Ela nasceu no ano 69 a.C. na cidade de Alexandria. Filha de Ptolomeu XII, rei de uma dinastia de reis gregos que Alexandre, da Macedônia, enfiara guela abaixo dos egípcios quando conquistou o país.
Enquanto seu pai e seus irmãos e irmãs (eram 5) disputavam o poder, literalmente, Cleópatra estudava. Aprendeu 7 idiomas, entre eles o egípcio (era a única da família real que falava a própria língua nacional) e se informou sobre o mundo em que vivia.
Irritado com seus filhos ambiciosos que tinham a mania de querer matá-lo, seu pai ordenou que seus dois preferidos, ela e o caçula, Ptolomeu XIII casassem para sucede-lo no trono. Cleópatra tinha então 18 anos, e seu irmão 15.
Aos 20 anos conheceu o bam-bam-bam de sua época, Júlio Cesar (militar e político romano) no famoso episódio do tapete. Segundo Plutarco na “Biografia dos Césares” Cleópatra mandara recado a Júlio Cesar dizendo que lhe daria um precioso tapete, como presente. Júlio Cesar não estava nem aí pra tapetes, mas, os escravos o levaram à sala do trono e ao ser desenrolado o tal tapete... Uauu! Cleopatra apareceu linda, pálida e vestida apenas de seus anéis (um em cada dedinho). Desconfiado, o veterano conquistador perguntou porque estava sendo tão fácil ao que ela, arrumando o anelzinho, teria respondido que não era “dessas”, ora bolas, mas coisa da maldita curiosidade feminina sobre as histórias que contavam sobre ele (diziam que Julinho era um amante insaciável e criativo que deixava a mulherada doida na hora do “ai meu Deus”). Júlio César, como todo homem que se acha, acreditou.
Depois daquela noite, Júlio Cesar nunca mais se livrou de Cleópatra.
Tornou-se seu amante provocando a fúria dos romanos (ele era casado e para os romanos, como hoje, não era necessário ser fiel, mas parecer fiel era excessial).
Em Junho de 47 a.C., aos 22 anos, Cleópatra deu à luz a Cesarion, filho de Júlio, que reconheceu a paternidade da criança.
Apesar do escândalo e do ódio que a relação produzia, o Egito continuava independente, mesmo com toda pressão do senado romano sobre Cesar.
Em 46 a.C., a convite de César, Cleópatra instala-se em Roma, com o filho, fixando residência próximo à casa da esposa de César (a terceira), Calpurnia. Isso, definitivamente era uma afronta ao povo romano que se compadecia do sofrimento da esposa, humilhada por aquela rainha estrangeira. Com certeza, se existisse uma “Caras” em Roma, o escândalo seria a capa da revista.
César, totalmente apaixonado (homem apaixonado adora fazer coisas idiotas) foi além, e ordenou que fosse colocada uma estátua de sua amada no templo da deusa Venus, a deusa do amor e da beleza da forma feminina. Blasfêmia, Blasfêmia! Bradavam as velhas fofoqueiras.
Então, a tragédia. César foi assassinado nas ecscadarias do Senado. O povo enfurecido procurava culpados e Cleópatra teve que fugir para não ser morta.
Em 42 a.C., Marco Antônio, o novo bam-bam-bam, exige conhecê-la pessoalmente (a história do tapete deixava ele doido). Cleópatra, então com 27 anos, mais bela que nunca, o encontrou na cidade de Tarso com grande pompa.
Depois daquele dia, Marco Antônio nunca mais se livrou de Cleópatra.
Passaram juntos o inverno de 42 a.C. em Alexandria. Ficou grávida pela segunda vez, e teve gêmeos: Cleópatra Selene e Alexandre Hélio.
Tentando pacificar os ânimos de Otávio, que disputava com ele o poder, e achando que uma simples aproximação familiar acalmaria o bundão (como Marco Antônio pensava ser Otávio), Marquinhos casou com a irmã deste (Otaviana, uma chata e excessivamente fofa), mas, num casamento formalmente político. Dizem de Antônio nem olhava para a esposa.
Em 37 a.C., Marco António pirou de vez. Mudou-se em definitivo para Alexandria passando a viver com Cleópatra (segundo alguns, como Suetônio, casaram-se secretamente). Definitivamente esse ato representaria seu fim político, pois perderia o que restava de apoio da opinião pública e daria a Otávio o discurso, não só de defensor de Roma contra o poder da megera, como também o discurso do irmão que defende a irmã traída e humilhada.
Então, Cleópatra deu à luz outro filho, o último, Ptolomeu Filadelfo.
Em 31 a.C, aos 38 anos, ainda batendo um bolão, após fragorosa derrota na batalha do Áccio para as forças de Otávio, Cleópatra, a última rainha do Egito foi morta. Deixava 4 filhos (um de Júlio Cesar e 3 de Marco Antônio) e uma lenda que jamais deixaria de crescer alimentada por escritores, historiadores e poetas.
Logo após a sua morte, Otávio decreta a invasão e o Egito, que perderia para sempre sua independência (esse Egito moderno, é árabe, é outro Egito).
Para muitos Cleópatra foi apenas uma mulher extremamente linda, sedutora, além de astuta e oportunista que usou o sexo em favor de seus interesses.
Para outros foi uma política e diplomata hábil, mulher inteligente, autora de livros sobre pesos e medidas, cosméticos e magia que, ao perceber antes dos outros que os destinos do mundo seriam ditados por Roma, usou sua inteligência, sua cultura e carisma para manter a independência de seu país.
Para Suetônio, que conviveu com ela, a única inverdade a seu respeito é sobre a extrema beleza, pois, segundo ele, Cleópatra tinha uma beleza comum, nada superior às mulheres de seu tempo (mas a gente nunca sabe se não era inveja do Suetônio). Também, segundo ele, Júlio Cesar e Marco Antônio foram seus únicos homens, desautorizando a imagem de libertina.
Ela conquistou os dois homens mais poderosos de seu tempo, e enquanto viveu o Egito manteve a independência.
Ela morreu deixando mistérios e segredos, até porque
"depois de sua história, o Mundo nunca mais se livrou de Cleópatra"
Prof. Péricles
Um comentário:
Parabéns novamente pelo texto, professor! Também fiquei com água na boca com essa história do tapete! Abraço!
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