela que nos vai levar a tempos bem melhores. Enquanto houver um só brasileiro injustiçado e tolhido em seus direitos, todos temos de nos indignar.

Mas sentir vergonha do próprio país, nunca.

Isso é coisa de gente sem-vergonha.


sábado, 31 de maio de 2014

SUMÉRIOS, OS FILHOS DE NIBIRU




Um dos povos mais fascinantes da história das civilizações são os sumérios.

Mais antigo entre os povos da mesopotâmia, suas origens se perdem no tempo, remontando a bem mais de 3 mil anos antes da nossa era.

Sua origem, verdadeiramente, é indeterminada, existindo lacunas jamais respondidas.

Com certeza possuíam uma cultura superior aos povos de seu tempo e foram fontes de inspiração e ensinamentos aos demais habitantes do Crescente Fértil.

Quando buscavam o contato com seus deuses os procuravam nos cumes das montanhas, e, se não houvessem montanhas faziam aterros e morros artificiais.

Possuíam um conhecimento astronômico absurdo para sua época. Faziam cálculos perfeitos, até para nossos padrões, dos ciclos lunares.

Na cidade de Nipur, a 150 quilômetros de Bagdá, capital do Iraque, foi encontrada uma biblioteca sumeriana inteira, contendo cerca de 60.000 placas de barro com inscrições cuniformes (a escrita cuneirforme, que, rivaliza com os hieróglifos dos egípcios em antiguidade, foi criada pelos sumerianos).

Nessas tábuas encontramos um conhecimento inexplicável sobre o Sistema Solar, inclusive com riquezas de detalhes sobre as composições físicas e químicas de Plutão, o mais distante planeta e que só foi descoberto pelos astrônomos modernos em 1930.

Para eles a nossa Lua era um “pote de chumbo” e seu núcleo um jarro de ferro. Durante o programa Apolo, a NASA confirmou que a Lula tem um núcleo composto de ferro e que predomina o chumbo em suas calotas exteriores.

Sabiam que planetas giram em volta de estrelas (informação só comprovada recentemente) e faziam desenhos demonstrando as órbitas desses planetas.

Segundo os Sumérios, um grande dilúvio exterminou com a raça humana e foram eles e seus reis que suportaram os enormes dissabores pós-dilúvio, reconstruindo a Terra num tempo de 24.510 anos, 3 meses e dias e meio..

No mais antigo escrito cuneiforme já encontrado, Noé é chamado de Ziusudra e morava em Shuruppak, e lá construiu sua arca.

Os sumérios sempre aguardaram o retorno de seus deuses, que, segundo eles, retornariam um dia, vindos do céu.

Segundo esse povo extraordinário, a Terra teve origem na colisão de dois corpos celestes. Dessa colisão surgiu ainda um outro planeta chamado Nibiru.

Ainda segundo eles, seus deuses vieram de Nibiru, um planeta que completa uma translação sobre o sol a cada 3.600 anos. Rezam suas escritas que nós somos os chamados “filhos dos deuses”, uma mistura (genética?) dos deuses com os primatas da terra.

Outros desenhos sumerianos provocam ainda mais assombro. Num deles temos a representação do que seria a explosão de uma bomba atômica e mostra alguém sendo protegido por um abrigo subterrâneo anti-nuclear.

Na antiga cidade de Tepe Asiab foram encontrados túmulos e instrumentos de pedra com data anterior a 13 mil anos. Na mesma região foram encontrados excrementos petrificados ainda não identificados, mas, com certeza, não humanos.

Os Sumérios foram os professores de raças posteriores, e desde épocas imemoriais seus mistérios desafiam nossa mais prodigiosa imaginação.

Prof. Péricles

quarta-feira, 28 de maio de 2014

TAPAS EM MOLEQUE


Por Paul Craig Roberts


Memorial Day é o dia no qual os EUA comemoram seus mortos na guerra. Como o 4 de Julho, o Memorial Day está transformando-se em glorificação da guerra.

As pessoas que perderam familiares ou amigos queridos para a guerra não conseguem suportar a ideia de que morreram em vão. Então a guerra torna gloriosos os atos daqueles nobres soldados, que sacrificaram a vida lutando pela verdade, pela justiça e pelo modo americano de ser. Inflamados, patrióticos discursos nos reafirmam o quanto devemos àqueles que deram a vida para que os EUA permaneçam livres!

Apesar da boa intenção das falas, esse tipo de discurso apenas cria uma realidade falsa que apoia mais e mais guerras. Digam o que disserem os discursos, nenhuma das guerras travadas pelos EUA teve nada a ver com nos manter livres. Ao contrário, essas guerras estão acabando com nossas liberdades civis, nos tornando escravos.

Jornalistas e editores do norte do país foram detidos e encarcerados por Ordem Executiva emitida pelo então presidente Lincoln. Além disso, fechou 300 jornais do norte e ordenou a prisão de 14.000 prisioneiros políticos. Clement Vallandigham, representante dos EUA por Ohio e crítico da guerra, foi preso e exilado para a Confederação. A Iª Guerra Mundial foi o pretexto usado pelo presidente Woodrow Wilson para cercear a liberdade de expressão. Já a IIª Guerra Mundial serviu para que o presidente Franklin Delano Roosevelt prendesse em campos de concentração 120.000 descendentes de japoneses, sob o argumento de que a raça os tornava automaticamente suspeitos. O maior perigo já enfrentado pela liberdade americana, segundo conclusão do professor Samuel Walker, o presidente George W. Bush, ao usar a “guerra ao terror” para tomar de assalto todas as liberdades civis dos EUA.

Os direitos dos Estados foram destruídos por Lincoln para todo o sempre, mas a suspensão do habeas corpus e da liberdade de expressão, usados da mesma forma nas três maiores guerras enfrentadas pelos EUA, só durou até o fim dos conflitos. Acontece que a revogação pura e simples da Constituição, pela qual é responsável George W. Bush não apenas foi ampliada pelo presidente Barack Obama: foi codificada e transformada em lei pelo Congresso dos EUA e por Ordens Executivas. Os nossos bravos soldados que morreram na “guerra ao terror”, longe de defender nossas liberdades, morreram para que o presidente dos EUA possa prender por tempo indefinido os cidadãos americanos, sem processo legal, ou assassiná-los por meras suspeitas, sem que haja lei que o obrigue a responder pelas prisões e pelos assassinatos.

Conclusão inevitável: as guerras que os EUA guerreiam não protegem nossas liberdades. É o contrário: elas as destroem. Como disse Alexander Solzhenitsyn, “o estado de guerra serve apenas como desculpa para a tirania doméstica”.

A secessão do Sul ameaçou o império de Washington? Certamente sim, mas não ameaçou o povo americano. Os alemães da antiga Primeira Guerra Mundial ou os alemães e japoneses da antiga Segunda Guerra Mundial também não representaram qualquer risco para os EUA. Qualquer historiador pode afirmar claramente que a Alemanha não começou a Primeira Guerra Mundial nem a lutou com ambições de expansão territorial. A ambição japonesa na guerra era a Ásia. Hitler absolutamente não queria travar a guerra contra a França ou a Inglaterra. A ambição territorial de Hitler era principalmente restaurar por saque as províncias tomadas da Alemanha, violando as garantias dadas pelo presidente Wilson. Todas as demais ambições de Hitler só tinha a ver com o oriente. Nenhum dos dois países tinha qualquer intenção, por mais remota, de atacar os EUA. O ataque dos japoneses a Pearl Harbour deu-se mais para remover um obstáculo aos seus planos para a Ásia, que como preparação para uma invasão dos EUA.

Os países devastados por Bush e Obama no século XXI – Iraque Afeganistão, Líbia, Somália, Síria, Paquistão e Iêmen – certamente não representavam qualquer tipo de ameaça para os EUA. Na verdade, essas guerras foram usadas como pretexto para que se instalasse nos EUA um “Estado Stasi” que hoje está em plena existência nos EUA, implantado por um executivo tirano.

É duro encarar a verdade, mas os fatos são muito claros. O motivo que levou os EUA a guerrear todas essas guerras foi aumentar o poder de Washington, o lucro dos banqueiros e dos fabricantes de armamentos e a fortuna das suas companhias corporativistas. Smedley Butler, General da Marinha disse:

(...) eu servi em todos os postos, de 2º tenente a general. Durante todo esse tempo, operei como leão de chácara musculoso para as grandes negociatas, para Wall Street e para os banqueiros. Em resumo: nunca passei de delinquente a serviço do capitalismo.

Não dá para comemorar os mortos na guerra sem glorificá-los. Não dá para glorificá-los sem glorificar as guerras que travaram.

Em todo o século XXI, os EUA têm estado empenhados em alguma guerra. Mas não se trata da guerra convencional, contra outros exércitos ou contra as “ameaças à nossa liberdade”: são guerras contra civis, contra mulheres e crianças, contra anciãos de aldeias e contra nossa própria liberdade. As elites, que têm enorme interesse nessas guerras, querem nos convencer de que as guerras devem continuar por pelo menos mais 20 ou 30 anos, antes de que seja possível derrotar a “ameaça terrorista”. É evidente imbecilidade, falta de senso.

As ameaças terroristas só começaram depois que Washington começou a criar terroristas (grifo nosso [NT]) mediante ataques militares insanos contra populações de muçulmanos, baseados em mentiras.

Washington teve tanto sucesso em suas guerras de mentiras, ao ponto de a audácia, a húbris arrogante de Washington, fazê-la fazer mais e pior do que desejava.

Com a derrubada do governo democraticamente eleito na Ucrânia, os EUA puseram-se em posição de confronto com a Rússia. Essa confrontação pode acabar mal para todos. Talvez para Washington e talvez para o mundo inteiro. Por que Washington supõe que a Rússia se renderá a Washington, se Gaddafi, se Assad, nunca se renderam? Só porque deram uns tapas em moleque no jardim de infância, os EUA pensam agora que podem encarar zagueiro adestrado em time de várzea.

Os regimes de Bush e Obama destruíram a reputação dos EUA com suas incessantes mentiras e a violência recorrente contra outros povos. O mundo vê Washington como a mais grave ameaça a pesar contra todos.

Memorial Day é o dia no qual os EUA comemoram seus mortos na guerra. Como o 4 de Julho, o Memorial Day está transformando-se em glorificação da guerra.

As pessoas que perderam familiares ou amigos queridos para a guerra não conseguem suportar a ideia de que morreram em vão. Então a guerra torna gloriosos os atos daqueles nobres soldados, que sacrificaram a vida lutando pela verdade, pela justiça e pelo modo americano de ser. Inflamados, patrióticos discursos nos reafirmam o quanto devemos àqueles que deram a vida para que os EUA permaneçam livres!

Apesar da boa intenção das falas, esse tipo de discurso apenas cria uma realidade falsa que apoia mais e mais guerras. Digam o que disserem os discursos, nenhuma das guerras travadas pelos EUA teve nada a ver com nos manter livres. Ao contrário, essas guerras estão acabando com nossas liberdades civis, nos tornando escravos.

Jornalistas e editores do norte do país foram detidos e encarcerados por Ordem Executiva emitida pelo então presidente Lincoln. Além disso, fechou 300 jornais do norte e ordenou a prisão de 14.000 prisioneiros políticos. Clement Vallandigham, representante dos EUA por Ohio e crítico da guerra, foi preso e exilado para a Confederação. A Iª Guerra Mundial foi o pretexto usado pelo presidente Woodrow Wilson para cercear a liberdade de expressão. Já a IIª Guerra Mundial serviu para que o presidente Franklin Delano Roosevelt prendesse em campos de concentração 120.000 descendentes de japoneses, sob o argumento de que a raça os tornava automaticamente suspeitos. O maior perigo já enfrentado pela liberdade americana, segundo conclusão do professor Samuel Walker, o presidente George W. Bush, ao usar a “guerra ao terror” para tomar de assalto todas as liberdades civis dos EUA.

Os direitos dos Estados foram destruídos por Lincoln para todo o sempre, mas a suspensão do habeas corpus e da liberdade de expressão, usados da mesma forma nas três maiores guerras enfrentadas pelos EUA, só durou até o fim dos conflitos. Acontece que a revogação pura e simples da Constituição, pela qual é responsável George W. Bush não apenas foi ampliada pelo presidente Barack Obama: foi codificada e transformada em lei pelo Congresso dos EUA e por Ordens Executivas. Os nossos bravos soldados que morreram na “guerra ao terror”, longe de defender nossas liberdades, morreram para que o presidente dos EUA possa prender por tempo indefinido os cidadãos americanos, sem processo legal, ou assassiná-los por meras suspeitas, sem que haja lei que o obrigue a responder pelas prisões e pelos assassinatos.

Conclusão inevitável: as guerras que os EUA guerreiam não protegem nossas liberdades. É o contrário: elas as destroem. Como disse Alexander Solzhenitsyn, “o estado de guerra serve apenas como desculpa para a tirania doméstica”.

A secessão do Sul ameaçou o império de Washington? Certamente sim, mas não ameaçou o povo americano. Os alemães da antiga Primeira Guerra Mundial ou os alemães e japoneses da antiga Segunda Guerra Mundial também não representaram qualquer risco para os EUA. Qualquer historiador pode afirmar claramente que a Alemanha não começou a Primeira Guerra Mundial nem a lutou com ambições de expansão territorial. A ambição japonesa na guerra era a Ásia. Hitler absolutamente não queria travar a guerra contra a França ou a Inglaterra. A ambição territorial de Hitler era principalmente restaurar por saque as províncias tomadas da Alemanha, violando as garantias dadas pelo presidente Wilson.

Todas as demais ambições de Hitler só tinha a ver com o oriente. Nenhum dos dois países tinha qualquer intenção, por mais remota, de atacar os EUA. O ataque dos japoneses a Pearl Harbour deu-se mais para remover um obstáculo aos seus planos para a Ásia, que como preparação para uma invasão dos EUA.

Os países devastados por Bush e Obama no século XXI – Iraque Afeganistão, Líbia, Somália, Síria, Paquistão e Iêmen – certamente não representavam qualquer tipo de ameaça para os EUA. Na verdade, essas guerras foram usadas como pretexto para que se instalasse nos EUA um “Estado Stasi” que hoje está em plena existência nos EUA, implantado por um executivo tirano.

É duro encarar a verdade, mas os fatos são muito claros. O motivo que levou os EUA a guerrear todas essas guerras foi aumentar o poder de Washington, o lucro dos banqueiros e dos fabricantes de armamentos e a fortuna das suas companhias corporativistas. Smedley Butler, General da Marinha disse:

(...) eu servi em todos os postos, de 2º tenente a general. Durante todo esse tempo, operei como leão de chácara musculoso para as grandes negociatas, para Wall Street e para os banqueiros. Em resumo: nunca passei de delinquente a serviço do capitalismo.

Não dá para comemorar os mortos na guerra sem glorificá-los. Não dá para glorificá-los sem glorificar as guerras que travaram.

Em todo o século XXI, os EUA têm estado empenhados em alguma guerra. Mas não se trata da guerra convencional, contra outros exércitos ou contra as “ameaças à nossa liberdade”: são guerras contra civis, contra mulheres e crianças, contra anciãos de aldeias e contra nossa própria liberdade. As elites, que têm enorme interesse nessas guerras, querem nos convencer de que as guerras devem continuar por pelo menos mais 20 ou 30 anos, antes de que seja possível derrotar a “ameaça terrorista”. É evidente imbecilidade, falta de senso.

As ameaças terroristas só começaram depois que Washington começou a criar terroristas (grifo nosso [NT]) mediante ataques militares insanos contra populações de muçulmanos, baseados em mentiras.

Washington teve tanto sucesso em suas guerras de mentiras, ao ponto de a audácia, a húbris arrogante de Washington, fazê-la fazer mais e pior do que desejava.

Com a derrubada do governo democraticamente eleito na Ucrânia, os EUA puseram-se em posição de confronto com a Rússia. Essa confrontação pode acabar mal para todos. Talvez para Washington e talvez para o mundo inteiro. Por que Washington supõe que a Rússia se renderá a Washington, se Gaddafi, se Assad, nunca se renderam? Só porque deram uns tapas em moleque no jardim de infância, os EUA pensam agora que podem encarar zagueiro adestrado em time de várzea.

Os regimes de Bush e Obama destruíram a reputação dos EUA com suas incessantes mentiras e a violência recorrente contra outros povos. O mundo vê Washington como a mais grave ameaça a pesar contra todos.



Paul Craig Roberts (nascido em 03 de abril de 1939) é um economista norte-americano, colunista do Creators Syndicate.