Muammar Khadafi nasceu em uma família tradicional da região líbia, segundo consta, numa tenda no deserto, próximo a cidade de sufir.
Estudou na Europa, em colégio tradicional, se destacando em literatura e geografia.
Fez a academia militar na cidade que hoje simboliza à oposição ao seu regime, Benghazi, segunda maior da Líbia. Ocupa a patente de coronel.
Em 1969 participou do movimento que derrubou o primeiro e único rei da Líbia pós-colonização, Idris I. Em pouco tempo, assumiu a liderança do movimento, já vitorioso. Desta maneira, está no poder à 42 anos.
Quando surgiu no cenário internacional, causou preocupação no ocidente e esperança nos orientais.
Admirador do político nacionalista egipcio, Gamal Nasser, Kaddafi expôs suas idéias políticas no famoso "Livro Verde" que pretendia ser uma espécie de Livro Vermelho do líder chinês Mao Tse-tung.
Nesse livro propõem uma alternativa ao capitalismo, mesclando elementos do socialismo e do islamismo fundamentalista.
Declara ilegais as bebidas alcoólicas e os jogos de azar. Exige e obtém a retirada americana e inglesa de bases militares, expulsa as comunidades judaicas e aumenta decididamente a participação das mulheres na sociedade. Além disso, retira da Líbia todos os americanos vindos através da aliança entre Idris I e os EUA, fecha danceterias, bordéis e bares instalados pelos americanos, impondo a toda Líbia o respeito aos preceitos morais do islamismo.
Na década de 70 foi tão temido pelos Estados Unidos como Saddan Hussein até pouco tempo. Apoiou grupos extremistas anti-americanos e anti-israelenses. Segundo se acredita, teve, inclusive, ligações com os atentados de Munique, nos Jogos Olímpicos de 1972 e ao atentado que provocou à queda de um avião sobre a cidade de Lokerbie, na Escócia, causando mais de 200 mortes.
Em 1986 após uma explosão numa discoteca em Berlim, onde morreram cidadãos americanos, os Estados Unidos o denominaram de "Cachorro Louco" e bombardearam Trípoli e Benghazi, onde sua esposa e filha vieram a falecer, vítima desses bombardeios.
No final da década de 90, assumiu responsabilidades sobre a queda do avião em Lokerbie, entregando os terroristas aos tribunais da Escócia e pagando indenização à todas as famílias atingidas.
Em 2003, Khadafi anuncia afastamento dos grupos extremistas. Torna-se um aliado dos europeus e reatou com os americanos.
Atualmente a Líbia apresenta a melhor situação econômica entre os países do norte da África. Ocupa a 58ª posição no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) enquanto, o Brasil, por exemplo, ocupa a 68ª posição. O país recebe levas de imigrantes de outros países que buscam emprego, que falta em seus países de origem.
Entretanto, em 2011, Khadafi enfrenta uma revolta que teve início com representantes líbios na ONU seguida de tentativa de destituição do poder através de luta armada que parte de Benghazi. Após denúncias de estar bombardeando alvos civis, sofre uma intervenção militar, supostamente liderada pela ONU, mas, na verdade, capitaneada pelos Estados Unidos.
Foi criada por essas forças militares uma área de exclusão aérea, anulando o poder da Força Aérea do ditador.
Mas, apesar de todo apoio militar, os rebeldes não conseguiram levar ao povo, a revolta, dita popular. Prova disso que, os rebeldes não só não avançam sobre Trípoli, como recuam em determinadas regiões.
Restam os questionamentos:
- Quais os reais interesses no movimento rebelde? É memo popular? É italiano (a Itália importa 90% do petróleo líbio)? É francês? É norteamericano?
Na nossa enquete foi perguntado aos nossos visitantes se eram a favor da intervenção militar, contra ou sem opinião. O resultado final foi:
58% a favor
35% contra
7% sem opinião
A todos os que participaram, nossos agradecimentos.
Vamos acompanhar os acontecimentos, e, quem sabe, em breve tenhamos as respostas para nossos questionamentos.
Prof. Péricles
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