domingo, 9 de julho de 2017
O PAÍS DAS FARSAS
O descobrimento do Brasil foi uma farsa. Oficialmente foi um descobrimento casual, na prática foi um “achamento” proposital e organizado. Imagina Cabral com cara de tacho dizendo “Oh! Jesus! O que acabo de descobrir” e depois dando risada com os amigos dizendo “zoei de todo mundo o pá”!
A nossa “independência” também foi farsa. Vendida como um fato heroico que culminou com a romântica imagem de D. Pedro erguendo a espada contra todos e contra tudo, foi, na verdade, um grande acordo internacional, promovido pela Inglaterra e por nossas elites.
Só quem pagou mico, embora não fosse burro, foi D. João VI, que teve que deixar todo o conforto em Portugal para se mudar para o fim do mundo, que era aqui, abrir os portos rompendo o monopólio.
No Brasil Império as farsas foram abundantes.
A Guerra da Cisplatina que foi feita para ser perdida, a posse de um novo monarca de apenas cinco anos, assim como as leias abolicionistas que eram feitas para manter a escravidão, entre outras mentiras.
Já no nascimento da República tivemos um voto que se dizia universal, mas que excluía mulheres e pobres, ou seja, quase todo mundo e trinta anos de uma democracia mentirosa cujos votos eram tão direcionados que foram apelidados de voto de cabresto.
Já em 1930 a República Velha chega ao fim com uma revolução que não foi revolução e colocou no poder Getúlio Vargas que, por sua vez introduziu o Brasil no mundo industrial, porém, criando uma política sindical que castrava os próprios sindicatos.
O próprio Getúlio seria levado ao suicídio em agosto de 1954 vitimado por uma das maiores farsas de nossa história, o “Atentado da Rua Toneleros” onde se organizou um teatro que visava derrubar o presidente, mas que deu errado e acabou matando um aliado e deixando seu mentor, Carlos Lacerda, sem ter como explicar um tiro na perna com calibre diverso do agressor.
Mas, tudo bem, no país das farsas a verdade não vem ao caso.
No período militar enquanto o país mergulhava numa ditadura que rasgava a Constituição, governava por decreto, prendia, torturava e matava, os governantes e seus aliados divulgavam a ideia de que vivíamos em plena democracia. Brasil, Ame-o ou Deixe-o, como se as dificuldades fossem por culpa dos governados ou dos presos que, por sacanagem morriam durante as torturas só para deixar mal os governos dos generais.
O Brasil, portanto, tem largo know-how em criar mentiras. E viver farsas. Nosso povo já se acostumou.
Por isso, não deveria ser de surpreender ver um impeachment que teve êxito sem nenhum ilícito praticado pela autoridade. Ou um juiz que é visto aos abraços com políticos envolvidos e, mesmo assim, é levado à sério.
Deveria, mas felizmente ainda somos capazes de nos surpreender e indignar.
Esse país é o país das farsas.
Prof. Péricles
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