sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
LÁGRIMAS E SORRISOS DE DEMÉTER
Deméter, deusa da agricultura e da fertilidade que os latinos chamavam de Ceres, teve uma filha com o poderoso Zeus.
A filha de Deméter e Zeus chamava-se Perséfone, uma jovem linda como uma aurora ensolarada, tornou-se deusa das ervas e frutos.
Sua beleza provocou a paixão ardente de Hades, irmão de Zeus e senhor do mundo inferior e dos mortos.
Hades era um deus que sofria enorme complexo de rejeição, pois, ao contrário dos irmãos Zeus e Posseidon, que eram amados pelo povo, ele se sentia esquecido e muito mais temido do que venerado.
Loucamente apaixonado e achando que não suportaria um “não” da linda Perséfone, deixou a conquista de lado e partiu para o sequestro mesmo, levando a amada para o seu reino das sombras, onde seria, por toda eternidade, sua rainha.
Deméter e Perséfone, mãe e filha, eram extremamente ligadas e a deusa da agricultura, não podendo desafiar o poder de Hades, entrou em profunda depressão, motivada pelas saudades.
Triste, chorava incontrolavelmente. Lentamente, o mundo ficou frio e sombrio. Suas lágrimas provocam enchentes. Era o outono e o inverno aos olhos dos gregos.
Os homens passaram a fazer oferendas e a orar para Deméter e para o próprio Zeus, rogando por melhoras no tempo, por mais calor e chuvas regulares.
Preocupado, Zeus buscou ser diplomático, intermediando a inconformidade de Deméter e os interesses de seu irmão sequestrador, com quem não queria briga, de jeito nenhum.
Hades concedeu que sua amada esposa voltasse ao mundo exterior para ver a mãe, mas, apenas por um tempo determinado, ou seja, Perséfone passaria seis meses com a mãe e os outros seis meses com ele, o marido.
Feliz com a presença da filha amada, Deméter voltou a sorrir, o sol a brilhar mais intensamente, e a terra a dar flores e frutos. Era a primavera e o verão, segundo os gregos.
Assim, era a tristeza da separação e a alegria do reencontro da deusa com sua filha que explicava as estações do ano, para esse povo extraordinário.
Penso nisso quando vejo tantas pessoas reclamando que as estações do ano estão confusas, que os invernos estão mais curtos e amenos, o calor mais intenso, etc.
Fala-se em enchentes na América do Sul e Ásia, Tsunamis no Japão, nevascas recordes na América do Norte e desgelo do Ártico e Antártida.
Parece que o acordo entre os deuses foi rompido e Perséfone fugindo dos infernos convive mais com a mãe do que com o marido, fato que deve estar enfurecendo o poderoso senhor das sombras.
Não podemos confirmar se rolou esse barraco entre as divindades, mas que as coisas nos parecem, estranhamente diferentes, parecem.
Roguemos todos nós, pela paz entre todas as criaturas e que as colheitas não sejam as mais sacrificadas castigando justamente os despossuídos, nem as águas cada vez mais raras, nos tornando a vida um intenso inverno.
Ah... pelo menos de minha parte, obrigado poderosa Deméter por teu bom humor. O verão de 2017 está dos deuses!
Prof. Péricles
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2 comentários:
Muito bom!
Como é bela a mitologia grega. Muito bom.
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