Para tirar o PT do governo, derrubando Dilma, e, principalmente, alvejando de morte a figura política de Lula, os golpistas foram obrigados a entrar em terreno movediço e pouco seguro.
Chutar o balde acarretaria perigos imensos contra eles mesmos já que, nevegam nas águas da corrupção desde que chegaram ao poder, isso é, sempre.
Poderia haver fogo amigo, eles sabiam, mas, jamais poderiam imaginar que seria tão difícil encontrar algo que possibilitasse a queda de Lula e que, por isso, a viagem pelos pântanos demorasse tanto. Nunca poderiam supor que quebrando sigilo bancário e telefônico de Lula e toda sua família até a décima geração, não fossem encontrar alguma coisa mais palpável para acabar com o desafeto barbudo.
Assim, tiveram que penetrar em terreno minado cada vez mais.
Por óbvio isso seria fatal pra muita gente amiga. E foi. Caíram o Presidente da Câmara, ministros, políticos tradicionais e empresários e empresas.
Na busca de destruir o inimigo os golpistas já fizeram mais baixas entre gente aliada do que qualquer um poderia supor.
O problema maior é que, para executar o assassinato político do ex-presidente, foram obrigados a usar armas que, com facilidade pode se voltar contra si mesmos: a mídia e a Lei, não que as armas sejam tão corretas que possam surpreender os que as usam, mas porque são de outra origem, não são do ramo “negociatas políticas tradicionais” e a pouca experiência virou tragédia.
O fogo que consome a alma política do atual presidente não foi fruto da imparcialidade, mas, consequência das múltiplas variáveis de se mexer com o imponderável.
Embora a mídia use expressões que tentam continuar atingindo Lula (repetir ao público que o que atingiu Temer foi uma delação é uma forma de tonificar as delações contra Lula, esquecendo que contra Temer as delações são acompanhadas de sólidas provas e contra Lula não) o estrago já está feito.
Nelson Rodrigues dizia que toda unanimidade é burra e poderíamos acrescentar que, toda generalização também.
No desespero de atingir a esquerda, se generalizou a ideia de que todo aquele que chega ao poder é corrupto, e isso, além de injusto é uma burrice, pois os golpistas perderam o poder de restringir o território de ação da Polícia e o salve-se quem puder assumiu a agenda dos que investigam.
Não fosse o Brasil composto por um dos povos mais passivos do mundo e todo o plano já estaria irremediavelmente perdido.
Fosse em algum lugar onde o povo assume o protagonismo, o presidente já teria sido escurraçado como junto com seus pelegos.
A sorte dos golpistas, é que governam moscas mortas.
Prof. Péricles
Nenhum comentário:
Postar um comentário