terça-feira, 20 de dezembro de 2016
TEMER E OS INCAUTOS
Por Mário Augusto Jakobskind
O presidente golpista Michel Temer a cada dia que passa se supera em matéria de enganação e discursos que objetivam atemorizar quem não reza por sua cartilha e impor goela adentro do povo medidas que se voltam contra a maioria do próprio povo. Para isso agora ele conta no Senado com a colaboração de Romero Jucá como o líder deste governo usurpador e ilegítimo.
Temer fala para o mercado e prevê que a economia vai melhorar e já tenta mostrar atualmente com indicadores nesse sentido.
Temer de alguma forma faz lembrar o atual presidente argentino Maurício Macri, que no início de sua gestão falava mais ou menos a mesma coisa que Temer neste momento. O que previa Macri não está ocorrendo, muito pelo contrário, e alguns analistas receiam que possa acontecer a mesma coisa que sucedeu com o presidente Fernando de La Rua, que depois de quebrar a Argentina teve de fugir de helicóptero da sede do governo para não ser apanhado pelo povo enfurecido.
Temer neste momento ainda conta com o apoio irrestrito da maior parte dos jornalões e telejornalões, que fazem questão de apresentá-lo como uma espécie de “salvador da pátria”. Mas só que o tempo corre e o Brasil não está se “recuperando” como prevê Temer e seus seguidores, entre os quais Romero Jucá, que tenta de tudo para aprovação da PEC 55, conhecida também como PEC da morte, inclusive afirmando o absurdo que se trata de uma medida “para salvar o Brasil”.
Como se não bastassem todos esses discursos para enganar incautos, Temer ainda por cima investe contra os jovens estudantes que ocupam escolas para manifestar sua indignação contra as medidas adotadas pelo governo golpista. Temer revela inclusive desconhecimento total sobre os estudantes ao afirmar que “nem sabem o que é uma PEC” ou algo do gênero.
Temer imagina que está lidando com o seu rebanho peemedebista que o apoia em todas as circunstâncias. O presidente se considera um predestinado que tem uma missão a cumprir. E pelo que se pode depreender de sua “ponte para o futuro”, que tenta enfiar goela adentro do povo brasileiro, o seu projeto visa fortalecer os ricos para os tornarem ainda mais ricos e os pobres ainda mais pobres.
Está cada dia mais cristalino o papel que Temer está cumprindo, por enquanto com o apoio do PSDB, o mesmo partido que na gestão de FHC fez o que fez para o Brasil e foi derrotado nas urnas quatro vezes seguidas. Mas como no voto não conseguiram executaram outra estratégia para tomar o poder, não se importando com a forma para alcançar o objetivo.
O tempo agora vai dizer ao povo o que acontecerá ao Brasil se o projeto Temer-PMDB/PSDB conseguir ir até o fim. O PSDB pressiona Temer para fazer tudo ainda mais rápido e já chega a ameaçar que se não o fizer poderá perder o cargo por alguém indicado numa eleição indireta, a partir de janeiro para cumprir o resto do mandato até 1 de janeiro de 2019.
E por incrível que pareça já se começa a especular alguns nomes, entre os quais, o de Fernando Henrique Cardoso, o preferido da família Clinton. Mas se Cardoso por acaso der para trás podem convocar outro do gênero, inclusive já se cogitando o nome de Nelson Jobim, a figura patética que quando ocupava o cargo de Ministro da Defesa aparecida em público com a fantasia da farda militar.
Mesmo sendo do PMDB, Jobim em tempo algum se recusou a fazer sempre o jogo do PSDB. Por isso é um dos nomes já surgidos para seguir com rapidez a entrega do país às multinacionais, no mesmo diapasão feito por FHC nos anos 90 em suas duas gestões.
Mário Augusto Jakobskind, jornalista e escritor. Seus livros mais recentes: Líbia – Barrados na Fronteira; Cuba, Apesar do Bloqueio e Parla , lançados no Rio de Janeiro.
domingo, 18 de dezembro de 2016
A BANALIZAÇÃO DA MENTIRA
Leiam o que tem a dizer o deputado Jean Wyllis sobre a absurda campanha fascista no Congresso que tenta atingir seu mandato...
por Jean Wyllys
Eu poderia falar, como a Universidade de Oxford o fez, em "pós-verdade", conceito interessante quando se trata de política nas redes sociais. Contudo, para ser direto, prefiro falar de mentira. Porque disso se trata.
A família Bolsonaro usou, outra vez mais, uma mentira para me difamar; e seus aliados – o deputado Alberto Fraga e o ex-corregedor da Câmara, Carlos Manato, também aliados do agora preso Eduardo Cunha – a apresentaram como "prova" para representar contra mim no Conselho de Ética, pedindo a cassação ou suspensão do meu mandato.
Porém, dessa vez, a Polícia Civil desmascarou, por meio de perícia incontestável, a mentira.
Vou explicar brevemente a que mentira me refiro.
No dia da votação do impeachment da presidenta eleita, quando chegou a minha vez de votar, os deputados favoráveis ao golpe contra Dilma Rousseff (entre eles, os Bolsonaro) começaram a me vaiar e insultar com injúrias homofóbicas que ninguém merece ouvir, mas que eu, por ser homossexual assumido, estou acostumado a ouvir desde criança.
Ao longo dos últimos seis anos, ouvi os insultos homofóbicos de Bolsonaro dia após dia nos corredores, nas comissões e no plenário da Câmara dos Deputados, e nunca devolvi os insultos e nem agi com violência; jamais havia perdido a compostura por causa disso.
Naquele dia, porém, em meio à jornada mais tensa que vivi no parlamento desde que estou deputado, depois de ter ouvido Bolsonaro, minutos antes, homenagear o torturador Brilhante Ustra, as injúrias homofóbicas contra mim acabaram com a minha paciência e, numa reação humana, provocada pela indignação, cuspi em direção a ele.
Não neguei depois, como o fez o filho dele, que também me cuspiu, mas, depois, gravou um vídeo em que afirma jamais ter cuspido em alguém – porque não sabia que seu cuspe fora filmado. Eu não minto, eu sempre falo a verdade.
Se alguém tivesse me perguntado, uma semana antes, se eu seria capaz de cuspir em alguém, eu teria respondido que não. E não estaria mentindo. Não é assim que eu ajo; diferentemente do deputado Bolsonaro, que, além de mentir, já deu um soco no senador Randolfe; empurrou a deputada Maria do Rosário e disse que só não a estupraria porque, segundo ele, "é feia"; agrediu a senadora Marinor Brito; insultou uma jornalista do SBT durante uma entrevista; gritou para um grupo de jovens, numa audiência pública na Câmara, expressões como “teu pai está dando o cu e você gosta de dar o cu também”.
Eu poderia falar, como a Universidade de Oxford o fez, em "pós-verdade", conceito interessante quando se trata de política nas redes sociais. Contudo, para ser direto, prefiro falar de mentira. Porque disso se trata.
A família Bolsonaro usou, outra vez mais, uma mentira para me difamar; e seus aliados – o deputado Alberto Fraga e o ex-corregedor da Câmara, Carlos Manato, também aliados do agora preso Eduardo Cunha – a apresentaram como "prova" para representar contra mim no Conselho de Ética, pedindo a cassação ou suspensão do meu mandato.
Porém, dessa vez, a Polícia Civil desmascarou, por meio de perícia incontestável, a mentira.
Vou explicar brevemente a que mentira me refiro.
No dia da votação do impeachment da presidenta eleita, quando chegou a minha vez de votar, os deputados favoráveis ao golpe contra Dilma Rousseff (entre eles, os Bolsonaro) começaram a me vaiar e insultar com injúrias homofóbicas que ninguém merece ouvir, mas que eu, por ser homossexual assumido, estou acostumado a ouvir desde criança.
Ao longo dos últimos seis anos, ouvi os insultos homofóbicos de Bolsonaro dia após dia nos corredores, nas comissões e no plenário da Câmara dos Deputados, e nunca devolvi os insultos e nem agi com violência; jamais havia perdido a compostura por causa disso.
Naquele dia, porém, em meio à jornada mais tensa que vivi no parlamento desde que estou deputado, depois de ter ouvido Bolsonaro, minutos antes, homenagear o torturador Brilhante Ustra, as injúrias homofóbicas contra mim acabaram com a minha paciência e, numa reação humana, provocada pela indignação, cuspi em direção a ele.
Não neguei depois, como o fez o filho dele, que também me cuspiu, mas, depois, gravou um vídeo em que afirma jamais ter cuspido em alguém – porque não sabia que seu cuspe fora filmado. Eu não minto, eu sempre falo a verdade.
Se alguém tivesse me perguntado, uma semana antes, se eu seria capaz de cuspir em alguém, eu teria respondido que não. E não estaria mentindo. Não é assim que eu ajo; diferentemente do deputado Bolsonaro, que, além de mentir, já deu um soco no senador Randolfe; empurrou a deputada Maria do Rosário e disse que só não a estupraria porque, segundo ele, "é feia"; agrediu a senadora Marinor Brito; insultou uma jornalista do SBT durante uma entrevista; gritou para um grupo de jovens, numa audiência pública na Câmara, expressões como “teu pai está dando o cu e você gosta de dar o cu também”.
Quase todos os dias recebo ameaças de morte vindas de seguidores desse deputado.
Diferentemente dessas pessoas e de seu mentor, a quem chamam de "Bolsomito", eu sou uma pessoa que faz política com conhecimentos, argumentos e ideias. Jamais agredi fisicamente outras pessoas (agredi verbalmente apenas como reação) e nunca me envolvi em brigas corporais. Porém, por ser humano, minha paciência tem limites. E, naquele dia, pela primeira vez, eu reagi. Espero que seja a última, porque espero que essa situação nunca mais se repita.
Foi isso que eu disse ao deputado Chico Alencar quando ele me perguntou o que tinha acontecido: "Eu cuspi na cara do Bolsonaro, Chico". A conversa foi filmada de longe, não dá para ouvir, mas a leitura labial permite entender. Eduardo Bolsonaro publicou uma versão deturpada desse vídeo com a legenda: "Eu vou cuspir", sugerindo que eu tinha premeditado o cuspe.
O vídeo deturpado foi apresentado pelo deputado Fraga e pelo ex-corregedor Manato como "prova" contra mim. O presidente da Casa, Rodrigo Maia, em que pese ser meu adversário político, foi honesto e republicano e quis arquivar a representação, mas Manato e os aliados de Cunha na mesa diretora derrotaram Maia numa votação e enviaram o caso com o vídeo falso para o Conselho de Ética.
Chico foi chamado para depor e disse que o vídeo era uma fraude. Eu fui chamado para depor e disse que o vídeo era uma fraude. Mas Jair Bolsonaro, o pai do falsificador, afirmou em seu depoimento que o vídeo era autêntico. Mentiu.
Agora, a Polícia Civil entregou ao Conselho de Ética uma perícia que prova sem sombra de dúvidas que o vídeo foi deturpado e que, na verdade, ele foi filmado depois da cusparada e a minha fala, exatamente como eu disse, foi: "Eu cuspi". Ficou provado que foi forjado um vídeo falso para me difamar para usá-lo contra mim no Conselho de Ética.
O que me assusta é a naturalidade com que convivemos com a mentira no parlamento e na política. Como se fosse normal. Agora que a Polícia Civil provou que o vídeo é falso, eu espero que o Conselho de Ética arquive essa absurda representação contra mim, mas, mesmo assim, quem me devolve o tempo perdido, a difamação sofrida, os danos, o sofrimento?
Outros homossexuais destacados em diferentes épocas foram vítimas desse expediente. Mentiras foram fabricadas contra eles para assassinar suas reputações, ou até para assassinar eles mesmos. Oscar Wilde, Alan Turing, Harvey Milk, Ângela Davis.
Não pretendo me comparar a eles, embora eles tenham sido inspiradores para mim no que diz respeito a lutar contra a opressão e pela justiça. Não pretendo ser nem ser visto como herói. Busco em meu cotidiano mostrar que sou um homem de hábitos comuns, ando nas ruas, vou ao supermercado, bares, frequento lugares de sociabilidade gay, como saunas e clubes, justamente para não criar em torno de mim uma área mítica.
Contudo, sou muito determinado em dar um sentido positivo à minha existência, em fazer, desta, um meio de defender a liberdade, a igualdade de oportunidade, a diversidade e a justiça.
Diferentemente dessas pessoas e de seu mentor, a quem chamam de "Bolsomito", eu sou uma pessoa que faz política com conhecimentos, argumentos e ideias. Jamais agredi fisicamente outras pessoas (agredi verbalmente apenas como reação) e nunca me envolvi em brigas corporais. Porém, por ser humano, minha paciência tem limites. E, naquele dia, pela primeira vez, eu reagi. Espero que seja a última, porque espero que essa situação nunca mais se repita.
Foi isso que eu disse ao deputado Chico Alencar quando ele me perguntou o que tinha acontecido: "Eu cuspi na cara do Bolsonaro, Chico". A conversa foi filmada de longe, não dá para ouvir, mas a leitura labial permite entender. Eduardo Bolsonaro publicou uma versão deturpada desse vídeo com a legenda: "Eu vou cuspir", sugerindo que eu tinha premeditado o cuspe.
O vídeo deturpado foi apresentado pelo deputado Fraga e pelo ex-corregedor Manato como "prova" contra mim. O presidente da Casa, Rodrigo Maia, em que pese ser meu adversário político, foi honesto e republicano e quis arquivar a representação, mas Manato e os aliados de Cunha na mesa diretora derrotaram Maia numa votação e enviaram o caso com o vídeo falso para o Conselho de Ética.
Chico foi chamado para depor e disse que o vídeo era uma fraude. Eu fui chamado para depor e disse que o vídeo era uma fraude. Mas Jair Bolsonaro, o pai do falsificador, afirmou em seu depoimento que o vídeo era autêntico. Mentiu.
Agora, a Polícia Civil entregou ao Conselho de Ética uma perícia que prova sem sombra de dúvidas que o vídeo foi deturpado e que, na verdade, ele foi filmado depois da cusparada e a minha fala, exatamente como eu disse, foi: "Eu cuspi". Ficou provado que foi forjado um vídeo falso para me difamar para usá-lo contra mim no Conselho de Ética.
O que me assusta é a naturalidade com que convivemos com a mentira no parlamento e na política. Como se fosse normal. Agora que a Polícia Civil provou que o vídeo é falso, eu espero que o Conselho de Ética arquive essa absurda representação contra mim, mas, mesmo assim, quem me devolve o tempo perdido, a difamação sofrida, os danos, o sofrimento?
Outros homossexuais destacados em diferentes épocas foram vítimas desse expediente. Mentiras foram fabricadas contra eles para assassinar suas reputações, ou até para assassinar eles mesmos. Oscar Wilde, Alan Turing, Harvey Milk, Ângela Davis.
Não pretendo me comparar a eles, embora eles tenham sido inspiradores para mim no que diz respeito a lutar contra a opressão e pela justiça. Não pretendo ser nem ser visto como herói. Busco em meu cotidiano mostrar que sou um homem de hábitos comuns, ando nas ruas, vou ao supermercado, bares, frequento lugares de sociabilidade gay, como saunas e clubes, justamente para não criar em torno de mim uma área mítica.
Contudo, sou muito determinado em dar um sentido positivo à minha existência, em fazer, desta, um meio de defender a liberdade, a igualdade de oportunidade, a diversidade e a justiça.
sábado, 17 de dezembro de 2016
AFINAL, O QUE É O AUTISMO?
Por Gladstone Barbosa Alves
Autismo é uma diferença neurológica. Pessoas autistas podem apresentar comportamentos “atípicos” em três áreas e formas distintas: interação social, comunicação e interesses restritos ou comportamentos repetitivos.
Autistas se diferenciam de não autistas na maneira como experimentam o mundo e na maneira como aprendem e se desenvolvem a partir dessas experiências. Assim, o autismo pode resultar em diferenças mensuráveis na percepção, atenção, memória, inteligência, etc.
O desenvolvimento de uma criança autista difere do que é considerado padrão para não autistas.
O autismo também pode resultar na presença de habilidades pouco frequentes na população em geral. No entanto, o padrão de habilidades especiais e dificuldades que é característico do indivíduo autista pode conduzí-lo a diversos problemas, uma vez que suas necessidades e comportamentos atípicos distinguem-se do que a sociedade considera “normal” ou esperado.
O autismo não é uma doença, nem pode ser reduzido a um conjunto de comportamentos.
O autismo não é uma doença, nem pode ser reduzido a um conjunto de comportamentos.
A organização neurológica e o perfil cognitivo de um autista não é mais nem menos válido do que a organização neurológica e perfil cognitivo de um não autista. De fato, ambos são capazes de se desenvolver, aprender e alcançar objetivos, embora possivelmente o farão de formas distintas e recorrendo a tipos diferentes de auxílio ao longo do caminho.
Comparado a não autistas, um autista pode apresentar maior avanço ou facilidades em algumas áreas e maior atraso ou dificuldades em outras. Por exemplo, um não autista pode precisar de um nível significativo de apoio para desenvolver habilidades ou absorver conteúdos com os quais um autista encontra grande facilidade, e ter facilidade com conteúdos que o autista terá dificuldade para absorver.
Quando um indivíduo não autista consegue se desenvolver, com base na oferta dos recursos apropriados às suas necessidades típicas, nós não dizemos (para descrever a ele e à sua situação) que “o tratamento foi um sucesso” ou que ele se “recuperou” ou ainda que o seu não-autismo tornou-se “menos severo”. Do mesmo modo, ao descrever o desenvolvimento de um autista, devemos evitar o uso de expressões que sejam desinformadoras e prejudiciais a esse indivíduo.
Autistas são conscientes do que ocorre em seus entornos, ainda que nem sempre sejam capazes de demonstrar ou responder de forma típica.
Comparado a não autistas, um autista pode apresentar maior avanço ou facilidades em algumas áreas e maior atraso ou dificuldades em outras. Por exemplo, um não autista pode precisar de um nível significativo de apoio para desenvolver habilidades ou absorver conteúdos com os quais um autista encontra grande facilidade, e ter facilidade com conteúdos que o autista terá dificuldade para absorver.
Quando um indivíduo não autista consegue se desenvolver, com base na oferta dos recursos apropriados às suas necessidades típicas, nós não dizemos (para descrever a ele e à sua situação) que “o tratamento foi um sucesso” ou que ele se “recuperou” ou ainda que o seu não-autismo tornou-se “menos severo”. Do mesmo modo, ao descrever o desenvolvimento de um autista, devemos evitar o uso de expressões que sejam desinformadoras e prejudiciais a esse indivíduo.
Autistas são conscientes do que ocorre em seus entornos, ainda que nem sempre sejam capazes de demonstrar ou responder de forma típica.
Em certas situações, o indivíduo pode até mesmo não conseguir, em absoluto, comunicar o que está sentindo ou pensando. No entanto, isso não reflete incapacidade ou indisposição para se comunicar.
Autistas querem se comunicar e podem fazer isso sempre que forem oferecidos contextos nos quais essa comunicação é de fato possível e existe disposição dos interlocutores para reagir a ela (assim como em qualquer outra situação, comunicação com um autista não é um monólogo de um ou de outro). Isso não difere das necessidades típicas de não autistas, exceto pelo fato de que a esses são oferecidos os contextos adequados em frequência muito maior.
Autistas tendem a ser distinguidos entre si de acordo com a “intensidade” aparente com que suas características se apresentam. No entanto, é importante notar como essas apresentações podem variar, para um mesmo indivíduo, às vezes ao longo de curtos períodos de tempo, influenciadas pelos diferentes contextos a que o autista é submetido ao longo de um dia, semana ou mês.
A intensidade com que uma característica autística se evidencia em uma criança não está relacionada à sua inteligência ou às suas potenciais realizações como pessoa adulta. No entanto, o preconceito que a sociedade direciona à essas características pode fazer com que indivíduos em que essas características são mais evidentes sejam (incorretamente) considerados incapazes de aprender, se comunicar e de tomar decisões sobre suas próprias vidas.
Gladstone Barbosa Alves, mestre em Engenharia Elétrica pela UFMG, é pai de um casal de crianças autistas e ele mesmo diagnosticado com autismo. É vice-presidente do Instituto Superação, uma organização sem fins lucrativos baseada em Belo Horizonte que trabalha com a promoção de políticas públicas voltados para indivíduos autistas.
Autistas querem se comunicar e podem fazer isso sempre que forem oferecidos contextos nos quais essa comunicação é de fato possível e existe disposição dos interlocutores para reagir a ela (assim como em qualquer outra situação, comunicação com um autista não é um monólogo de um ou de outro). Isso não difere das necessidades típicas de não autistas, exceto pelo fato de que a esses são oferecidos os contextos adequados em frequência muito maior.
Autistas tendem a ser distinguidos entre si de acordo com a “intensidade” aparente com que suas características se apresentam. No entanto, é importante notar como essas apresentações podem variar, para um mesmo indivíduo, às vezes ao longo de curtos períodos de tempo, influenciadas pelos diferentes contextos a que o autista é submetido ao longo de um dia, semana ou mês.
A intensidade com que uma característica autística se evidencia em uma criança não está relacionada à sua inteligência ou às suas potenciais realizações como pessoa adulta. No entanto, o preconceito que a sociedade direciona à essas características pode fazer com que indivíduos em que essas características são mais evidentes sejam (incorretamente) considerados incapazes de aprender, se comunicar e de tomar decisões sobre suas próprias vidas.
Gladstone Barbosa Alves, mestre em Engenharia Elétrica pela UFMG, é pai de um casal de crianças autistas e ele mesmo diagnosticado com autismo. É vice-presidente do Instituto Superação, uma organização sem fins lucrativos baseada em Belo Horizonte que trabalha com a promoção de políticas públicas voltados para indivíduos autistas.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
OS DEUSES AINDA VIVEM
A mitologia não é uma coleção de obras ficcionais, por mais bela que pareça.
A mitologia fala do próprio homem, enquanto espécie capaz de refletir sobre si mesmo e sobre o mundo que o cerca.
Quando os gregos narravam as aventuras de seus deuses e heróis, interpretavam ao próprio homem, sua história, seus medos, afetos, características.
Quem de nós não tem um pouco dos ciúmes de Hera? Ou dos desejos de Afrodite e mesmo, da ambição pelo poder de Zeus?
Quem de nós já não pretendeu entender a aparente insignificância da vida e o que vem depois da morte? Ou por que o amor sorri para alguns mas nega seu sorriso para outros?
Os deuses gregos, seus heróis, semideuses, ninfas, sereias e criaturas imaginárias de mil cabeças, mil amores, nada mais são do que a própria representação do homem, seus medos e esperanças.
Por isso, passada a perplexidade do primeiro contato e o riso irônico dos mais apressados, a mitologia clássica nos traz uma profunda admiração por sua forma de entender o mundo numa época em que a tecnologia apenas engatinhava no uso da metalurgia, a comunicação se dava na velocidade dos passos e o comércio não ia além dos espaços mais próximos.
Para os gregos o homem era a síntese do que havia de mais extraordinário e brilhante. O homem é deus pois os deuses são homens, em suas qualidades e defeitos.
Na dinâmica histórica, a mitologia clássica foi substituída por outras mitologias.
Só que, enquanto a mitologia clássica buscava entender a humanidade e sua essência principalmente em seus desejos de liberdade e de expressão, as demais mitologias que vieram substitui-la buscaram dominar esses desejos e justificar essa dominação e o predomínio de alguns homens sobre os demais homens, não na relação do merecimento pela bravura, mas, pela dominação econômica a partir da hegemonia dos privilegiados sobre as massas.
A mitologia judaico-cristã trouxe o mito do pecado, consequentemente do castigo (o inferno) e da eleição aos céus daqueles que fossem mais obedientes a um Deus único, que na verdade só era compreendido pela classe sacerdotal (a Igreja) e que, maleável nos Concílios que criaram o cristianismo e elegeu evangelhos aboliu a rebeldia privilegiando a vontade dos poderosos.
Um homem criativo, livre e capaz representado na mitologia clássica foi rotulado de pecador e restrito à mitologia pagã, execrada e destruída pelos novos mitos do Papa e sua hierarquia de bispos e anjos, e de um governo aliado a ela.
Já a mitologia da Revolução industrial, manteve o mito do homem perverso e danado que deve ser salvo pela obediência, e acrescentou o mito do trabalho como única forma de dignificar sua caminhada até o céu e a aceitação da miséria da maioria e da propriedade privada de alguns como qualidades inerentes aos eleitos.
A flauta de Pã foi substituída pelo apito da fábrica e a arte natural do ser humano transformada em mais uma mercadoria a ser embalada e vendida conforme são todos os outros valores também transformados em mercadoria.
Nesse sentido vivenciamos tempos de sub-mitologias em que, muito mais do que criações temos substituições. Tempos em que, por exemplo, o Oráculo de Delfos foi substituído pelas verdades televisivas, incontestáveis a um grande número de pessoas que repassaram à mídia o exercício tão estimulado pelos gregos de... pensar.
A mitologia moderna supervaloriza o poder tecnológico e da rapidez da informação, a competitividade entre os seres e o mito do homem realizado a partir das aquisições materiais que provém seu conforto e seu supérfluo.
É o mito do homem bem-sucedido e vitorioso, num mundo tão fictício como o dos titãs, em que todos teriam as mesmas condições de serem bem-sucedidos e vitoriosos, bastando para isso o talento do trabalho.
Porém, apesar dessas “virtudes” predominarem no imaginário do homem moderno, os valores preconizados pela mitologia clássica não foram totalmente destruídos, ao contrário, persistem vivendo em algum lugar da sua psique.
Paulatinamente o homem moderno foi descobrindo que a mitologia do consumo não o faz mais feliz, nem mais livre ou sonhador. A mitologia do consumo, na verdade, o faz mais obeso, deprimido, solitário e mentiroso para consigo mesmo.
O homem moderno sonha em se dar bem, mas algo nele ainda sonha em ser feliz e suspeita que a felicidade e se dar bem não sejam exatamente a mesma coisa e a mitologia clássica, sua ninfas, deuses e heróis ainda pulsa em algum lugar de sua alma.
Assim é que, apesar do desamor dos mitos atuais e da entrega de seu destino ao poder do supérfluo ainda existe dentro de cada um o desejo de ser livre, de ser criativo e de criar a própria arte, como um sopro da flauta de Pã.
Talvez fosse esse o destino histórico das ideias socializantes do marxismo e humanizantes do anarquismo, que se apresentaram como oposição ao individualismo do capital, mas foram abortadas pelo poder tacanho da cobiça humana de déspotas como Stalin, Hitler e presidentes Iankes.
Mas Zeus, Dionísio, Afrodite e todos os deuses e criaturas mitológicas ainda estão lá, dentro de cada um de nós, pois eles não morrem, simplesmente porque os mitos somos nós.
E isso, talvez seja apenas o que nos reste de esperança num mundo melhor e num homem verdadeiramente feliz, numa sociedade mais justa.
Em algum lugar do nosso tempo, que não se mede nas horas, Afrodite ainda seduz, Apolo fascina, Dionísio embriaga e Posseidon repousa seu olhar sobre a imensidão dos oceanos.
Prof. Péricles
terça-feira, 13 de dezembro de 2016
POR UM DÓLAR FURADO
Por Mauro Santayana
No final da década de 1980, embarcando em um vôo da Lufthansa - não havia lugar nos aviões da Varig naquele dia - do Rio de Janeiro para a Alemanha, tive o dissabor de ser revistado, no tubo que levava à aeronave (tecnicamente já território alemão, assim como o próprio avião) por policiais germânicos, que examinavam criteriosa e ostensivamente os passageiros brasileiros ou latino-americanos, e deixavam passar os outros, principalmente quando se tratava de europeus ou de pessoas de sua própria nacionalidade.
Indignado com a cara de pau dos sujeitos, e, principalmente com a do governo da Alemanha Ocidental, desembarquei em Frankfurt e telefonei imediatamente para o então Ministro da Justiça, Fernando Lyra, a quem conhecia, e com quem convivia, desde a luta pela redemocratização, a quem sugeri que fizéssemos o mesmo, colocando uma equipe de agentes da Polícia Federal revistando os passageiros que embarcassem no Rio e em São Paulo em aviões da Varig com destino à Alemanha, e que o fizessem apenas com os alemães, deixando passar, incólumes, os brasileiros e os de outras nacionalidades.
Em menos de uma semana, quando voltei ao Brasil, os corpulentos gringos haviam desaparecido, com certeza chamados de volta a seu país, o que nos deu direito de fazer o mesmo, dispensando a equipe da Polícia Federal de continuar revistando os passageiros alemães dos aviões da Varig.
A sutileza, na diplomacia, às vezes dispensa a papelada e os comunicados oficiais. Tivemos a oportunidade de lembrar a eles, nesse episódio, dois velhos ditados que os alemães atribuem à sua própria lavra: "das billige ist immer das teuerste", a de que o barato acaba saindo sempre mais caro, e "taten sagen mehr als worte", o de que as ações valem mais que as palavras.
Esta longa introdução vem ao caso, a propósito da absurda, para não dizer, imbecil, retomada da decisão de se isentar, unilateralmente, de vistos, países ditos "desenvolvidos", na sequência da também estúpida isenção “temporária” - que já sabíamos que não seria temporária - desses vistos por ocasião da Olimpíada de 2016, pelo governo Dilma - contra a qual nos posicionamos à época - sem a exigência de reciprocidade.
Em reunião no Palácio do Planalto, com a presença de quatro ministérios, o governo atual já teria aprovado a prorrogação da medida, com a isenção de vistos para australianos, japoneses, canadenses e, claro, norte-americanos; e, burramente - em uma decisão que não esconde o patético viés ideológico - resolvido deixar de fora a China por causa do "risco migratório", embora nossas fronteiras sejam uma peneira por onde entra e sai, a seu bel prazer, gente do mundo inteiro, especialmente chineses que podem ser vistos em qualquer esquina, dos caixas dos restaurantes de quilo aos shoppings populares de artigos contrabandeados.
Assim, continuaremos com os imigrantes, que na maioria são gente honrada e trabalhadora, mas que não gastam à tripa forra, e deixaremos de receber os riquíssimos turistas chineses, que, além de deter quase a metade das reservas internacionais do mundo, gastaram, no exterior, no ano passado, mais que os turistas norte-americanos, japoneses, australianos e canadenses, somados.
Vê-se bem que os ministros que aprovaram a medida nunca tiveram as filhas adolescentes - nesse caso, brancas e de classe média, o que não pode atribuir ao racismo esse problema - barradas em aeroportos norte-americanos e enviadas para abrigos, como ocorreu recentemente com Anna Stéfane Radeck, de 16 anos, ou com Liliana Matte, de 17, que ficaram dias presas no aeroporto de Miami, embora estivessem ambas com autorização de viagem dos pais e todos os documentos necessários.
Ou, quem sabe, nunca ouviram falar do adolescente Roger Thomé Trindade, de 15 anos, morto por espancamento, em um parque de Miami, também há poucos dias, por um grupo de adolescentes norte-americanos, aparentemente pelo simples fato de ser brasileiro.
Ou do jovem Roberto Curti, assassinado pela polícia australiana, com sucessivos tiros de taser, em 2012.
Ou da senhora Dionísia Rosa da Silva, de 77 anos, barrada no aeroporto de Barajas, na Espanha, e mantida detida em suas instalações durante dias, porque não tinha uma "carta de apresentação" embora estivesse em companhia da neta, residente naquele país, que foi um dos quase 3.000 compatriotas impedidos de entrar na Espanha, também em 2012, número que quase foi alcançado no ano passado.
Ou do compositor e músico Guinga, um dos maiores violonistas brasileiros, que perdeu dois dentes em Madrid, também no aeroporto de Barajas, ao ser agredido por um policial da imigração espanhola.
Qual seria a opinião desses cidadãos, ou dessas famílias, caso fossem consultadas, sobre a concessão unilateral de vistos, pelo Brasil, sem nenhuma espécie de reciprocidade, para estrangeiros?
O Ministro do Turismo pode alegar que a Espanha não será beneficiada pela medida, já que não se exige visto de espanhóis, por reciprocidade, assim como de outros países da União Europeia.
Mas com que moral poderemos responder à altura, exigindo de turistas espanhóis, também com base no princípio da reciprocidade, os mesmos documentos e as mesmas regras que a Espanha e outros países exigem dos nossos cidadãos, como a comprovação de dinheiro, carta de apresentação e reserva antecipada de hotéis, se, no caso dos Estados Unidos e de países satélites anglo-saxões, como a Austrália, será permitida a entrada em nossas fronteiras sem que nos permitam fazer o mesmo nas suas como se eles estivessem entrando e saindo de sua própria casa, sem nos dar nenhum respeito ou satisfação?
O que vamos fazer quando um piloto de avião comercial dos EUA, como ocorreu com um comandante da American Airlines em 2004, levantar o dedo em riste, ao segurar seu número de identificação, para agentes da Polícia Federal, na hora de tirar uma foto obrigatória, em reciprocidade a exigências semelhantes a cidadãos brasileiros em aeroportos dos EUA?
Abaixar as calças e mostrar o traseiro, para "insultar", segundo os curiosos hábitos norteamericanos, quem estiver nos ofendendo?
Mesmo que fôssemos o país mais miserável do mundo, e estivéssemos devendo bilhões aos Estados Unidos - quando o que ocorre é exatamente o contrário - se trataria de inaceitável abdicação da soberania nacional, em troca de algumas centenas de milhares de dólares a mais no faturamento do mercado turístico, em um mundo em que países como a China, a Rússia, e a Índia, nossos sócios no BRICS, defendem com unha e dentes, de forma altaneira e independente, as suas posições, no campo econômico e no geopolítico, sendo impensável que adotassem semelhante medida no trato com o Japão ou com os Estados Unidos.
O sr. Michel Temer precisa tomar cuidado para não passar à história como uma espécie de Carlos Menem, outro presidente latino-americano descendente de árabes, que perdeu todo o senso de ridículo no afã de se submeter, pública e despudoradamente, aos Estados Unidos.
No seu governo, ficou famosa a frase de seu Ministro das Relações Exteriores, Guido di Tella, que - para histórica vergonha da terra de Rosas, de Guevara e de Perón - disse que a Argentina estava a ponto de estabelecer "relações carnais" com os Estados Unidos, sem que ninguém precisasse recorrer ao Kama-Sutra para adivinhar em que posição estava aceitando, entusiasticamente, se colocar, naquela ocasião, o país andino.
Até mesmo nos governos militares, radicalmente anti-comunistas, o Brasil sempre procurou preservar um mínimo de dignidade e de autonomia no seu relacionamento com nosso vizinho do norte do hemisfério, estabelecendo a política do "pragmatismo responsável" e desafiando com firmeza, sempre que necessário, a vontade de Washington.
Não foi outro o caso, por exemplo, do reconhecimento do governo marxista de Angola, do MPLA; da aproximação com os países árabes, principalmente o Iraque de Saddam Hussein; e da assinatura do tratado nuclear com a Alemanha.
Decidida pelo governo, a medida depende, agora, da aprovação de mudanças no Estatuto do Estrangeiro, que terão que ser feitas pelo Congresso, que deverá, se houver dignidade e hombridade suficientes, votar pela sua rejeição, com a ajuda de órgãos conhecidos pelo seu patriotismo, como a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.
Um pouco menos de pressa na abjeta reverência aos gringos e um mínimo de dignidade e de vergonha na cara, são como uma boa canja de galinha ou uma suculenta sopa de rabo de canguru, que pode ser encontrada em certos restaurantes de Melbourne, nunca fizeram mal a ninguém, principalmente quando se trata, aos olhos do mundo, de nossas relações com outras nações.
domingo, 11 de dezembro de 2016
OS DEZ MANDAMENTOS DOS COXINHAS
Então, depois de lançar as pragas contra os programas sociais e os governos populares, o Golpista, ao som de batidas de panela, viajou até sua Canaã (Estados Unidos) e ao retornar trazia as sagradas tábuas da Lei que divulgou a seu povo.
1º “Não terás outros deuses diante do Patinho de Borracha e outros líderes além do Grande Juiz imparcial que sorri ao lado de delatados. ”
2º “Não farás para ti imagem diferente daquela divulgada pela Veja ou Isto É. Não te encurvarás diante da verdade se ela não estiver de acordo com a ideia de que a culpa é do PT”.
3º “Não tomarás o nome da Globo em vão; porque a Globo não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão. ”
4º “Lembra-te do dia do domingo, para o santificar. É quando verás o Faustão e o Fantástico para saber o que deve ser dito a partir da segunda-feira. ”
5º “Honra a teu patrão e os senhores da Casa Grande, para que se prolonguem os teus dias na senzala. ”
6º “Não matarás os posts mentirosos divulgados na rede. Eles devem crescer e se multiplicar. ”
7º “Não adulterarás de forma que seja descoberto. Somos representantes da moral e essas coisas só se admite se for bem escondidinho”
8º “Não furtarás de outros fiéis que não seja da tua Igreja pois todos devem ter sua reserva de mercado. ”
9º “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo se for coxinha, mas, se te convocarem a testemunhar contra a esquerda, a verdade não vem ao caso”.
10º “Não cobiçarás a casa do teu próximo que mora em Miami. Cada filho do senhor tem seu espaço e o teu é de capacho. Quem almeja igualdade com seu senhor é comunista e será maldito. ”
E assim, o povo coxinha seguiu sua peregrinação na história conforme os santos desígnios do STF, da mídia golpista e da nova Gestapo.
Amém.
Prof. Péricles
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