quinta-feira, 6 de outubro de 2016

OMM SETI E A SAUDADE DO EGITO PERDIDO

Múmia de Seti I
Dorothy revela onde estão os Jardins




Em 1907 a pequena Dorothy, de apenas 3 anos de idade, sofreu uma terrível queda num lance de escadas. Tão terrível que o médico temeu por sua vida. A criança sobreviveu, mas, a partir desse dia passou a ter sonhos recorrentes e perturbadores sobre um grande prédio com colunas e jardins

Alguns meses depois, já com quatro anos, visitou com os pais o museu britânico, em Londres (Dorothy e seus pais moravam em Blackheath, na Inglaterra). Ao chegar à seção egípcia começou a beijar freneticamente os pés das estátuas e por fim parou em frente à vitrine de uma múmia. Após minutos, constrangidos, os pais tentaram retirá-la do lugar, mas Dorothy se agarrou ao móvel expositor e gritou “Deixe-me aqui com minha gente! ”.

Dorothy Louise Eady tornou-se uma das mais populares egiptólogas do mundo.

Durante toda a vida afirmou já ter vivido na Era Faraônica na cidade de Abidos.

Aos 29 anos casou-se com Abdel Maquib e passou a morar no Egito. Tiveram apenas um filho a quem deu o nome de Seti, passando a ser conhecida como “Omm Seti” (a mãe de Seti) como era hábito no Egito antigo.

Era comum, nessa época, levantar durante a madrugada e escrever em hieróglifos, que, segundo ela, eram ditados por um espírito chamado Hor-Rá.

Em 70 páginas escritas em hieróglifos, Hor-Rá relata que ela foi Bentreshyt, uma mulher que faleceu muito jovem quando se preparava para ser sacerdotisa no templo do Faraó Seti I.

Após 20 anos de trabalhos egiptólogos, finalmente conheceu a cidade de Abidos.

Ao chegar foi diretamente para o Templo de Seti, onde passou toda a noite acendendo incensos e rezando para as divindades egípcias.

Acabou abandonada pelo marido e pelo próprio filho que julgavam não ter espaço na vida de Dorothy,

Normalmente os arqueólogos, profissionais extremamente ligados a fatos e comprovações científicas, não dariam importância para a extravagante história de Eady. O problema é que ela deu inúmeras informações baseada nas suas “memórias” que simplesmente se mostraram corretas. Por exemplo:

Todos os arqueólogos procuravam o jardim do templo de Seti I e ela disse apenas “Lembro-me de que o antigo jardim estava aqui”. Eles cavaram onde ela apontou, e o jardim estava de fato lá.

Além disso afirmou que embaixo do Templo de Seti I em Abidos existiria uma câmara mortuária secreta, apontando a mesma com exatidão.

Dorothy ainda afirmou que a tumba de Nefertiti teria sido edificada próxima a de Tutankhamon fato, até então, desconhecido.

Mundialmente reconhecida por suas afirmações de uma vida entre os Egípcios antigos na corte de Seti I, Omm Seti escreveu vários artigos e livros detalhando com cores vivas o dia a dia desse povo extraordinário. Como se vestiam, falavam, as cores de suas ruas etc.

Morreu em 1981, aos 77 anos, com sua “memória de vida passada” cada vez mais detalhista.

E você, acredita que Dorothy Louise Eady é uma comprovação acerca das múltiplas existências e encarnações?

Que os deuses do Nilo orientem tua resposta.






Prof. Péricles

terça-feira, 4 de outubro de 2016

DIRETAS JÁ, OUTRA VEZ



Por Val Carvalho



Passados 32 anos dos grandes comícios das Diretas Já!, a maior mobilização popular que o país já viu, essa bandeira volta a empolgar a resistência democrática nas ruas do país. Por que, depois de tanto tempo, essa bandeira continua mobilizando o povo?

As esquerdas brasileiras, historicamente, não conseguiram elevar a consciência democrática do povo para além da defesa de eleições diretas para presidente. De fato, a eleição de presidentes nacionalistas ou de esquerda foi o caminho concreto que o povo trilhou para conquistar seus direitos

Nesse processo histórico, podemos mencionar a eleição de Vargas em 1950, a de JK em 1955 e a eleição do vice Goulart junto com o demagogo direitista Jânio Quadros, em 1960.

O golpe da implantação do parlamentarismo, depois da renúncia de Jânio em agosto de 1961, foi derrotado em janeiro de 1963 num plebiscito onde o povo votou majoritariamente pela volta do presidencialismo. Em novo plebiscito realizado em 1993, o povo voltou a apoiar amplamente o presidencialismo contra o parlamentarismo – o regime dos sonhos de uma direita sem votos.

Em 1984, após vinte anos de ditadura militar, o povo sai nas ruas com o movimento pelas Diretas-Já, e que levou à derrota do regime um ano mais tarde. Mas nas primeiras eleições diretas para presidente, em 1989, a base popular elege um “coronel” de Alagoas no lugar de Lula. Faltou-lhes para isso a conexão histórica com as lutas do passado e necessária experiência democrática para usar o voto direto como arma de classe.

O povo teve que passar pela experiência desastrosa de Collor, do impeachment deste, e dos governos excludentes de FHC para poder ver em Lula a retomada de sua luta histórica. A partir da eleição de Lula em 2002, não mais o abandonou, e reelegeu Lula e Dilma por mais três mandatos.

Mas, se os treze anos de governo petista foram plenos de conquistas sociais, não o foram de educação política das massas, o que as deixou a mercê das manipulações do monopólio midiático da direita.

Desse modo, o novo golpe das elites reacionárias enfrentou um governo sem defesas e um povo com baixo nível de organização.

Em decorrência disso, ao enfrentar o golpe e lutar contra a extinção de seus direitos, esse povo não vê outro caminho senão trilhar novamente a luta pela conquista de eleições direitas para presidente.

É a luta que corresponde ao nível de consciência política das amplas massas e a única maneira de se avaliar a correção de uma palavra de ordem.





Val Carvalho é articulista do Correio do Brasil.

domingo, 2 de outubro de 2016

JOGO OBSCENO


A democracia foi a maior invenção da aristocracia para iludir os pobres e excluídos.

Criada e mantida para dar a impressão que todos, pobres e ricos, têm igual peso no jogo político do estado.

Um regime reverenciado como o que mais prima pela liberdade e igualdade entre as pessoas e onde a vontade da maioria sempre prevalece.

Doce engano.

O voto, por exemplo, não é em si um instrumento de democracia enquanto não houver igualdade de acesso ao conhecimento entre os que votam. O mal informado vota contra seus próprios interesses e isso desfaz o seu poder igualitário.

As decisões das urnas sempre são respeitadas quando os poderosos ganham.

No Brasil, em especial, sempre que um resultado ameaça fazer fugir das mãos da Casa Grande às decisões é atacado e vilipendiado até a exaustão.

Getúlio Vargas nunca foi de esquerda, mas bastou se aproximar das lideranças sindicais e trabalhistas para ser perseguido de tal forma que foi levado ao suicídio.

Jango, jamais foi comunista, mas foi de tal forma estigmatizado que até hoje sobrevive a ideia de que era um perigoso agente de Moscou. E o crime de Jango? Apoiar a realização de reformas básicas que eram modernizantes, mas, de forma alguma revolucionárias.

Os governos do PT, Lula e Dilma, foram favoráveis ao capital. Poucas vezes os capitalistas brasileiros ganharam tanto dinheiro. Por outro lado, não avançaram em nenhuma reforma estrutural popular como promover a reforma agrária, por exemplo. Mesmo assim, foram considerados ameaças a partir do momento que acumularam vitórias eleitorais e simpatia popular com seus programas sociais.

A democracia é uma grande mentira desde o nascimento quando homens como Péricles promoveram reformas que facilitaram apenas à nova aristocracia que surgia em Atenas e não aos mais pobres da polis.

Ou quando levaram ao poder no século XVIII a burguesia francesa mantendo os pobres distantes do poder ao mesmo tempo que prometiam igualdade, liberdade e fraternidade.

Liberdade sim, mas liberdade burguesa.

Você jamais vencerá um inimigo agindo como amador em terreno que ele é profissional.

As classes trabalhadoras do Brasil dificilmente chegarão algum dia ao poder de fato jogando esse jogo obsceno da “democracia brasileira”.



Prof. Péricles







sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O VICE TRAIDOR E O TRIUNFO DA VERDADE


Contam que, certa vez, um sheik caiu em desgraça e perdeu o poder para seu vice traidor. Para piorar ele foi a julgamento acusado de traição contra seu próprio povo e se condenado a pena era a execução por enforcamento, mas, se absolvido recuperaria o poder.

O sheik defendeu-se acusando o vice traidor (que era realmente o culpado) e o julgamento foi feito em cima de ambas as acusações, o sheik acusava o vice traidor e o vice traído acusava o Sheik.

O julgamento de cartas marcadas ia se desdobrando cada vez pior para o sheik já que não havia provas contra ele, mas muita convicção, quando o juiz (cadi, entre os árabes) que estava mancomunado com o vice traidor, quis dar uma de justo e entrar para a história como imparcial.

Disse o juiz que Alá todo poderoso era infinitamente justo e por isso, ele iria colocar os nomes do sheik e do vice em tirinhas de papel diferentes e o próprio sheik iria “sortear” o nome do criminoso.

E assim foi feito, o nome de cada um foi escrito em papéis separados pelo próprio juiz corrupto, que depois de devidamente dobrados foram levados ao sheik, numa bandeija, no banco dos réus para que ele mesmo escolhesse o papel que apontaria o nome do culpado. Alá seria clemente e justo e moveria a sua mão.

Intimamente os golpistas sorriam, pois, o juiz escrevera o nome do sheik em ambos os papéis e, portanto, independentemente de sua escolha o nome sorteado seria o dele.

A plateia em suspense assistia a tudo convocada como  testemunha sem nem desconfiar do truque do juiz. Mas o sheik sim, sabia que qualquer das tirinhas que escolhesse, teria o seu nome.

Então o sheik levou a mão até um dos papelotes e o escolheu, mas, num gesto inesperado, o engoliu.

Maior sururu na plateia.

E disse o sheik ao público, “fiz a minha escolha e a única maneira de saber o nome que ele continha é abrir o papelote que sobrou.

Obviamente, o papelote lá estava escrito o nome do sheik de onde se deduziu que a folha que apontava o culpado e fora engolida por ele era o nome do vice traidor.

O sheik recuperou o poder e o vice traidor foi enforcado.

Às vezes a única forma de derrotar os espertos é sendo mais esperto que eles e partindo também para os truques, deixando a forma polida de lado.

Está faltando esperteza da esquerda nesse golpismo medíocre da direita.

Lula deveria fazer algo parecido quando acusado por um cadi inescrupuloso capaz de escrever seu nome como culpado, mesmo sem provas, nos dois papéis e deixar de investigar o nome dos outros, mesmo sendo estes, várias vezes delatados.




Prof. Péricles

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

OS GOLPES DE CLASSE NO BRASIL


Por Leonardo Boff

Entre o golpe de 1964 e o golpe de 2016 há uma conaturalidade estrutural. Ambos são golpe de classe, dos donos do dinheiro e do poder: o primeiro usa os militares, o outro o parlamento. 

Os meios são diferentes mas o resultado é o mesmo: um golpe com a ruptura democrática e violação da soberania popular.

Vejamos o golpe de 1964. René Armand Dreifuss em sua monumental tese na Universidade de Glasglow: “1964: a conquista do Estado, ação política, poder e golpe de classe” (Vozes 1981), um livro de 814 páginas das quais 326 são de documentos originais, deixou claro: “o que houve no Brasil não foi um golpe militar, mas um golpe de classe com uso da força militar”(p.397).

O assalto ao poder de Estado foi tramado pelo general Golbery de Couto e Silva utilizando-se de quatro instituições que difundiam a ideia do golpe: o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), o Grupo de Levantamento de Conjuntura (GLC) e a Escola Superior de Guerra (ESG). O objetivo manifesto era: “readequar e reformular o Estado” para que fosse funcional aos interesses do capital nacional e transnacional. Eis o caráter de classe do golpe.

O assalto ao Estado se deu em 1964 e severamente em 1968 com repressão, tortura e assassinatos. O regime de Segurança Nacional passou a ser o Regime de Segurança do Capital.

Para o golpe de 2016 temos uma minuciosa investigação do sociólogo e ex-presidente do IPEA Jessé Souza “A radiografia do golpe” (Leya 2016). Semelhante ao golpe de 1964, Jessé desvela os mecanismos que permitiram a elite do dinheiro a ser a “mandante” do golpe, realizado em seu nome pelo parlamento. Portanto, trata-se de um golpe de classe e parlamentar.

Jessé enfatiza além disso “que todos os golpes, inclusive o atual, são uma fraude bem perpetrada dos donos do dinheiro, que são os reais ‘donos do poder”. Quem compõe essa elite? “A elite do dinheiro é antes de tudo a elite financeira, que comanda os grandes bancos e fundos de investimento e que lidera outras fracções de endinheirados como a do agronegócio, da indústria (FIESP) e do comércio, secundada pelos meios de divulgação que distorcem e fraudam sistematicamente a realidade social como se fosse “terra arrasada e país falido” , escondendo os interesses corporativos por trás da fraude golpista.

O motor de todo o processo, reafirma Jessé, é a voracidade da elite do dinheiro de se apropriar da riqueza coletiva sem peias, com outros sócios como a mídia ultra-conservadora, o complexo jurídico-policial do Estado e parcela do STF (pense-se em Gilmar Mendes).

O processo de impeachment foi parar no Senado. Este promoveu a destituição da Presidente Dilma por crime de responsabilidade fiscal. Os principais juristas e economistas, além de notáveis testemunhas nas oitivas e os relatórios oficiais de várias instituições, negaram rotundamente a existência de irresponsabilidade. 

A maioria dos senadores nem se deu ao respeito de ouvir as oitivas de especialistas altamente qualificados pois já haviam tomado previamente a decisão de depôr a presidenta.

O áudio vazado entre Romero Jucá, ministro do planejamento e o ex-diretor das Transpetro Sergio Machado, revela a tramóia: “botar o Michel num grande acordo nacional com o Supremo e com tudo; aí pára tudo…e estanca a sangria da Lava Jato.” Um dos motivos do golpe era também livrar do braço da justiça os 49 senadores, sobre 81, indiciados ou metidos em corrupção. Desta forma, com exceção dos valorosos defensores de Dilma, esse tipo de políticos, sem moral, decidiram depor uma mulher honesta e inocente.

Condenar sem crime é golpe. Golpe de classe e parlamentar. Golpe significa violar a constituição e trair a soberania popular por força da qual Dilma Rousseff se elegeu com 54 milhões de votos.

Ontem em 1964 e hoje em 2016, seja por via militar seja por via parlamentar, funciona a mesma lógica: as elites econômico-financeiras e a casta política conservadora praticam a rapinagem de grande parte da renda nacional (Jessé aponta 71.440 pessoas, apenas 0,05% da população) contra a vida e o bem-estar da maioria do povo, submetido à pobreza. Boa parte do Congresso é cúmplice deste golpe. Nele majoritariamente vigora a mesma intencionalidade estrutural de garantir o status quo que favorece seus privilégios e seus ganhos.

O projeto do PMDB “Uma ponte para o futuro” de um deslavado neoliberalismo de enrubescer, revela o propósito do golpe: reduzir o Estado, arrochar salários, liquidar com a política de valorização do salário, cortar gastos com os programas sociais, privatizar empresas estatais, especialmente o Pré-Sal, desvincular despesas obrigatórias da saúde e da educação, reduzir ao mínimo tudo o que tem a ver com a cultura, direitos humanos, mulheres e minorias. 

O ministério é constituído por brancos e em grande parte acusados de corrupção. Não há mulheres nem negros e representantes das minorias.

Temos a ver com um espantoso retrocesso politico-social, agravando a desigualdade, nossa perversa chaga social, e esvaziando as conquistas sociais de 13 anos dos governos Lula-Dilma,

Há resistência e oposição multitudinária nas ruas, de fortes grupos sociais e de intelectuais que não aceitam um presidente conspirador e sem credibilidade. A solução seria eleições gerais e mediante a soberania popular se escolheria um novo presidente que de fato representasse o país.



Leonardo Boff, pseudônimo de Genézio Darci Boff, teólogo, escritor e professor universitário expoente da Teologia da Libertação no Brasil e conhecido internacionalmente por sua defesa dos direitos dos pobres e excluídos.



segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O JOGO POLÍTICO E UMA GOLEADA HUMILHANTE


No eterno jogo entre direita e esquerda, em partida recente a esquerda está perdendo e feio.

E o pior é que não é uma derrota simples e suportável. É uma goleada humilhante.

Vínhamos de uma vitória de 4 a 0 com duas eleições de Lula e duas de Dilma e a direita estava raivosa e mal-amada.

Começamos perdendo de 1 a 0 por um gol inevitável e fruto de nossa própria história social escravagista e de golpismos de todos as horas: o predomínio do conservadorismo e desinformação de nosso povo. 

Embora fosse um gol inevitável ele se deu com requintes de crueldade já que a direita usou e abusou do fascismo e seus dribles de movimentos falsos, para seduzor os reacionários.

O segundo gol foi devido a estupidez de nossa defesa que não leu corretamente a jogada: O Mensalão. Não tivemos qualquer protagonismo ao permitir que pessoas como Zé Dirceu fossem presas, sem provas. Era o sinal que a direita precisava para sua tática usada no segundo tempo, do “domínio do fato”.

Os 3 a 0 vieram com a Lava a Jato, graças a falta de compreensão do lance, do nosso treinador.

Uma operação policial partidarizada que nunca, mas nunca mesmo, foi imparcial, foi vista, pela pobre equipe técnica do nosso time, como algo sério e que vinha realmente para combater a corrupção. Mas a Lava a Jato nunca combateu nem pretendeu combater a corrupção. Foi feita apenas para atingir o PT, Lula e a presidenta, e pasmem, continua sendo defendida por elementos da esquerda que dessa forma já deixaram de ser ingênuos para serem retardados mesmo.

A Lava a Jato que de tão despótica criou figuras abjetas como o “Japonês da Federal” jogou livre e sem marcação do ministro da defesa que permitiu uma soberba execrável de subordinados inebriados pelo poder de atuação que nunca tiveram antes.

Enquanto nosso treinador jamais lançou mão do banco de reservas (os movimentos sociais), o treinador deles (a imprensa) sobrava em esperteza e blefes vitoriosos. A goleada humilhante era agora, inevitável.

O quarto gol foi o deplorável impeachment de uma presidente sem nenhuma prova de cometimento de qualquer ato ilícito. Lembra do “domínio do fato” lá atrás ?

O quinto gol foi a ridícula encenação para justificar uma denúncia-crime contra Lula, numa tabelinha perfeita entre o Juiz que coordena a Lava a Jato e a histeria coletiva do anti-lula.

Vamos reconhecer, todos os gols foram tramados em jogadas ensaiadas.

Infelizmente, estamos no apagar das luzes da partida e ainda vamos tomar o sexto gol com a prisão e/ou ilegibilidade de Luís Inácio.

Não tivemos uma só vitória pessoal. Nenhuma concessão. Assistimos o adversário passear em campo e terminaremos a partida sendo íntegros e verdadeiros, mas tapados e derrotados sem fazer nenhum gol de honra.

A esquerda jogou o jogo conforme as regras da democracia e acreditou na reciprocidade. Puro engano. Para a Direita a única regra que vale é assumir o poder no final do jogo.

Dizem que a Ditadura Militar brasileira não terminou ao fim do governo Castelo Branco e se cristalizou em torturas e atentados aos direitos humanos devido a apatia e falta de resistência ao golpe. Não houve Campanha da Legalidade 2, o Presidente renunciou e foi embora e nem foi preciso acionar a Operação Brother San. Segundo alguns analistas os golpistas não acharam isso bacana, ao contrário, viram os democratas como uns bunda-mole facilmente derrotados e por isso um inimigo que não merecia respeito.

Se isso for verdade o golpe atual tende a parir um novo período negro em nossa história, não militar, mas, elitista e fascista.

Resta chorar a goleada e esperar uma revanche... que ela não demore 21 anos pois golpistas costumam se agarrar ao poder e são, ao contrário da esquerda, competentes para mantê-lo.



Prof. Péricles