sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
A ALEGRIA DO EVANGELHO - 01
Havia uma grande expectativa em relação ao primeiro documento doutrinário oficial do pontificado do papa Francisco. E ele chegou com uma carga bem acima das melhores espectativas daqueles que aguardam mudanças na mais poderosa Igreja do ocidente.
A Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho), apresentado ao público no site oficial do Vaticano apresenta propostas de reformas que excitaram até o mais pessimista observador dos caminhos oficiais dos católicos.
O Papa Francisco declara sua decepção com a “economia da exclusão” onde, segundo ele, a Igreja se acostumou a enxergar o mundo contemporâneo e seu quadro devastador de desigualdades sociais.
Francisco se declara, também, entristecido com o comodismo de padres e agentes evangelizadores diante das dores dos mais pobres. O papa cobra também maior participação das mulheres na Igreja.
Diz o documento que “Hoje, tudo está dentro do jogo e da competitividade, onde o forte come o fraco”. Como resultado, grandes massas da população são excluídas e marginalizadas: sem emprego, sem horizontes”. Para Francisco, os “excluídos não são explorados, mas resíduos, excedentes”.
Para o papa, “pacificamente aceitamos o domínio do dinheiro sobre nós e nossas sociedades” que reduz o ser humano a uma das suas necessidades: o consumo”.
As declarações contidas no “Exortação Apostólica Evangeli Gaudium” provocam as mais legítimas esperanças de que uma das instituições mais conservadores do mundo esteja, a partir de sua nova liderança, despertando para a necessidade de mudanças e de busca de novos rumos.
Se João Paulo I representou um papel decisivo na queda da União Soviética e fim do socialismo, Francisco pode estar assumindo o papel de protagonistas das reformas urgentes da Igreja diante das mudanças geopolíticas do novo século.
O reacionarismo xiita de alguns grupos sectários da sociedade brasileira, podem ser colocados em xeque com a perda do apoio radical e perene da Igreja contra mudanças essenciais e necessárias, como a Reforma Agrária.
O trabalho que Francisco tem pela frente é árduo e doloroso.
Em suas propostas de mudanças será necessário enfrentar grupos poderosíssimos entrincheirados na própria cúpula da Igreja. Detonar esses grupos e desbanca-los do poder que exercem a mais de século, higienizar o Banco do Vaticano e suas inúmeros ramificações corruptas enraizadas no mundo inteiro, assumir os crimes de pedofilia que minam as paredes de seus prédios e opor-se às políticas conservadoras de países poderosos como os Estados Unidos são desafios insanos, talvez impossíveis de serem superados por uma só autoridade.
Quando mexemos com o vespeiro é bom estarmos preparados para a encrenca.
É fundamental que o povo cristão, especialmente católico, do mundo inteiro aliem-se ao Papa e assumam seu papel de apoiadores das mudanças tão sonhadas quando difíceis.
Prof. Péricles
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