Não se preocupe comandante, estaremos contigo como sempre estivemos.
E não somos poucos. Somos milhões e milhões.
Estamos juntos, como sempre tivemos antes.
Quando você nasceu, comandante, em agosto de 1926, nós estávamos lá, mas você só percebeu realmente, a nossa presença, quando estudante, quando voltou seu olhar muito além dos livros, para enxergar seu povo sofrido e humilhado com os olhos marejados de liberdade.
Estávamos ao seu lado quando convidou os primeiros companheiros para a luta. E quando convidou os últimos também.
Quando atacou o Quartel de Moncada em julho de 1953, comandante, num ato estrategicamente falho, mas pleno de amor à causa da liberdade, estávamos lá, ombro a ombro, também fomos feridos e fomos juntos para o cárcere miserável da prisão militar.
Assistimos à execução sumária de muitos revolucionários e ao seu julgamento, comandante, de cabeça erguida diante da arrogância dos poderosos.
Não conseguimos conter a emoção quando ao se defender afirmou diante dos juízes “a história me absolverá”.
Fomos juntos ao exílio e ao encontro de outros gladiadores.
Estivemos juntos no olhar de Ernesto, de Raul, de Camilo e no olhar de todos aqueles que se alistaram ao esforço quase suicida de voltar à Ilha e enfrentar um exército bem treinado e armado pelos Estados Unidos.
Estávamos na mesma fileira, nas matas de Sierra Maestra, em cada disparo e grito de dor.
Também passamos fome e tivemos medo.
Mesmo opacos, estávamos também nos porões da ditadura de Batista, onde tantos combatentes heroicos capturados, foram mortos sob tortura, mas, pode ter certeza, ainda os acalentamos em seus últimos suspiros.
Sim comandante, entramos triunfantes em Havana naquele janeiro de 1959. Assim como lutamos juntos quando reacionários financiados pela CIA tentaram recuperar o poder na Baia dos Porcos.
Nossos olhares brilharam quando você anunciou o mergulho de Cuba na experiência da igualdade, proclamando a Ilha um estado socialista.
Lembramos bem o ódio nas faces dos que perderam milhões na exploração do trabalho alheio e na cara de ódio dos ianques que consideravam ter perdido seu quintal.
Foram tantas dores, rimos juntos, choramos juntos. Nossas esperanças se misturaram e criaram vida ao longo desses 57 anos.
Por isso, comandante, nesse 26 de novembro, com sua morte anunciada, não sinta medo do grande mergulho na eternidade. Continuaremos juntos outra vez, e como sempre.
Nós somos milhões Fidel Castro. Somos milhões de sonhos de igualdade e de fraternidade.
Somos milhões de mulheres e de homens, de velhos e de crianças. Nós somos milhões de sonhos que foram sonhados juntos, em coletividade, nos calabouços, nas florestas, que da Ilha de Cuba se espalharam pelo mundo.
Muitos outros milhões já sonharam o mesmo sonho e outros milhões ainda esperam seu Fidel.
Seu comandante um passo além da prudência, mais próximo da loucura da ação do que da segurança da teoria.
Somos milhões que não morreram nas praias, nem morreram de fome, que não foram abandonados ao frio e que sorriem ao ouvir suas palavras "Esta noite milhões de crianças dormirão na rua, mas nenhuma delas é cubana".
Descanse guerreiro da utopia alcançada.
Descanse nos braços de tantos que junto contigo criaram a nação livre, que mesmo boicotada pelo mundo, isolada das outras nações, odiada por milhões que nem a conhecem, persiste na busca de um mundo menos egoísta.
Um mundo de menos capital e mais humanidade. De menos privilégios e mais saúde para todos. Onde a propriedade privada de alguns seja substituída pelo bem-estar de milhões.
Nada será escrito em tua lápide pois guerreiros não são presos às catacumbas.
Teu corpo será cinzas que se espalharão pelo solo liberto de Cuba, que tanto amastes.
Um mundo de menos capital e mais humanidade. De menos privilégios e mais saúde para todos. Onde a propriedade privada de alguns seja substituída pelo bem-estar de milhões.
Nada será escrito em tua lápide pois guerreiros não são presos às catacumbas.
Teu corpo será cinzas que se espalharão pelo solo liberto de Cuba, que tanto amastes.
Tuas cinzas retornarão à Sierra Maestra e alcançarão teus companheiros.
Deixemos ao vento a tarefa de murmurar teu nome, eternamente.
E continuaremos juntos. Você e sua obstinação pela defesa dos desvalidos e nós, os sonhos de liberdade que são sonhados no mundo.
Revolucionários como Ernesto, como Camilo e tantos outros, te esperam na curva do tempo para continuarem a luta, agora, transformados em ondas de um oceano de esperanças.
Hasta siempre Comandante!
Prof. Péricles
Deixemos ao vento a tarefa de murmurar teu nome, eternamente.
E continuaremos juntos. Você e sua obstinação pela defesa dos desvalidos e nós, os sonhos de liberdade que são sonhados no mundo.
Revolucionários como Ernesto, como Camilo e tantos outros, te esperam na curva do tempo para continuarem a luta, agora, transformados em ondas de um oceano de esperanças.
Hasta siempre Comandante!
Prof. Péricles