Deixando de lado o
discurso político e as palavras doces, e definindo as coisas pelo seu nome
popular, tudo isso que vimos acontecer na política brasileira deve ser definido
como golpe, imoralidade, mas, acima de tudo, como algo muito triste.
Mas, de todas as
tristezas, qual foi a mais dolorosa?
O fato de 54 milhões de
votos serem desconsiderados é chocante, claro.
Assistir ao vivo uma rede
de televisão, a maior do país, despir-se do manto da neutralidade e atuar mais
do que qualquer partido político. Destacar pessoas e falas e omitir outras, é assustador.
E sem dúvida, que ver a Polícia
Federal, que por coerência em suas funções sempre foi discreta, aparecer todos
os dias na televisão, ou juízes incorporando bocejos de celebridade, foi de
lascar.
E o STF, nossa suprema
corte, sempre a última esperança, o bastião da neutralidade? Como doeu ver a
suprema corte tomando partido pelo golpe.
De todos os fatos
absurdos dois, provavelmente, serão sempre lembrados sem muito esforço: o caso
de um ex-presidente ser levado coercitivamente a depor sem nunca ter sido
chamado antes e o fato de um processo que pedia a exclusão do presidente da
Câmara dos Deputados ter ficado cinco longos meses engavetado no STF e
desengavetado depois que tudo já tinha se decidido.
O golpe impetrado pela
maioria do parlamento, tido como pior já eleito no Brasil, teve a parceria
vital da mídia e do sistema jurídico do Brasil.
Homens como Tche Guevara
alegavam que a revolução armada era necessária pois, nas regras da democracia
burguesa jamais um governo popular seria eleito e se fosse não teria
governabilidade e se tivesse seria derrubado.
Vendo o que aconteceu no
Brasil somos obrigados a concordar com ele.
Mas, o que foi mais
triste nessa sujeira histórica praticada do Brasil, ainda não foi nada disso.
A maior de todas as
tristezas foi ver parcela majoritária da classe média despejar seu ódio contra
qualquer avanço das classes mais pobres.
No golpe nazista na
Alemanha utilizou-se o anti-sionismo como combustível na fogueira do ódio. No
Brasil o fascismo usou o antipetismo.
Mas, o petismo não é uma
etnia, nem uma ideologia, muito menos uma religião.
O petismo, no caso,
representava políticas sociais que alavancaram os mais infelizes do Brasil do
pior estado de miséria para uma situação remediada.
Por isso o antipetismo é,
na verdade, anti-pobre, anti-melhorias sociais, anti-negro na faculdade.
O que mais dói é perceber
como nosso povo é anti.
É perceber, sem direito a
qualquer ilusão, o quanto é medíocre o pensamento do dito, brasileiro médio.
O mais triste de tudo
isso é perceber que ainda estamos longe de ser uma nação e como estamos
próximos das mais mesquinhas sensações, moralmente indigentes e egoístas.
Prof. Péricles
Um comentário:
Realmente tudo muito triste....e parece que nada mais sentido além de estar claro que eles os caras do golpe podem realmente fazer o que quiserem
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