quarta-feira, 8 de julho de 2015
EPIDEMIA FATAL AMEAÇA O BRASIL
A população brasileira ainda não percebeu a extensão de todo o mal.
O pânico ainda não se estabeleceu, mas, definitivamente, o perigo é real e imediato.
Vivemos no país uma grave epidemia.
Talvez a mais grave epidemia pela qual nosso país já foi alguma vez assolado.
O vírus, o mais agressivo já registrado é o vírus do ódio.
Trata-se de uma moléstia que, após ser contraída ataca diretamente o coração.
O tecido social em sua epiderme da fraternidade é gravemente atingindo abrindo rombos internos, que, provavelmente, jamais cheguem a cicatrizar.
Perguntem aos pais e amigos de algum desaparecido político se a dor já passou.
O ódio costuma atacar o sistema imunológico do amor, em seus valores de solidariedade, compaixão e igualdade.
Os sintomas mais comuns do ódio são: arrogância alta, aversão aos mais pobres, soberba contra negros, índios, quilombolas, gays, lésbicas. São comuns a ocorrência de delírios que iludem o portador de já ter sido um dia superior “a tudo o que não presta”, e de ter vivido num tempo em que “cada um ficava no seu lugar” donde, por extensão, o doente passa a odiar pobres que andam de avião, negros que namoram brancas e qualquer plebeu que compre carro sem ser patrício.
O doente manifesta saudades da ditadura militar e dificuldades de raciocínio político lógico.
A visão fica turva a ponto de considerar que o problema da violência seja a maioridade aos 18 anos e não aos 5.
A doença também se manifesta com problemas de memória já que o afetado passa a acreditar que a corrupção começou hoje assim como os problemas de saúde e educação pública, considerando que antes o país era uma espécie de paraíso ético de povo saudável e educado.
Numa espécie de Heizeimer político vê corruptos como defensores da moral e indigentes intelectuais como sábios.
Normalmente adere a uma espécie de monoidéia de que ele é um iluminado enquanto Lula, Dilma, todo e qualquer petista, simpatizante, militante de outra ideologia que não a sua (?) e qualquer um que não odeie como ele próprio, estejam no lado negro da força.
A doença é adquirida na soma de preconceitos antigos que dormitavam na alma da vítima com novos-velhos conceitos eivados de interesses escusos de instituições nacionais e internacionais.
Segundo consta a mídia é grande veículo de disseminação do vírus do ódio que, geralmente, são, antes, incubados em corredores escuros de quem perdeu o poder mas sonha em reconquistá-lo de outra maneira já que nas urnas foi derrotado sistematicamente nos últimos 13 anos.
A vacina para esse terrível mal que se multiplica pelo país é a vacina-tríplice: educação formal, educação política e educação cristã. Mas, parece que o remédio anda escasso em nossas fronteiras.
Existem, porém, formas paralelas de combater a epidemia.
A empatia, ou seja, o exercício de colocar-se no lugar do outro (no caso, no lugar dos mais pobres) tem revelado excelentes resultados.
Vergonha na cara também tem bons resultados assim como doses maciças, mas maciças mesmo de humildade.
Infelizmente as perspectivas não são boas.
A peste não é inédita, mas continua se propagando pelo Brasil e, a história já mostrou em duas outras oportunidades, 1954 e 1964, que o final desse praga nacional é sempre doloroso, especialmente para os que amam a democracia e sonham com a construção de uma sociedade mais justa.
Esperemos que, o governo perceba a gravidade da situação. Deixe de tratar fascista com democracia, deixe de recomendar curativos em vez de amputação e lembre de sua obrigação na defesa constitucional do estado de direito e da democracia.
Quem o elegeu e nele confiou, precisa ser defendido.
Antes que seja tarde e a história se repita, pois, o vírus do ódio é fatal à liberdade.
Prof. Péricles
segunda-feira, 6 de julho de 2015
TÂNIS, A CIDADE ESQUECIDA
Tânis foi uma antiga cidade do Egito, capital da 21ª Dinastia.
No antigo Testamento ela é chamada de Zoã, e Moisés lá teria feito alguns milagres.
Situava-se no delta do rio Nilo e no século VI d.C. desapareceu quando o rio mudou seu curso e o lago Manzala cobriu seus restos.
Por quase mil e 500 anos ficou desaparecida. Sabia-se de sua existência, mas a localização exata era desconhecida.
No filme “Os Caçadores da Arca Perdida” foi incorretamente descrita como tendo sido destruída por uma tempestade de areia e descoberta pelos nazistas.
Na verdade, no início do século passado ela foi, aos poucos, sendo redescoberta.
Em 1939, porém, ela entrou de forma dramática nos noticiários da arqueologia.
Um arqueólogo francês (e não pelos nazistas), Pierre Montet, encontrou uma parte da necrópole real das XXI e XXII dinastias, cujos túmulos não haviam sido reconhecidos pelos escavadores anteriores.
Do conjunto da necrópole real destacam-se túmulos onde repousam as múmias de 4 faraós (inclusive o faraó Chechonk III que governou o Egito por 52 anos) dois herdeiros e um arqueiro. Junto às múmias máscaras e joias de prata e de ouro, além de outras peças de valor extraordinário como jarros, ataúdes, espelhos.
Infelizmente o desenrolar da segunda guerra mundial (1939-1945) impediu qualquer expedição ou outra tentativa de chegar a região com liberdade para escavar e pesquisar.
Alguns dos tesouros descobertos por Montet estão hoje no Museu Egípcio do Cairo e fascinam seus visitantes.
Os próximos passos em direção a redescoberta de Tânis guardam enorme expectativa. Isso porque imagens de satélite em infravermelho revelam o que parece ser edificações, prédios, casas, ruas e templos, soterrados e a espera de ressurgirem ao sol.
Que tesouros serão encontrados em Tânis? E que segredos ela ainda pode estar escondendo?
Você se arriscaria a procurar?
Ah... leve junto algum arqueólogo experiente, pois suas ruinas ainda guardam ativas, inúmeras armadilhas para vitimar os desavisados aventureiros de ontem e de hoje.
Prof. Péricles
domingo, 5 de julho de 2015
A METAMORFOSE
Por Luis Fernando Veríssimo
Uma barata acordou um dia e viu que tinha se transformado num ser humano. Começou a mexer suas patas e viu que só tinha quatro, que eram grandes e pesadas e de articulação difícil. Não tinha mais antenas.
Quis emitir um som de surpresa e sem querer deu um grunhido. As outras baratas fugiram aterrorizadas para trás do móvel. Ela quis segui-las, mas não coube atrás do móvel. O seu segundo pensamento foi: "Que horror... Preciso acabar com essas baratas..."
Pensar, para a ex-barata, era uma novidade. Antigamente ela seguia seu instinto. Agora precisava raciocinar. Fez uma espécie de manto com a cortina da sala para cobrir sua nudez.
Saiu pela casa e encontrou um armário num quarto, e nele, roupa de baixo e um vestido. Olhou-se no espelho e achou-se bonita. Para uma ex-barata. Maquiou-se.
Todas as baratas são iguais, mas as mulheres precisam realçar sua personalidade. Adotou um nome: Vandirene.
Mais tarde descobriu que só um nome não bastava. A que classe pertencia? Tinha educação? Referências?
Conseguiu a muito custo um emprego como faxineira. Sua experiência de barata lhe dava acesso a sujeiras mal suspeitadas. Era uma boa faxineira.
Difícil era ser gente... Precisava comprar comida e o dinheiro não chegava.
As baratas se acasalam num roçar de antenas, mas os seres humanos não. Conhecem-se, namoram, brigam, fazem as pazes, resolvem se casar, hesitam. Será que o dinheiro vai dar ? Conseguir casa, móveis, eletrodomésticos, roupa de cama, mesa e banho.
Vandirene casou-se, teve filhos. Lutou muito, coitada.
Filas no Instituto Nacional de Previdência Social. Pouco leite. O marido desempregado... Finalmente acertou na loteria. Quase quatro milhões!
Entre as baratas ter ou não ter quatro milhões não faz diferença. Mas Vandirene mudou. Empregou o dinheiro. Mudou de bairro. Comprou casa. Passou a vestir bem, a comer bem, a cuidar onde põe o pronome. Subiu de classe. Contratou babás e entrou na Pontifícia Universidade Católica.
Vandirene acordou um dia e viu que tinha se transformado em barata. Seu penúltimo pensamento humano foi: "Meu Deus! A casa foi dedetizada há dois dias!".
Seu último pensamento humano foi para seu dinheiro rendendo na financeira e que o safado do marido, seu herdeiro legal, o usaria. Depois desceu pelo pé da cama e correu para trás de um móvel.
Não pensava mais em nada. Era puro instinto. Morreu cinco minutos depois, mas foram os cinco minutos mais felizes de sua vida.
Kafka não significa nada para as baratas...
quarta-feira, 1 de julho de 2015
PAÍS DA INCLUSÃO SOCIAL
Por Paulo Nogueira direto do Diário do Centro do Mundo
Foi com satisfação especial que vimos Marieta Severo viralizar no DCM.
O texto sobre a enquadrada que ela deu sobre Fausto Silva, de autoria de Kiko Nogueira, já foi lido por mais de 1 milhão de pessoas, no momento em que escrevo.
No Facebook, o artigo recebeu, até aqui, 106 000 curtidas, uma raridade para qualquer site em qualquer país.
Por conta disso, o DCM teve, ontem, uma de suas maiores audiências: 1,6 milhão de acessos.
O texto, fora sua carreira no DCM, foi reproduzido em vários outros sites. Tem sido uma constante: a repercussão de nossos artigos para além dos nossos domínios.
“Kiko mitou”, brincamos aqui.
O que nos agradou, mais que tudo, foi o conteúdo que mereceu tantos aplausos: Marieta, ao responder a Fausto Silva, desfez o discurso manipulador, cínico e desonesto da Globo e das demais grandes empresas de mídia.
O Brasil não é o paraíso que a Globo pintava na ditadura militar, mas definitivamente está longe de ser o inferno descrito pela mídia.
Com todos os percalços dos últimos anos, o país melhorou substancialmente em sua grande chaga: a desigualdade social.
A mídia, com seus interesses sinistros, esconde de seus leitores que o maior problema nacional é a desigualdade. Isso porque seus donos, riquíssimos, se beneficiam da desigualdade.
Em vez de erguer a voz contra a iniquidade, a mídia fala obsessivamente em corrupção – porque este truque funcionou em 1954, com Getúlio, e em 1964, com Jango.
Escândalos, a maior parte deles amplificados ou simplesmente inventados, ocupam a maior parte do noticiário. O alvo é sempre o PT, como antes foram Getúlio e Jango.
O paradoxo, aí, é que a mídia é visceralmente corrupta: vive descaradamente do dinheiro público. Fez do Estado sua babá.
Não contentes com os bilhões em publicidade, financiamentos em bancos públicos a juros maternos e outras mamatas, as empresas de jornalismo ainda sonegam impostos – certas da impunidade.
Faustão veio, diante de Marieta, com o clichê obtuso do “país da desesperança”, algo que tem um apelo extraordinário para analfabetos políticos que batem panelas e vestem camisas da seleção em manifestações estimuladas pela mídia.
E Marieta rebateu com a inclusão social, que a mídia finge não ter importância nenhuma como se fôssemos a Suécia ou a Dinamarca.
Marieta viralizou porque ela falou por muitos brasileiros que já não suportam mais tanta empulhação.
Foi a mesma coisa que ocorreu quando Boechat mandou Malafaia procurar uma rola. Quantos de nós não gostaríamos de dizer uma coisa dessas para Malafaia?
Marieta trouxe a inclusão social para a conversa – e este foi seu maior mérito.
O Brasil avançou no campo social – mas muito menos do que deveria.
Lula e Dilma fizeram mais que seus antecessores desde Getúlio, mas muito menos do que o necessário para que o Brasil deixe de ser sinônimo de desigualdade.
“Brasil da desesperança”, para usar a expressão de Fausto Silva, é aquele que a plutocracia predadora construiu.
O resto, como escreveu Shakespeare, é silêncio.
segunda-feira, 29 de junho de 2015
O NAZISTA ERA JUDEU
Enquanto esperava para subir ao palco do auditório de uma escola em Budapeste, Csanad Szegedi andava apreensivo pelo corredor. Mas ao subir ao palco, em meio aos aplausos dos estudantes, não conteve o sorriso.
Szegedi o ex-militante neonazista húngaro não poderia ser uma pessoa mais diferente nos dias de hoje: há três anos, ele era um dos membros mais ativos do Jobbik, partido nacionalista húngaro de tendência neonazista e posicionamento marcado pelo antissemitismo.
Szegedi descobriu ser judeu em 2012.
Não fosse o suficiente para abandonar suas posições radicais, a avó dele sobreviveu aos horrores nazistas do campo de concentração de Auschwitz.
Ele foi educado como protestante pelos pais, apesar da origem judia de sua mãe.
Ao saber de sua origem judia, ele deu as costas para um passado de intimidações e intolerância. Vice-líder do Jobbik, Szegedi foi ainda fundador da “Guarda Húngara” uma milícia que tinha como hábito marchar uniformizada por bairros de Budapeste com presença de comunidades ciganas.
Juntos com os judeus, os povos nômades eram “acusados” pelo Jobbik por problemas atávicos da sociedade húngara. Uma plataforma que encontrou ressonância suficiente para eleger Szegedi membro do Parlamento Europeu, em 2009.
Na Hungria, estima-se que apenas entre 50 mil a 120 mil dos 10 milhões de habitantes são judeus. Mas calcula-se que, antes da Segunda Guerra Mundial, a população chegava a 800 mil – centenas de milhares foram deportados para campos de concentração.
Ao contrário do que se poderia imaginar, o partido não expulsou Szegedi quando ele revelou seu passado. O líder do Jobbik pensou em usar Szegedi como prova de que a legenda não era puramente antissemita.
Szegedi se converteu ao judaísmo ortodoxo. Viajou para Israel e fez uma visita a Auschwitz.
Ela também pôs fogo em cópias de sua autobiografia, “Eu Acredito na Ressurreição do Povo Húngaro”.
Hoje, Szegedi se dedica a dar palestras em escolas contra os perigos da intolerância.
E para tentar explicar a cultura judaica de forma a enfrentar estereótipos. Isso inclui descrições bem-humoradas do ritual da circuncisão. Ou o fato de que sua avó nos meses de verão usava um curativo no braço para esconder a tatuagem com um número de identificação, feita em prisioneiros de campos de concentração nazistas.
– O partido pode ter adotado uma postura mais para o centro, mas ainda está cheio de pessoas que se filiaram por causa de suas posições radicais, pelo nacionalismo e extremismo. Há um limite para o quão moderado o partido pode ser. Não penso mais numa vida política – disse o ex-militante a jornalistas da agência britânica de notícias BBC.
Szegedi critica o discurso antissemita na Hungria, mas ao mesmo tempo defende seus compatriotas. Para ele, é uma consequência do que chama de paradoxo do nacionalismo húngaro.
– Temos orgulho de nossas conquistas, mas não examinamos as conquistas de outros povos (que fazem parte da sociedade húngara). Temos medo de que sua cultura possa ser tão rica como a nossa – concluiu”.
Não poderia ser mais didático. O caçador, perseguidor de judeus, descobre-se ele próprio ser um judeu. O caçador se torna caça.
Seria interessante se tal fenômeno ocorresse mais frequentemente para modificar a cultura dos intolerantes.
Por exemplo, membros de uma classe média brasileira, supostamente superior aos que consideram mais pobres e ignorantes, despertassem num belo dia, dependendo da bolsa família para garantir a sobrevivência.
Ou se prolixos autores de argumentos contra as cotas nas faculdades despertassem negros, antes do ano 2000.
Infelizmente poucos Szegedis conseguirão aprender em tempo que, a intolerância é irmã do egoísmo e mãe de todo totalitarismo.
Prof. Péricles
Fonte: Correio do Brasil
sábado, 27 de junho de 2015
ATENAS E A DEMOCRACIA
A decantada democracia ateniense, sabe-se, não foi fruto de uma só mente genial. Foi, isso sim, o resultado de um processo de transformações de sua sociedade.
Até os séculos VII e VI a.C. a política de Atenas era controlada por sua elite agrária os “Eupátridas” ou “bem nascidos” como era comum no mundo antigo.
Entretanto quanto mais seu porto era movimentado e as mercadorias negociadas vinham dos mais distantes pontos de origem, mais a classe comerciante, os demiurgos, enriquecia e consequentemente, passava a reivindicar parcela do poder.
A democracia ateniense nasceu dessas pressões políticas pelo poder entre os demiurgos e a elite agrária.
Seus personagens marcantes foram legisladores e políticos que representaram, em diferentes momentos, inovações e reformas que levaram ao apogeu da democracia no século V a.C. no governo de Péricles.
Drácom, em 621 a.C. estabeleceu um conjunto de leis escritas que substituíram as leis orais que, invariavelmente beneficiavam apenas aos eupátridas. Embora a elite mantivesse o poder tornava-se muito mais difícil a manipulação legal em favor de seus interesses e abria um manancial de oportunidades futuras aos demais atenienses, antes marginalizados juridicamente.
Vinte e sete anos depois, em 594 a.C. diante da crescente pressão política, um novo legislador se destaca, Sólon. Entre as várias reformas que promoveu, Sólon acabou com a escravidão por dívidas, adota novas instituições políticas.
A Eclésia foi a mais sensacional das inovações, pois fazia o papel de executivo, sendo uma espécie de Assembleia onde as decisões mais importantes para a cidade eram decididas pelos cidadãos em voto direto, levantando a mão, após a audiência de diferentes debatedores.
O Conselho dos Quinhentos (Bulé) funcionaria como Legislativo no lugar do Areópago, instituição mais antiga e controlada pela aristocracia.
Já o Helieu era o Judiciário, sendo composto por juízes, para julgar os cidadãos atenienses de acordo com as leis escritas.
Mas as elites agrárias não aceitaram passivamente as novidades e usaram todo seu poder causando agitações e instabilidades.
No seio dessas agitações surgem os tiranos (que não quer dizer malvados, e sim, aquele que chega ao poder por outro meio que não eleito). Entre os tiranos destaca-se Psistrato que trouxe algumas vantagens para uma nova aristocracia que buscava ocupar o espaço da antiga e tradicional elite.
O recuo que beneficiou as elites provocou uma grande mobilização popular, e montado nesse apoio das ruas, Clístenes chega ao poder em 510 a.C.
Em seu governo, os atenienses passavam a ser divididos em dez tribos (poderíamos chamar de partidos) que escolhiam seus principais representantes políticos. Todo ateniense tinha por direito filiar-se a uma determinada tribo na qual ele participaria na escolha de seus representantes políticos no governo central. Dessa maneira diminui acentuadamente a distância entre os mais e menos abastados na participação da vida política ateniense.
Além disso, Clístenes (chamado de o pai da democracia) criou o ostracismo, medida que buscava (e conseguiu) romper a corrente de Tiranos que se sucediam no poder. O ostracismo bania por dez anos o indivíduo que fosse considerado uma ameaça à normalidade democrática, embora tomasse o cuidado de reconhecer o direito do banido de manter sua propriedade privada em Atenas.
Apesar do brilhantismo de um regime que valorizava o “governo do povo” e do ineditismo de suas ações, a democracia direta dos gregos nunca foi realmente do povo. Isso porque, pelo conceito de cidadania adotado, só homens livres de pai e mãe ateniense, maiores de 18 anos e nascidos na cidade, eram considerados cidadãos.
Mulheres e estrangeiros, independentemente do tempo que residissem na polis, não possuíam nenhum tipo de participação política.
Destacando ainda que, apesar de tudo, na base do trabalho continuou sendo utilizado o trabalho escravo, calcula-se que apenas 10% da população participava de fato da vida e das disputas políticas de Atenas.
Prof. Péricles
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