Semana importante não apenas para a Argentina, mas para todos os países que sofreram ditaduras militares cujos autores ainda não foram processados por seus crimes. Também para os governos democráticos, mesmo os de direita, que tiveram cidadãos sequestrados e assassinados pela última ditadura Argentina. A sinistra canalha uniformada destruiu, entre outros milhares, a vida de estrangeiros de 32 países diferentes. Desses países, alguns colaboraram com a ditadura (como o Brasil, o Chile e a Itália), mas outros moveram céu e terra para que se fizesse justiça com seus cidadãos vítimas, como a Suécia, a França e a Alemanha.
Mas também foi um dia emocionante para qualquer país civilizado. Pela terceira vez na história moderna, após Nuremberg e o julgamento dos coronéis gregos, foi realizado um processo judicial profundo, não condicionado, dentro dos mais rigorosos princípios do direito humanitário, de 18 antigos membros da última ditadura Argentina. Deles, 16 foram condenados, 12 a prisão perpétua, e outros 4 a períodos de 18, 20 e 25 anos de reclusão.
Antes do julgamento, a Argentina já tinha condenado 209 criminosos militares e cúmplices civis e eclessiais, mas isso foi conseguido pela administração Kirchner, num esforço minucioso e esforçado desde 2002. Todavia, nenhum desses processos tinha atingido tal quantidade de genocidas, e tampouco seu simbolismo era tão forte. Todos os condenados no dia 26 foram chefões da Escuela de Mecánica de la Armada (Escola de Mecânica da Marinha, ESMA), a mais emblemática instituição dos carniceiros argentinos, e o mais destrutivo dos 360 campos de extermínio que a demência assassina dos fardados, junto com seus muitos cúmplices civis, ergueram ao longo do país.
Os militares da ESMA foram acusados de oitenta e seis casos comprovados de sequestro, tortura, assassinado e desaparição, mas a dimensão de seus crimes é muito maior. Cálculos muito bem fundamentados estimam entre 4.500 e 5.600 o número total de vítimas do sinistro campo de extermínio. Seria absurdo dizer que, entre os condenados ontem, alguém não fosse cúmplice de todos esses crimes, cuja execução foi resultado de um projeto tão doentio como o que implementaram os nazistas. Se as quantidades são menores, é porque os militares argentinos não tiveram a decisão nem a capacidade dos nazistas, mas não, com certeza, porque fossem menos truculentos.
Os 12 condenados a prisão perpétua pelo Tribunal Federal 5º da Argentina são: Alfredo Astiz – “herói” das Malvinas, assassino de várias freiras, de mães de Praça de Maio e da adolescente sueca Dagmar Hagelin.
Jorge “Tigre” Acosta, célebre psicopata que obrigava suas vítimas a rezar.
E os seguintes: Ricardo Cavallo, Antonio Pernías, José Montes, Raúl Scheller, Jorge Rádice, Adolfo Donda, Alberto González, Néstor Savio e Julio César Coronel e Ernesto Weber.
Desde Nuremberg, os crimes contra a humanidade são considerados uma categoria especial, que merece critérios especiais para seu julgamento. O direito de defesa, a aplicação de normas claras, e as condenações humanitárias e não vingativas devem ser iguais para quaisquer crimes, inclusos os crimes contra a humanidade, pois estes são princípios do direito natural que, como disse no século 2º o jurista Ulpiano “valem para os homens e para todos os seres vivos”.
Mas os crimes contra a Humanidade não prescrevem, e isso ficou demonstrado no julgamento de ontem na Argentina, acontecido 35 anos após os fatos. O direito humanitário é contrário à prisão perpétua, e erradica-la é fundamental, mas a condenação a prisão perpétua de autores de crimes contra a humanidade não é, como torpemente pretendem os bajuladores das casernas, um ato de vingança.
Por outro lado, sabemos que esses homens tem uma probabilidade quase zero de se recuperar, pois, nos 26 anos de investigação sobre o caso Argentina, nunca se viu algum militar e policial que estivesse arrependido das torturas e assassinatos cometidos.
Vários deles, em julgamentos anteriores, choraram no tribunal, mas não por motivos nobres. Um velho general, que se movimentava em cadeira de rodas, olhou os juízes e a audiência e disse:
-Eu me arrependo... de não ter podido matar mais, de não ter matado todos vocês. Em vez de 30 mil deveriam ter sido 3 milhões...
Carlos A. Lungarzo
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
NOTA POLÍTICA DO PCB - DIGA COM QUEM ANDAS...
O programa institucional do PC do B, exibido na televisão na última quinta-feira, revela sem disfarce seu reformismo e oportunismo, além de sua falta de escrúpulos. Assistimos uma grosseira falsificação da história.
Se nosso Partido fosse legalista, poderíamos reclamar no Procon, no TSE, na justiça comum, contra a tentativa de seqüestro da história do PCB: propaganda enganosa, falsidade ideológica, estelionato político, apropriação indébita.
Num roteiro de farsa, o PcdoB, que em 2012 comemorará 50 anos anunciou que completará 90, apropriando-se, de forma oportunista, de uma história que sempre repudiou e negou, sobretudo a ligação do PCB com o Partido Comunista da União Soviética, com o Movimento Comunista Internacional e inclusive com a Revolução Cubana, da qual esses dissidentes foram ferrenhos opositores.
(...) Para falsificar a história, exibiram como membros do Pc do B camaradas que morreram antes da criação deste partido e outros que, na cisão de 1962, notoriamente ficaram com a maioria, permanecendo no PCB.
(...) No conteúdo político do programa o reformismo aparece com toda a sua expressão. Em 2011, exibem um programa eleitoral voltado para as eleições de 2012! Como todos os partidos da ordem, passam os anos ímpares se preparando para as eleições dos anos pares!
(...) Em 10 minutos de programa, não houve menção alguma ao imperialismo e ao capitalismo. Parece que, para esse partido, nem o imperialismo está inventando guerras contra os povos nem os trabalhadores do mundo estão lutando contra as retiradas de seus direitos, em meio à crise sistêmica do capitalismo.
(...) Jovens, certamente aspirantes a vereador, aparecem no programa se dizendo socialistas (não comunistas) e explicam o que significa ser socialista. Segundo eles, ser socialista “é fazer as cidades mais justas”, “é ser ético sempre”, ”é tratar as pessoas com dignidade”, “é ser responsável com o dinheiro público”.
(...) Aliás, por falar em dinheiro público, o PCB, na crítica política e ideológica que faz ao PcdoB, não centrará suas divergências nas recentes denúncias contra o Ministro dos Esportes. Ficamos com o benefício da dúvida, aguardando os desdobramentos do caso e a apuração das denúncias, pela CGU, MPF, Polícia Federal, Procuradoria Geral da República, STF(...).
(...) A luta do PCB contra a corrupção é aberta e radical, no sentido de ir às raízes do problema. É parte da luta contra o capitalismo. Dizemos claramente que a corrupção é inerente ao capitalismo, é sistêmica. De alguma forma, mais ou menos ”esperta”, é usada por todos os partidos que apostam e jogam no cassino da democracia burguesa, onde a concorrência depende de financiamentos privados e caixas dois.
(...) Esperamos que um partido intitulado comunista não caia na vala comum dos partidos burgueses, abatido por aqueles que querem o Ministério dos Esportes não para acabar com a promiscuidade, mas para administrá-la. Ou o PcdoB se depura e corrige seu rumo ou que mude de nome, o que seria uma atitude de respeito aos verdadeiros comunistas.
(...) O desgaste provocado pela degeneração do PC do B tem sido muito grande para a luta dos comunistas e outros revolucionários, permitindo à mídia hegemônica criar uma imagem de que todos são “farinha do mesmo saco”, inclusive os comunistas.
O PCB não pode e não deve abrir mão de se diferenciar dos reformistas e oportunistas, para que os trabalhadores não os confundam com o nosso Partido. Não podemos deixar de zelar pela memória de todos nossos camaradas que honraram o PCB , muitos pagando com a própria vida, e por uma história de 90 anos de luta, heróica, cheia de erros e acertos, de vitórias e derrotas, de perseguições e acusações de toda sorte, mas sempre de mãos limpas.
VIVA OS 90 ANOS DO PCB!
PCB – Partido Comunista Brasileiro
Comitê Central
25 de outubro de 2011
Para ler na íntegra acesse www.pcb.org.br
Se nosso Partido fosse legalista, poderíamos reclamar no Procon, no TSE, na justiça comum, contra a tentativa de seqüestro da história do PCB: propaganda enganosa, falsidade ideológica, estelionato político, apropriação indébita.
Num roteiro de farsa, o PcdoB, que em 2012 comemorará 50 anos anunciou que completará 90, apropriando-se, de forma oportunista, de uma história que sempre repudiou e negou, sobretudo a ligação do PCB com o Partido Comunista da União Soviética, com o Movimento Comunista Internacional e inclusive com a Revolução Cubana, da qual esses dissidentes foram ferrenhos opositores.
(...) Para falsificar a história, exibiram como membros do Pc do B camaradas que morreram antes da criação deste partido e outros que, na cisão de 1962, notoriamente ficaram com a maioria, permanecendo no PCB.
(...) No conteúdo político do programa o reformismo aparece com toda a sua expressão. Em 2011, exibem um programa eleitoral voltado para as eleições de 2012! Como todos os partidos da ordem, passam os anos ímpares se preparando para as eleições dos anos pares!
(...) Em 10 minutos de programa, não houve menção alguma ao imperialismo e ao capitalismo. Parece que, para esse partido, nem o imperialismo está inventando guerras contra os povos nem os trabalhadores do mundo estão lutando contra as retiradas de seus direitos, em meio à crise sistêmica do capitalismo.
(...) Jovens, certamente aspirantes a vereador, aparecem no programa se dizendo socialistas (não comunistas) e explicam o que significa ser socialista. Segundo eles, ser socialista “é fazer as cidades mais justas”, “é ser ético sempre”, ”é tratar as pessoas com dignidade”, “é ser responsável com o dinheiro público”.
(...) Aliás, por falar em dinheiro público, o PCB, na crítica política e ideológica que faz ao PcdoB, não centrará suas divergências nas recentes denúncias contra o Ministro dos Esportes. Ficamos com o benefício da dúvida, aguardando os desdobramentos do caso e a apuração das denúncias, pela CGU, MPF, Polícia Federal, Procuradoria Geral da República, STF(...).
(...) A luta do PCB contra a corrupção é aberta e radical, no sentido de ir às raízes do problema. É parte da luta contra o capitalismo. Dizemos claramente que a corrupção é inerente ao capitalismo, é sistêmica. De alguma forma, mais ou menos ”esperta”, é usada por todos os partidos que apostam e jogam no cassino da democracia burguesa, onde a concorrência depende de financiamentos privados e caixas dois.
(...) Esperamos que um partido intitulado comunista não caia na vala comum dos partidos burgueses, abatido por aqueles que querem o Ministério dos Esportes não para acabar com a promiscuidade, mas para administrá-la. Ou o PcdoB se depura e corrige seu rumo ou que mude de nome, o que seria uma atitude de respeito aos verdadeiros comunistas.
(...) O desgaste provocado pela degeneração do PC do B tem sido muito grande para a luta dos comunistas e outros revolucionários, permitindo à mídia hegemônica criar uma imagem de que todos são “farinha do mesmo saco”, inclusive os comunistas.
O PCB não pode e não deve abrir mão de se diferenciar dos reformistas e oportunistas, para que os trabalhadores não os confundam com o nosso Partido. Não podemos deixar de zelar pela memória de todos nossos camaradas que honraram o PCB , muitos pagando com a própria vida, e por uma história de 90 anos de luta, heróica, cheia de erros e acertos, de vitórias e derrotas, de perseguições e acusações de toda sorte, mas sempre de mãos limpas.
VIVA OS 90 ANOS DO PCB!
PCB – Partido Comunista Brasileiro
Comitê Central
25 de outubro de 2011
Para ler na íntegra acesse www.pcb.org.br
PCB ou PC do B?
O Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi fundado em plena República Velha, em 1922.
Naquele momento histórico de euforia pela revolução bolchevique na Rússia (1917), predominava a idéia da internacionalização do comunismo, já que todos os trabalhadores do mundo deveriam se unir para enfrentar as contradições do capitalismo e realizar a revolução comunista internacional.
Entretanto, temos no Brasil dois Partidos Comunistas. Por que isso acontece? Qual a diferença entre ambos? Há diferença?
A divergência começou após a morte de Stalin em 1953. Seu sucessor, Nikita Krushev liderou, em 1956, o XX Congresso do PCUS (Partido Comunista da União Soviética) o qual acorreram partidos Comunistas de todas as nacionalidades. Nesse Congresso os crimes de Stálin foram, pela primeira vez, denunciados (pelo próprio Kreshev), assim como os descaminhos do partido que havia se afastado da ideologia e adotado um verdadeiro culto à personalidade de Stalin (coisa tristemente comum aos ditadores).
Das várias alterações emanadas daquele congresso estavam uma revisão de estratégias que afetavam a todos os comunistas militantes e simpatizantes, bem como seus respectivos partidos.
No Brasil essas mudanças foram discutidas no V Congresso do Partido. Foi então que um grupo de militantes, minoria no Congresso brasileiro, não aceitou suas deliberações inspiradas naquele XX Congresso do PCUS e liderado por João Amazonas abandonou o partido, fundando um novo PC e readotando o nome PC do B.
Portando o PCB foi fundado em 1922 (fará 90 anos ano que vem) e o PC do B foi fundado em 1962 (fará 50 anos ano que vem).
Luis Carlos Prestes, Olga Benário, são figuras ligadas ao PCB e não ao PC do B.
Desde que se afastou do PCB o PC do B foi cada vez mais se afastando da URSS.
Adotou a visão da revolução que começa no campo e tomava as cidades, valorizando a guerrilha rural como forma de luta.
Ligou-se inicialmente a China reconhecendo seu líder Mao Tse Tung como o grande timoneiro. Depois o timão passou para Enver Hoxha, líder da pequena Albânia.
O PC do B era a favor da luta armada contra a ditadura militar e organizou uma das mais belas páginas de resistência, a Guerrilha do Araguaia. O PCB era contra a luta armada e pregava a luta política para desgastar a ditadura e liderar a volta à democracia, mas nem por isso foi menos torturado e massacrado. Vide a “Operação Radar”.
O PC do B sempre criticou a expansão da revolução cubana, liderada por Ernesto Tche Guevara, esse sim, um mito do PCB.
Após a reabertura política essas diferenças se acentuaram mais.
Enquanto o PCB manteve sua visão estratégica original de denúncia e enfrentamento do imperialismo e do capitalismo, o PC do B adotou novas idéias de chegada ao poder através de alianças e de compromissos cada vez mais estranhos.
Infelizmente o PC do B hoje, é muito mais parecido com outro partido oficialista do que com um partido verdadeiramente comunista.
Enquanto o PC do B “ficou grandinho” tendo inclusive ministério no governo do PT (embora já tenha feito alianças aqui no RS até com o PDT de Alceu Colares), o PCB continua pequeno, mas na mesma trilha e na mesma esperança que embalou corações idealistas do passado. Talvez lhe falte as fortes lideranças mortas em combate.
Nos dias atuais, quando a mídia oficial aproveita os escândalos para dizer que todos os que chegam ao poder são corruptos e busca fazer crer que todo comunista é farinha do mesmo saco, é mais importante do que nunca, ratificar claramente essas diferenças para as novas gerações.
Prof. Péricles
Naquele momento histórico de euforia pela revolução bolchevique na Rússia (1917), predominava a idéia da internacionalização do comunismo, já que todos os trabalhadores do mundo deveriam se unir para enfrentar as contradições do capitalismo e realizar a revolução comunista internacional.
Entretanto, temos no Brasil dois Partidos Comunistas. Por que isso acontece? Qual a diferença entre ambos? Há diferença?
A divergência começou após a morte de Stalin em 1953. Seu sucessor, Nikita Krushev liderou, em 1956, o XX Congresso do PCUS (Partido Comunista da União Soviética) o qual acorreram partidos Comunistas de todas as nacionalidades. Nesse Congresso os crimes de Stálin foram, pela primeira vez, denunciados (pelo próprio Kreshev), assim como os descaminhos do partido que havia se afastado da ideologia e adotado um verdadeiro culto à personalidade de Stalin (coisa tristemente comum aos ditadores).
Das várias alterações emanadas daquele congresso estavam uma revisão de estratégias que afetavam a todos os comunistas militantes e simpatizantes, bem como seus respectivos partidos.
No Brasil essas mudanças foram discutidas no V Congresso do Partido. Foi então que um grupo de militantes, minoria no Congresso brasileiro, não aceitou suas deliberações inspiradas naquele XX Congresso do PCUS e liderado por João Amazonas abandonou o partido, fundando um novo PC e readotando o nome PC do B.
Portando o PCB foi fundado em 1922 (fará 90 anos ano que vem) e o PC do B foi fundado em 1962 (fará 50 anos ano que vem).
Luis Carlos Prestes, Olga Benário, são figuras ligadas ao PCB e não ao PC do B.
Desde que se afastou do PCB o PC do B foi cada vez mais se afastando da URSS.
Adotou a visão da revolução que começa no campo e tomava as cidades, valorizando a guerrilha rural como forma de luta.
Ligou-se inicialmente a China reconhecendo seu líder Mao Tse Tung como o grande timoneiro. Depois o timão passou para Enver Hoxha, líder da pequena Albânia.
O PC do B era a favor da luta armada contra a ditadura militar e organizou uma das mais belas páginas de resistência, a Guerrilha do Araguaia. O PCB era contra a luta armada e pregava a luta política para desgastar a ditadura e liderar a volta à democracia, mas nem por isso foi menos torturado e massacrado. Vide a “Operação Radar”.
O PC do B sempre criticou a expansão da revolução cubana, liderada por Ernesto Tche Guevara, esse sim, um mito do PCB.
Após a reabertura política essas diferenças se acentuaram mais.
Enquanto o PCB manteve sua visão estratégica original de denúncia e enfrentamento do imperialismo e do capitalismo, o PC do B adotou novas idéias de chegada ao poder através de alianças e de compromissos cada vez mais estranhos.
Infelizmente o PC do B hoje, é muito mais parecido com outro partido oficialista do que com um partido verdadeiramente comunista.
Enquanto o PC do B “ficou grandinho” tendo inclusive ministério no governo do PT (embora já tenha feito alianças aqui no RS até com o PDT de Alceu Colares), o PCB continua pequeno, mas na mesma trilha e na mesma esperança que embalou corações idealistas do passado. Talvez lhe falte as fortes lideranças mortas em combate.
Nos dias atuais, quando a mídia oficial aproveita os escândalos para dizer que todos os que chegam ao poder são corruptos e busca fazer crer que todo comunista é farinha do mesmo saco, é mais importante do que nunca, ratificar claramente essas diferenças para as novas gerações.
Prof. Péricles
domingo, 23 de outubro de 2011
A ELEGÂNCIA DA OTAN
Segundo Yahoo - Notícias o alto comissariado da ONU pediu uma investigação completa sobre a morte de Kadafi e a possibilidade de que o ditador tenha sofrido uma execução sumária.
Segundo Mohamed Sayeh, autoridade de alto escalão do CNT (a turma da transição até cair na real), o corpo de Kadafi continua em Misrata, para onde foi levado após sua morte, e será enterrado seguindo a tradição muçulmana, seu corpo será lavado e tratado com dignidade.
“Espero que ele seja enterrado em um cemitério muçulmano dentro de 24 horas” acrescentou.
Qualquer um que assistiu ao vídeo exibido no mundo todo via internet, sabe muito bem, o que aconteceu e como Kadafi foi morto.
Mas, é digno de nota e emoção o respeito que a ONU tem pela vida.
Que comportamento maravilhoso! Como são éticos os ocidentais!
Nós, os mocinhos vencemos mais uma, e aquele bandido desalmado do Kadafi teve o desplante de morrer só de sacanagem.
“Deve ser mais um truque desses muçulmanos sujos Bill”.
Só não entendi por que a ONU “pediu” uma investigação...
Desde quando a OTAN/ONU/Estados Unidos, tem que pedir algo?
Será que entre um míssel e outro eles pedem licença?
“Foi mal aí criançada, quem manda vocês brincarem onde caem nossas bombas?”
É por isso que eu digo, gente educada e elegante essa aí: mata, incendeia, inutiliza, tortura, destrói, mas tudo com educação e fino trato.
Coisas de civilizados, com certeza.
Nada de novo pra quem já jogou duas bombas nucleares em cidades repletas de habitantes, matando, só na explosão 180 mil pessoas.
E a Síria, que se ligue, mas isso deve ser só para o ano que vem, quando outro lote de armas caríssimas ameaçar ultrapassar a data de validade.
Prof. Péricles
Segundo Mohamed Sayeh, autoridade de alto escalão do CNT (a turma da transição até cair na real), o corpo de Kadafi continua em Misrata, para onde foi levado após sua morte, e será enterrado seguindo a tradição muçulmana, seu corpo será lavado e tratado com dignidade.
“Espero que ele seja enterrado em um cemitério muçulmano dentro de 24 horas” acrescentou.
Qualquer um que assistiu ao vídeo exibido no mundo todo via internet, sabe muito bem, o que aconteceu e como Kadafi foi morto.
Mas, é digno de nota e emoção o respeito que a ONU tem pela vida.
Que comportamento maravilhoso! Como são éticos os ocidentais!
Nós, os mocinhos vencemos mais uma, e aquele bandido desalmado do Kadafi teve o desplante de morrer só de sacanagem.
“Deve ser mais um truque desses muçulmanos sujos Bill”.
Só não entendi por que a ONU “pediu” uma investigação...
Desde quando a OTAN/ONU/Estados Unidos, tem que pedir algo?
Será que entre um míssel e outro eles pedem licença?
“Foi mal aí criançada, quem manda vocês brincarem onde caem nossas bombas?”
É por isso que eu digo, gente educada e elegante essa aí: mata, incendeia, inutiliza, tortura, destrói, mas tudo com educação e fino trato.
Coisas de civilizados, com certeza.
Nada de novo pra quem já jogou duas bombas nucleares em cidades repletas de habitantes, matando, só na explosão 180 mil pessoas.
E a Síria, que se ligue, mas isso deve ser só para o ano que vem, quando outro lote de armas caríssimas ameaçar ultrapassar a data de validade.
Prof. Péricles
domingo, 16 de outubro de 2011
AS CRIANÇAS DOS OUTROS - DIA DA CRIANÇA NO PARAGUAI
Campos de Acosta (Acosta Ñu, em guarani), 16 de agosto de 1869.
Assunção caiu e as tropas da Tríplice Aliança (praticamente apenas brasileiros) avançam pelo território paraguaio.
Angustiado, o general paraguaio, Bernardino Caballero recebe relatos do deslocamento de 20 mil inimigos, sob o comando do genro do imperador do Brasil, o Conde D’eu, em direção ao interior de seu país.
Caballero bate em retirada com sua tropa, mas, como toda retirada, sua retaguarda fica a descoberto.
Então, o oficial teve uma idéia: recrutar meninos de 6 a 12 anos e fantasiá-los como militares, com fardas, bonés, barba pintada com carvão e pedaços de pau simulando rifles.
Talvez, pensa ele, os brasileiros, julgando serem as crianças, realmente soldados adultos, percam tempo preparando um ataque, ou procurando negociar. Talvez, ainda, percebendo serem crianças, esquálidas e maltratadas pela guerra, providenciassem socorro, retardando a marcha.
Mas... não foi o que ocorreu.
Por ordem direta do Conde D’eu (um criminoso de guerra que beirava o sadismo), os meninos foram massacrados sem piedade. Centenas de mães, desesperadas, foram também decapitadas pelos oficiais da cavalaria brasileira.
Ao cair da noite, as trincheiras e as matas ao redor do campo de batalha foram incendiadas. Impávidos, o Alto Comando aliado assistiu o doentio espetáculo de gritos agoniados, choro infantil e corpos em chamas, como verdadeiras tochas humanas.
Poucos resistiram ao massacre.
Meses mais tarde, com a morte de Solano López, a Guerra do Paraguai, foi dada por encerrada. Em seu retorno ao Brasil, o Conde D’Eu foi aclamado como herói pelas ruas do Rio de Janeiro.
Na década de 1930, cinzas recolhidas no campo de batalha foram depositadas em uma urna coletiva no Panteão dos Heróis, onde são reverenciadas até hoje.
No Paraguai, em memória dos mártires de Acosta Ñu, o dia 16 de agosto foi eternizado como o Dia das Crianças.
Feliz Dia das Crianças!
Prof. péricles
Assunção caiu e as tropas da Tríplice Aliança (praticamente apenas brasileiros) avançam pelo território paraguaio.
Angustiado, o general paraguaio, Bernardino Caballero recebe relatos do deslocamento de 20 mil inimigos, sob o comando do genro do imperador do Brasil, o Conde D’eu, em direção ao interior de seu país.
Caballero bate em retirada com sua tropa, mas, como toda retirada, sua retaguarda fica a descoberto.
Então, o oficial teve uma idéia: recrutar meninos de 6 a 12 anos e fantasiá-los como militares, com fardas, bonés, barba pintada com carvão e pedaços de pau simulando rifles.
Talvez, pensa ele, os brasileiros, julgando serem as crianças, realmente soldados adultos, percam tempo preparando um ataque, ou procurando negociar. Talvez, ainda, percebendo serem crianças, esquálidas e maltratadas pela guerra, providenciassem socorro, retardando a marcha.
Mas... não foi o que ocorreu.
Por ordem direta do Conde D’eu (um criminoso de guerra que beirava o sadismo), os meninos foram massacrados sem piedade. Centenas de mães, desesperadas, foram também decapitadas pelos oficiais da cavalaria brasileira.
Ao cair da noite, as trincheiras e as matas ao redor do campo de batalha foram incendiadas. Impávidos, o Alto Comando aliado assistiu o doentio espetáculo de gritos agoniados, choro infantil e corpos em chamas, como verdadeiras tochas humanas.
Poucos resistiram ao massacre.
Meses mais tarde, com a morte de Solano López, a Guerra do Paraguai, foi dada por encerrada. Em seu retorno ao Brasil, o Conde D’Eu foi aclamado como herói pelas ruas do Rio de Janeiro.
Na década de 1930, cinzas recolhidas no campo de batalha foram depositadas em uma urna coletiva no Panteão dos Heróis, onde são reverenciadas até hoje.
No Paraguai, em memória dos mártires de Acosta Ñu, o dia 16 de agosto foi eternizado como o Dia das Crianças.
Feliz Dia das Crianças!
Prof. péricles
NOSSAS CRIANÇAS 02
Na década de 60, antes do golpe militar, ocorre ampliação do número de organizações da sociedade civil, especialmente no âmbito sindical. Começa a haver a reivindicação de políticas sociais redistributivas, embora ainda não haja registro histórico de movimento organizado pela infância e pela adolescência.
Em 1964, já no primeiro governo militar foi criada a Funabem (Fundação Nacional do Bem Estar do Menor) que foi um marco da transição entre a concepção repressiva e punitiva para a concepção assistencialista.
Surge em 1979, ainda nos governos militares, o Segundo Código de Menores que incorpora a nova concepção assistencialista à população infanto-juvenil.
Com o retorno do país ao estado de direito, fervilhou em todos os setores o desejo de acrescentar avanços à nova Constituição que se elaboraria. Assim, é criado em 1985 o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, que, com a força de mais de um milhão de assinaturas impõem a discução da criança e do adolescente como sujeitos participativos.
O resultado foi a campanha "Criança Prioridade Nacional"e a formulação do artigo 227 da Constitução Nacional, promulgada em outubro de 1988, base para a elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente), considerado um documento exemplar de direitos humanos..
Destaca-se ainda, a sanção da Lei de Diretrizes e Base da Educação (LDB que define e regulariza o sistema de educação brasileiro com base nos princípios presentes na Constituição, em 1996 e a aprovação do Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente em 2003, entre outros avanços.
A criança, finalmente, não será mais vista como uma espécie de deficiente e sim como uma pessoa em situação peculiar de desenvolvimento.
O jovem deixa de ser uma espécie de propriedade dos pais desaparecendo a expressão jurídica "patrio poder" e trocando expressões perversas como crime e cumprimento de pena por ato infracional e medidas sócio-educativas.
Pela primeira vez, torna-se prioridade das políticas públicas e reconhecida como um cidadão, e não mais como um mini-adulto, um malfeitor em potencial.
Claro que tudo isso não significa apenas mudanças conceituais, mas em seus 267 artigos são delineados novos conceitos e procedimentos profundamente diversos das visões anteriores, punitivas e assistencialistas.
Essa nova visão ainda está se processando em nosso país.
Como toda mudança de concepção, necessita que as pessoas, em especial, as mais conservadoras, se adaptem, e entendam o novo.
Mas, as bases foram criadas. O caminho nós todos, temos o dever de trilhar.
Em 1964, já no primeiro governo militar foi criada a Funabem (Fundação Nacional do Bem Estar do Menor) que foi um marco da transição entre a concepção repressiva e punitiva para a concepção assistencialista.
Surge em 1979, ainda nos governos militares, o Segundo Código de Menores que incorpora a nova concepção assistencialista à população infanto-juvenil.
Com o retorno do país ao estado de direito, fervilhou em todos os setores o desejo de acrescentar avanços à nova Constituição que se elaboraria. Assim, é criado em 1985 o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, que, com a força de mais de um milhão de assinaturas impõem a discução da criança e do adolescente como sujeitos participativos.
O resultado foi a campanha "Criança Prioridade Nacional"e a formulação do artigo 227 da Constitução Nacional, promulgada em outubro de 1988, base para a elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente), considerado um documento exemplar de direitos humanos..
Destaca-se ainda, a sanção da Lei de Diretrizes e Base da Educação (LDB que define e regulariza o sistema de educação brasileiro com base nos princípios presentes na Constituição, em 1996 e a aprovação do Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente em 2003, entre outros avanços.
A criança, finalmente, não será mais vista como uma espécie de deficiente e sim como uma pessoa em situação peculiar de desenvolvimento.
O jovem deixa de ser uma espécie de propriedade dos pais desaparecendo a expressão jurídica "patrio poder" e trocando expressões perversas como crime e cumprimento de pena por ato infracional e medidas sócio-educativas.
Pela primeira vez, torna-se prioridade das políticas públicas e reconhecida como um cidadão, e não mais como um mini-adulto, um malfeitor em potencial.
Claro que tudo isso não significa apenas mudanças conceituais, mas em seus 267 artigos são delineados novos conceitos e procedimentos profundamente diversos das visões anteriores, punitivas e assistencialistas.
Essa nova visão ainda está se processando em nosso país.
Como toda mudança de concepção, necessita que as pessoas, em especial, as mais conservadoras, se adaptem, e entendam o novo.
Mas, as bases foram criadas. O caminho nós todos, temos o dever de trilhar.
NOSSAS CRIANÇAS
Na semana da criança, nada mais procedente do que refletir um pouco sobre o que já foi feito e o que se deve fazer em relação aos nossos pequenos.
A história de nossas crianças, reflete a nossa própria história de cidadania.
Até bem pouco tempo existiam no brasil “dois tipos de crianças”.
Os filhos dos ricos, considerados verdadeiramente crianças, e os filhos dos pobres, vistos como pequenos marginais em formação.
A esse segundo grupo as políticas públicas sempre se preocuparam com a prevenção contra o crime, com a punibilidade, onde os orfanatos viraram confortáveis soluções.
Durante o século XVI crianças e adolescentes abandonadas e marginalizadas, em Portugal, são trazidas para o Brasil para colaborar na aproximação com os índios e na catequese.
Mesmo na Europa, nessa época, criança era vista como mini-adulto e adolescência era uma coisa que simplesmente “não existia”.
No século XVIII surgem as primeiras escolas no Brasil. Praticamente todas administradas pelos padres jesuítas e vistas como espaço de disciplina, voltadas diretamente às crianças da elite.
Também no século XVIII surgem as “Rodas dos Expostos”, instrumento em que as mães depositavam seus filhos e faziam girar, como uma roda, fazendo que os pequenos ficassem para o lado dentro dos muros que cercavam alguma instituição (geralmente hospitais). Em seguida batiam num sino que serviam como alerta e desapareciam para sempre, enquanto alguma irmã de caridade recolhia o pequeno abandonado.
No século XIX, a partir de 1886 e da Lei Visconde do Rio Branco, multiplica-se o número de crianças abandonadas pelas ruas do país, fruto da “bondosa” Lei, também chamada de Lei do Ventre Livre, que torna livre os filhos, e apenas os filhos, não os pais, de escravos a partir dos sete anos de idade.
Já no século XX, em 1924, é criado o Tribunal de Menores, uma estrutura Jurídica muito mais preocupada com a punição às infrações cometidas por jovens, do que qualquer outra coisa.
Em 1927 é promulgado o primeiro Código de menores, conhecido como Código Mello Mattos, como um prolongamento do Tribunal de Menores.
A Era Vargas (1930-1945) trouxe algumas mudanças como, a criação do Ministério da Educação e da obrigatoriedade do Ensino Fundamental.
Mas, as mudanças realmente significativas surgem no final da década de 40, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela ONU e a criação do Fundo das Naçoes Unidas para a Infância (UNICEF).
Em 1950 a UNICEF se instala no Brasil, no estado da Paraíba, trazendo programas de proteção à saúde da criança e da gestante. Uma absoluta novidade em nossas terras.
Em 1959 é aprovada pela Assembléia Geral da ONU a Declaração Universal dos Direitos da Criança.
O mundo, e o Brasil, começavam a mudar seus olhar e a descobrir a criança e o adolescente.
A história de nossas crianças, reflete a nossa própria história de cidadania.
Até bem pouco tempo existiam no brasil “dois tipos de crianças”.
Os filhos dos ricos, considerados verdadeiramente crianças, e os filhos dos pobres, vistos como pequenos marginais em formação.
A esse segundo grupo as políticas públicas sempre se preocuparam com a prevenção contra o crime, com a punibilidade, onde os orfanatos viraram confortáveis soluções.
Durante o século XVI crianças e adolescentes abandonadas e marginalizadas, em Portugal, são trazidas para o Brasil para colaborar na aproximação com os índios e na catequese.
Mesmo na Europa, nessa época, criança era vista como mini-adulto e adolescência era uma coisa que simplesmente “não existia”.
No século XVIII surgem as primeiras escolas no Brasil. Praticamente todas administradas pelos padres jesuítas e vistas como espaço de disciplina, voltadas diretamente às crianças da elite.
Também no século XVIII surgem as “Rodas dos Expostos”, instrumento em que as mães depositavam seus filhos e faziam girar, como uma roda, fazendo que os pequenos ficassem para o lado dentro dos muros que cercavam alguma instituição (geralmente hospitais). Em seguida batiam num sino que serviam como alerta e desapareciam para sempre, enquanto alguma irmã de caridade recolhia o pequeno abandonado.
No século XIX, a partir de 1886 e da Lei Visconde do Rio Branco, multiplica-se o número de crianças abandonadas pelas ruas do país, fruto da “bondosa” Lei, também chamada de Lei do Ventre Livre, que torna livre os filhos, e apenas os filhos, não os pais, de escravos a partir dos sete anos de idade.
Já no século XX, em 1924, é criado o Tribunal de Menores, uma estrutura Jurídica muito mais preocupada com a punição às infrações cometidas por jovens, do que qualquer outra coisa.
Em 1927 é promulgado o primeiro Código de menores, conhecido como Código Mello Mattos, como um prolongamento do Tribunal de Menores.
A Era Vargas (1930-1945) trouxe algumas mudanças como, a criação do Ministério da Educação e da obrigatoriedade do Ensino Fundamental.
Mas, as mudanças realmente significativas surgem no final da década de 40, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela ONU e a criação do Fundo das Naçoes Unidas para a Infância (UNICEF).
Em 1950 a UNICEF se instala no Brasil, no estado da Paraíba, trazendo programas de proteção à saúde da criança e da gestante. Uma absoluta novidade em nossas terras.
Em 1959 é aprovada pela Assembléia Geral da ONU a Declaração Universal dos Direitos da Criança.
O mundo, e o Brasil, começavam a mudar seus olhar e a descobrir a criança e o adolescente.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
STEVE JOBS - MENSAGEM
"Lembrar que logo eu vou estar morto é a ferramenta mais importante que eu já encontrei para me ajudar a fazer as grandes escolhas na vida.
Porque quase tudo, toda a expectativa exterior, todo o orgulho, todo o medo de dificuldades ou falhas, essas coisas simplesmente somem em face da morte deixando apenas o que é realmente importante.
Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de achar que você tem algo a perder.
Você já está nu. Não há razão para não seguir o seu coração.
Seu tempo é limitado, então não gaste vivendo a vida de outra pessoa.Não caia no dogma que é viver com o resultado do pensamento de outra pessoa.
Não deixe o ruído da opinião alheia sufocar a sua voz interior e mais importante tenha coragem de seguir seu coração e sua intuição, eles de alguma forma já sabem o que você realmente quer se tornar. TUDO MAIS É SECUNDÁRIO.”
Steve Jobs
(parte do discurso na formatura da turma da universidade de Stanford, em 2005, pouco após a descoberta do seu cancer no pâncreas)
Porque quase tudo, toda a expectativa exterior, todo o orgulho, todo o medo de dificuldades ou falhas, essas coisas simplesmente somem em face da morte deixando apenas o que é realmente importante.
Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de achar que você tem algo a perder.
Você já está nu. Não há razão para não seguir o seu coração.
Seu tempo é limitado, então não gaste vivendo a vida de outra pessoa.Não caia no dogma que é viver com o resultado do pensamento de outra pessoa.
Não deixe o ruído da opinião alheia sufocar a sua voz interior e mais importante tenha coragem de seguir seu coração e sua intuição, eles de alguma forma já sabem o que você realmente quer se tornar. TUDO MAIS É SECUNDÁRIO.”
Steve Jobs
(parte do discurso na formatura da turma da universidade de Stanford, em 2005, pouco após a descoberta do seu cancer no pâncreas)
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
VITIMAS DA DITADURA 03: ITAIR VELOSO O TERROR É GELADO
Itair José Veloso, afrodescendete nasceu na pequena cidade mineira de Faria Lemos, bem na divisa tríplice com o Rio de Janeiro e Espírito Santo. Trabalhou como montador de calçados e apontador de obras, profissão esta em que se tornaria importante sindicalista.
Seu engajamento político remonta a 1953, período em que passou a integrar a Juventude do Partido Comunista. Em 1961, foi eleito para a direção do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Niterói e Nova Iguaçu, alçando em seguida o posto de secretário-geral da Federação dos Trabalhadores da Construção Civil.
Durante o governo João Goulart, Itair chegou a liderar uma delegação sindical brasileira que viajou para um encontro internacional de sindicalistas em Moscou.
Era casado com Ivanilda da Silva Veloso, com quem teve quatro filhas. Após abril de 1964, Itair sofreu perseguições e teve sua residência invadida pelo DOPS de Niterói, que, não o encontrando, saquearam o domicílio.
Passou a ser processado pela Justiça Militar, o que o obrigou à militância política clandestina.
O pouco que se sabe a respeito de seu desaparecimento, aos 45 anos, é que, no dia 25/05/1975, às 7h30min, ele saiu de casa para encontrar companheiros do PCB e disse à sua mulher que voltaria ao meio-dia, para ir ao médico com ela. Desde então está desaparecido.
Em entrevista à revista Veja, em 18/11/1992, o sargento Marival Chaves, testemunhou que pelo menos oito integrantes do PCB tiveram seus corpos atirados nas águas do Rio Novo, em Avaré, São Paulo. Marival disse também que Itair foi preso por agentes do DOI-CODI/SP, no Rio de Janeiro, durante a Operação Radar, acusado de integrar o Comitê Central do PCB. Na entrevista a Veja, o sargento Marival também afirma que Itair morreu de choque térmico, sob tortura, imerso em água gelada, numa casa de Itapevi, na Grande São Paulo. Seu corpo sem vida teria sido jogado da ponte, nas imediações de Avaré, a 260 quilômetros de São Paulo.
Na revista, as palavras textuais do ex-agente do DOI-CODI/SP foram:
“O corpo de Itair José Veloso também foi jogado da ponte. Ele foi preso no Rio, pelo DOI de São Paulo. Era o inverno de 1975 e o que o levou à morte foi banho de água gelada. Morreu de choque térmico”.
Como no caso dos demais desaparecidos políticos, a esposa de Itair, Ivanilda Veloso sustentou uma longa peregrinação buscando denunciar a prisão de seu marido, recorrendo à CNBB, a Dom Eugênio Sales, aos advogados Modesto da Silveira e Heleno Fragoso, a todas as portas
possíveis.
O documentário Memória para uso diário, realizado por Beth Formaggini para registrar os 21 anos de atividade do Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro, inclui imagens sobre a saga de Ivanilda pesquisando documentos dos arquivos policiais em busca de informações, há 32 anos, sobre o marido desaparecido.
Em Belo Horizonte, existe hoje uma avenida, no Bairro das Indústrias, com o nome de Itair José Veloso, sendo que em 2004 ele foi um dos homenageados com a entrega da Medalha Tributo à Utopia, criada pela Câmara Municipal da capital mineira no ano anterior.
Adaptações do Jornal "O Berro"
Seu engajamento político remonta a 1953, período em que passou a integrar a Juventude do Partido Comunista. Em 1961, foi eleito para a direção do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Niterói e Nova Iguaçu, alçando em seguida o posto de secretário-geral da Federação dos Trabalhadores da Construção Civil.
Durante o governo João Goulart, Itair chegou a liderar uma delegação sindical brasileira que viajou para um encontro internacional de sindicalistas em Moscou.
Era casado com Ivanilda da Silva Veloso, com quem teve quatro filhas. Após abril de 1964, Itair sofreu perseguições e teve sua residência invadida pelo DOPS de Niterói, que, não o encontrando, saquearam o domicílio.
Passou a ser processado pela Justiça Militar, o que o obrigou à militância política clandestina.
O pouco que se sabe a respeito de seu desaparecimento, aos 45 anos, é que, no dia 25/05/1975, às 7h30min, ele saiu de casa para encontrar companheiros do PCB e disse à sua mulher que voltaria ao meio-dia, para ir ao médico com ela. Desde então está desaparecido.
Em entrevista à revista Veja, em 18/11/1992, o sargento Marival Chaves, testemunhou que pelo menos oito integrantes do PCB tiveram seus corpos atirados nas águas do Rio Novo, em Avaré, São Paulo. Marival disse também que Itair foi preso por agentes do DOI-CODI/SP, no Rio de Janeiro, durante a Operação Radar, acusado de integrar o Comitê Central do PCB. Na entrevista a Veja, o sargento Marival também afirma que Itair morreu de choque térmico, sob tortura, imerso em água gelada, numa casa de Itapevi, na Grande São Paulo. Seu corpo sem vida teria sido jogado da ponte, nas imediações de Avaré, a 260 quilômetros de São Paulo.
Na revista, as palavras textuais do ex-agente do DOI-CODI/SP foram:
“O corpo de Itair José Veloso também foi jogado da ponte. Ele foi preso no Rio, pelo DOI de São Paulo. Era o inverno de 1975 e o que o levou à morte foi banho de água gelada. Morreu de choque térmico”.
Como no caso dos demais desaparecidos políticos, a esposa de Itair, Ivanilda Veloso sustentou uma longa peregrinação buscando denunciar a prisão de seu marido, recorrendo à CNBB, a Dom Eugênio Sales, aos advogados Modesto da Silveira e Heleno Fragoso, a todas as portas
possíveis.
O documentário Memória para uso diário, realizado por Beth Formaggini para registrar os 21 anos de atividade do Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro, inclui imagens sobre a saga de Ivanilda pesquisando documentos dos arquivos policiais em busca de informações, há 32 anos, sobre o marido desaparecido.
Em Belo Horizonte, existe hoje uma avenida, no Bairro das Indústrias, com o nome de Itair José Veloso, sendo que em 2004 ele foi um dos homenageados com a entrega da Medalha Tributo à Utopia, criada pela Câmara Municipal da capital mineira no ano anterior.
Adaptações do Jornal "O Berro"
OPERAÇÃO RADAR
No Brasil dos negros tempos da Ditadura Militar, nem todas as organizações de resistência optaram pela luta armada. Uma dessas organizações, com largo histórico de lutas, mas que preferia a resistência política, apostando nas organizações populares acelerando o desgaste e fim natural da ditadura foi o PCB (Partido Comunista Brasileiro) carinhosamente apelidado de “Partidão”.
Na metade da década de 70, organismos que escolheram a luta armada estavam, praticamente, extintos, massacrados pelo aparato assassino da repressão. Como não participara da luta armada, o PCB estava praticamente inteiro em sua estrutura dirigente, e articulado em praticamente todo o território nacional.
Disso tinham consciência as aves de rapina do sistema, como comprova o, hoje conhecido, relatório do general Ednardo D’Avila Mello que afirma a necessidade de “passar a operar para desmantelar o PCB, conhecido também como Partidão, que pôde se fortalecer, pois, além de não se ver fustigado, conseguiu provar perante toda a esquerda do país, que a tomada do poder deveria ser feita por via pacífica’’.
A essa criminosa operação, planejada para matar os dirigentes e membros do PCB, foram dados vários nomes, sendo o mais conhecido “Operação Radar”.
Para militares como o general Ednardo, os tempos de abertura política e de retorno à normalidade democrática, se aproximavam, sendo importante, antes disso, aniquilar aquela organização de esquerda capaz de se articular e liderar as classes trabalhadoras pós ditadura.
Dirigentes do Partidão foram espionados, seqüestrados e mortos antes das prisões em massa em todo o país. Só em São Paulo foram presos no Doi-Codi 2.408 militantes da legenda até então clandestina.
A morte de Vladimir Herzog, em 25 de outubro de 1975, foi o auge de operação de ‘‘cerco e aniquilamento’’ do Partido Comunista Brasileiro (PCB), concentrada em São Paulo, mas que se estendeu a todo o país. Além do jornalista, foram mortos no Doi-Codi em São Paulo o professor Jean Leszek Dulemba, da Universidade de Campinas (Unicamp), o tenente reformado José Ferreira de Almeida, o Piracaia, em 8 de agosto, e o operário Manoel Fiel Filho, em 18 de janeiro de 1976.
No final de outubro, o general Ednardo D’Ávila Mello, que liderou a operação, em seu relatório, contabilizava resultados: 2.409 prisões efetuadas pelo Doi-Codi; 908 ,prisioneiros detidos em outros estados e encaminhados para sua jurisdição, em São Paulo. Segundo o general, a crise política provocada pela morte de Herzog, ‘‘que parecia tomar rumos imprevisíveis, de repente esvaziou’’.
A repressão ao PCB resultou na prisão de 14 membros efetivos e 16 suplentes da direção nacional, dos quais foram seqüestrados e mortos Luiz Maranhão Filho (jornalista), Walter Ribeiro (militar), Davi Capistrano (militar), Elson Costa (funcionário público), Orlando Bonfim (jornalista), João Massena Melo (metalúrgico), Jaime Miranda de Amorim (comerciário), Hiram Pereira de Lima (estivador), Itair José Veloso (carpinteiro), Nestor Veras (jornalista) e José Montenegro de Lima (estudante), encarregado da juventude comunista.
Seus corpos jamais foram encontrados.
Na metade da década de 70, organismos que escolheram a luta armada estavam, praticamente, extintos, massacrados pelo aparato assassino da repressão. Como não participara da luta armada, o PCB estava praticamente inteiro em sua estrutura dirigente, e articulado em praticamente todo o território nacional.
Disso tinham consciência as aves de rapina do sistema, como comprova o, hoje conhecido, relatório do general Ednardo D’Avila Mello que afirma a necessidade de “passar a operar para desmantelar o PCB, conhecido também como Partidão, que pôde se fortalecer, pois, além de não se ver fustigado, conseguiu provar perante toda a esquerda do país, que a tomada do poder deveria ser feita por via pacífica’’.
A essa criminosa operação, planejada para matar os dirigentes e membros do PCB, foram dados vários nomes, sendo o mais conhecido “Operação Radar”.
Para militares como o general Ednardo, os tempos de abertura política e de retorno à normalidade democrática, se aproximavam, sendo importante, antes disso, aniquilar aquela organização de esquerda capaz de se articular e liderar as classes trabalhadoras pós ditadura.
Dirigentes do Partidão foram espionados, seqüestrados e mortos antes das prisões em massa em todo o país. Só em São Paulo foram presos no Doi-Codi 2.408 militantes da legenda até então clandestina.
A morte de Vladimir Herzog, em 25 de outubro de 1975, foi o auge de operação de ‘‘cerco e aniquilamento’’ do Partido Comunista Brasileiro (PCB), concentrada em São Paulo, mas que se estendeu a todo o país. Além do jornalista, foram mortos no Doi-Codi em São Paulo o professor Jean Leszek Dulemba, da Universidade de Campinas (Unicamp), o tenente reformado José Ferreira de Almeida, o Piracaia, em 8 de agosto, e o operário Manoel Fiel Filho, em 18 de janeiro de 1976.
No final de outubro, o general Ednardo D’Ávila Mello, que liderou a operação, em seu relatório, contabilizava resultados: 2.409 prisões efetuadas pelo Doi-Codi; 908 ,prisioneiros detidos em outros estados e encaminhados para sua jurisdição, em São Paulo. Segundo o general, a crise política provocada pela morte de Herzog, ‘‘que parecia tomar rumos imprevisíveis, de repente esvaziou’’.
A repressão ao PCB resultou na prisão de 14 membros efetivos e 16 suplentes da direção nacional, dos quais foram seqüestrados e mortos Luiz Maranhão Filho (jornalista), Walter Ribeiro (militar), Davi Capistrano (militar), Elson Costa (funcionário público), Orlando Bonfim (jornalista), João Massena Melo (metalúrgico), Jaime Miranda de Amorim (comerciário), Hiram Pereira de Lima (estivador), Itair José Veloso (carpinteiro), Nestor Veras (jornalista) e José Montenegro de Lima (estudante), encarregado da juventude comunista.
Seus corpos jamais foram encontrados.
sábado, 8 de outubro de 2011
CATEGORIA DE IMBECIL POLÍTICO
A seguir temos uma interessante classificação de Imbecis políticos.
Eu ousaria somar um item ao texto abaixo:
4 - O “Simpatizante Fictício”. É aquele cara conservador que nunca votou nem jamais votará em qualquer partido de esquerda, mas que, para dar tom de veracidades aos seus desgastados argumentos, adora começar seus discursos com “eu já votei no PT”. Como o voto é secreto e nunca se poderá contestar sua afirmação e ainda, por educação, ninguém irá chama-lo de mentirosos, sente-se à vontade para vestir a capa de um “esquerdista decepcionado” e defender sua visão direitista, conservadora, preconceituosa e radical.
Leiam abaixo as definições da jornalista Cynara Menezes.
...........
Em 1996, três jornalistas, entre eles o filho do Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa, Álvaro, lançaram com estardalhaço o “Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano”. Com suas críticas às idéias de esquerda, o livro se tornaria uma espécie de bíblia do pensamento conservador no continente. Vivia-se o auge do deus mercado e a obra tinha como alvo o pensamento de esquerda, o protecionismo econômico e a crença no Estado como agente da justiça social. Quinze anos e duas crises econômicas mundiais depois, vemos quem de fato era o perfeito idiota.
Mas, quem diria, apesar de derrotado pela história, o Manual continua sendo não só a única referência intelectual do conservadorismo latino-americano, como gerou filhos.
No Brasil, é aquele sujeito que se sente no direito de ir contra as idéias mais progressistas e civilizadas possíveis em nome de uma pretensa independência de opinião que, no fundo, disfarça sua real ideologia e as lacunas em sua formação.
Como de fato a obra de Álvaro e companhia marcou época, até como homenagem vamos chamá-los de “perfeitos imbecis politicamente incorretos”. Eles se dividem em três grupos:
1. O pensador imbecil politicamente incorreto: ataca líderes LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trânsgeneros) e defende homofóbicos sob o pretexto de salvaguardar a liberdade de expressão. Ataca a política de cotas baseado na idéia que propaga de que não existe racismo no Brasil. Além disso, ações afirmativas seriam “privilégios” que não condizem com uma sociedade em que há “oportunidades iguais para todos”. Defende as posições da Igreja Católica contra a legalização do aborto e ignora as denúncias de pedofilia entre o clero. Adora chamar socialistas de “anacrônicos” e os guerrilheiros que lutaram contra a ditadura de “terroristas”, mas apóia golpes de Estado “constitucionais”. Um torturado? “Apenas um idiota que se deixou apanhar.” Foge do debate de idéias como o diabo da cruz, optando por ridicularizar os adversários com apelidos tolos. Seu mote favorito é o combate à corrupção, mas os corruptos sempre estão do lado oposto ao seu.
Prega o voto nulo para ocultar seu direitismo atávico. Em vez de se ocupar em escrever livros elogiando os próprios ídolos, prefere a fórmula dos guias que detonam os ídolos alheios –os de esquerda, claro. Sua principal característica é confundir inteligência com escrever e falar corretamente o português.
2. O comediante imbecil politicamente incorreto: sua visão de humor é a do bullying. Para ele não existe o humor físico de um Charles Chaplin ou Buster Keaton, ou o humor nonsense do Monty Python: o único humor possível é o que ri do próximo. Por “próximo”, leia-se pobres, negros, feios, gays, desdentados, gordos, deficientes mentais, tudo em nome da “liberdade de fazer rir.” Prega que não há limites para o humor, mas é uma falácia. O limite para este tipo de comediante é o bolso: só é admoestado pelos empregadores quando incomoda quem tem dinheiro e pode processá-los. Não é à toa que seus personagens sempre estão no ônibus ou no metrô, nunca num 4X4. Ri do office-boy e da doméstica, jamais do patrão. Iguala a classe política por baixo e não tem nenhum respeito pelas instituições: o Congresso? “Melhor seria atear fogo”. Diz-se defensor da democracia, mas adora repetir a “piada” de que sente saudades da ditadura. Sua principal característica é não ser engraçado.
3. O cidadão imbecil politicamente incorreto: não se sabe se é a causa ou o resultados dos dois anteriores, mas é, sem dúvida, o que dá mais tristeza entre os três. Sua visão de mundo pode ser resumida na frase “primeiro eu”. Não lhe importa a desigualdade social desde que ele esteja bem. O pobre para o cidadão imbecil é, antes de tudo, um incompetente. Portanto, que mal haveria em rir dele? Com a mulher e o negro é a mesma coisa: quem ganha menos é porque não fez por merecer. Gordos e feios, então, era melhor que nem existissem. Considera normal contar piadas racistas, principalmente diante de “amigos” negros, e fazer gozação com os subordinados, porque, afinal, é tudo brincadeira. É radicalmente contra o bolsa-família porque estimula uma “preguiça” que, segundo ele, todo pobre (sobretudo se for nordestino) possui correndo em seu sangue. Também é contrário a qualquer tipo de ação afirmativa: se a pessoa não conseguiu chegar lá, problema dela, não é ele que tem de “pagar o prejuízo”. Sua principal característica é não possuir idéias além das que propagam os “pensadores” e os comediantes imbecis politicamente incorretos.
Cynara Menezes é jornalista. Atuou no extinto "Jornal da Bahia", em Salvador, onde morava. Em 1989, de Brasília, atuava para diversos órgãos da imprensa. Morou dois anos na Espanha e outros dez em São Paulo, quando colaborou para a "Folha de S. Paulo", "Estadão", "Veja" e para a revista
"VIP". Está de volta a Brasília há dois anos e meio, de onde escreve para a CartaCapital.
Eu ousaria somar um item ao texto abaixo:
4 - O “Simpatizante Fictício”. É aquele cara conservador que nunca votou nem jamais votará em qualquer partido de esquerda, mas que, para dar tom de veracidades aos seus desgastados argumentos, adora começar seus discursos com “eu já votei no PT”. Como o voto é secreto e nunca se poderá contestar sua afirmação e ainda, por educação, ninguém irá chama-lo de mentirosos, sente-se à vontade para vestir a capa de um “esquerdista decepcionado” e defender sua visão direitista, conservadora, preconceituosa e radical.
Leiam abaixo as definições da jornalista Cynara Menezes.
...........
Em 1996, três jornalistas, entre eles o filho do Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa, Álvaro, lançaram com estardalhaço o “Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano”. Com suas críticas às idéias de esquerda, o livro se tornaria uma espécie de bíblia do pensamento conservador no continente. Vivia-se o auge do deus mercado e a obra tinha como alvo o pensamento de esquerda, o protecionismo econômico e a crença no Estado como agente da justiça social. Quinze anos e duas crises econômicas mundiais depois, vemos quem de fato era o perfeito idiota.
Mas, quem diria, apesar de derrotado pela história, o Manual continua sendo não só a única referência intelectual do conservadorismo latino-americano, como gerou filhos.
No Brasil, é aquele sujeito que se sente no direito de ir contra as idéias mais progressistas e civilizadas possíveis em nome de uma pretensa independência de opinião que, no fundo, disfarça sua real ideologia e as lacunas em sua formação.
Como de fato a obra de Álvaro e companhia marcou época, até como homenagem vamos chamá-los de “perfeitos imbecis politicamente incorretos”. Eles se dividem em três grupos:
1. O pensador imbecil politicamente incorreto: ataca líderes LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trânsgeneros) e defende homofóbicos sob o pretexto de salvaguardar a liberdade de expressão. Ataca a política de cotas baseado na idéia que propaga de que não existe racismo no Brasil. Além disso, ações afirmativas seriam “privilégios” que não condizem com uma sociedade em que há “oportunidades iguais para todos”. Defende as posições da Igreja Católica contra a legalização do aborto e ignora as denúncias de pedofilia entre o clero. Adora chamar socialistas de “anacrônicos” e os guerrilheiros que lutaram contra a ditadura de “terroristas”, mas apóia golpes de Estado “constitucionais”. Um torturado? “Apenas um idiota que se deixou apanhar.” Foge do debate de idéias como o diabo da cruz, optando por ridicularizar os adversários com apelidos tolos. Seu mote favorito é o combate à corrupção, mas os corruptos sempre estão do lado oposto ao seu.
Prega o voto nulo para ocultar seu direitismo atávico. Em vez de se ocupar em escrever livros elogiando os próprios ídolos, prefere a fórmula dos guias que detonam os ídolos alheios –os de esquerda, claro. Sua principal característica é confundir inteligência com escrever e falar corretamente o português.
2. O comediante imbecil politicamente incorreto: sua visão de humor é a do bullying. Para ele não existe o humor físico de um Charles Chaplin ou Buster Keaton, ou o humor nonsense do Monty Python: o único humor possível é o que ri do próximo. Por “próximo”, leia-se pobres, negros, feios, gays, desdentados, gordos, deficientes mentais, tudo em nome da “liberdade de fazer rir.” Prega que não há limites para o humor, mas é uma falácia. O limite para este tipo de comediante é o bolso: só é admoestado pelos empregadores quando incomoda quem tem dinheiro e pode processá-los. Não é à toa que seus personagens sempre estão no ônibus ou no metrô, nunca num 4X4. Ri do office-boy e da doméstica, jamais do patrão. Iguala a classe política por baixo e não tem nenhum respeito pelas instituições: o Congresso? “Melhor seria atear fogo”. Diz-se defensor da democracia, mas adora repetir a “piada” de que sente saudades da ditadura. Sua principal característica é não ser engraçado.
3. O cidadão imbecil politicamente incorreto: não se sabe se é a causa ou o resultados dos dois anteriores, mas é, sem dúvida, o que dá mais tristeza entre os três. Sua visão de mundo pode ser resumida na frase “primeiro eu”. Não lhe importa a desigualdade social desde que ele esteja bem. O pobre para o cidadão imbecil é, antes de tudo, um incompetente. Portanto, que mal haveria em rir dele? Com a mulher e o negro é a mesma coisa: quem ganha menos é porque não fez por merecer. Gordos e feios, então, era melhor que nem existissem. Considera normal contar piadas racistas, principalmente diante de “amigos” negros, e fazer gozação com os subordinados, porque, afinal, é tudo brincadeira. É radicalmente contra o bolsa-família porque estimula uma “preguiça” que, segundo ele, todo pobre (sobretudo se for nordestino) possui correndo em seu sangue. Também é contrário a qualquer tipo de ação afirmativa: se a pessoa não conseguiu chegar lá, problema dela, não é ele que tem de “pagar o prejuízo”. Sua principal característica é não possuir idéias além das que propagam os “pensadores” e os comediantes imbecis politicamente incorretos.
Cynara Menezes é jornalista. Atuou no extinto "Jornal da Bahia", em Salvador, onde morava. Em 1989, de Brasília, atuava para diversos órgãos da imprensa. Morou dois anos na Espanha e outros dez em São Paulo, quando colaborou para a "Folha de S. Paulo", "Estadão", "Veja" e para a revista
"VIP". Está de volta a Brasília há dois anos e meio, de onde escreve para a CartaCapital.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
DROGAS SINTÉTICAS E MERCADOS
Cudidado com o consumo de inibidores de apetite, rebites e pílulas para tudo (dormir,manter-se acordado, etc). Você pode estar alimentando, sem saber, uma dolorosa disputa de mercado.
As drogas sintéticas superaram a cocaína e a heroína e passaram a ocupar o segundo lugar na lista de droga mais consumidas no mundo, atrás apenas da maconha, anuncia a Organização as Nações Unidas contra as Drogas e o Crime (ONUDC) em seu relatório anual.
"O mercado das ATS evoluiu de uma indústria de fabricação doméstica em pequena escala para um mercado do tipo cocaína e heroína, com um nível mais forte de integração e com grupos do crime organizado envolvidos ao longo da cadeia de produção e de distribuição", explicou o diretor executivo da ONUDC, Yuri Fedotov.
O relatório ressalta que as ATS são fáceis de produzir e precisam de um investimento relativamente pequeno, com um grande rendimento, ao contrário das drogas a base de plantas, como a cocaína e os opiáceos.
Na Ásia sul-oriental, a região mais afetada pelas anfetaminas, o número de pílulas de ATS confiscadas passou de 32 milhões em 2008 a 93 milhões em 2009 e alcançou 133 milhões ano passado.
Na América Latina e África Ocidental foram registrados recentemente as primeiras descobertas de laboratórios de ATS.
O relatório também aponta a emergência de novos componentes sintéticos não regulados, imitando os efeitos das substâncias ilícitas e que escapam do controle das leis internacionais.
"Muito perigosas e, no entanto, ainda consideradas legais em muitos países, estas drogas são facilmente encontradas pela internet", afirma ONUDC.
As drogas sintéticas superaram a cocaína e a heroína e passaram a ocupar o segundo lugar na lista de droga mais consumidas no mundo, atrás apenas da maconha, anuncia a Organização as Nações Unidas contra as Drogas e o Crime (ONUDC) em seu relatório anual.
"O mercado das ATS evoluiu de uma indústria de fabricação doméstica em pequena escala para um mercado do tipo cocaína e heroína, com um nível mais forte de integração e com grupos do crime organizado envolvidos ao longo da cadeia de produção e de distribuição", explicou o diretor executivo da ONUDC, Yuri Fedotov.
O relatório ressalta que as ATS são fáceis de produzir e precisam de um investimento relativamente pequeno, com um grande rendimento, ao contrário das drogas a base de plantas, como a cocaína e os opiáceos.
Na Ásia sul-oriental, a região mais afetada pelas anfetaminas, o número de pílulas de ATS confiscadas passou de 32 milhões em 2008 a 93 milhões em 2009 e alcançou 133 milhões ano passado.
Na América Latina e África Ocidental foram registrados recentemente as primeiras descobertas de laboratórios de ATS.
O relatório também aponta a emergência de novos componentes sintéticos não regulados, imitando os efeitos das substâncias ilícitas e que escapam do controle das leis internacionais.
"Muito perigosas e, no entanto, ainda consideradas legais em muitos países, estas drogas são facilmente encontradas pela internet", afirma ONUDC.
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