O povo grego se formou a partir de ondas sucessivas de invasões no sul da península Balcânica.
Não era um lugar deserto e sem vida, ao contrário. A região era habitada por grupos muito primitivos denominados de “pelasgos”, os ”pés descalços”.
Mas o povo helênico, como o conhecemos, surgiu mesmo dessas ondas invasoras.
Como o relevo da Grécia é extremamente acidentado, com montanhas, planaltos, planícies e depressões, esses grupos invasores acabaram acomodando-se em determinada parte e isolando-se do resto. Assim surgiram comunidades independentes, que denominamos de polis. Como pequenos países, autônomos uns dos outros, que mantinham identidade na língua, na religião e algumas tradições.
Foi, portanto, o relevo acidentado, a geografia, que fomentou a criação de núcleos independentes, porém, identificados e que até falavam do mesmo jeito.
No Brasil, não foi o relevo, mas a história acidentada, que criou bolsões identificados pela religião e pelo idioma, mas distantes entre si.
Aqui coexistem grupos que apesar de terem a mesma nacionalidade são tão diversos que mais parecem estrangeiros uns aos outros.
Temos, por exemplo, os preconceituosos se acotovelando todos os dias com a turma da inclusão.
Gente das extremas trabalhando junto e até suportando-se mutuamente, embora quase nada tenham em comum.
O fato de pagarem os mesmos impostos e, teoricamente, estarem expostos as mesmas leis, cria a falsa ideia de um mesmo povo, mas, é apenas uma ideia, não a realidade.
Os ricos brasileiros, que são muito ricos mesmo, tanto quanto outros ricos do mundo suportam conviver com a massa de pobres, aliás, muito pobres, tão pobres quanto os mais pobres do mundo.
Torcem pelo mesmo time de futebol, mas, de preferência, em arquibancadas, ou camarotes distantes.
Como a Grécia antiga o Brasil também tem seus pelasgos.
São os membros da classe média, média, tão média quanto em outros países, talvez apenas um pouco mais estúpidos, que acreditam viver na planície, quando na verdade habitam as depressões, na beirada do Hades.
Existem vários Brasis já se disse por aqui, e essa afirmação está coberta de razão.
Existe um Brasil, dessa gente varonil, que não vacila pegar a clava forte para defender os interesses da pátria mãe, nem tão gentil assim.
Mas também tem um Brasil de entreguistas que consciente, ou inconscientemente, negocia o tempo todo a sua honra verde amarela e seus bens, debaixo da terra ou do pré-sal.
Durante as Guerras do Peloponeso, no século V a.C. gregos enfrentaram gregos e a Grécia inteira definhou até perder de vez sua independência.
Tem gente que ainda não percebeu, mas a nossa guerra do Peloponeso já começou e tem sido cruel para a gente varonil massacrada em Canudos e no Contestado, suicidada na Rua Toneleros, massacrada nos porões da CIA/DOI/Codi e morta e desaparecida nas lutas contra os entreguistas.
Assim como Macedônia esperou pelo declínio grego para conquistar suas terras, “macedônios” do capital internacional aguardam nossa degradação.
O povo está perdendo o amor-próprio, o Brasil, sua tênue independência e todos nós, a guerra.
Prof. Péricles
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