domingo, 9 de março de 2014
PALANQUE VAZIO 02
Em 2004 uma Praça em Paris foi denominada como Place Olympe de Gouges, na ocasião a atriz Véronique Genest leu trechos da Declaração dos Direitos da Mulher.
Essa declaração redigida por Olympe de Gouges (pseudônimo de Marie Gouze) foi proposto pela autora à Assembléia Nacional da França
Em seu preâmbulo podemos ler
Mães, filhas, irmãs, mulheres representantes da nação reivindicam constituir-se em uma assembléia nacional. Considerando que a ignorância, o menosprezo e a ofensa aos direitos da mulher são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção no governo, resolvem expor em uma declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados da mulher.
A seguir transcrevemos alguns artigos da Declaração dos Direitos da Mulher
Artigo 1º
A mulher nasce livre e tem os mesmos direitos do homem. As distinções sociais só podem ser baseadas no interesse comum.
Artigo 2º
O objeto de toda associação política é a conservação dos direitos imprescritíveis da mulher e do homem Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e, sobretudo, a resistência à opressão.
Artigo 4º
A liberdade e a justiça consistem em restituir tudo aquilo que pertence a outros, assim, o único limite ao exercício dos direitos naturais da mulher, isto é, a perpétua tirania do homem, deve ser reformado pelas leis da natureza e da razão.
Artigo 6º
Todas as cidadãs e cidadãos, sendo iguais aos olhos da lei devem ser igualmente admitidos a todas as dignidades, postos e empregos públicos, segundo as suas capacidades e sem outra distinção a não ser suas virtudes e seus talentos.
Artigo 10
Ninguém deve ser molestado por suas opiniões, mesmo de princípio. A mulher tem o direito de subir ao patíbulo, deve ter também o de subir ao pódio desde que as suas manifestações não perturbem a ordem pública estabelecida pela lei.
Artigo 11
A livre comunicação de pensamentos e de opiniões é um dos direitos mais preciosos da mulher. Toda cidadã pode então dizer livremente: "Sou a mãe de um filho seu", sem que um preconceito bárbaro a force a esconder a verdade; sob pena de responder pelo abuso dessa liberdade nos casos estabelecidos pela lei.
Artigo 13
Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração, as contribuições da mulher e do homem serão iguais; ela participa de todos os trabalhos ingratos, de todas as fadigas, deve então participar também da distribuição dos postos, dos empregos, dos cargos, das dignidades e da indústria.
Artigo 15
O conjunto de mulheres igualadas aos homens para a taxação tem o mesmo direito de pedir contas da sua administração a todo agente público.
Artigo 17
As propriedades são de todos os sexos juntos ou separados; para cada um deles elas têm direito inviolável e sagrado. Ninguém pode ser privado delas como verdadeiro patrimônio da natureza, a não ser quando a necessidade pública, legalmente constatada o exija de modo evidente e com a condição de uma justa e preliminar indenização.
CONCLUSÃO
Mulher, desperta. A força da razão se faz escutar em todo o Universo. Reconhece teus direitos. O poderoso império da natureza não está mais envolto de preconceitos, de fanatismos, de superstições e de mentiras. A bandeira da verdade dissipou todas as nuvens da ignorância e da usurpação. O homem escravo multiplicou suas forças e teve necessidade de recorrer às tuas, para romper os seus ferros. Tornando-se livre, tornou-se injusto em relação à sua companheira.
Na obra “O Contrato Social” o pensador iluminista Rosseau defende que entre o governante e o povo se estabelece um contrato e que, se o governante faz mal sua tarefa (governar com igualdade e justiça) o povo tem o direito de romper com o contrato.
Trazendo a dicussão para a necessidade da igualdade feminina, Olympe de Gouges, em sua obra, também denominada “O Contrato Social” propõem o seguinte documento
FORMULÁRIO PARA UM CONTRATO SOCIAL ENTRE HOMEM e MULHER
Nós, __________ e ________ movidos por nosso próprio desejo, unimo-nos por toda nossa vida e pela duração de nossas inclinações mútuas sob as seguintes condições:
Pretendemos e queremos fazer nossa uma propriedade comum saudável, reservando o direito de dividi-la em favor de nossos filhos e daqueles por quem tenhamos um amor especial, mutuamente reconhecendo que nossos bens pertencem diretamente a nossos filhos, de não importa que leito eles provenham (legítimos ou não)e que todos, sem distinção, têm o direito de ter o nome dos pais e das mães que os reconhecerem, e nós impomos a nós mesmos a obrigação de subscrever a lei que pune qualquer rejeição de filhos do seu próprio sangue (recusando o reconhecimento do filho ilegítimo).
Da mesma forma nós nos obrigamos, em caso de separação, a dividir nossa fortuna, igualmente, e de separar a porção que a lei designa para nossos filhos. Em caso de união perfeita, aquele que morrer primeiro deixa metade de sua propriedade em favor dos filhos; e se não tiver filhos, o sobrevivente herdará, por direito, a menos que o que morreu tenha disposto sobre sua metade da propriedade comum em favor de alguém que julgar apropriado. (Ela, então, deve defender seu contrato contra as inevitáveis objeções dos "hipócritas, pretensos modestos, do clero e todo e qualquer infernal grupo").
Prof. Péricles
sábado, 8 de março de 2014
O CORNETEIRO DE AFONSO HENRIQUES
D. Afonso Henriques tornou-se conde com a morte do pai, Henrique de Borgonha. A pedido dos reis espanhóis enfrentou os mouro (árabes que se fixaram na Península Ibérica conquistada em 743) e, brilhantemente os venceu, na batalha final de Ourique em 1139.
Surpreendentemente, após a vitória militar, Afonso Henriques não entregou as terras conquistadas aos aliados de Espanha, ao contrário, declarou aquelas terras um reino e ele mesmo seu rei. Estava fundando um novo país - Portugal.
Conta-se que nesses primeiros tempos incertos, Afonso Henriques permitia que seus soldados saqueassem o exército vencido, ou a cidade moura conquistada. Mas era na ordem, sem bagunça.
Funcionava assim; Encerrada a batalha, um corneteiro oficial tocava sua corneta e a partir desse toque, e só então, era permitido o saque (e estupro pois essas coisas caminham juntas). Quando o mesmo corneteiro soasse o instrumento pela segunda vez, estava encerrada a permissão pra saquear e a ordem readmitida. Roubo e estupro voltavam a ser crimes.
Consta que, numa das principais batalhas da reconquista, o corneteiro tocou o sinal para iniciar o saque, mas, provavelmente por estar ferido, morreu durante a ação e não executou o sinal para encerrar a bandidagem.
O Brasil, como todos sabem, foi colonizado pelo país que Afonso Henriques inventou. Somos, em boa parte, a extensão da cultura e do jeito português de ver a vida, o mundo e a si mesmos.
O saque, de certa forma, transferiu-se para cá.
Aqui se travestiu de corrupção se institucionalizou nas fissuras de nossa cultura.
Nos orgulhamos de ser o país do “jeitinho”.
E todos ainda esperam pelo corneteiro.
A culpa não é nossa, cadê o segundo toque?
Exigimos dos outros ouvidos apurados, enquanto o nosso é surdo como o corneteiro morto. O errado é perdoado desde que não seja descoberto.
É preciso reeducar nossa tropa, para que juntos, possamos soprar, dentro de nós, aquela maldita corneta.
Prof. Péricles
quinta-feira, 6 de março de 2014
A DITADURA E SEUS NAMOROS
Por Paulo Nogueira, jornalista.
Que as relações entre os donos das empresas de jornalismo e os generais da ditadura eram próximas e promíscuas, é um fato de conhecimento geral.
O que é menos conhecido são as circunstâncias em que se deram algumas rupturas.
O afastamento entre os Mesquitas e a ditadura é, sob certos aspectos, cômico. Ele está narrado no livro de memórias de um civil que ocupou cargos importantes na ditadura, Armando Falcão.
O livro ganha nova atualidade agora que se completa meio século do golpe militar que tanto contribuiu para transformar o Brasil num campeão mundial de iniquidade social.
O nome do livro é Tudo a Declarar, uma alusão a uma frase clássica de Falcão em seus dias de poder. Sempre que jornalistas lhe faziam alguma pergunta menos banal, ele dizia: “Nada a declarar”.
No caso do Estadão, a origem da ruptura estava numa coisa que os barões da mídia adoram fazer em governos amigos: indicar nomes de amigos para os ministérios.
(Sabe-se que Roberto Marinho participava diretamente da nomeação dos ministros das Comunicações, o que garantia vida mansa e próspera para a Globo em sucessivos governos)
O dono do Estadão, Júlio de Mesquita Filho, conta Falcão, tinha sido convidado por Castelo Branco – o primeiro presidente da ditadura – para uma conversa no Rio sobre a montagem do seu ministério.
Antes do encontro com Castelo, Mesquita se avistou com Carlos Lacerda, governador da Guanabara.
Lacerda, o Corvo, foi um homem que conspirou contra vários presidentes na esperança de se tornar ele próprio presidente, o que – num caso de sublime justiça poética – jamais ocorreria.
Mesquita disse a Lacerda a natureza de seu encontro com Castelo Branco. Não quis dizer os nomes que ia indicar, mas Lacerda tanto o espremeu que ele revelou.
Lacerda matou os dois na conversa.
Uma das indicações era o deputado Raul Pila para o ministério da Educação.
Lacerda atalhou: “Doutor Júlio, pelo amor de Deus! O deputado Raul Pila é um grande homem, um apóstolo na luta pelo parlamentarismo. É admirado pelo espírito público, pela coerência, pelo idealismo. Mas, agora, é um homem inadequado para a função. É surdo, quase totalmente surdo. Só escuta com o aparelho. E está caminhando, suponho, para os 80 anos. Como é que o senhor quer colocar um homem assim na Educação?”
Mesquita, como se vê, não era exatamente um bom montador de times. Isso custaria caro para seu jornal.
Mesquita não se deteve com as palavras ferinas de Lacerda: levou seus dois nomes para Castelo Branco. Classificava-os como “irrecusáveis”.
Mas Castelo Branco recusou ambos, e ali começou o afastamento que levaria o Estadão, anos depois, a publicar receitas em textos censurados.
Não demoraria muito e Lacerda também romperia com Castelo Branco. A real motivação é que Lacerda queria apoio de Castelo para ser presidente.
Estavam marcadas eleições presidenciais para 1965 e, como Serra depois de FHC, Lacerda tinha certeza de que chegara sua vez.
Mas o mandato de Castelo foi prorrogado, e eleições presidenciais só haveria dali a 24 anos, em 1989.
A ruptura definitiva entre Lacerda e Castelo veio quando Lacerda definiu Castelo como um homem “mais feio por dentro do que por fora”.
Dada a avassaladora feiúra física de Castelo Branco, um homem atarracado e sem pescoço, era de imaginar o que Lacerda pensava das virtudes morais de Castelo.
Quanto ao Doutor Júlio, voltou a São Paulo humilhado e ofendido, em sua arrogância aristocrática – e logo continuaria a se dedicar à obra magna de sua vida: tornar o Estadão um jornal completamente desconectado do chamado Zeitgeist, o espírito do tempo.
Ficaria fácil para a Folha ultrapassá-lo, na década de 1980. O Brasil se transformara. O regime militar se esfacelava. Mas o Estadão achava que seu papel na redemocratização era publicar receitas ridículas.
Como jornal relevante, o Estadão morreria ali. Desde então, é um morto vivo, agora bem mais morto que vivo por conta da internet.
terça-feira, 4 de março de 2014
VOLTAMOS
Pois, como dizia minha avó, não a bem que sempre dure, nem mal que não se acabe, ou algo assim, as férias terminaram.
Estamos de volta com toda a alegria da companhia dos amigos e a vontade de dar seqüência aos nossos encontros através de crônicas e textos colocados aqui no blog.
Muito bom verificar que durante o mês de fevereiro houve um número considerável de acessos aos textos mais antigos colocados à disposição.
Nesse período de fevereiro, enquanto a questão do Irã esfriou com a crescente reaproximação desse país com o ocidente, a crise na Síria estabilizou embora permaneça longe de uma solução, e explodiu uma nova área de conflito, a Ucrânia.
No Brasil, numa desanimadora inanição da oposição continuam pipocando, com o auxílio da mídia, questões meramente pontuais e sensacionalistas em cima do inesgotável veio da corrupção, que é de nós todos, através do caso dos mensaleiros e de um hipotético prejuízo ao país pela realização da Copa o mundo no país.
A questão das manifestações públicas entrou no caminho perigoso de produzir vítima fatal com toda reação e especulação que isso promove nos meios de comunicação.
Para nossos alunos concurseiros e vestibulandos acendemos o alerta vermelho. Assuntos como esses podem estar presentes amanhã nas provas concursais ou nos vestibulares.
Vamos conversar sobre tudo isso.
Estamos de volta. Resta a aceitação da perda do bronzeado e de que trabalhar é preciso.
Obrigado a todos pela presença, e aproveitem, o Blog é de vocês.
Prof. Péricles
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
ESTAMOS EM FÉRIAS (2014)
Caros amigos e amigas,
Estaremos de férias até o carnaval, mas, o Blog ficará aberto para todos os amigos. A leitura de textos mais antigos está totalmente liberada.
Entre na aba “pesquisar esse Blog” digite a palavra que lhe interessa, clic, e ele puxará o texto que trata daquele assunto.
Lembramos que os textos são voltados a assuntos da atualidade e também referente à temas de história, voltados, especialmente, para concursos públicos e vestibular.
Fique à vontade, o Blog é seu.
Abaixo segue algumas sugestões de textos/assuntos.
- Nunca Faltarão Argumentos (outubro/2012);
- Festa no Olimpo (setembro/2013);
- O Mundo de Péricles 1, 2 e 3 (Fevereiro/2012)
- O Segredo de Édipo (maio/2013);
- Egito e A Maldição do Faraó (julho/2011);
- Fenícios, o Povo do Mar (outubro/2012);
- Amy Winehouse e As Bengalas (julho/2011);
- Avó, O Torturador e A Justiça, A (julho/2012);
- Enrustidos (abril/2012);
- PCB ou PC do B? (outubro/2011);
- O Segredo de Calabar (outubro/2013);
- Dia da Criança no Paraguai (outubro/2011);
- O Rei do Sertão (dezembro/2011);
- Seleção de Presidentes (setembro/2012);
- O Cofre do Ademar 1 e 2 (maio/2011);
- Frei Tito 1, 2 e 3 (agosto/2011);
- O Trem das Estrelas (Março/2013);
- A Burguesinha Nua (julho/2012);
- Crises do Século XIV: As Dores do Parto (junho/2011);
- Oração Pelos Lanceiros Negros (setembro/2012).
Voltaremos em março,
Até lá.
Grande abraço,
Péricles
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
TERRORISTAZINHOS
Por Eric Margolis, Information Clearing House
Como é possível que um microscópico grupo anticomunista no Afeganistão, que não tinha mais que 200 membros ativos em 2001, tenha-se tornado suposta ameaça planetária?
Como pode a al-Qaida estar em todo o Oriente Médio, Norte da África e em grande parte da África negra? E, isso, depois de os EUA terem consumido mais de $1 trilhão para acabar com a al-Qaida no Afeganistão e no Paquistão?
A resposta é simples. Como organização e ameaça, a al-Qaida é quase nada. Mas como nome, “al-Qaida” e “terrorismo” tornaram-se palavras universalmente sempre à mão, para designar grupos que combatem a influência ocidental, a corrupção ou a repressão na Ásia e na África. A al-Qaida está em lugar algum – mas em todos os lugares.
Se você for um grupo rebelde à procura de publicidade, o caminho mais fácil e declarar-se aliado da fugaz, impalpável, inexistente al-Qaida.
Depois que os EUA invadiram o Iraque em 2003, mais de uma dúzia de grupos iraquianos de resistência surgiram, para lutar contra os norte-americanos e seus recém aparecidos novos aliados xiitas. O principal desses grupos era o Partido Ba’ath de Saddam Hussein e militares veteranos iraquianos. Como já disse várias vezes em grandes redes de TV dos EUA, nunca houve nem al-Qaida nem armas nucleares no Iraque.
Graças à mágica da manipulação pela imprensa-empresa de massa, Washington conseguiu desviar a atenção, fazendo que todos deixassem de ver os grupos da resistência sunita – “terroristas”, como foram rotulados –, para só verem um único grupo de doidos degoladores liderados por um jordaniano, renegado, misterioso, Abu Musab al-Zarqawi. Todos os demais grupos da resistência sumiram de vista.
Alguns reaparecem agora, no oeste do Iraque.
A simples menção da palavra ‘de trabalho’ al-Qaida bastou para lançar os Republicanos e neoconservadores norte-americanos em estado de frenesi. Exigem que o governo Obama “faça algo”. Talvez... reinvadir o Iraque? Há 10 mil soldados dos EUA bem ali perto, no Kuwait.
Forças especiais, aviões tripulados ‘presencialmente’ e tripulados à distância, os drones, dos EUA, e mercenários da CIA já estão em ação em torno de Fallujah e Ramadi. Como em outras vezes, a CIA está pagando milhões a tribos sunitas para que combatam forças antigoverno.
O ex-diretor do Pentágono Leon Panetta admitiu que não havia mais que de 25 a 50 membros da al-Qaida no Afeganistão. Mas agora já há al-Qaida no Paquistão, Jordânia, Arábia Saudita, Iêmen, pelo Norte da África, Nigéria, Mali, República Centro-Africana e por aí vai. O grupo Shebab da Somália, de resistência anti-ocidente, também já é apresentado como “ligado à al-Qaida”.
Nos tempos da Guerra Fria, praticamente todos os grupos que se opunham à dominação ocidental eram chamados comunistas. Hoje, a al-Qaida substituiu o comunismo como nome a usar em todas as ‘emergências’. A idéia generalizada – mas provavelmente errada – segundo a qual a al-Qaida de Osama bin Laden teria sido responsável pelos ataques do 11/9 converte qualquer coisa “ligada à al-Qaida” em candidato nato à liquidação sumária.
Rotular seus inimigos como “terroristas” é ótimo modo de deslegitimá-los e negar-lhes qualquer direito político ou humanitário. Foi o que fez Israel, com muita eficácia, contra palestinos desesperados.
Contudo, o problema óbvio aqui é que, ao fazer isso, cria-se suprimento infinito de “terroristas”, o que leva a pressões a favor de guerras contra eles. Isso, e o petróleo, já meteram forças especiais dos EUA África adentro, por toda a África negra.
O Egito é mais um trágico exemplo de propaganda distribuída pela imprensa-empresa, que vira ‘fato’. A maioria do povo egípcio, que votou e elegeu democraticamente um governo, em eleições limpas, e o governo que os egípcios elegeram, já são hoje universalmente condenados como “terroristas” pelos generais bandidos que derrubaram o governo eleito no Cairo. Qualquer um que se oponha à junta militar apoiada pelos EUA e pela Arábia Saudita é “terrorista”. Provavelmente dirigem carros terroristas, comem comida terrorista e têm filhinhos terroristazinhos.
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