Lembra como fez?
- Claro, eu a esfaqueei e depois cortei a garganta... foi incrível.
Mas, afinal de contas, por que você a matou?
- Porque eu queria saber qual a sensação. O que eu sentiria matando, entende?
E...
- A experiência de matar é muito agradável. Logo que passa a sensação de “oh meu Deus, eu não posso fazer isso” se sente um prazer enorme.
O que fez depois?
- Pensei “agora estou tipo nervosa e tremendo, tenho que me acalmar. Tenho que ir para a igreja agora (risos, muitos risos)
A adolescente norte-americana Alyssa Bustamante, de 18 anos (15 na época do crime), que confessou ter matado a vizinha de 9 anos foi condenada nesta quarta-feira (7 de março) à prisão perpétua nos Estados Unidos. O crime aconteceu na cidade de Jefferson City, no estado do Missouri, em outubro de 2009.
Os advogados de Bustamante alegaram que a adolescente sofria de depressão há anos e que o uso do antidepressivo Prozac a deixou mais propensa à violência. Eles ainda alegaram que ela teria tentado suicídio por overdose de analgésicos. No entanto, os promotores afirmaram que Bustamente teria premeditado o crime, já que ela cavou duas sepulturas com vários dias de antecedência. A jovem enterrou o corpo de Elizabeth em uma cova rasa, sob um monte de folhas em uma floresta perto do seu bairro.
Momentos antes da sentença ser decretada, Bustamante levantou-se da cadeira e virou-se para a família de Elizabeth. "Eu sei que palavras nunca vão ser suficientes e nunca vão conseguir descrever exatamente quanto me sinto horrível por tudo isso", disse a adolescente diante dos pais e irmãos de Elizabeth. "Se eu pudesse dar minha vida para ter ela de volta, eu daria. Desculpa", completou.
A mãe da vítima, Patty Preiss, que no primeiro dia de julgamento classificou Bustamante de "monstro", ouviu o pedido de desculpas em silêncio.
Casos como esses, deveriam levar a humanidade a uma pausa para meditação: afinal de contas, que tipo de sociedade criamos? Que tipo de consciências estamos formando?
Somos hoje 7 bilhões de pessoas no mundo. Nunca teve tanta gente habitando o planeta, mas nunca, se sofreu tanto de solidão.
Se as estatísticas indicam que 10% da população (algo em torno de 700 milhões ou 4 brasis) desenvolvem dependência química e buscam nas drogas o prazer que lhes falta na alma, e se mais de 20% sofre de depressão crônica, algo, definitivamente, está errado no mundo que criamos.
Desde a Revolução industrial a quase trezentos anos, a produção de bens não pára de crescer. Somos seres consumidores. Consumimos tudo, até, e principalmente, o desnecessário, de tal forma que criamos do nada, novas necessidades, a todo instante e frustrações quando essas necessidades não são saciadas. .
Somos capazes de ir a Marte, realizar transplantes e criar computadores. Mas ainda somos incapazes de ouvir a dor de uma criança se ela nos for desconhecida.
O caso de uma adolescente que mata uma criança menor apenas para saciar a curiosidade do que sentiria ao matar, é um crime de todos nós.
Prof. Péricles
Nenhum comentário:
Postar um comentário