domingo, 28 de outubro de 2012
FENÍCIOS, O POVO DO MAR
Eles descendiam dos Semitas. Eram, portanto, irmãos dos hebreus e Assírios.
Primeiro se fixaram na região da Palestina, mais exatamente, onde hoje, é o Líbano.
Mas uma paixão os chamava para além das terras do Oriente.
O chamado era do mar.
No tempo em que a agricultura fincava o homem na terra, eles se espalharam por vales e montanhas, percorreram litorais e mergulharam no desconhecido.
Povo marinheiro. Povo sem dono e que seguia os ventos.
Seu governo único entre os povos é denominado de Talassocracia, ou seja, comandado por homens ligados ao mar.
Sua escrita estava muito a frente de seu tempo.
Num tempo em que a escrita era pictográfica, onde as letras representavam imagens e por isso eram numerosas (a escrita hieroglífica possuía mais de 3000 símbolos) a deles era fonética, ou seja, a primeira escrita cujas letras reproduziam sons (conseqüentemente suas idéias) e não imagens. Mais simples e perfeita possuía apenas 23 símbolos e depois de imitada por séculos deu origem ao nosso alfabeto atual.
Seus navios aparentemente frágeis eram de uma iluminada engenharia visto que podiam, literalmente, serem desmontados, e depois de transportados por carretas, remontados, graças à simplicidade da codificação de suas letras que apontavam um encaixe perfeito e impossível para a escrita de outros povos.
O mar os fez viajantes destemidos. Foram pioneiros nos quatro cantos do planeta. Provavelmente estiveram na América, a mais de 2.500 anos.
Estranhas inscrições fenícias na Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, suscitam dúvidas e espanto até hoje (foto).
Em 1963 o arqueólogo e professor Bernardo A. Silva traduziu as inscrições: LAABHTEJ BAR RIZDAB NAISINEOF RUZT que lido de trás para a frente TZUR FOENISIAN BADZIR RAB JETHBAAL significa, em linguagem fenícia: Badezir primogênito de Jethbaal.
Badezir foi um jovem que assumiu o trono dos fenícios no ano de 856 a.C. quando morreu seu pai e sobre sua vida e morte, pouco se sabe. Seria a Pedra da Gávea um túmulo fenício? Local de repouso de um rei viajante?
Sítios fenícios foram encontrados em outros pontos do Brasil, aparentemente confirmam que eles estiveram por aqui.
Foram eles que inventaram as lendas sobre monstros que destruíam navios que ainda eram crenças na época dos descobrimentos de Colombo.
Ser viajantes os fez comerciantes.
Andarilhos e vendedores precisavam descansar das longas jornadas e por isso criaram colônias que sobreviveram ao tempo como cidades-estados.
Tiro, Sidon, Biblos, e a extraordinária Cártago, no norte da África, que um dia seria o maior desafio dos romanos.
Aliás, foram com eles que os romanos descobriram a funcionalidade do dinheiro, além de aprender as técnicas comerciais que enriqueceriam o Império dos latinos. Diziam os latinos que os fenícios haviam sido os inventores do dinheiro.
Sua religião possuía divindades que incentivavam os prazeres do sexo, da alegria, da música e da dança. Baal era o deus principal, associado ao sol e às chuvas. Aliyan, seu filho, era a divindade das fontes. Astarteia, muito popular, era uma deusa vinculada à riqueza e à fecundidade.
Andarilhos do mar, os fenícios deixaram uma herança que, ainda hoje, o próprio ocidente desconhece.
Que Baal os tenha em boas ondas e em águas calmas!
Prof. Péricles
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Um comentário:
Como sempre, uma leitura gostosa e proveitosa! Aprender assim, é tudo de bom!
Maria Hein
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